Fanfic: Nudez Mortal FINALIZADA | Tema: Herroni
- Adoro presentes - dizia ela, balançando as pestanas pintadas de prata em direção ao rapaz, que já recuava, envergonhado. Você também veio de brinde?
- Deixe o garoto em paz. - Balançando a cabeça, Maite pegou o pacote das mãos de Anahi e fechou a porta.
- Ah, eles são tão engraçadinhos nessa idade. - Jogou um beijo em direção ao monitor de segurança antes de se virar para Maite. - Nossa, por que você está tão nervosa hoje, Perroni?
- O caso em que estou trabalhando está me deixando abalada, eu acho. - Ela olhou o papel laminado dourado e o laço elaborado sobre o pacote que segurava, com mais suspeitas do que prazer. Não tenho ideia de quem poderia estar me mandando um presente.
- Tem um cartão aí - observou Anahi, secamente. - Você bem que poderia ler o que está escrito. Pode haver alguma pista.
- Agora veja quem é que é a engraçadinha. - Maite puxou o cartão do envelope dourado. Alfonso. Ao ler o nome por cima do ombro de Maite, Anahi assobiou baixinho.
- Não pode ser o Alfonso! O incrivelmente rico, maravilhosamente lindo de se olhar, o misterioso e sexy Alfonso, que possui aproximadamente vinte e oito por cento de tudo o que há no mundo e em seus satélites?
- Ele é o único que eu conheço. - Tudo o que Maite sentia era irritação.
- Você o conhece? - Anahi revirou os olhos pintados com sombra verde. - Perroni, eu subestimei você de uma forma inaceitável. Conte-me tudo. Como, quando, por quê? Você já dormiu com ele? Diga-me que dormiu com ele e depois me descreva tudo nos mínimos detalhes.
- Temos um caso secreto e ardente há uns três anos, e nesse período eu tive um filho dele, que no momento está sendo criado em um lugar afastado, na superfície da Lua, por monges budistas. - Com as sobrancelhas franzidas, Maite sacudiu a caixa. - Controle-se, Anahi! Isso tem a ver com um caso em que estou trabalhando e - acrescentou antes de dar à amiga a chance de abrir a boca -, trata-se de um assunto confidencial. Anahi não se deu ao trabalho de revirar os olhos de novo. Quando Maite falava a palavra confidencial, não havia lisonja que resolvesse, e não adiantava implorar nem choramingar, que ela não cederia um centímetro.
- Tudo bem, mas pelo menos me conte se ele parece tão bonito pessoalmente quanto nas fotos.
- Mais bonito - balbuciou Maite.
- Meu Deus, sério? - Anahi gemeu e se deixou cair sobre o sofá. - Ai, acho que acabei de ter um orgasmo!
- Bem, você deve saber. - Maite colocou a caixa sobre a mesa e ficou olhando de cara feia. - Como é que ele sabe onde é que eu moro? Você não pode pegar o endereço de uma policial no catálogo. Como foi que ele descobriu? - repetiu, baixinho. - E o que está planejando?
- Pelo amor de Deus, Perroni, abra logo. Ele provavelmente simpatizou com você. Alguns homens acham que as mulheres frias, desinteressadas e reticentes são as mais atraentes. Faz com que pensem que elas são profundas. Aposto que são diamantes - disse Anahi, batendo com o dedo na caixa, a paciência por um fio. Uma gargantilha. Uma gargantilha de diamantes. Talvez rubis. Você ia ficar sensacional usando rubis. E rasgou o papel caríssimo sem dó nem piedade, atirando longe a tampa da caixa e enfiando a mão dentro da embalagem com borda dourada. - Mas que diabo é isso? Maite já havia sentido o aroma e, sem conseguir evitar, começou a sorrir.
- É café - explicou ela, em um murmúrio, sem notar a forma como sua voz se tornou mais macia enquanto esticava o braço para pegar o saco marrom que Anahi segurava.
- Café!? - Com as ilusões despedaçadas, Anahi ficou com o olhar parado. - O sujeito tem mais dinheiro do que Deus e lhe manda de presente um saco de café?
- É café de verdade.
- Ah, bom. - Desgostosa, Anahi balançou a mão. - Olhe, não quero saber quanto custa um quilo dessa porcaria, Perroni. O que uma mulher quer é brilho.
- Não esta mulher aqui. - Maite levou o saco até perto do rosto e cheirou profundamente. - O filho da mãe sabia direitinho como poderia me impressionar. - Ela suspirou. - E de mais de uma maneira. Maite se deleitou com uma xícara do líquido precioso logo na manhã seguinte. Nem mesmo o seu temperamental AutoChef conseguira estragar o sabor rico e denso. Foi dirigindo até o Departamento de Polícia, com o seu aquecedor enguiçado, sob um céu cheio de chuva misturada com neve, enfrentando um vento gelado que fazia a temperatura ficar a quinze graus abaixo de zero, e mesmo assim exibia um sorriso no rosto.
O sorriso ainda estava lá quando ela entrou no escritório e encontrou Feeney esperando por ela.
- Ora, ora. - Ele a analisou. - O que tomou no café, parceira?
- Café. Simplesmente café. Tem alguma coisa para mim?
- Fiz uma pesquisa completa em Richard DeBlass, Elizabeth Barrister e o resto do clã. - Ele lhe entregou um disco marcado Código Cinco em grandes letras vermelhas. - Não há grandes surpresas. Não consegui nada de extraordinário em Rockman, também. Quando tinha vinte e poucos anos, ele pertencia a um grupo paramilitar denominado Rede de Segurança.
- Rede de Segurança - repetiu Maite, com o cenho franzido.
- Você devia ter uns oito anos quando o grupo foi desmantelado, garota - disse Feeney com um riso forçado. - Mas deve ter ouvido falar dele nas aulas de História.
- Estou me lembrando vagamente. Não foi um daqueles grupos que surgiram quando estivemos em conflito com a China?
- Foi; e, se eles tivessem conseguido que as coisas corressem do jeito que queriam, a crise teria sido bem mais do que um conflito. Com um desentendimento causado pela posse de espaço internacional, a coisa poderia ter ficado feia. Mas os diplomatas conseguiram ganhar a guerra antes que eles a começassem de verdade. Poucos anos depois, a organização foi desmontada, embora ainda surjam boatos de vez em quando a respeito de uma facção da Rede de Segurança que continua agindo secretamente.
- Já ouvi falar deles. Ainda ouço, até hoje. Você acha que Rockman está envolvido com um grupo fanático e desarticulado como este?
-Acho que ele sabe onde pisa - disse Feeney, levando apenas um momento antes de balançar a cabeça. - Poder reflete poder, e isso DeBlass tem de sobra. Se acabar conseguindo chegar na Casa Branca, Rockman vai estar bem ao lado dele.
- Por favor. - Maite apertou a mão sobre o estômago. -Assim você vai me causar pesadelos.
- É um longo caminho, mas ele já está com bastante apoio para as próximas eleições. - Feeney moveu os ombros.
- Rockman tem um álibi, de qualquer modo. Do próprio DeBlass. Os dois estavam em Washington. - Maite se sentou. Tem mais alguma coisa?
- Charles Monroe. Ele tem levado uma vida interessante, mas não apareceu nada de sombrio. Estou trabalhando nas anotações da vítima. Você sabe, às vezes se você não toma todo o cuidado na hora de adulterar arquivos, deixa pontas à mostra. A mim, parece que uma pessoa que acabou de matar uma mulher pode cometer um descuido desses.
- Então encontre essa ponta, Feeney, puxe-a para fora e eu lhe compro uma caixa daquele uísque horroroso que você adora.
- Combinado. Ainda estou trabalhando em Alfonso - acrescentou. - Ali está um homem que não é descuidado. Todas as vezes que eu acho que consegui ultrapassar uma barreira de segurança, dou de cara com outra. Quaisquer que sejam os dados a respeito dele, estão muito bem guardados.
- Continue tentando ultrapassar essas barreiras. Enquanto isso, eu vou cavando por baixo delas. Quando Feeney saiu, Eve se virou para o monitor. Não quis fazer a pesquisa na frente de Anahi, e preferiu, nesse caso, usar o computador do escritório. A pergunta era simples. Maite digitou o nome e o endereço de seu prédio. A seguir perguntou quem era o proprietário. E a resposta era simples: Alfonso.
A licença de Lola Starr para trabalhar com sexo tinha sido emitida há apenas três meses. Ela entrara com o pedido no dia do seu décimo oitavo aniversário, a data mais prematura que a lei permitia. Gostava de dizer aos amigos que até então havia sido apenas uma amadora. Foi este o mesmo dia em que ela deixou sua casa em Toledo, e o mesmo dia em que trocou de nome, abandonando o antigo, Alice Williams. Tanto a velha casa quanto o antigo nome haviam sido muito maçantes para Lola. Tinha um rosto bonito, de fada. Perturbara, implorara e choramingara até que seus pais concordaram em lhe dar um queixo mais afilado e um nariz arrebitado como presente, aos dezesseis anos. Lola pretendia ter a aparência de um elfo muito sexy, e pensou ter conseguido. Seus cabelos eram pretos como carvão, bem curtos, e com pontas audaciosas. Sua pele tinha a brancura do leite e era firme. Estava economizando dinheiro para ter a cor dos olhos alterada de castanho para verde-esmeralda, cor que imaginava que ia combinar melhor com a sua imagem. E tinha tido a sorte de ter nascido com um suculento corpinho que não precisava de mais nada, senão manutenção básica. Sonhara em ser uma acompanhante autorizada por toda a vida. Outras garotas sonhavam em seguir carreiras em Direito ou Finanças, e estudavam muito para entrar na área médica ou na indústria. Lola, porém, sempre soube que havia nascido para o sexo.
Por que não ganhar a vida usando o que sabia fazer de melhor? Queria ser rica, desejada e mimada. A parte do desejo ela achava fácil. Os homens, particularmente os mais velhos, estavam dispostos a pagar bem por alguém com os atributos de Lola. As despesas da sua profissão, porém, haviam se mostrado muito mais elevadas do que ela previra quando sonhava em seu lindo quarto, ainda em Toledo.
As taxas para conseguir a licença, os exames médicos regulares obrigatórios, o aluguel e o imposto sobre atividades pecaminosas devoravam todo o lucro. Depois de ter acabado de pagar pelo treinamento, sobrara-lhe apenas o suficiente para manter um pequeno conjugado com quitinete, nas imediações da Calçada das Prostitutas. Mesmo assim, era melhor do que trabalhar nas ruas, como muitas ainda faziam. E Lola tinha planos para alcançar coisas maiores e melhores. Um dia ela ainda iria morar em uma cobertura, e aceitar apenas a nata dos clientes. Seria levada para jantar e tomar vinho nos melhores restaurantes, e voaria para lugares exóticos para satisfazer à realeza e aos ricos. Era boa o bastante no que fazia, e não pretendia ficar no pé da escada por muito tempo. As gorjetas ajudavam. Uma profissional não deveria aceitar dinheiro extra ou bónus.
Pelo menos, não tecnicamente. Mas todas faziam isso. Ela ainda era jovem o suficiente para aceitar os presentinhos que alguns dos clientes lhe ofereciam. Mas guardava o dinheiro religiosamente e sonhava com a cobertura. Naquela noite ia receber um cliente novo, um homem que pedira especificamente para ser chamado de ”Papai”.
Ela concordou e esperou até que todos os arranjos fossem feitos, antes de se permitir um sorriso afetado. O sujeito provavelmente estava achando que era o primeiro a querer que ela fosse a filhinha dele. O fato é que, naqueles poucos meses em que já estava trabalhando, a pedofilia começava rapidamente a se transformar na sua especialidade. Assim, de forma adequada, ela se sentaria no colo dele e deixaria que ele a espancasse.
Depois, ia ficar repetindo que precisava ser castigada. Na verdade, era mais ou menos como fazer uma brincadeira, e quase todos os homens eram bem delicados com ela. Com tudo isso em mente, escolheu uma saia plissada curta e uma blusa branca, com gola colegial. Por baixo não usava mais nada, a não ser as meias brancas. Raspara os pelos pubianos, e era lisa e macia como uma menina de dez anos.
Autor(a): taynaraleal
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 84
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maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 16:36:32
acabou? nao acredito:( essa foi uma as melhores historias eu ja li aqui nesse site. essa fanfic foi perfeita do inicio ao fim. amei ela e ja estou ansiosa para a sua proxima fanfic. vc é com certeza uma a melhores escritoras daqui e espero que continue escrevendo muitas historias.
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maite_portilla Postado em 18/07/2017 - 02:31:26
Que bom que voltou realmente. Estou amando, continua logo <3
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maite_portilla Postado em 11/07/2017 - 16:48:20
Opa, leitora nova aqui. Já li sua fanfic toda e pensei que tinha abandonado. Fico muito feliz que vc tenha voltado. Continua logo
taynaraleal Postado em 12/07/2017 - 17:11:25
Que bom que gostou meu amor, seja bem vida, voltei para ficar agora
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suenosurreal Postado em 27/03/2016 - 11:55:53
Mew quero esse Alfonso pra vida, gente que homem! Maite para de graça e se assumem logo, são tão lindos juntos *-* continuaaaaa
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mylene_herroni Postado em 17/01/2016 - 02:29:34
continuaaa. adoro essa fic
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mylene_herroni Postado em 05/12/2015 - 23:48:21
Continuaaaaaaa! Eu também acredito no Poncho, Mai ♡
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mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:10:55
Aiii eu sinceramente espero que não seja o Poncho. Continuaaaaaa.
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Postado em 26/11/2015 - 13:37:47
O Alfonso tem que estar na estação espacial! Pmldds ele não pode ser o assassino (na vdd pode, tudo é possível) ISSO TEM QUE SER UMA ARMAÇÃO, POSTA MAAAAAIS
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Fabi Sales Postado em 24/11/2015 - 21:58:00
POSTA MAAAAIS, MULHER! ATÉ EU TÔ CURIOSA PRA SABER O QUE ACONTECEU E TÔ DOIDA PRA VER MOMENTOS HERRONI, POSTAAAAAAA <33
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Fabi Sales Postado em 18/11/2015 - 17:46:04
POSTA MAIS, POR FAVOR! <33