Fanfics Brasil - Capítulo 9 Nudez Mortal FINALIZADA

Fanfic: Nudez Mortal FINALIZADA | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 9

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- Por quê?


 


- Bem, é que eu tenho algumas horas livres, e você é muito atraente. Tem imensos olhos dourados - murmurou. - Essa covinha bem no meio do queixo. Por que nós dois não fazemos um intervalo em nosso expediente, por algum tempo?


 


Ela aguardou enquanto ele se aproximava e abaixava a cabeça em sua direção, com os lábios um pouco acima dos dela.


 


- Isto é um suborno, Charles? Porque se for, e se você for tão bom quanto eu imagino que seja...


 


- Sou melhor. - Roçou o lábio superior dela com os dele, e fez a mão descer em direção ao seu seio. - Sou muito melhor.


 


- Nesse caso eu vou ter que prender você por crime doloso. Ela sorriu quando o viu dar um pulo para trás. - Isso é algo que faria nós dois ficarmos muito tristes. - Com ar de quem estava se divertindo com aquilo, Maite deu um tapinha na bochecha dele. Mesmo assim, obrigada pela ideia. Ele coçou o queixo enquanto a acompanhava até a porta.


 


- Maite?


 


- Sim! - Ela parou, já com a mão na maçaneta, olhando de volta para ele. - Subornos à parte; se você mudar de ideia, estou interessado em conhecê-la melhor.


 


- Se eu mudar de ideia, pode deixar que eu o aviso. - Bateu a porta e seguiu para o elevador. Não seria muito difícil para Charles Monroe - analisou escapulir do apartamento, deixando a cliente dormindo, e entrar no apartamento de Sharon.


 


Um pouco de sexo, e depois um pouco de assassinato... Pensativa, entrou no elevador. Acesso aos discos de segurança. Como morador do edifício, seria fácil para Charles conseguir acesso à área de segurança. Depois, pularia na cama de volta, para junto da cliente. Era realmente uma pena que a possibilidade fosse tão plausível, pensou Maite ao chegar ao saguão. Ela gostara dele. Mas até que conseguisse averiguar o álibi que apresentara, com todo o cuidado, Charles Monroe estava agora no topo da sua pequena lista.


 


Maite odiava funerais. Detestava a cerimônia que os seres humanos insistiam em oferecer à morte. As flores, a música, os discursos que não acabavam nunca e o choro. Era possível que existisse um Deus. Ela ainda não havia trabalhado completamente esta ideia na cabeça. E se existia, pensou, Ele deveria estar se divertindo muito, dando boas risadas por causa dos rituais e passagens inúteis inventados por suas criaturas. Ainda assim, fizera a viagem até a Virgínia para assistir ao funeral de Sharon DeBlass.


Queria ver a família da vítima e seus amigos todos reunidos, para observar, analisar e julgar. O senador permaneceu com o semblante sombrio e os olhos secos, com Rockman, à sua sombra, na fileira de trás. Ao lado do senador estavam seu filho e sua nora. Os pais de Sharon eram jovens, atraentes, advogados de sucesso que tinham sua própria firma de advocacia. Richard DeBlass permaneceu com a cabeça curvada e os olhos fechados, uma versão mais arrumada e, de certo modo, menos dinâmica do pai. Seria coincidência ou senso estético o motivo de ele estar posicionado exatamente à mesma distância do pai e da mulher? Elizabeth Barrister estava discreta e elegante em seu vestido escuro, com o cabelo cor de mogno balançando, brilhante, e a postura rígida.


 


E, Maite notou, os olhos inchados, com lágrimas que nadavam constantemente. Como é que uma mãe se sentia, meditou Eve, como fizera por toda a vida, quando perdia uma filha? O Senador DeBlass tinha uma filha, também, e ela estava posicionada no seu lado direito. A Deputada Catherine DeBlass tinha seguido os mesmos passos do pai na política. Dolorosamente magra, ela se mantinha militarmente ereta, com os braços parecendo gravetos quebradiços que saíam do vestido preto. Ao lado dela o seu marido, Justin Summit, olhava fixamente para o caixão luxuoso, drapeado e cheio de rosas, na frente do altar. Ao seu lado o filho Franklin, ainda preso no estágio desengonçado da adolescência, se mexia com impaciência. Na ponta do banco, de certo modo separada do resto da família, estava a mulher do Senador DeBlass, Anna. Ela não se mexia nem chorava.


 


Nem por uma vez Maite a viu lançar um olhar sequer para o caixão transbordante de flores que protegia o que restara de sua única neta. Havia outros, é claro. Os pais de Elizabeth estavam juntos, de mãos dadas, e choravam abertamente. Primos, conhecidos e amigos enxugavam os olhos ou simplesmente ficavam olhando em torno com fascinação e horror. O presidente enviara um representante, e a igreja estava lotada, com mais políticos do que o Senado na hora do almoço. Embora houvesse mais de mil rostos, Maite não teve dificuldade em avistar Alfonso no meio da multidão. Estava sozinho. Havia outras pessoas alinhadas no mesmo banco onde ele estava, mas Maite reconhecia a aura de solidão que o rodeava.


 


Poderia haver dez mil pessoas no lugar, que mesmo assim ele teria se destacado delas. Seu rosto marcante não deixava transparecer nada: nenhuma culpa, nem pesar, ou interesse. Era como se ele estivesse assistindo a uma peça teatral com poucas qualidades. Maite não conseguia pensar em melhor descrição para um funeral. Mais de uma vez as cabeças se voltavam na direção dele, para uma olhada rápida ou, no caso de alguma morena atraente, um flerte não tão sutil. Alfonso respondia, nos dois casos, da mesma forma: ignorando-os. Em uma primeira avaliação, ela o teria julgado frio, uma fortaleza gelada em forma de homem que se guardava contra tudo e contra todos. Mas ali devia haver calor. Era preciso mais do que disciplina e inteligência para subir tão alto na vida, e tão jovem. Era preciso ambição, e, na opinião de Maite, a ambição era um combustível poderosíssimo. Ele olhava diretamente para a frente enquanto as lamentações aumentavam de intensidade e então, sem aviso, virou a cabeça, olhou cinco fileiras para trás, para o outro lado do corredor entre os bancos, e fitou com firmeza, de forma direta, os olhos de Maite.


 


Foi a surpresa que a fez lutar para não dar um pulo diante da súbita e inesperada prova de poder. Foi pura força de vontade o que a fez manter os olhos abertos sem piscar nem desviar a cabeça. Por um interminável minuto, eles ficaram olhando um para o outro. Então houve movimento, e pessoas enlutadas se interpuseram entre eles, enquanto saíam da igreja. Quando Maite saiu da fileira em que estava e chegou ao corredor central para procurá-lo de novo, ele já desaparecera. Ela se juntou à longa fila de carros e limusines a caminho do cemitério. Adiante, o ataúde e os veículos da família passavam solenemente. Apenas as famílias obsessivamente tradicionais ainda sepultavam seus mortos na terra. Franzindo as sobrancelhas, seus dedos tamborilaram o volante, e Maite começou a relatar suas observações para o gravador. Quando chegou a Alfonso, hesitou, e sua testa se franziu um pouco mais.


 


- Por que motivo ele se daria ao trabalho de vir pessoalmente ao funeral de alguém que conhecia apenas de vista? - murmurou ela, falando para o gravador que estava em seu bolso. - De acordo com os dados coletados, eles só haviam se conhecido recentemente, e tiveram apenas um encontro. Tal comportamento parece inconsistente e questionável.


 


Sentiu um tremor, e ficou feliz por estar sozinha enquanto dirigia através dos portões em forma de arco do cemitério. No que dizia respeito a Maite, deveria haver uma lei que proibisse colocar alguém dentro de um buraco. Mais palavras, mais choradeira, mais flores. O sol estava brilhando como nunca, mas o ar tinha um aspecto de criança levada. Próximo do túmulo, ela colocou as mãos nos bolsos. Havia esquecido de levar as luvas, novamente. O casaco comprido e escuro que estava usando era emprestado. Por baixo dele, o único terninho cinza que ela possuía estava com um botão soltando que parecia suplicar desesperadamente para ser pregado. Dentro das botas de couro fino, seus dedos pareciam pequenas pedras de gelo.


 



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Autor(a): taynaraleal

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 84



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  • maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 16:36:32

    acabou? nao acredito:( essa foi uma as melhores historias eu ja li aqui nesse site. essa fanfic foi perfeita do inicio ao fim. amei ela e ja estou ansiosa para a sua proxima fanfic. vc é com certeza uma a melhores escritoras daqui e espero que continue escrevendo muitas historias.

  • maite_portilla Postado em 18/07/2017 - 02:31:26

    Que bom que voltou realmente. Estou amando, continua logo <3

  • maite_portilla Postado em 11/07/2017 - 16:48:20

    Opa, leitora nova aqui. Já li sua fanfic toda e pensei que tinha abandonado. Fico muito feliz que vc tenha voltado. Continua logo

    • taynaraleal Postado em 12/07/2017 - 17:11:25

      Que bom que gostou meu amor, seja bem vida, voltei para ficar agora

  • suenosurreal Postado em 27/03/2016 - 11:55:53

    Mew quero esse Alfonso pra vida, gente que homem! Maite para de graça e se assumem logo, são tão lindos juntos *-* continuaaaaa

  • mylene_herroni Postado em 17/01/2016 - 02:29:34

    continuaaa. adoro essa fic

  • mylene_herroni Postado em 05/12/2015 - 23:48:21

    Continuaaaaaaa! Eu também acredito no Poncho, Mai &#9825;

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:10:55

    Aiii eu sinceramente espero que não seja o Poncho. Continuaaaaaa.

  • Postado em 26/11/2015 - 13:37:47

    O Alfonso tem que estar na estação espacial! Pmldds ele não pode ser o assassino (na vdd pode, tudo é possível) ISSO TEM QUE SER UMA ARMAÇÃO, POSTA MAAAAAIS

  • Fabi Sales Postado em 24/11/2015 - 21:58:00

    POSTA MAAAAIS, MULHER! ATÉ EU TÔ CURIOSA PRA SABER O QUE ACONTECEU E TÔ DOIDA PRA VER MOMENTOS HERRONI, POSTAAAAAAA <33

  • Fabi Sales Postado em 18/11/2015 - 17:46:04

    POSTA MAIS, POR FAVOR! <33


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