Fanfics Brasil - Capítulo 22 Nudez Mortal FINALIZADA

Fanfic: Nudez Mortal FINALIZADA | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 22

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Maite ficou na frente da tela de segurança, diante do apartamento de Charles Monroe, e já se preparava para se anunciar quando a porta se abriu. Ele estava de smoking, com uma capa de casimira atirada de modo negligente sobre os ombros para contrabalançar a textura cremosa de uma echarpe de seda. Seu sorriso estava tão meticulosamente ajustado quanto a roupa.


- Tenente Perroni, como é agradável vê-la novamente. - Seus olhos, cheios de elogios que ela sabia que não merecia, analisavam-na de cima a baixo. - E que pena que eu esteja de saída.


- Não vou levar muito tempo. - Ela deu um passo para a frente e ele deu um passo para trás. - Algumas perguntas apenas, Monroe, aqui, de modo bem informal, ou formalmente, na Central de Polícia, na companhia de um representante seu, ou um advogado.


- Entendo. - Suas sobrancelhas bem delineadas se levantaram. - Pensei que tivéssemos superado essa fase. Muito bem, tenente, pode perguntar - Ele fechou a porta novamente. Vamos ficar no informal,


- Onde estava na noite de anteontem, entre oito e dez da noite?


- Anteontem à noite? - Pegando uma pequena agenda no bolso, teclou alguns dados. - Ah, sim. Apanhei uma cliente às sete e meia para a apresentação das oito horas no Teatro Monumental. Estão fazendo a remontagem de uma peça de Ibsen, uma coisa depressiva. Sentamos na terceira fileira, no centro. A peça acabou pouco antes das onze, e degustamos um jantar tardio, que pedimos para ser entregue aqui mesmo. Fiquei envolvido com ela até as três da manhã. - O sorriso cintilou novamente enquanto ele guardava a agenda. - Isso me livra?


- Se a sua cliente confirmar tudo.


- Tenente, você está acabando comigo. - O sorriso se transformou em uma máscara de dor. - Alguém está matando pessoas que têm a sua profissão - atirou ela de volta. - Nome e número, Monroe. - Maite ficou aguardando, até que ele forneceu os dados, desolado.


- Você conhecia uma mulher chamada Lola Starr?


- Lola, Lola Starr... não me soa familiar. - Pegou a agenda de novo, procurando na seção de endereços. - Aparentemente, não. Por quê?


- Você vai ouvir sobre ela nos noticiários da manhã - foi tudo o que Maite lhe contou enquanto abria a porta novamente. Até agora, foram só mulheres, Charles, mas se eu fosse você, teria muito cuidado ao aceitar clientes novos. Com uma dor de cabeça martelando o cérebro, ela seguiu até o elevador. Sem conseguir resistir, deu uma olhada na direção da porta do apartamento de Sharon DeBlass, onde a luz vermelha do lacre de segurança da polícia estava piscando. Precisava dormir, disse a si mesma. Precisava ir para casa e esvaziar a cabeça por uma hora. Mas estava teclando a sua identificação para destravar o lacre e entrar na casa de uma mulher morta. Tudo estava em silêncio, e não havia ninguém. Ela não esperara outra coisa. De algum modo, tinha a esperança de que surgisse um clarão de intuição, mas tudo o que sentiu foi o pulsar constante em suas têmporas. Ignorando-o, entrou no quarto. As janelas haviam sido seladas também, com spray opaco, para impedir a mídia ou algum curioso mórbido de passar voando em baixa velocidade por ali para bisbilhotar a cena do crime. Ordenou às luzes que se acendessem, e as sombras desapareceram, para revelar a cama. Os lençóis haviam sido retirados e levados para o laboratório. Fluidos corporais, cabelos e amostras de pele já haviam sido analisados e cadastrados. Havia uma mancha sobre o colchão, onde o sangue havia passado através do cetim. A cabeceira em relevo acolchoado estava toda respingada com sangue. Eve se perguntou se alguém se daria ao trabalho de limpar aquilo. Olhou para a mesa. Feeney levara o notebook para poder procurar pistas nos discos e na memória interna. Todo o quarto havia sido vasculhado e limpo. Não restava nada a fazer. Mesmo assim, Maite foi até o armário, procurando metodicamente em todas as gavetas, mais uma vez. Quem será que viria pegar todas aquelas roupas? Perguntou a si mesma. As sedas, as rendas, as roupas de casimira e cetim de uma mulher que gostava de sentir a textura dos tecidos caros sobre a pele. A mãe, ela imaginava. Por que ela não preenchera um formulário solicitando a devolução das coisas da filha? Era algo para se pensar. Entrou no closet, novamente passando por saias, vestidos, calças, capas que estavam na moda, além de cafetãs, jaquetas e blusas, sempre olhando dentro dos bolsos e forros. Passou então para os sapatos, todos guardados com capricho dentro de caixas de acrílico. Ela tinha apenas dois pés, pensou, com um pouco de irritação. Ninguém precisava de sessenta pares de sapatos. Com cara feia, enfiou a mão no fundo dos sapatos, no cano das botas e na maciez do interior de plataformas de salto alto. Lola não tinha tantos sapatos, pensava naquele momento. Dois pares de sapatos de salto alto ridículos, um par de sanDalas de vinil e um par de ténis com amortecedores traseiros, tudo empilhado em seu estreito closet. Sharon, porém, tinha sido tão organizada quanto fútil. Seus sapatos estavam todos cuidadosamente organizados em fileiras de... Aquilo estava errado. Com a pele arrepiada, Maite deu um passo para trás. Algo ali estava errado. O closet era tão grande quanto um quarto, e cada centímetro do espaço tinha sido meticulosamente utilizado. Agora, havia um buraco de quase trinta centímetros nas prateleiras. Porque os sapatos estavam empilhados agora em seis pilhas, em fileiras de oito. Não era essa a maneira que Maite os tinha encontrado quando estivera ali, nem a forma com que os havia deixado. Eles estavam perfeitamente organizados de acordo com a cor e o estilo. Em pilhas, ela se lembrava perfeitamente, de quatro, e em doze fileiras. Um pequeno erro, pensou, com um leve sorriso. Mas um homem que cometia um erro estava predisposto a cometer outro.


- Dá para repetir, tenente?


- Ele recolocou as caixas dos sapatos de maneira errada, comandante. - Tentando enfrentar o tráfego, tremendo de frio enquanto o aquecedor do carro lhe oferecia um tépido sopro de ar quente em volta dos dedos dos pés, Maite já estava chegando. Um pequeno dirigível para turistas deslizava a baixa altitude, com a voz do guia berrando dicas para fazer compras na calçada aérea, enquanto atravessavam a Quinta Avenida. Uma equipe idiota de operários, com licença especial para trabalhar durante o dia, estava abrindo um túnel de acesso na esquina da Sexta Avenida com a Rua Setenta e Oito. Maite falou mais alto, para vencer o barulho. - O senhor pode verificar nos discos de gravação da cena do crime. Eu sei como o closet estava arrumado. Fiquei impressionada pelo fato de que uma pessoa pudesse ter tantas roupas e conseguir mantê-las tão organizadas. Ele voltou lá.


- O criminoso voltou à cena do crime? - A voz de Whitney estava seca como poeira.


- Os clichês são baseados em fatos. - Na esperança de pegar um caminho mais tranqüilo, ela virou para oeste, em uma rua transversal, e acabou empacada atrás de um lento microônibus. Será que ninguém ficava dentro de casa em Nova York?


- Se não fosse assim, comandante, não seriam clichês - terminou ela, e colocou o carro no


piloto automático para poder esquentar um pouco as mãos colocando-as nos bolsos. - Há ainda outras coisas. Ela mantinha a bijuteria em uma gaveta separada. Anéis em uma seção, braceletes em outra, e assim por diante. Alguns colares estavam embaraçados quando eu os vi de novo.  



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Autor(a): taynaraleal

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- Mas o pessoal que limpou o lugar... - Senhor, eu vasculhei todo o lugar mais uma vez, depois da limpeza. Tenho certeza de que ele voltou lá. - Maite mordeu os lábios de frustração, e se lembrou de que Whitney era um homem cauteloso. Todo administrador tinha que ser. - Ele conseguiu passar pelo lacre da segurança e entrou. Procurava algo, ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 84



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  • maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 16:36:32

    acabou? nao acredito:( essa foi uma as melhores historias eu ja li aqui nesse site. essa fanfic foi perfeita do inicio ao fim. amei ela e ja estou ansiosa para a sua proxima fanfic. vc é com certeza uma a melhores escritoras daqui e espero que continue escrevendo muitas historias.

  • maite_portilla Postado em 18/07/2017 - 02:31:26

    Que bom que voltou realmente. Estou amando, continua logo <3

  • maite_portilla Postado em 11/07/2017 - 16:48:20

    Opa, leitora nova aqui. Já li sua fanfic toda e pensei que tinha abandonado. Fico muito feliz que vc tenha voltado. Continua logo

    • taynaraleal Postado em 12/07/2017 - 17:11:25

      Que bom que gostou meu amor, seja bem vida, voltei para ficar agora

  • suenosurreal Postado em 27/03/2016 - 11:55:53

    Mew quero esse Alfonso pra vida, gente que homem! Maite para de graça e se assumem logo, são tão lindos juntos *-* continuaaaaa

  • mylene_herroni Postado em 17/01/2016 - 02:29:34

    continuaaa. adoro essa fic

  • mylene_herroni Postado em 05/12/2015 - 23:48:21

    Continuaaaaaaa! Eu também acredito no Poncho, Mai &#9825;

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:10:55

    Aiii eu sinceramente espero que não seja o Poncho. Continuaaaaaa.

  • Postado em 26/11/2015 - 13:37:47

    O Alfonso tem que estar na estação espacial! Pmldds ele não pode ser o assassino (na vdd pode, tudo é possível) ISSO TEM QUE SER UMA ARMAÇÃO, POSTA MAAAAAIS

  • Fabi Sales Postado em 24/11/2015 - 21:58:00

    POSTA MAAAAIS, MULHER! ATÉ EU TÔ CURIOSA PRA SABER O QUE ACONTECEU E TÔ DOIDA PRA VER MOMENTOS HERRONI, POSTAAAAAAA <33

  • Fabi Sales Postado em 18/11/2015 - 17:46:04

    POSTA MAIS, POR FAVOR! <33


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