Fanfics Brasil - Capítulo 2 Nudez Mortal FINALIZADA

Fanfic: Nudez Mortal FINALIZADA | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 2

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- Feeney. - Ela sorriu, satisfeita por encontrar um rosto familiar.


 


Ryan Feeney era um velho amigo e ex-parceiro de ronda que trocara as ruas por uma mesa própria e um alto posto na Divisão de Detecção Eletrônica.


 


- Então eles estão mandando os figurões da computação, agora?


 


- Queriam gente competente, e pegaram o melhor. - Seus lábios se curvaram em um sorriso que espalhou pelo rosto enrugado, mas os olhos se mantiveram impassíveis. Ele era um homem atarracado, tinha mãos pequenas, roliças, e os cabelos com tom de ferrugem. - Você está abatida.


 


- Noite difícil.


 


- Sei, ouvi dizer. - Ofereceu-lhe uma noz coberta de chocolate, retirada do saquinho que normalmente carregava, e ficou olhando para Maite, analisando-a para tentar descobrir se ela estava preparada para o que a esperava no quarto onde ocorrera o crime. Maite era jovem para a posição que ocupava. Tinha perto de trinta anos, e olhos castanhos amendoados que jamais haviam tido oportunidade de ser ingênuos. Seus cabelos castanho-escuros estavam cortados bem curtos, mais por praticidade do que por estilo, mas ficavam bem no rosto triangular com maçãs proeminentes e uma pequena covinha no queixo. Era alta e esbelta, com tendência a parecer magra, mas Feeney sabia que havia músculos sólidos por baixo do casaco de couro. Mais que isso, havia um cérebro, e um coração. - Esse caso vai ser uma batata quente, Perroni.


 


- Já deu para perceber. Quem é a vítima?


 


- Sharon DeBlass, neta do Senador DeBlass. Aqueles nomes não diziam nada para Maite.


 


- Política não é o meu forte, Feeney.


 


- Aquele cavalheiro da Virgínia, de extrema direita, com dinheiro antigo. A neta deu uma guinada inesperada na vida, há alguns anos, se mudou para Nova York e se tornou uma acompanhante autorizada.


 


- Uma prostituta. - Perroni olhou em volta, pelo apartamento. Era todo decorado em um estilo obsessivamente moderno; tinha muito vidro e cromados, hologramas assinados nas paredes e um bar embutido, em vermelho vivo. A tela panorâmica para dar clima, por trás do bar, parecia sangrar com a mistura de imagens e formas que se fundiam com cores em tom pastel. Pura como uma virgem, Maite avaliou, e fria como uma meretriz.


 


- Não é de surpreender - continuou -, considerando-se a escolha do local para moradia.


 


- A política torna o caso delicado. A vítima tinha vinte e quatro anos, mulher, branca. Foi morta na cama.


 


- Parece poético, já que ficar na cama era a sua finalidade. Maite simplesmente levantou uma sobrancelha.


 


- Como ela morreu?


 


- Esse é o próximo problema. Quero que você veja por si mesma.


 


Ao atravessar a sala, cada um pegou uma lata comprida de spray e borrifou um líquido especial para isolar as impressões digitais e os óleos da pele. Ao chegar ao portal, Maite borrifou também a sola de suas botas, até deixá-las brilhantes. Desse modo, nenhuma fibra, fios de cabelo ou pele conseguiriam aderir a ela. Maite já estava com mais cautela do que de costume. Sob circunstâncias normais, haveria mais outros dois investigadores em uma cena de crime como aquela, com gravadores e câmeras para documentar sons e imagens. Os homens do laboratório também estariam à espera com o seu mau humor habitual, prontos para vasculhar cada centímetro do local logo em seguida. O fato de que apenas Feeney havia sido designado para acompanhá-la significava que eles estavam pisando em ovos, ali.


 


- Havia câmeras de segurança no saguão do prédio, no elevador e nos corredores - comentou Maite.


 


- Já recolhi todos os discos do sistema. - Feeney abriu a porta do quarto e deixou que ela entrasse na frente.


 


Não era uma imagem bonita. A morte raramente era uma experiência tranquila ou religiosa, na opinião de Maite. Era apenas o fim sórdido, indiferente aos santos ou pecadores. Só que aquela era uma cena chocante, como um cenário deliberadamente montado para ser ofensivo. A cama era imensa, coberta pelo que pareciam ser genuínos lençóis de cetim da cor de pêssegos maduros. Pequenos refletores de luz suave estavam virados para a porção central da cama, onde o corpo da mulher nua estava como que repousando entre as dobras suaves do colchão macio. O colchão se movia em leves ondulações com uma graça obscena, em resposta ao ritmo programado da música que vinha da cabeceira. Ela ainda estava linda, com um rosto de camafeu emoldurado por uma cascata ruiva flamejante, e olhos da cor de esmeralda que contemplavam, vidrados, o teto espelhado. As pernas e os braços muito longos e brancos como leite traziam à mente


imagens do bale Lago dos Cisnes, enquanto o movimento contínuo da cama os embalava com delicadeza.


 


Os membros não estavam posicionados de forma artística, porém, e sim abertos e esparramados de forma grosseira, de modo que o corpo da mulher formava a letra X bem no centro da cama. Havia um buraco em sua testa, um no peito e outro horrivelmente marcado entre as coxas abertas. O sangue havia espirrado sobre os lençóis brilhantes, ficara empoçado, depois escorrera e deixara uma mancha. Havia respingos dele nas paredes laqueadas, como pinturas letais feitas por uma criança diabólica. Tanto sangue era uma coisa rara, e Maite já tinha visto muito daquilo na noite anterior para encarar a cena com a calma que teria preferido. Teve que engolir em seco uma vez, com força, e se obrigou a bloquear em sua mente a imagem da criancinha.


 


- Você já gravou a cena do crime?


 


-Já.


 


- Então desligue esta droga de música. - Ela soprou com força depois que Feeney conseguiu localizar os controles que silenciaram a melodia. A cama ficou imóvel. - Os ferimentos - murmurou Maite, chegando mais perto para examiná-los melhor - são muito perfeitos para uma faca, e muito esgarçados para um laser. - Uma imagem piscou em sua cabeça. Antigos filmes de treinamento, velhos vídeos, velhas crueldades. - Meu Deus, Feeney, eles parecem ser buracos de bala.


 


Feeney enfiou a mão no bolso e tirou lá de dentro um saco plástico com um objeto dentro.


 


- Quem fez isso deixou uma lembrança. - Entregou o saco a Maite. - Uma antiguidade como essa deve valer entre oito e dez mil dólares para um colecionador legalizado, duas vezes mais no mercado negro.


 


Fascinada, Maite manuseou o plástico que continha o revólver e o revirou na mão.


 


- É pesado - disse, quase para si mesma. - E volumoso.


 


- Calibre trinta e oito - informou ele. - É o primeiro que encontro fora de um museu. Este aqui é um Smith & Wesson, modelo Dez, de aço azulado. - Ele olhou para a arma com um pouco de carinho. - É uma peça clássica, usada como equipamento padrão da polícia até fins do Século XX. Pararam de fabricá-la em 2022 ou 2023, quando a lei que bania as armas foi aprovada.


 


- Você é que é o especialista em História, aqui - o que explicava o fato de ele estar ali com ela. - Parece nova. - Aspirou o ar do interior do saco e notou o aroma de óleo e


o cheiro de queimado. - Alguém tomou muito cuidado com isso. O aço queimou a carne - ela ficou pensando naquilo enquanto entregava o saco de volta para Feeney. - Um jeito horrível de morrer, e a primeira morte desse tipo que vejo, em dez anos de polícia.


 


- Comigo, é a segunda. Há uns quinze anos, mais ou menos, na parte baixa do Lado Leste, uma festa ficou fora de controle. Um sujeito atirou em cinco pessoas com uma arma calibre vinte e dois, antes de reparar que não era de brinquedo. Fez um estrago e tanto.


 


- Diversão e jogos - murmurou Maite. - Vamos pesquisar os colecionadores, para ver quantos conseguimos localizar que possuam uma arma como esta. Algum deles pode ter registrado um roubo.


 


- Pode ser. - Só que é mais provável que a arma tenha vindo do mercado negro. - Maite olhou de volta para o corpo uma vez mais. - Se ela já estava atuando nesse negócio há alguns anos, deve ter discos e registros dos clientes, e diários secretos. - Franziu as sobrancelhas. Com o Código Cinco, vou ter que fazer todo o trabalho de porta em porta, eu mesma. Não é um simples crime sexual - disse, dando um suspiro.


 


- Quem fez isso armou toda a cena. A arma antiga, os ferimentos específicos, colocados quase em linha reta no corpo, de cima a baixo. As luzes, a pose. Quem deu o alarme, Feeney?  



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Autor(a): taynaraleal

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 84



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  • maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 16:36:32

    acabou? nao acredito:( essa foi uma as melhores historias eu ja li aqui nesse site. essa fanfic foi perfeita do inicio ao fim. amei ela e ja estou ansiosa para a sua proxima fanfic. vc é com certeza uma a melhores escritoras daqui e espero que continue escrevendo muitas historias.

  • maite_portilla Postado em 18/07/2017 - 02:31:26

    Que bom que voltou realmente. Estou amando, continua logo <3

  • maite_portilla Postado em 11/07/2017 - 16:48:20

    Opa, leitora nova aqui. Já li sua fanfic toda e pensei que tinha abandonado. Fico muito feliz que vc tenha voltado. Continua logo

    • taynaraleal Postado em 12/07/2017 - 17:11:25

      Que bom que gostou meu amor, seja bem vida, voltei para ficar agora

  • suenosurreal Postado em 27/03/2016 - 11:55:53

    Mew quero esse Alfonso pra vida, gente que homem! Maite para de graça e se assumem logo, são tão lindos juntos *-* continuaaaaa

  • mylene_herroni Postado em 17/01/2016 - 02:29:34

    continuaaa. adoro essa fic

  • mylene_herroni Postado em 05/12/2015 - 23:48:21

    Continuaaaaaaa! Eu também acredito no Poncho, Mai &#9825;

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:10:55

    Aiii eu sinceramente espero que não seja o Poncho. Continuaaaaaa.

  • Postado em 26/11/2015 - 13:37:47

    O Alfonso tem que estar na estação espacial! Pmldds ele não pode ser o assassino (na vdd pode, tudo é possível) ISSO TEM QUE SER UMA ARMAÇÃO, POSTA MAAAAAIS

  • Fabi Sales Postado em 24/11/2015 - 21:58:00

    POSTA MAAAAIS, MULHER! ATÉ EU TÔ CURIOSA PRA SABER O QUE ACONTECEU E TÔ DOIDA PRA VER MOMENTOS HERRONI, POSTAAAAAAA <33

  • Fabi Sales Postado em 18/11/2015 - 17:46:04

    POSTA MAIS, POR FAVOR! <33


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