Fanfics Brasil - Capítulo 25 Nudez Mortal FINALIZADA

Fanfic: Nudez Mortal FINALIZADA | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 25

658 visualizações Denunciar


Ela ficou em silêncio por um instante e então colocou o cálice de lado.


- Ele estava drogado demais para a arma de choque fazer efeito. Continuou vindo na minha direção. Havia sangue pingando da faca, e respingado em volta dele todo, e ele continuava vindo. Então, eu o olhei bem nos olhos, direto nos olhos. E o matei.


- E logo no dia seguinte - Alfonso disse, com a voz calma você mergulhou de cabeça em uma investigação de assassinato.


- A bateria de testes foi adiada. Vou fazê-la dentro de um ou dois dias. - Ela balançou os ombros. - Os psiquiatras vão achar que eu fiquei abalada por ter matado o homem. Posso fazê-los acreditar nisso, se for preciso. Mas não foi esse o caso. Eu tinha que matá-lo, e consigo aceitar isso. - Olhou direto para os olhos de Alfonso e soube que podia falar para ele o que não tinha sido capaz de falar para si mesma. - Eu queria matá-lo. Talvez até precisasse daquilo. Quando o vi morrer, pensei, Ele nunca mais vai fazer isso com outra criança. E fiquei feliz por ter sido eu a eliminá-lo.


- E você acha que pensar isso é errado.


- Tenho certeza de que é errado. Sei que quando uma policial sente prazer por ter matado alguém, ou está envolvida em qualquer tipo de morte, ela ultrapassou um limite.


- Qual era o nome da menina? - Ele se inclinou de modo que os seus rostos quase se tocaram.


- Mandy. - E soltou um soluço antes que conseguisse impedir. - Tinha três anos.


- Você acha que ficaria assim arrasada se o tivesse matado antes de ele a ter alcançado?


- Acho que jamais vou saber, não é? - perguntou ela, abrindo e fechando a boca em seguida.


- Sim, você sabe. - Ele colocou uma das mãos sobre a dela, vendo-a franzir a testa e olhar para baixo, para o contato dele. Sabe, passei a maior parte da vida tendo uma antipatia básica pela polícia, por uma razão ou por outra. Acho muito estranho que eu tenha encontrado, sob circunstâncias tão extraordinárias, uma policial pela qual consigo sentir respeito e atração ao mesmo tempo. Maite levantou os olhos de novo, e, embora a testa continuasse franzida, ela não afastou a sua mão da dele.


- Esse é um elogio estranho.


- Aparentemente, nós dois temos um relacionamento estranho. - Ele se levantou, colocando-a de pé. - Agora, você precisa dormir. - Olhou para o jantar que ela mal tocara. - Mais tarde você pode esquentar o resto, quando estiver com o seu apetite de volta.


- Obrigada. Da próxima vez, agradeceria muito se você esperasse até eu voltar, antes de entrar na minha casa.


- Que progresso! - murmurou ele enquanto se encaminhava para a porta. - Você então aceita o fato de que haverá uma próxima vez. - E, com a sombra de um sorriso, levou a mão que ainda segurava até os lábios. Notou espanto, desconforto e, pensou, um traço de embaraço em seus olhos quando pousou um leve beijo em seus dedos. - Até a próxima, então - disse ele, e saiu. Ainda franzindo o rosto, Eve esfregou os dedos nos jeans, enquanto ia para o quarto. Despiu-se, deixando as roupas ficarem onde tinham caído. Atirou-se na cama, fechou os olhos e se dispôs a dormir. Estava quase cochilando quando se lembrou de que Alfonso acabou não lhe contando para quem telefonara e o que descobrira.


 


No seu escritório, com a porta trancada, Maite reviu o disco do assassinato de Lola Starr com Feeney. Não piscou ao ouvir o leve espocar da arma com silenciador. Seu sistema já não recuou, naquele momento, diante do estrago que a bala provocou na carne. A tela ficou parada nas letras finais: Duas de Seis. Então, a tela ficou vazia. Sem dizer uma palavra, Maite pegou o disco do primeiro assassinato, e eles assistiram Sharon DeBlass morrer, mais uma vez.


- O que você tem a me dizer? - perguntou Maite quando acabou.


- As gravações foram feitas com uma MicroCam Trident, aquele modelo de cinco mil dólares. Foi lançada há uns seis meses, é caríssima. Mais de dez mil delas foram vendidas em Manhattan, só na última temporada, sem contar as que entraram pelo mercado paralelo, ou vieram de outros lugares. Não é um número tão grande quanto se fosse o caso de um modelo mais barato, mas mesmo assim são câmeras demais para tentarmos rastrear. - Ele olhou Para Maite, baixando os olhos logo em seguida. - Adivinhe quem é o dono da Fábrica das Câmeras Trident.


- As Indústrias Alfonso.


- Adivinhona! Aposto que as chances de o próprio chefão possuir uma dessas são bem altas.


- Bem, certamente ele tem a facilidade de conseguir uma delas. - Maite guardou esse detalhe na cabeça e resistiu à lembrança da sensação que sentira quando os lábios dele roçaram seus dedos.


- O assassino usa um equipamento bem caro, de elite, ao qual poucos têm acesso, e que ele próprio fabricou. Arrogância ou burrice?


- Burrice não combina com esse rapaz.


- Não, não combina. E a arma?


- Localizamos umas duas mil por aí, em coleções particulares - começou Feeney, mordiscando uma castanha de caju. - Três mil no total, em toda a cidade. Isso, contando apenas as que foram registradas - acrescentou, com um sorriso discreto. - O silenciador não precisa de registro, pois não se qualifica como mortal, por si só. Impossível rastrear. - Recostando-se, começou a tamborilar com os dedos no monitor. - Quanto ao primeiro disco, andei examinando. Descobri algumas sombras. Tenho certeza de que ele gravou mais do que o assassinato. Só que não consegui recuperar nenhuma imagem. Quem quer que tenha editado o disco conhecia todos os recursos, ou tinha acesso a equipamento de edição automática sofisticado.


- E quanto ao pessoal do laboratório?


- O comandante ordenou que eles voltassem lá para vasculhar tudo, mais uma vez, a seu pedido. - Feeney olhou para o relógio. - Devem estar no apartamento neste instante. Apanhei todos os discos recentes do sistema de segurança do prédio e os analisei. Temos um buraco de vinte minutos, começando às três e dez da manhã, na noite de anteontem.


- O canalha voltou lá valsando, com a maior cara-de-pau murmurou Maite.


- A vizinhança é podre, Feeney, mas é um prédio de alto padrão. E ninguém reparou nele, em nenhuma das vezes; isso significa que é um sujeito comum, que se mistura com facilidade em uma multidão.


- Ou então todos estão muito acostumados a vê-lo por lá.


- Porque talvez fosse um dos clientes regulares de Sharon. Agora me explique por que um homem que é cliente regular de uma prostituta cara, sofisticada e experiente escolhe uma outra, novata, de baixo nível, poderíamos dizer até ingénua como Lola Starr, para ser sua segunda vítima?


- Ele gosta de variar? - Feeney apertou os lábios.


- Não. - Maite balançou a cabeça. - Talvez tenha gostado tanto da primeira experiência que agora resolveu não ser tão seletivo. Ainda faltam quatro, Feeney. Ele nos contou logo de cara que era um assassino em série. Anunciou isso para nos mostrar que Sharon não tinha nenhuma importância em particular. Era apenas a primeira de seis. - Nesse ponto, ela soltou o ar com força, insatisfeita. - Então, por que foi que ele voltou lá? - perguntou baixinho a si mesma. - O que procurava?


- Talvez a equipe que foi fazer a nova busca nos diga.


- Talvez. - Pegou uma lista da mesa.


- Vou pesquisar mais uma vez a lista de clientes de Sharon, e depois vou ver a de Lola. - Detesto ter que lhe dizer isso, Perroni. - Feeney limpou a garganta e pegou mais uma castanha de caju. - O senador está exigindo para ser colocado a par dos nossos avanços. - Não tenho nada de novo para ele.


- Você vai ter que lhe dizer isso pessoalmente, esta tarde. Em Washington.


- Você está brincando! - Ela parou a um passo da porta.


- O comandante acabou de me dizer. Você está marcada para o ônibus aéreo que sai às duas da tarde. - Feeney pensou resignadamente em como seu estômago reagia a viagens aéreas.


- Detesto política.


Maite ainda estava rangendo os dentes por causa das instruções que recebera de Whitney quando entrou apressada na área de segurança do Senador DeBlass, do lado de fora do seu gabinete no novo prédio do Senado, em Washington. Depois de apresentar as identificações, tanto Maite quanto Feeney foram revistados eletronicamente, e, de acordo com a nova Lei Federal de 2022, foram obrigados a deixar as armas.


- Como se a gente estivesse planejando eliminar o sujeito bem aqui, enquanto ele está sentado em sua mesa - sussurrou Feeney, enquanto eram encaminhados pelo carpete vermelho, branco e azul.


- Não me importaria de dar um susto de leve em várias dessas figuras aqui da Segurança. - Rodeada de ternos e sapatos envernizados, Maite parou com uma postura ligeiramente torta na frente da porta brilhante do gabinete do senador, aguardando enquanto a câmera interna os liberava.


- Se você quer saber, acho que toda Washington ficou completamente paranóica desde os grandes atentados terroristas. Feeney olhou com desprezo para a câmera.


- Duas dúzias de políticos morreram, e eles jamais se esqueceram daquilo. A porta se abriu, e Rockman, imaculado em seu bem cortado terno de risca-de-giz, acenou com a cabeça.


- Ter uma boa memória é sempre vantajoso em política, Capitão Feeney. Tenente Perroni - acrescentou com outro aceno. - Agradecemos a sua presteza em nos atender.


- Não fazia ideia de que o senador e o meu chefe eram assim tão próximos - disse Maite enquanto entrava. - Ou que ambos estivessem assim tão ansiosos por desperdiçar o dinheiro dos contribuintes.


- Talvez ambos considerem a Justiça algo que possui um valor incalculável. - Rockman fez um gesto na direção da polida mesa de cerejeira maciça, certamente de valor incalculável, onde DeBlass os aguardava. O senador, pelo que Maite notou, havia se beneficiado da mudança de temperatura que ocorrera no país, muito quente na opinião dela, e também da revogação da Lei dos Dois Mandatos. De acordo com a legislação atual, um político poderia manter seu cargo por toda a vida. Tudo o que tinha a fazer era convencer seus eleitores a reelegê-lo indefinidamente. DeBlass certamente parecia estar em casa. Seu gabinete de paredes revestidas em madeira era tão silencioso quanto uma catedral e tão reverente quanto sua imensa mesa, que se assemelhava a um altar, com as cadeiras dos visitantes colocadas de modo tão subserviente como bancos de igreja.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): taynaraleal

Este autor(a) escreve mais 12 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

- Sentem-se - rugiu DeBlass, e cruzou suas mãos com nós dos dedos grossos sobre a mesa. - Minhas informações mais recentes são de que vocês não estão mais próximos de encontrar o monstro que assassinou minha neta do que estavam há uma semana. - Suas sobrancelhas pareceram cobrir os olhos. - Para mim, isso & ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 84



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 16:36:32

    acabou? nao acredito:( essa foi uma as melhores historias eu ja li aqui nesse site. essa fanfic foi perfeita do inicio ao fim. amei ela e ja estou ansiosa para a sua proxima fanfic. vc é com certeza uma a melhores escritoras daqui e espero que continue escrevendo muitas historias.

  • maite_portilla Postado em 18/07/2017 - 02:31:26

    Que bom que voltou realmente. Estou amando, continua logo <3

  • maite_portilla Postado em 11/07/2017 - 16:48:20

    Opa, leitora nova aqui. Já li sua fanfic toda e pensei que tinha abandonado. Fico muito feliz que vc tenha voltado. Continua logo

    • taynaraleal Postado em 12/07/2017 - 17:11:25

      Que bom que gostou meu amor, seja bem vida, voltei para ficar agora

  • suenosurreal Postado em 27/03/2016 - 11:55:53

    Mew quero esse Alfonso pra vida, gente que homem! Maite para de graça e se assumem logo, são tão lindos juntos *-* continuaaaaa

  • mylene_herroni Postado em 17/01/2016 - 02:29:34

    continuaaa. adoro essa fic

  • mylene_herroni Postado em 05/12/2015 - 23:48:21

    Continuaaaaaaa! Eu também acredito no Poncho, Mai &#9825;

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:10:55

    Aiii eu sinceramente espero que não seja o Poncho. Continuaaaaaa.

  • Postado em 26/11/2015 - 13:37:47

    O Alfonso tem que estar na estação espacial! Pmldds ele não pode ser o assassino (na vdd pode, tudo é possível) ISSO TEM QUE SER UMA ARMAÇÃO, POSTA MAAAAAIS

  • Fabi Sales Postado em 24/11/2015 - 21:58:00

    POSTA MAAAAIS, MULHER! ATÉ EU TÔ CURIOSA PRA SABER O QUE ACONTECEU E TÔ DOIDA PRA VER MOMENTOS HERRONI, POSTAAAAAAA <33

  • Fabi Sales Postado em 18/11/2015 - 17:46:04

    POSTA MAIS, POR FAVOR! <33


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais