Fanfic: Seduzida pelo Higlander | Tema: Herroni
Alfonso percebeu a dor que queimava no seu lado ficando mais forte a cada segundo que ele ficava consciente. Doía tanto que ele se moveu na tentativa de aliviar a tensão insuportável.
— Fique quieto, guerreiro, para não soltar os pontos.
A voz doce era acompanhada por mãos suaves que aquecia sua pele já muito quente. O calor era insuportável, ainda assim ele ficou imóvel, não querendo que o anjo parasse de tocá-lo. Esta era a única imagem que tinha. Como poderia ficar em cima do fogo do inferno e sentir os prazeres de um anjo, ele não sabia. Talvez estivesse entre os dois mundos e ainda não se decidiu por qual direção seguir.
— Tenho sede – ele resmungou, passando a língua pelo lábios secos e rachados, desejando o bálsamo da água.
— Sim, mas só um pouquinho. Não quero que vomite em todo o chão. – disse o anjo. Ela enfiou o braço por debaixo do pescoço e levantou a cabeça. Ele se envergonhou por se sentir tão fraco quanto um gatinho recém nascido. Se não fosse pelo pulso firme que o segurava, ele seria incapaz de levantar-se. Um copo foi pressionado contra seus lábios e ele bebeu avidamente, quase inspirando a água fresca. A forma fria e refrescante foi um choque para ele, que arrepiou o corpo inteiro. O contraste era doloroso. Gelo para o fogo que queimava sobre sua carne. — Pronto. –acalmou o anjo. – Isso é suficiente por enquanto. Eu sei que você sofre. Prepararei uma infusão para a dor e que vai ajudá-lo a dormir um pouco melhor.
Mas ele não queria dormir. Queria permanecer nos braços dela, aninhado nos seus seios. Eram seios agradáveis. Macios e cheios, como devem ser os seios de uma mulher. Ele se virou, se aninhando em sua suavidade. Inalou o doce perfume dela e sentiu o fogo do inferno retroceder. A paz o rodeava. Ah. Ele deu um passo em direção ao céu, com certeza.
— Diga-me seu nome. – ele ordenou. Será que anjos têm nomes?
— Maite, guerreiro. Meu nome é Maite. Silêncio agora. Você deve descansar para recuperar suas forças. Não trabalhei duramente para você ser teimoso e morrer em meu colo. Não, ele não iria morrer. Havia coisas importantes que devia fazer, embora naquele momento sua mente não conseguia entender exatamente o que era. Talvez ela estivesse certa. Deveria descansar por enquanto. Quem sabe se na próxima vez que acordasse, saberia o que fazer. Respirou profundamente de novo e deixou-se ficar mole. Estava vagamente consciente de seu anjo, baixando a cabeça. Ele respirou uma ultima vez, absorvendo o cheiro dela. Foi como beber o mais doce dos vinhos. Um quente e suave burburinho corria em suas veias e o embalava. Ele parou de lutar. Seu anjo não lhe permitiria morrer. — Não, guerreiro. Não vou permitir que morra.
Lábios macios roçaram demoradamente sobre a testa. Ele virou o rosto, desejando sua boca contra a dela. Pensou que morreria se não a beijasse. Houve uma hesitação, que sentiu como uma eternidade, antes de finalmente sentir a boca de seu anjo tocar a dele. Apenas um gesto simples e inocente como o de uma criança. Ele rosnou. Porra, ele queria mais que um simples beijo.
— Beije-me, meu anjo.
Ele sentiu mais que ouviu o som da respiração dela, mas então a respiração vibrou contra sua boca. O sopro de ar sinalizou que ela estava perto. Tão perto. Isso lhe tirou toda a sua força, mas levantou o braço e mergulhou a mão no cabelo dela, segurando-a pela nuca para prendê-la. Ele levantou a cabeça e seus lábios se encontraram em um quente beijo sem fôlego. Deus, ela era doce. Seu gosto encheu-lhe a boca, deslizando a língua como em mel liso. Ele empurrou com impaciência em seus lábios, exigido que ela se abrisse para ele. Com um suspiro, ela deu o que ele pedia. Seus lábios se separaram e ele mergulhou em seu interior, investigando e degustando cada parte de sua boca. Sim, ali era o céu, porque se fosse o inferno, não havia um homem em toda a Escócia que já tivesse trilhado o caminho da justiça. Sua força se foi e ele caiu para trás, batendo a cabeça no travesseiro com um baque.
— Você se sobrecarregou, guerreiro. – ela repreendeu com voz rouca.
— Mas valeu a pena. – ele sussurrou. Ele pensou que ela sorriu, mas a sala estava tão turva ao seu redor que não teve certeza. Vagamente sentiu que ela se afastava, mas não tinha forças para protestar. Um momento depois, ela voltou a colocar o copo em seus lábios outra vez. A bebida tinha um gosto amargo e ele tossiu, mas ela não desistiu. Derramou o liquido na boca até que ele não tivesse escolha a não ser engolir ou engasgar. Quando terminou, abaixou a cabeça dele sobre o travesseiro e passou os dedos sobre a testa.
— Durma agora, guerreiro.
— Fique comigo, meu anjo. Acho que não dói tanto quando você está por perto.
Houve um ligeiro sussurro e ela se deitou no seu lado não lesionado, seu corpo macio e tão quente, um escudo contra o frio que tomava conta dele a cada momento que passava. O perfume dela o rodeava. A sensação de seu corpo contra o dele acalmou o fogo selvagem. Respirou mais fácil, pois a paz o envolveu. Sim, ela era seu próprio anjo, vindo para protegê-lo dos portões do inferno. Apenas no caso de ela pensar em deixá-lo, ele passou o braço em volta dela, apertando-a mais ao seu lado. Virou a cabeça para o lado até que o cabelo dela fez cócegas em seu nariz. Ele inspirou profundamente e deixou a escuridão rastejar sobre ele. Maite estava em uma situação difícil. Sim, ela estava presa contra o seu guerreiro, seu braço como uma corda de aço em torno de sua cintura. Ficou por lá horas e horas, esperando ele cair no sono para se soltar, mas ela estava colada nele. Podia sentir cada tremor de seu corpo. Toda vez que ele estremecia de frio de sua febre. Várias vezes ele murmurou em seu sono e ela passava a mão sobre seu peito para acalmá-lo. Ela sussurrava palavras sem sentindo, com voz baixa, para confortá-lo. Cada vez que falava, ele parecia ficar relaxado. Ela aninhou a cabeça no braço dele e descansou seu rosto no peito do guerreiro. Era pecaminoso o prazer que sentiu ao deitar-se nele, mas não havia ninguém para vê-la e, certamente, Deus iria perdoá-la se ela conseguisse salvar a vida do guerreiro. Olhou para a janela com uma careta. O crepúsculo caía sobre eles e o frio aumentava a cada minuto. Ela precisava levantar-se para cobrir a janela e atiçar o fogo para tornar a noite mais quente. Havia também a questão do cavalo do guerreiro, se o animal não tivesse ido embora. Poucas coisas poderiam tornar um homem mais zangado que descuidar de seu cavalo. Depois, ele poderia perdoá-la por negligenciar seus ferimentos do que negligenciar seu cavalo. Afinal, os homens tinham prioridades. Com um suspiro de arrependimento, ela começou a desembaraçar-se das garras do guerreiro. Não foi uma tarefa simples, porque ele parecia determinado a não deixá-la sair. Ele franziu a testa durante o sono e até murmurou algumas palavras que a deixou corada. Mas no final, ela venceu e conseguiu escapar do braço dele e rolou para fora.
Esforçou-se sobre seus pés e esticou seus músculos rígidos, antes de ir para a janela e fechá-la. O vento assobiava através do teto de palha. Se não nevasse em breve, ela ficaria surpresa. Depois de buscar um xale e envolvê-lo ao seu redor, saiu e olhou para o cavalo. Para sua surpresa, ele estava logo abaixo da janela, como se estivesse verificando seu senhor. Ela acariciou seu pescoço.
— Não tenho dúvidas que você está mais acostumado a cuidar dele que eu, mas na verdade, não tenho lugar para abrigar você. Pense em como enfrentará a noite aqui fora? O cavalo bufou e balançou a cabeça para cima e para baixo, soprando o ar quente para fora de suas narinas.
Era um animal enorme e com certeza ele se envolveu em coisa piores no passado. Mas, de qualquer forma, ela não poderia acolher o animal em sua casa. Com um último carinho, ela deixou o cavalo e foi buscar mais lenha para o fogo. Sua pilha foi diminuindo e de manhã ela precisaria cortar mais um pouco se fosse manter o fogo em chamas. Estremeceu quando o vento uivava sobre ela, que pegou as pontas do xale e puxou-as, como se tentando barrar o frio. Correu para dentro empilhando a madeira ao lado da lareira. Depois de se certificar se a porta e a janela estavam fechadas, acrescentou mais lenha no foto e cutucou até que as brasas se acenderam. Seu estômago roncou, lembrando que ela não tinha comido desde o desjejum da manhã. Pegando um pedaço de peixe salgado e sobras de pão, sentou-se com as pernas cruzadas ao lado do guerreiro adormecido e comeu com o calor do fogo. Enquanto mastigava distraidamente, olhou para o rosto dele, iluminado pelo brilho laranja das chamas. Sempre fantasiosa, sua mente começou a pintar imagens. Imagens agradáveis. Ela suspirou enquanto imaginava pertencer aquele homem. Os dois comendo juntos depois de um dia duro. Ou talvez recebendo-o em casa depois de uma batalha feroz. Ele, naturalmente, seria vitorioso e ela daria uma recepção de herói. Ele ficaria feliz em vê-la. Ele a levantaria nos braços e a beijaria até deixá-la sem fôlego. Diria que sentia saudade dela e que pensou nela durante toda a sua ausência. Um leve sorriso provocado por memórias distantes fez seu peito doer. Quando crianças, ela e Rionna sonhavam acordadas sobre o dia em que se casariam com seus guerreiros.
Este sonho foi cruelmente arrancado de Maite e a amizade que tanto significou para ela foi deixado de lado. Havia poucas chances de Maite se casar. Ela era um tabu para o clã Perroni e Maite nunca havia viajado para além de sua casa. Ainda assim, um belo guerreiro caindo em sua porta devia ser um sinal, certo? Talvez esta fosse sua única chance. Ou talvez ele estivesse apenas alimentando suas fantasias até ser suficiente e partir de novo. Seja qual for o caso, Maite decidiu que desfrutaria de seus sonhos. Mesmo que fossem tolos e um desperdício de tempo. Às vezes, os sonhos eram tudo o que a sustentava. Ela sorriu novamente. Ele a chamou de anjo. Ele a achou linda. Ah, mas a mente dele estava obscurecida pela febre. Tocou os lábios com os dedos, ainda capaz de sentir o formigamento provocado pelo calor de seu beijo. Era verdade que ela não fez nenhum esforço para evitar sua afeição, e talvez isso faça dela uma prostituta como os Perroni a haviam estigmatizado. Mas se recusava a sentir culpa. Não havia ninguém que pensasse bem dela, mesmo. Então, não era isso que faria sua estima cair mais ainda. Posto desta forma, ela não se sentia tão pecaminosa. Um sorriso malicioso ampliou sua boca. Quem saberia, afinal? Alguns beijos roubados e uma cabeça cheia de sonhos de menina não fariam mal a ninguém. Ela estava cansada de sempre dizer a si mesma para deixar de lado suas tolas noções de amor. Cumpriria seu dever e traria o guerreiro de volta à saúde. E se ele resolvesse roubar um dois beijos durante o processo... Enxugando as mãos nas saias, olhou para o guerreiro adormecido e depois decidiu que a melhor maneira de monitorar sua condição era deitar-se exatamente onde estava antes. Gentilmente moveu o braço dele e se arrastou contra o seu lado. Imediatamente o braço dele a prendeu pela cintura e ele virou a cabeça como se estivesse procurando por ela. Ela se sentiu quente quando ele murmurou Anjo. Ela sorriu e se aconchegou um pouco mais perto de seu calor.
— Sim. – ela sussurrou – Seu anjo está de volta.
Autor(a): nara_herroni
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Com que rapidez o anjo se tornou o diabo. Como a febre do guerreiro durou o dia seguinte inteiro, ele alternava, ora xingando Maite como a serva do diabo enviada para arrastá-la para as entranhas do inferno, ora acreditando que ela era o mais doce dos anjos. Ela estava exausta e nunca tinha certeza se de um momento para o outro ele tentaria beijá-la ou expu ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 9
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chaverronis2forever Postado em 08/06/2015 - 17:15:37
Coooontinuuua
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taynaraleal Postado em 07/06/2015 - 13:17:01
Contínuaaaaaaaa, eles são muitos gostoso de verdade, ela é um anjo
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chaverronis2forever Postado em 16/05/2015 - 13:05:36
Coooontinuuua tenho que concordar com o Alfonso a May realmente e um anjo
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chaverronis2forever Postado em 12/05/2015 - 23:14:57
Coooontinuuua posta mais porfavooor
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taynaraleal Postado em 10/05/2015 - 13:24:17
ALFONSO ATACADO? SOCORRO SENHOR AJUDAAAA!!
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nara_herroni Postado em 10/05/2015 - 12:05:51
Continuando amores, em poucos minutos sai mais um capítulo. Querem só um ou mais? Escolha de vocês!!
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chaverronis2forever Postado em 09/05/2015 - 16:48:07
Cooontinuuua
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Juh Santos Postado em 08/05/2015 - 23:23:10
Continuaa! Adoreeii <3
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chaverronis2forever Postado em 08/05/2015 - 22:19:16
Coooontinuuua sua primeira leitora