Fanfic: ♥ Uma lição de amor ♥ | Tema: AyA ponny, rbd romance drama

ANAHI

Nos dias que se seguiram me obriguei a fazer o que Poncho pedira. Então eu entrava feliz da vida no quarto, conversávamos, namorávamos, brincávamos um com o outro e eu fingia que estava tudo bem. Até sair do quarto e entrar no carro onde a verdade caia em cima de mim.

Então adotei o seguinte método: Rir na frente dele e chorar quando desse vontade a caminho da casa de Maite.

Como desculpa pra manter a farsa, todos os dias eu ia até lá com algum assunto a conversar com ele, alguma coisa que o distraísse e ME distraísse principalmente, pra que eu não pensasse em besteiras.

Naquela tarde cheguei já sabendo sobre o que iríamos conversar.

- A senhorita ta atrasada! - reclamou de braços cruzados.

Any: Desculpa meu amor, é que trouxe uma coisa hoje. - respondi sorrindo.

Poncho: Ah sim? Que coisa? - sorriu estendendo a mão.

Peguei na mão dele me aproximando da cama e nos beijamos. Sentei na cama perto dele e respondi:

- Andei conversando com sua mãe esses dias e... Ela me contou sobre certo interesse que o senhor têm em seguir os passos do seu pai. - sorri e ele ficou sério. - Por que nunca me contou?

Poncho: Ah, é só uma idéia, não da pra fazer faculdade, menos ainda de medicina sem assistir as aulas.

Any: E quem disse que vc não vai assistir às aulas? - perguntei cruzando os braços.

Poncho: Any já tem uma semana que eu to aqui... Como vou freqüentar uma faculdade desse jeito?

Any: Então por isso não me contou nada? Acha que não tem capacidade de fazer uma? - perguntei atenta e ele assentiu suspirando. - Nem se vc tiver uma colega de classe? - sorri me apontando.

Poncho: O que quer dizer com isso?

Any: Eu cheguei a te contar que quando fiz cursinho semestre passado uma das minhas opções era Medicina?

Poncho: Vc não me contou essa parte.

Any: Sim e cheguei a ser aceita, mas não fiz a matricula vc sabe por que. - forcei um sorriso. - Sua mãe me contou que aconteceu o mesmo com vc, vc entrou, mas não fez a matricula porque achou que não ia conseguir cursar, então pensei... Mai começa a faculdade de Biologia esse ano, coincidentemente o mesmo curso que Dul vai começar a fazer, Ucker e Derrick coincidentemente vão começar o 2º ano de Administração, por isso se conhecem... Só falta nós dois darmos um rumo... Por que a gente não se arrisca em Medicina?

Poncho: Any não sei se vai dar certo. - respondeu sem confiança.

Any: Vai a gente tenta, vamos fazer tipo, por curiosidade, se a gente não gostar abandonamos... Vc quer fazer Medicina tanto por vc quanto pelo seu pai, e eu sempre me interessei, tanto que não me importo em ficar aqui, em cuidar de vc. - respondi tentando ser convincente, mas não estava ajudando.

Poncho: Não sei! - respondeu indeciso.

Any: Por favor, meu amor. - decidi apelar. - Vc me pediu pra esquecer o lance do transplante e to tentando esquecer por vc, faz isso por vc e por mim então. - pedi toda manhosa me aproximando dele. - Além disso vamos ficar mais tempo ainda juntos se entrarmos nesse curso... Ou vc não me quer por perto? - o olhei.

Poncho: Ai ta bom! - segurou meu rosto entre as mãos e me beijou.

Any: Eu sabia que vc ia topar... Trouxe as fichas pra iniciar a matricula. - mostrei os papeis sorridente.

Poncho: Esta bem. - respondeu sorrindo e pegou um papel da minha mão.

Respondemos as questões juntos e de comum acordo, como o horário de aulas, que optamos de manhã, já que era no mesmo horário que os outros estariam lá e assim podíamos ficar juntos.

Eu gostava da profissão de Medicina e sabia que era um campo aberto. Aquele tempo que eu passava com Poncho no hospital tinha servido pra me mostrar em que coisas eu era boa e uma delas era cuidar do outro. Ele ainda não sabia, mas sempre que eu saia do quarto ou pra ir embora ou pra que ele pudesse fazer os exames, eu passava na ala neonatal e das crianças com câncer. Eu não tinha percebido antes o quanto me fazia bem ficar perto delas. Eu sempre gostei de crianças, mas nunca tinha parado pra pensar em cuidar delas. Até agora.

Quando estacionei o carro em frente à casa de Maite não podia me conter de alegria. Agora além de ficar com Poncho no hospital, estudaríamos na mesma sala. E isso não era bom apenas por mantê-lo perto de mim, era bom também pra me distrair. Com assuntos da faculdade sempre teríamos o que conversar e ficaria mais fácil eu manter a promessa que fiz pra ele. Não lembrar que somos compatíveis. E sinceramente estava sendo muito difícil quase impossível esquecer isso.

- Mai, eu consegui! - gritei abrindo a porta. - Poncho e eu vamos fazer Medicina juntos! - entrei na sala e a encontrei sentada e com o semblante sério. - O que vc tem? - estranhei.

Mai: Any, tenho uma má noticia pra vc. - respondeu se levantando.

Any: Que noticia? - perguntei já me assustando.

Mai: Meus pais estão voltando de viajem... Eu sinto muito, mas... Vc sabe como eles são, vai precisar voltar pra sua casa, eles não vão concordar em vc ficar aqui longe da sua “mãe”. - respondeu com tristeza.

Any: Ah só isso. - respondi sorrindo. - Tudo bem eu tenho anos de prática com a megera. - dei de ombros.

Mai: Any vc sabe que por mim vc poderia ficar aqui né? Sabe que é como uma irmã pra mim não sabe? Eu nunca te mandaria embora, vc sabe disso! - respondeu angustiada.

Any: Mai, eu sei de tudo isso relaxa... Ter que voltar a morar com a minha mãe não é nada, agora que eu ganhei novos amigos e até um namorado, não me importa o que ela diga. - sorri.

Mai: Sério que não ta chateada?

Any: É sério! - assenti sorrindo. - Vem cá! - a abracei. - Vc é minha irmã de coração esqueceu? Um dia a gente vai morar junta, nem que tenhamos que esperar fazermos 25 anos. - sorri me afastando dela.

Mai: Tudo bem! - sorriu assentindo. - Mas vai continuar vindo me visitar né?

Any: Uhum, ainda vou te encher muito o saco na faculdade e aqui na sua casa, não vai mudar nada prometo.

Mai: Vou ter que ter uma séria conversa com o Poncho. - sorriu negando com a cabeça.

Any: Por quê? O que ele fez? - não entendi.

Mai: Trouxe minha amiga de volta. - sorriu emocionada, me emocionando também. - Talvez vc não tenha notado, mas desde que se conheceram vc anda mais feliz, mais otimista e agora eu vi que não existe mais nenhum vestígio daquela Any que queria se matar... Vc voltou 100% a ser como antes.

Any: Antes da morte do meu pai? - perguntei com tristeza.

Mai: Talvez melhor do que naquela época, porque tudo o que te aconteceu serviu pra vc amadurecer, tanto que finalmente decidiu cursar faculdade ao invés de enrolar o tempo no cursinho... E optou por uma área onde vc vai cuidar dos outros e to muito orgulhosa de vc. - sorriu e não agüentei, a puxei e a abracei.

Depois do “reencontro” da antiga Any com a velha Maite acabei indo arrumar minhas poucas coisas que estavam na casa dela pra voltar pra minha “casa”. Me partiu o coração ter que ir embora, se pudesse levaria Mai pra morar comigo, mas não ia dar certo. Os pais dela nos matariam. E também ninguém merece morar com a Marichello. Não desejo uma mãe dessas nem pro meu pior inimigo!

- Vamos comigo e Dulce amanhã no shopping? - pediu colocando minha bolsa no porta-malas.

Any: Tudo bem, que horas querem ir?

Mai: Ah, umas 3 horas! - deu de ombros.

Any: Hum... Não pode ser um pouquinho mais tarde? - perguntei fazendo careta.

Mai: Por quê? - perguntou sem entender. - Ah já sei (revirou os olhos) 3 horas é o horário de visita do Poncho né? - cruzou os braços e assenti mordendo os lábios. - Tudo bem, vou falar com a Dulce e vamos às 04 e meia entendido? Nem um minuto a mais, nem a menos.

Any: Ok! - assenti sorrindo. - Bom eu já vou, amanhã à tarde nos vemos no shopping então ta?

Mai: Ta bem! - assentiu.

Any: Tchau então amiga, fica com Deus. - a abracei.

Mai: Vai com ele! - respondeu sorrindo.

Dei partida no carro e sai de lá com uma sensação de perda. Tinha dito à Mai que pouco me importava com o que minha mãe dizia, mas uma coisa era vc lidar com o monstro de longe, outra bem diferente era morar na mesma casa que ele. Às coisas entre minha mãe e eu só estavam fáceis porque não estávamos morando juntas. Mas e agora? O que seria daqui pra frente?

Estacionei o carro em frente de casa, desci e peguei minha mala. Abri a porta de casa desejando que ela não estivesse, mas foi só eu fechar a porta pra voz dela invadir o ambiente.

- Ah olha só quem voltou! - afirmou cheia de ironia.

Any: Olha se fosse por mim vc sabe que eu não voltava. - rebatei indo pra escada.

Marichello: Então por que voltou?

Any: Pra não criar problemas pra minha amiga, mas eu prometo pelo nosso próprio bem que mal vamos nos ver dentro dessa casa... Contanto, claro, que vc fiquei no seu canto e eu no meu.

Marichello: Run o que tem feito? Ando se drogando de novo? - acusou aos berros.

Any: É sim. - me virei pra ela. - Andei me drogando de amor (sorri) uma coisa que vc desconhece, que nunca sentiu ou recebeu de alguém. - rebati.

Marichello: Vc não se atreva a falar assim comigo. - me puxou pelo braço.

Any: E vc não se atreva a por as mãos em mim pra me machucar, sua bruxa!

Marichello: Sua ba... - mordeu os lábios se interrompendo.

Any: Ba o que? - perguntei. - Termina, vc ia me chamar de que? - desafiei.

Marichello: Some da minha frente! - respondeu se afastando me olhando com ódio.

Any: Com muito prazer! - rebati e subi as escadas pisando duro.

Bati a porta do meu quarto e me joguei na cama. Por sorte passavam das 6 da tarde, logo anoiteceria de vez e conseqüentemente amanheceria de novo, então poderia sair e ficar perto de quem amava realmente.