Fanfics Brasil - Capítulo 12 Nudez Mortal FINALIZADA

Fanfic: Nudez Mortal FINALIZADA | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 12

1069 visualizações Denunciar


Maite estava se sentindo mais do que exausta quando acabou de preparar o relatório para Whitney e voltou para casa. Estava furiosa. Queria muito ter conseguido pegar Alfonso de surpresa com o trunfo de já saber que ele era o dono do Gorham. O fato de ter sido ele a comentar isso com aquele tom cuidadosamente educado que usara para lhe oferecer café tinha feito a primeira entrevista entre eles terminar com vantagem para ele. Ela não gostou do placar. Estava na hora de empatar o jogo. Sozinha na sala de estar, e tecnicamente fora do horário de serviço, ela se sentou diante do computador.


- Conexão para Perroni, acesso a Código Cinco, senha 53478Q. Abrir o arquivo DeBlass. Pesquisa de voz e senha reconhecidas, Perroni. Pode prosseguir. - Abra o subarquivo Alfonso. Suspeito Alfonso, conhecido da vítima. De acordo com a fonte C, Sebastian, a vítima alimentava desejos pelo suspeito. O suspeito atingia as suas exigências para parceiro sexual. Possibilidade de envolvimento emocional elevada. ”Oportunidade para cometer o crime - continuou. - O suspeito é proprietário do prédio onde fica o apartamento da vítima, o que lhe fornece acesso e provavelmente conhecimento da estrutura de segurança no local do crime. O suspeito não apresentou álibi para um período de oito horas na noite do assassinato, período que inclui o intervalo de tempo necessário para apagar os discos com as imagens da segurança. O suspeito possui uma grande coleção de armas antigas, incluindo a que foi utilizada para matar a vítima. O suspeito admite ser um exímio atirador. ”Fatores da personalidade do suspeito - disse em seguida. Ele é altivo, arredio, confiante, auto-indulgente e muito inteligente. Possui um interessante equilíbrio entre agressividade e charme. ”Motivo... E aqui, ela esbarrou em um problema.


 


Com ar calculista, levantou-se e deu uma volta pela sala enquanto o computador aguardava por mais dados. Por que motivo um homem como Alfonso mataria alguém? Por lucro, em um ato passional? Ela achava que não. Riqueza e status ele conseguiria obter por outros meios. Mulheres, para sexo ou o que quer que fosse, também poderia conseguir sem esforço. Maite suspeitava que ele fosse capaz de atos violentos, e que os executaria de modo frio.


 


O assassinato de Sharon DeBlass tinha sido carregado de sexo. Havia uma camada de crueldade em torno dele. Eve não conseguia associar isso com o homem elegante com quem compartilhara o café. Talvez estivesse aí a questão.


 


- O suspeito considera a moralidade uma questão mais pessoal do que legislativa - ela continuou, ainda caminhando pela sala. - Sexo, restrição ao porte de armas, drogas, restrições ao uso de tabaco e bebidas, assassinato, tudo isso tem a ver com posturas morais que foram consideradas criminais ou regulamentadas. O assassinato de uma acompanhante licenciada, filha única de amigos, única neta de um dos mais conservadores e atuantes legisladores do país, um assassinato cometido por uma arma banida da sociedade. Será isso um exemplo elaborado das falhas que o suspeito considera inerentes ao sistema legal estabelecido? ”Motivo - ela concluiu, acomodando-se na cadeira novamente. - Auto-indulgência. - Deu um profundo e satisfeito suspiro. - Favor computar a probabilidade. O sistema fez um ruído agudo, de algo girando velozmente, fazendo-a lembrar que aquela era uma das coisas em sua casa que precisavam de reposição. Finalmente, o ruído se transformou em um zumbido estremecido. Probabilidade de Alfonso ser o autor do crime, considerando os dados e as suposições apresentados: 82,6%. Ora, então era possível, pensou Maite, recostando-se na cadeira. Houve um tempo, em um passado nem tão distante, em que uma criança poderia ser alvejada por outra criança com uma arma de fogo por causa dos tênis novos. O que era isso, senão uma forma obscena de auto-indulgência? Ele teve a oportunidade. Tinha os meios. E, se sua arrogância era para ser levada em consideração, tinha o motivo. Então por que razão, meditou Maite enquanto observava as próprias palavras piscando no monitor e estudava a análise impessoal do computador, ela não estava conseguindo fazer toda aquela história funcionar dentro da sua cabeça? Simplesmente não conseguia ver o fato acontecer, admitiu. Não conseguia visualizar Alfonso em pé, atrás da câmera, apontando a arma para a mulher indefesa, nua, sorridente, e cravando uma bala dentro dela, talvez poucos momentos depois de ter colocado a si próprio dentro dela. Mesmo assim, certas coisas não podiam ser desprezadas. Se ela conseguisse reunir fatos em número suficiente, poderia conseguir uma permissão para promover uma avaliação psiquiátrica dele. Não seria interessante?, pensou, quase sorrindo. Viajar por dentro da cabeça de Alfonso seria uma jornada fascinante. Ela daria o próximo passo às sete horas da noite seguinte. A campainha da porta trouxe um franzir de aborrecimento aos seus olhos. - Arquivar e desligar por comando de voz, Perroni. Código Cinco. Desconectar.


 


O monitor apagou com um blip curto enquanto ela se levantava para ver quem viera interrompê-la. Uma olhada na tela de segurança apagou seu aborrecimento.


 


- Oi, Anahi.


 


- Você se esqueceu, não foi? - Anahi Portilla irrompeu no apartamento, envolvida por um emaranhado de braceletes e uma nuvem de perfume. Seus cabelos estavam com um tom brilhante de prata naquela noite, um tom que certamente iria se modificar conforme o seu estado de espírito. Ela os atirou para trás, e os fios brilharam como estrelas pelas costas abaixo, até a altura da sua cintura, inacreditavelmente estreita.


 


- Não, não esqueci. - Maite fechou a porta e colocou todas as trancas. - Esqueci o quê mesmo?


 


- Jantar, dançar, badalar. - Com um suspiro pesado, Anahi atirou seus quarenta e cinco quilos cobertos por uma roupa colante sobre o sofá, e olhou com desdém para o tailleur cinza de Maite. Você não pode sair vestida com isso. Sentindo-se pobre e apagada, como era comum se sentir quando Anahi estava por perto, Maite olhou para a própria roupa, concordando.


 


- Não, acho que não posso.


 


- Então - Anahi esticou um dos dedos pintados com esmalte cor de esmeralda -, você se esqueceu. Ela se esquecera, mas estava se lembrando naquele momento. Elas haviam feito planos de conhecer o novo clube noturno que Anahi descobrira nas docas espaciais em New Jersey. Segundo Anahi, os gatões ali viviam em estado de excitação constante. Algo a ver com sua forma física.


 


- Desculpe, Anahi. Você está espetacular. Era verdade, sem dúvida. Oito anos antes, quando Maite tinha levado Anahi para a prisão por causa de um pequeno furto, ela já parecia ótima. Uma malandra de rua coberta de seda, com dedos ágeis e um sorriso brilhante. Nos anos que se passaram, acabaram se tornando amigas. Para Maite, que podia contar nos dedos os amigos que não eram tiras, aquela era uma amizade preciosa.


 


- Você parece cansada - disse Anahi, com um tom mais de acusação do que de pena -, e está faltando um botão na sua roupa. Os dedos de Maite voaram automaticamente para o paletó e sentiu as pontas soltas da linha.


 


- Droga! Eu sabia. - Desgostosa, tirou o paletó e o jogou longe. - Olhe, me desculpe. Eu esqueci, realmente. Estive com a cabeça cheia, hoje.


 


- Isso tem a ver com os motivos de você ter precisado do meu casacão preto?


 


- Tem, sim. Obrigada. Quebrou um galhão. Anahi se sentou por um minuto, tamborilando com as unhas verdes no braço do sofá.


 


- Assuntos da polícia. E eu toda crente, na esperança de que você tinha um encontro. Sabe, Maite, você precisa começar a se encontrar com homens que não sejam criminosos.


 


- Eu me encontrei com aquele consultor de imagens que você me arrumou. Ele não era criminoso. Era apenas idiota.


 


- Você é que é muito exigente, e isso aconteceu há mais de seis meses.


 


Considerando-se que ele tentara fazer com que ela perdesse o emprego ao sugerir uma tatuagem labial, de graça, Maite achou que seis meses eram até pouco tempo, mas guardou a opinião para si mesma, e disse:


 


- Vou trocar de roupa.


 


- Já vi que você não está a fim de sair esta noite e ficar dançando e batendo a bunda com os garotos espaciais. - Anahi se levantou de novo, e os compridos brincos de cristal que batiam nos ombros espargiram raios de luz. - Vá em frente e tire essa saia horrorosa. Vou pedir um pouco de comida chinesa. Uma onda de alívio fez os ombros de Maite relaxarem. Por Anahi, ela teria tolerado uma noite em um clube noturno apinhado e detestável, com música alta, pilotos calouros e técnicos espaciais sedentos de sexo se atirando em cima dela. A ideia de saborear comida chinesa em casa, com os pés para cima, era uma visão do paraíso.


 


- Você não se importa, Anahi? A amiga dispensou a ideia com um aceno, enquanto digitava no teclado do computador o nome do restaurante que queria, dizendo:


 


- Eu passo todas as minhas noites em um clube desses.


 


- Que trabalheira! - gritou Maite do quarto, já entrando no banheiro.


 


- Nem me conte. - Com a língua entre os dentes, Anahi analisava o menu na tela. - Há alguns anos, eu saberia que essa história de cantar em troca de comida era a maior enganação, a maior furada em que eu poderia me meter. No final, estou trabalhando mais do que nunca, enganando os turistas. Você vai querer enroladinhos de ovo?


 


- Vou. Mas você não está pensando em desistir, está? Anahi ficou em silêncio por um instante, enquanto escolhia os pratos.


 


- Não. Sou ligada demais nos aplausos. - Sentindo-se generosa, pagou pelo jantar com o seu World Card. - E desde que renegociei o contrato com a boate, estou ganhando dez por cento do preço da entrada. Virei uma mulher de negócios, como qualquer pessoa normal.


 


- Não há nada de normal em você - discordou Maite. E voltou, usando uma confortável calça jeans e uma camiseta do Departamento de Polícia de Nova York.


 


- É verdade. Ainda tem daquele vinho que eu trouxe da outra vez em que estive aqui?


 


- A segunda garrafa quase toda. - E por lhe parecer que aquela era a melhor ideia que surgira o dia inteiro, Maite se desviou em direção à cozinha para servir o vinho. - E você, continua saindo com o dentista?


 


- Não. - De modo preguiçoso, Anahi foi até a unidade de lazer e a programou para música. - Aquilo estava ficando sério demais. Não me incomodo com o fato de ele ter se apaixonado pelos meus dentes, mas de repente ele estava a fim do pacote completo. Queria se casar.


 


- Que cretino!


 


- Não se pode confiar em ninguém - concordou Anahi. E como andam as coisas na área de proteção à lei e à ordem?


 


- No momento, um pouco pesadas. - Olhou por sobre o vinho que estava servindo quando ouviu a campainha tocar. Não pode ser o jantar, assim tão depressa. - Enquanto dizia isso, ouviu Anahi caminhando alegremente, fazendo barulho no piso da sala com os sapatos de salto quinze.


 


- Olhe quem é pelo monitor de segurança, Anahi - disse depressa, e já estava a meio caminho da entrada quando a amiga abriu a porta de uma vez só. Teve apenas um momento para xingar e outro para tentar pegar a arma que na verdade não estava usando. Então, o riso de flerte agudo e rápido de Anahi fez sua adrenalina disparar novamente. Maite reconheceu o uniforme da companhia de entregas, e não viu mais nada, a não ser a cara de satisfação e um pouco de embaraço do jovem que entregava um pacote para Anahi.


 


 


 


 


iaii o que estão achando? ja já começa a parte caliente, podem aguardar. BEIJOS



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): taynaraleal

Este autor(a) escreve mais 12 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

  - Adoro presentes - dizia ela, balançando as pestanas pintadas de prata em direção ao rapaz, que já recuava, envergonhado. Você também veio de brinde?   - Deixe o garoto em paz. - Balançando a cabeça, Maite pegou o pacote das mãos de Anahi e fechou a porta.   - Ah, eles são tão ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 84



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 16:36:32

    acabou? nao acredito:( essa foi uma as melhores historias eu ja li aqui nesse site. essa fanfic foi perfeita do inicio ao fim. amei ela e ja estou ansiosa para a sua proxima fanfic. vc é com certeza uma a melhores escritoras daqui e espero que continue escrevendo muitas historias.

  • maite_portilla Postado em 18/07/2017 - 02:31:26

    Que bom que voltou realmente. Estou amando, continua logo <3

  • maite_portilla Postado em 11/07/2017 - 16:48:20

    Opa, leitora nova aqui. Já li sua fanfic toda e pensei que tinha abandonado. Fico muito feliz que vc tenha voltado. Continua logo

    • taynaraleal Postado em 12/07/2017 - 17:11:25

      Que bom que gostou meu amor, seja bem vida, voltei para ficar agora

  • suenosurreal Postado em 27/03/2016 - 11:55:53

    Mew quero esse Alfonso pra vida, gente que homem! Maite para de graça e se assumem logo, são tão lindos juntos *-* continuaaaaa

  • mylene_herroni Postado em 17/01/2016 - 02:29:34

    continuaaa. adoro essa fic

  • mylene_herroni Postado em 05/12/2015 - 23:48:21

    Continuaaaaaaa! Eu também acredito no Poncho, Mai &#9825;

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:10:55

    Aiii eu sinceramente espero que não seja o Poncho. Continuaaaaaa.

  • Postado em 26/11/2015 - 13:37:47

    O Alfonso tem que estar na estação espacial! Pmldds ele não pode ser o assassino (na vdd pode, tudo é possível) ISSO TEM QUE SER UMA ARMAÇÃO, POSTA MAAAAAIS

  • Fabi Sales Postado em 24/11/2015 - 21:58:00

    POSTA MAAAAIS, MULHER! ATÉ EU TÔ CURIOSA PRA SABER O QUE ACONTECEU E TÔ DOIDA PRA VER MOMENTOS HERRONI, POSTAAAAAAA <33

  • Fabi Sales Postado em 18/11/2015 - 17:46:04

    POSTA MAIS, POR FAVOR! <33


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais