Fanfics Brasil - Capítulo 29 Nudez Mortal FINALIZADA

Fanfic: Nudez Mortal FINALIZADA | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 29

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-Foi fácil despistá-lo - disse Feeney, enquanto empurrava para o lado algo que passava por café da manhã na lanchonete da Central de Polícia. - Eu vi que ele estava me marcando. Depois, ficou procurando em toda parte por você, mas havia gente demais. Então, entrei correndo no avião. Feeney encarava os ovos irradiados acompanhados de café forte e puro sem torcer o nariz, e continuou: - Ele entrou no avião também, mas viajou na Primeira Classe. Quando saímos, ele já estava esperando, e foi só aí que reparou que você não estava lá. - Feeney apontou para Maite com o garfo. Ficou revoltado e deu um telefonema. Então fui eu que fiquei atrás dele e o segui até o Hotel Regente. Eles não gostam muito de contar nada sobre os hóspedes, no Regente. Quando a gente mostra o distintivo, ficam muito ofendidos.


- Então você explicou, com todo o tato, a respeito de deveres cívicos.


- Certo. - Feeney empurrou seu prato vazio para a fenda de reciclagem, esmagou a xícara vazia com a mão e a colocou no mesmo buraco. - Ele deu dois telefonemas. Um para Washington e um para a Virgínia. Depois fez uma ligação local, para o nosso chefão, o Secretário de Segurança.


- Merda.


- Sim. O Secretário Simpson anda mexendo os pauzinhos para DeBlass, não há dúvida. Faz a gente pensar que pauzinhos são esses. Antes que Maite tivesse chance de fazer algum comentário, seu comunicador tocou. Ela atendeu à chamada, que vinha do seu comandante.


- Perroni, esteja na Seção de Testes, em vinte minutos.


- Senhor, tenho um encontro com um informante a respeito do caso Colby, às nove horas.


- Marque isso para outra hora. - Sua voz estava sem emoção. - Vinte minutos.


- Acho que nós conhecemos um daqueles pauzinhos - disse Perroni, enquanto guardava lentamente o comunicador.


- Parece que DeBlass está desenvolvendo um interesse pessoal por você. - Feeney estudou o rosto dela. Não havia um tira em toda a força que não detestasse a Seção de Testes. - Você vai conseguir passar por isso, numa boa?


- Sim, claro. Só que vai me tomar a maior parte do dia, Feeney. Faça um favor para mim. Pesquise os bancos de Manhattan. Preciso saber se Sharon DeBlass mantinha um cofre em algum deles. Se não encontrar nada, estenda a pesquisa para as regiões vizinhas.


- Certo.


A Seção de Testes era um labirinto de corredores compridos, alguns deles envidraçados e outros pintados em um tom de verde-claro, que supostamente era calmante. Médicos e técnicos usavam branco. A cor da inocência e, é claro, do poder. Quando Maite entrou na primeira ala de vidros reforçados, o computador, educadamente, ordenou que ela retirasse a arma. Maite a tirou do coldre, colocou-a na bandeja e ficou observando enquanto era levada para longe por uma correia deslizante. Aquilo a fez se sentir nua antes mesmo de ser encaminhada à Sala de Testes l-C, onde mandaram que ela se despisse. Colocando as roupas no banco designado para isso, tentou não pensar nos técnicos que a estavam observando em seus monitores ou através das máquinas cruelmente silenciosas que deslizavam ao redor dela com suas luzes piscantes e impessoais. O exame físico foi fácil. Tudo o que ela tinha que fazer era ficar de pé sobre a marca no chão, no centro de um cilindro, e ficar olhando as luzes apitarem e piscarem enquanto seus órgãos internos e ossos eram avaliados em busca de possíveis falhas. Então, era permitido que ela vestisse um macacão azul e se sentasse enquanto uma máquina se aproximava em ângulo, diante dela, para examinar os olhos e ouvidos. Outra, que saía de uma das fendas na parede, fazia um teste padrão para medir reflexos. Para dar um toque pessoal, um técnico entrava para tirar uma amostra de sangue. Por favor, saia pela porta marcada Testes 2-C. A Fase Um está completa, Perroni, Tenente Maite.


Na sala adjacente, Maite recebeu instruções para se deitar sobre uma mesa acolchoada para a varredura do cérebro. Ninguém queria nenhum tira com um tumor no cérebro incitando-os a sair por aí explodindo civis, pensou, entediada. Maite conseguia ver os técnicos através da parede de vidro, enquanto o capacete era abaixado sobre sua cabeça. Então os jogos começaram. A mesa em que estava se ajustou para a posição de sentada e ela foi brindada com uma sessão de realidade virtual. O simulador a colocou em um veículo em meio a uma perseguição em alta velocidade. Sons explodiam em seus ouvidos: o barulho das sirenes, gritos de ordens conflitantes que vinham do comunicador do painel. Ela conseguiu ver que se tratava de uma unidade padrão da polícia, totalmente armada. Ela estava com o controle do veículo, e tinha que desviar e fazer manobras bruscas para evitar passar por cima de uma variedade de pedestres que o computador colocava em seu caminho.


Com uma parte do cérebro, tinha consciência de que os seus sinais vitais estavam sendo monitorados: pressão sanguínea, pulsação, até mesmo a quantidade de suor que saía de seus poros e a saliva que era formada e logo secava em sua boca. Estava quente, quase insuportavelmente quente. Maite tirou um fino de um veículo que transportava comida e que surgiu fazendo barulho na sua frente. Ela reconheceu o local. Era a antiga zona portuária do lado leste. Conseguia sentir o cheiro: água, peixe podre e suor. Trabalhadores temporários, usando seus macacões azuis, estavam em busca de um donativo ou de um dia de trabalho. Passou voando baixo por um grupo deles que se acotovelavam, tentando um posto de trabalho em frente a um centro de alocação de operários. Suspeito armado com facho direcional e explosivo de mão. Procurado por roubo com homicídio. Que ótimo, pensou Maite enquanto continuava ziguezagueando de um lado para o outro atrás dele. Realmente ótimo. Pisou fundo no acelerador, deu um golpe de direção e arrancou o pára-lama do veículo em fuga, provocando uma chuva de fagulhas. Um jorro de chamas passou zunindo ao lado de suas orelhas quando ele atirou nela. O dono de um dos vagões de carga do porto mergulhou para escapar do carro, junto com vários clientes.


Fardos de arroz voaram para todos os lados, junto com palavrões. Ela golpeou mais uma vez o alvo com o próprio carro, ordenando ao seu grupo de apoio que se colocasse mais adiante em posição de barricada. Desta vez, o carro perseguido estremeceu e se inclinou. Enquanto ele lutava para manter o controle do veículo, ela usou o próprio carro para golpeá-lo e obrigá-lo a parar. Fez a sua identificação padrão aos gritos e o avisou enquanto se projetava do carro. Ele saiu atirando e ela o alvejou, fazendo-o cair. O choque que recebeu da arma fez o sistema nervoso do suspeito se alterar. Maite o observou enquanto ele tremia no chão e se urinava todo, para a seguir desmaiar. Mal tinha tido tempo de respirar e se reajustar ao mundo real, e os cretinos dos técnicos a jogaram em uma nova cena.


Os gritos, os gritos da garotinha; o rugir furioso do homem que era pai da menina.


Tinham conseguido reconstruir a cena quase à perfeição, utilizando o próprio relatório que ela fizera, imagens do local e o espelho de sua memória, cujo levantamento tinham acabado de fazer com o scanner. Maite não se importava de xingá-los, mas segurou seu ódio e sua dor, e se viu sendo atirada novamente no passado, subindo as escadas e de volta ao seu pesadelo. Não havia mais gritos da garotinha. Ela bateu na porta, anunciando o seu nome e informando o seu posto. Avisando o homem no outro lado da porta, tentando acalmá-lo.


- Putas! Vocês são todas putas! Entre, sua piranha. Vou matá-la. A porta se rompeu como se fosse de papelão, quando Maite a arrombou com o ombro. - Ela era igual à mãe, igual à maldita mãe dela. Pensou que podiam escapar de mim. Pensou que podiam. Eu resolvi o problema. Acabei com as duas. E agora vou acabar com você, sua tira piranha.


A garotinha estava olhando para ela com os olhos vidrados, imensos, mortos. Olhos de boneca. Seu indefeso corpinho estava mutilado, com o sangue se espalhando, formando uma poça, e pingando da faca. Ela o mandou parar. ”Seu filho da mãe, abaixe a arma. Abaixe a droga da faca!” Mas ele continuava vindo. Ela o atingiu com a arma de atordoamento, mas ele continuava vindo. A sala cheirava a sangue, a urina, a comida queimada. As luzes estavam fortes demais, não havia cortinas, e a luminosidade era ofuscante, e tudo adquiria um relevo berrante. Uma boneca com o braço faltando estava sobre o sofá rasgado, uma janela torta deixava entrar na sala um brilho vermelho vivo de um anúncio luminoso em néon do outro lado da rua, a mesa barata de plástico moldado estava revirada, e havia a tela rachada de um tele-link quebrado. A garotinha com olhos mortos. A poça de sangue que se espalhava. E o brilho agudo e gosmento de sangue que vinha da faca.


- Vou enfiar isso dentro da sua xereca, como acabei de fazer com ela.


Ela o atordoou mais uma vez. Seus olhos ficaram mais arregalados e furiosos, cheios de Zeus caseiro, a maravilhosa droga que transformava homens em deuses, com todo o poder e insanidade que acompanhavam os delírios de imortalidade. A faca com a lâmina vermelha e encharcada veio com um golpe de cima para baixo, zunindo no ar. E ela o abateu.  



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Autor(a): taynaraleal

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 84



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  • maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 16:36:32

    acabou? nao acredito:( essa foi uma as melhores historias eu ja li aqui nesse site. essa fanfic foi perfeita do inicio ao fim. amei ela e ja estou ansiosa para a sua proxima fanfic. vc é com certeza uma a melhores escritoras daqui e espero que continue escrevendo muitas historias.

  • maite_portilla Postado em 18/07/2017 - 02:31:26

    Que bom que voltou realmente. Estou amando, continua logo <3

  • maite_portilla Postado em 11/07/2017 - 16:48:20

    Opa, leitora nova aqui. Já li sua fanfic toda e pensei que tinha abandonado. Fico muito feliz que vc tenha voltado. Continua logo

    • taynaraleal Postado em 12/07/2017 - 17:11:25

      Que bom que gostou meu amor, seja bem vida, voltei para ficar agora

  • suenosurreal Postado em 27/03/2016 - 11:55:53

    Mew quero esse Alfonso pra vida, gente que homem! Maite para de graça e se assumem logo, são tão lindos juntos *-* continuaaaaa

  • mylene_herroni Postado em 17/01/2016 - 02:29:34

    continuaaa. adoro essa fic

  • mylene_herroni Postado em 05/12/2015 - 23:48:21

    Continuaaaaaaa! Eu também acredito no Poncho, Mai &#9825;

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:10:55

    Aiii eu sinceramente espero que não seja o Poncho. Continuaaaaaa.

  • Postado em 26/11/2015 - 13:37:47

    O Alfonso tem que estar na estação espacial! Pmldds ele não pode ser o assassino (na vdd pode, tudo é possível) ISSO TEM QUE SER UMA ARMAÇÃO, POSTA MAAAAAIS

  • Fabi Sales Postado em 24/11/2015 - 21:58:00

    POSTA MAAAAIS, MULHER! ATÉ EU TÔ CURIOSA PRA SABER O QUE ACONTECEU E TÔ DOIDA PRA VER MOMENTOS HERRONI, POSTAAAAAAA <33

  • Fabi Sales Postado em 18/11/2015 - 17:46:04

    POSTA MAIS, POR FAVOR! <33


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