Fanfic: Nudez Mortal FINALIZADA | Tema: Herroni
O mesmo mordomo com rosto de pedra estava de guarda na porta. Pegou o casaco de Maite, com o mesmo ar de leve desaprovação.
- Mande servir café na sala de tiro, por favor - Alfonso ordenou, enquanto encaminhava Maite escada acima. Ele estava segurando sua mão novamente, mas Maite decidiu que não se tratava de um gesto sentimental, mas uma garantia de que ela não se recusaria ir em frente. Poderia ter dito a ele que estava muito confusa para ir a qualquer lugar, mas descobriu que apreciava a pequena demonstração de desagrado por baixo das maneiras impecáveis do homem ao seu lado. Ao chegarem no terceiro andar, ele passou pela coleção rapidamente, escolhendo as armas sem afobação nem hesitação. Manipulava aquelas antiguidades com a competência da experiência e, notou Maite, a descontração do uso habitual. Não era um homem que simplesmente comprava as armas para possuí-las, mas alguém que fazia uso delas. Ela ficou imaginando se isso contava pontos contra ele. Ou se ele se importava. Depois de colocar as armas que selecionara em uma mala de couro, foi até a parede. Tanto o console de segurança quanto a porta em si estavam tão bem camuflados em meio a um mural que retratava uma floresta, que ela jamais os teria descoberto. A imensa ilusão visual se abriu para o lado, revelando um elevador. - Este carro é especial - explicou, enquanto Maite entrava na cabine com ele. - Leva a alguns lugares restritos. Raramente desço com convidados até a área de treinamento de tiro.
- Por quê?
- Minha coleção, e o uso que faço dela, são reservados para os poucos que conseguem apreciá-la.
- Quantas dessas peças você compra no mercado negro?
- Sempre no papel de tira, não é? - Lançou aquele olhar especial para Maite, e ela teve certeza de que ao falar isso ele estava prendendo o riso. - Compro apenas através de fontes legais, naturalmente. - Seus olhos desceram até a bolsa que Maite trazia pendurada no ombro. - Pelo menos enquanto você continuar com o seu gravador ligado. Ela não pôde deixar de sorrir de volta. É claro que seu gravador estava ligado. E é claro que ele sabia disso. Foi uma prova do interesse dela o fato de ter aberto a bolsa e desligado o gravador manualmente. - E o outro, de reserva? - perguntou ele, suavemente.
- Você é espertinho demais para o seu próprio bem, sabia? Disposta a se arriscar, enfiou a mão no bolso. O gravador adicional era quase tão fino como uma folha de papel. Maite usou a ponta da unha para desativá-lo. - E quanto a você, agora, Alfonso? - Olhou em volta do elevador quando as portas se abriram. - Existem câmeras e microfones espalhados em cada centímetro deste lugar.
- É claro. - Esticou o braço de novo para conduzi-la para fora da cabine. O teto era alto. O ambiente tinha um pé-direito elevado e era surpreendentemente espartano, considerando-se o amor que Alfonso devotava ao conforto. As luzes se acenderam no instante em que eles colocaram os pés na sala, iluminando paredes lisas pintadas em um tom de areia, um conjunto de cadeiras de espaldar alto e mesas onde uma bandeja contendo um bule de prata e xícaras de porcelana já estava pronta. Ignorando aquilo, Maite foi direto até um console preto brilhante e perguntou:
- Para que serve isto?
- Para uma série de coisas. - Maite pousou a mala que carregava sobre uma área plana e apertou a palma da mão sobre uma tela de identificação. Surgiu um brilho suave por baixo dela, enquanto suas impressões eram lidas e aceitas, e então as luzes e mostradores do painel se acenderam. - Mantenho um grande suprimento de munição aqui. - Ele apertou uma série de botões. Uma bandeja na base do console foi ejetada. - Tome, você vai precisar disso. - De uma segunda bandeja, ele pegou protetores de ouvido e óculos de segurança.
- O que é tudo isso, uma espécie de hobby - perguntou Maite, enquanto ajustava os óculos. As lentes pequenas e claras envolveram suas órbitas e os plugues para proteção de ouvido se adaptaram confortavelmente à sua anatomia.
- Sim, é como um hobby. Sua voz parecia um eco distante, e chegava através dos plugues do ouvido, ligando-os e isolando todos os outros sons. Alfonso escolheu um revólver de calibre 38 e o carregou. - Isto aqui era o equipamento padrão da polícia em meados do Século XX. A partir do novo milênio, as armas de nove milímetros passaram a ser usadas.
- As RS-50 foram as armas preferidas durante a Revolução Urbana - acrescentou ,Maite. - E também durante toda a década de 30 do Século XXI.
- Você estudou a lição. - Ele levantou a sobrancelha, satisfeito.
- Pode crer que sim. - Ela olhou para a arma na mão dele. - Aprendi, entrando na mente de um assassino.
- Então você deve estar sabendo que o laser manual que está dentro do seu coldre não tinha muito apelo popular até uns vinte e cinco anos atrás.
- O laser NS, com modificações, tem sido a arma padrão da polícia desde 2023. - Ela olhou para a arma, franzindo os olhos quando ele fechou o cilindro. - Não vi nenhuma arma a laser em sua coleção.
- São brinquedos para tiras, tenente. - Seu olhar se encontrou com o dela, e havia um traço de riso nele. - São armas ilegais, mesmo para colecionadores. - Apertou um botão. Na parede ao fundo apareceu um holograma, tão surpreendentemente real que Maite piscou e tremeu ligeiramente, mas logo a seguir se refez.
- Excelente qualidade de imagem - murmurou ela, observando o homem imenso, com ombros largos como os de um touro, que segurava uma arma que ela não conseguiu identificar.
- Ele é uma réplica perfeita de um daqueles criminosos brutamontes, típicos do Século XX. Está com uma AK-47 nas mãos.
- Certo. - Ela apertou os olhos para ver melhor. Era mais dramático do que as fotos e os vídeos nos quais ela estudara. Uma arma muito popular entre as gangues urbanas e os traficantes de droga da época.
- Uma arma de ataque - murmurou Alfonso. - Feita para matar. Depois que eu o ativar, se ele conseguir atingir o alvo, você vai sentir um ligeiro tremor. Choque elétrico de baixa intensidade, bem melhor do que a agressão mais dramática de uma bala de verdade. Quer experimentar?
- Vá você primeiro.
- Tudo bem. - Alfonso ativou a tela. O holograma ganhou vida e veio vindo, balançando a arma. Os efeitos sonoros entraram em ação, de imediato. A onda repentina de sons ambientais foi tão repentina que fez Maite recuar um passo. Depois, ouviu obscenidades sendo gritadas, barulhos de rua e a explosão rápida e muito forte do disparo. Maite observou, de queixo caído, enquanto a imagem esguichou algo que se parecia demais com sangue. O peito amplo do homem parecia explodir com o impacto, enquanto seu corpo era lançado para trás. A arma voou em espiral para o ar, e então tudo sumiu.
- Meu Deus. Alfonso abaixou a arma, ligeiramente surpreso consigo mesmo por estar se exibindo, como um menino campeão de jogos eletrônicos e disse: - Não dá para mostrar o que uma arma como esta pode fazer ao penetrar em carne e osso, a não ser que a imagem seja bem realística.
- É, acho que não. - Ela engoliu em seco. - Ele atingiu você?
- Não desta vez. É claro que, quando é apenas um contra um, e quando você consegue adivinhar os movimentos do oponente, não é muito difícil vencer a disputa. Alfonso apertou mais botões, e o atirador morto lá estava de volta, inteiro e pronto para atacar. Alfonso tomou sua posição com facilidade e de modo automático, Maite pensou, como se fosse um tira veterano. Ou, para usar sua própria expressão, como se fosse um criminoso brutamontes. Abruptamente, a imagem começou a se mexer, e, enquanto Alfonso atirava, outros hologramas começaram a aparecer, em rápida sucessão. Um homem com um tipo de arma comprida e de aparência cruel, uma mulher com cara de deboche apontando uma arma de cano longo, uma Magnum 44, Maite reconheceu, e um menino pequeno e aterrorizado carregando uma bola. Eles atacaram e atiraram, xingando, gritando e sangrando. Quando tudo acabou, o menino estava sozinho no chão, chorando.
- Uma rodada aleatória como esta é mais difícil - disse-lhe Alfonso. - Meu ombro foi atingido.
- O quê? - Maite piscou e focou os olhos nele novamente. Seu ombro?
- Não se preocupe, querida. - Ele riu para ela. - Foi só de raspão. O coração de Maite estava martelando em seus ouvidos, não importava o quanto ela dissesse a si mesma que sua reação tinha sido ridícula.
- Um tremendo brinquedo, Alfonso. Diversão garantida. Você joga sempre?
- De vez em quando. Pronta para experimentar? Se ela podia encarar uma sessão de realidade virtual, decidiu, podia lidar com aquilo.
- Eu topo. Escolha outro padrão aleatório.
- É isso que admiro em você, tenente. - Alfonso selecionou a munição e carregou a arma. - Sempre encara de frente. Vamos fazer uma rodada de treino primeiro. Ele fez aparecer um alvo tradicional simples, com círculos e um ponto no meio. Ficou atrás dela, colocando o revólver calibre 38 em suas mãos, com as dele por cima. Apertou sua face de encontro à dela.
IIAI GENTE, PARA OU CONTÍNUA? A PARTE HOT ESTÁ CHEGANDO, E POSSO GARANTIR QUE TERÁ DE TUDO UM POUCO O RESTO DA FIC, E VOCÊS VÃO SE SURPREENDER COM O FINAL, E VÊ COMO A NOSSA MAI É BASTANTE FORTE. IAI O QUE ACHAM?
Autor(a): taynaraleal
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- Você tem que mirar, porque esta arma não tem sensor de calor e movimento, como a sua. - Ajustou os braços dela até ficar satisfeito. - Quando estiver pronta para atirar, deve apertar o gatilho, e não bombeá-lo. Vai dar um pequeno coice. Não é tão suave ou silenciosa quanto o seu laser. - Entendi - ela assentiu, ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 84
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maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 16:36:32
acabou? nao acredito:( essa foi uma as melhores historias eu ja li aqui nesse site. essa fanfic foi perfeita do inicio ao fim. amei ela e ja estou ansiosa para a sua proxima fanfic. vc é com certeza uma a melhores escritoras daqui e espero que continue escrevendo muitas historias.
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maite_portilla Postado em 18/07/2017 - 02:31:26
Que bom que voltou realmente. Estou amando, continua logo <3
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maite_portilla Postado em 11/07/2017 - 16:48:20
Opa, leitora nova aqui. Já li sua fanfic toda e pensei que tinha abandonado. Fico muito feliz que vc tenha voltado. Continua logo
taynaraleal Postado em 12/07/2017 - 17:11:25
Que bom que gostou meu amor, seja bem vida, voltei para ficar agora
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suenosurreal Postado em 27/03/2016 - 11:55:53
Mew quero esse Alfonso pra vida, gente que homem! Maite para de graça e se assumem logo, são tão lindos juntos *-* continuaaaaa
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mylene_herroni Postado em 17/01/2016 - 02:29:34
continuaaa. adoro essa fic
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mylene_herroni Postado em 05/12/2015 - 23:48:21
Continuaaaaaaa! Eu também acredito no Poncho, Mai ♡
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mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:10:55
Aiii eu sinceramente espero que não seja o Poncho. Continuaaaaaa.
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Postado em 26/11/2015 - 13:37:47
O Alfonso tem que estar na estação espacial! Pmldds ele não pode ser o assassino (na vdd pode, tudo é possível) ISSO TEM QUE SER UMA ARMAÇÃO, POSTA MAAAAAIS
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Fabi Sales Postado em 24/11/2015 - 21:58:00
POSTA MAAAAIS, MULHER! ATÉ EU TÔ CURIOSA PRA SABER O QUE ACONTECEU E TÔ DOIDA PRA VER MOMENTOS HERRONI, POSTAAAAAAA <33
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Fabi Sales Postado em 18/11/2015 - 17:46:04
POSTA MAIS, POR FAVOR! <33