Fanfic: ♥ Uma lição de amor ♥ | Tema: AyA ponny, rbd romance drama

ANAHI

Peguei as seringas e sai, corri pelo corredor e entre no terceiro quarto, por sorte a porta estava aberta.

- Ucker!

Ucker: Any o que foi?! - se levantou da cama assustado, Dulce estava sentada ao lado dele e me olhou assustada também.

Any: Por que isso estava em uma das gavetas do meu quarto e do Poncho?! - apontei a agulha, a seringa e o vidro de remédio.

Ucker: Any... Calma! - se aproximou devagar.

Any: Não sei quanto aos outros meninos, mas vc deve saber o que é e vai me contar.

Ucker: São os remédios que o Poncho ta tomando pra melhorar.

Any: Não... Ele nunca precisou se auto aplicar injeção e se não me contou isso, alguma coisa tem e eu quero saber o que é, se não me contar vou obrigar o Poncho a me dizer.

Ucker: Não Any, por favor, ele não quer que vc saiba.

Any: Saiba de que... Ele piorou não é?... É isso que ele não quer que eu saiba? - perguntei com os olhos marejados. - Respondi Ucker! - esbravejei histérica.

Dulce: Conta pra ela Ucker, explica tudo, vai ser melhor assim pra ela se preparar.

Any: Do que vcs dois estão sabendo?

Ucker: Any, lembra-se da última vez que Poncho foi internado, que eu e Chris fomos te buscar dizendo que ele tinha passado mal e precisaria ser operado? - perguntou e assenti. - Eu menti pra vc quando disse que estavamos no centro e ele passou mal, a verdade é que ele passou mal na faculdade e me chamou pra ajudá-lo... Não queria te preocupar e a operação só foi realizada porque o estado dele se agravou.

Any: Que?! - sussurrei, a garganta fechou ao constatar o que eu temia.

Ucker: Ele piorou dos últimos tempos pra cá, na noite antes de embarcamos ele me contou que tinha ido ao hospital com vc buscar os exames, me disse que Carlos o alertou que o estado era delicado, mas que aplicando esses medicamentos... - apontou os objetos na minha mão. - Ele poderia passar a viajem bem na medida do possível... Ele contou tudo isso pra mim porque ele esta determinado a se internar quando voltarmos e queria que alguém soubesse de tudo, pra ajudá-lo... Any, ele pensa que vai morrer, pensa que seus dias estão contados e só esta te escondendo tudo porque acha que essa viajem será os últimos momentos que ele terá com vc e ele não quer que esteja preocupada mais do que já esta... Ele não quer que ninguém saiba disso porque quer se lembrar de todos alegres, felizes, curtindo a viajem, não tristes e preocupados com ele... Na cabeça dele essa é a primeira e última viajem que vamos fazer todos juntos com ele.

Sentei na cama largando os objetos ao meu lado. Levei as mãos ao rosto, mas não consegui conter o soluço, eu me sentia enganada, traída e ao mesmo tempo amada e protegida por ele.

Ucker se aproximou junto com Dulce e os dois se ajoelharam na minha frente, Ucker me encarou nos olhos.

- Eu só contei isso tudo pra Dul porque necessitava desabafar tudo com alguém e também ela desconfiou por causa de como eu andei sério antes de virmos pra cá.

Dulce: E se não te contamos nada Any, foi porque o Poncho pediu. - me olhou com ternura e tristeza.

Ucker: Mas agora que vc sabe, precisa continuar fingindo.

Any: Não! - neguei com a cabeça as lágrimas escorriam sem parar e um dor horrível comprimia meu peito.

Ucker: Any ainda há esperanças pro Poncho, se internado ele pode achar um doador, ele apenas desacreditou nisso e agora que acha que esta com os dias contados não quer passar eles chorando ao lado das pessoas que ele ama, quer ser feliz e nos ver felizes... Por isso vc tem que fingir que não sabe de nada.

Any: Eu não vou conseguir... Não vou conseguir olhar pra ele, saber que piorou e fingir que esta tudo bem... Eu não vou conseguir lidar com isso, com essa culpa.

Dulce: Any pelo amor de Deus vc não tem culpa de nada.

Any: Tenho sim, se ele não tivesse me salvado, ele estaria bem agora, podia estar fazendo essa viajem com vcs sem se preocupar com nada... Ele devia ter me deixado morrer! - esbravejei querendo socar alguma coisa.

Ucker: Any nunca mais repete uma besteira dessas. - advertiu sério. - Olha pra mim! - ergueu meu queixo me fazendo encará-lo nos olhos. - Presta atenção no que eu vou te falar... Eu conheço o Poncho há anos e ele nunca mais foi o mesmo desde que te conheceu... Você trouxe vida pra ele, alegria, amor, vc também salvou a vida dele Any... De que adiantaria ele permanecer vivio sem nunca provar desses sentimentos... Ele me disse várias vezes que esses 06 meses em que vcs estão juntos valeu por uma vida toda e que se ele realmente morrer, ele vai morrer feliz por ter ganhado vc de presente nessa vida... Tem noção do que isso significa e do quanto vc o machucaria se repetisse na frente dele o que acabou de dizer? - soltou meu rosto e vi pela primeira vez seus olhos marejados.

O abracei com força deixando minhas lágrimas molharem a camisa dele, quando consegui falar desabafei.

- Ele é tudo pra mim Ucker, é tudo o que eu tenho nesse mundo, eu vou morrer se o perder!

Ucker: Já disse que ainda há esperanças de acharmos um doador, ainda dá tempo, Carlos esta como um louco atrás de um, precisamos ter fé e acreditar que vai dar tudo certo... Só que enquanto isso, vc precisa esconder dele que sabe de tudo, precisa se manter alegre, feliz entendeu?

Any: Como vc consegue?!

Ucker: Talvez seja mais fácil pra mim porque cresci vendo-o assim, obrigando-me inconsicentemente a mantê-lo sempre alegre, a fazer o possível pra ele não pensar na doença dele. - respondeu e duas lágrimas esconderam do seu rosto, Dul o abraçou também chorando e eu percebi que não era a única com um fardo pesado a carregar.

Any: Prometo que eu não vou estragar o seu trabalho... Vou guardar tudo exatamente onde eu achei e ele não vai saber de nada. - respondi com a voz falhando, morrendo de medo de não conseguir cumprir com minha palavra.

Ucker: Obrigado Any! - me olhou sorrindo entre as lágrimas.

Any: Eu quem agradeço por toda essa força, Dul não fica com ciúmes, mas sem o Ucker eu já tinha enlouquecido.

Dulce: Tudo bem Any, eu sei que o que une tanto vcs é o amor que sentem pelo Poncho, amor de irmão e de namorado... Não precisa se preocupar e vcs dois assim como o Poncho sabem que podem contar comigo.

Any: Obrigada Dul, vcs são os melhores amigos que alguém pode ter. - respondi e os abracei com força.

Com eles a dor parecia diminuir e eu não me sentia mais sozinha, mas ainda era difícil não me sentir culpada. Afinal se eu tivesse morrido muito sofrimento teria sido evitado, tanto pra mim, quanto pra ele e todos à nossa volta.