Fanfics Brasil - Capítulo 36 Nudez Mortal FINALIZADA

Fanfic: Nudez Mortal FINALIZADA | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 36

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Quando ela havia acabado de se vestir, franzindo os olhos por causa da sensação de seda pura sobre a pele, já havia uma bandeja de café na mesa da pequena área íntima do quarto. As notícias da manhã eram despejadas em baixo volume, vindas da tela, enquanto no canto inferior da tela corriam números e estimativas. Cotações da Bolsa. O monitor, instalado em um console, estava aberto na primeira página de um dos jornais do dia. Não o Times, ou um dos tablóides de Nova York, Maite notou. Parecia japonês.


- Você tem tempo para o café da manhã? - Alfonso se sentou, provando o café.


Ele não estava conseguindo dar toda a atenção às notícias da manhã. Gostou de vê-la enquanto ela se vestia: o jeito com que suas mãos hesitaram ao vestir a camisa dele, para então encolher os ombros; o modo como seus dedos fecharam os botões com rapidez; o rápido rebolar dos quadris enquanto entrava no jeans.


- Não, obrigada. - Maite não estava certa de sua atitude naquele momento. Ele havia transado loucamente com ela no chuveiro, até fazê-la revirar os olhos; então saiu e voltou, reencarnado em seu papel de anfitrião cortês. Ela prendeu o cinturão com o coldre antes de atravessar a sala e aceitar o café puro que ele já lhe havia servido.


- Sabe, tenente, você usa sua arma do mesmo jeito que outras mulheres usam um colar de pérolas.


- Só que isso não é um acessório de moda.


- Você entendeu mal. Para algumas mulheres, jóias são tão vitais quanto um membro do corpo. - Entortou a cabeça, para analisá-la melhor. - A camisa é grande para você, mas ficou bem.


 


- Vou devolvê-la para você. - Maite ficou imaginando se alguma coisa que usasse e que custasse mais do que uma semana do seu salário poderia não lhe ficar bem.


- Tenho muitas outras. - Ele se levantou, deixando-a novamente nervosa ao traçar uma linha ao longo de seu queixo com a ponta do dedo. - Fui grosso e rude, ainda há pouco. Sinto muito. O pedido de desculpas, tão calmo e inesperado, a deixou embaraçada.


- Esqueça. - Afastando-se, ela terminou de tomar o café e colocou a xícara de lado.


- Não vou esquecer. Nem você. - Tomou-lhe a mão e a levou aos lábios. Nada poderia tê-lo agradado mais do que o rápido ar de desconfiança em seu rosto. - Você não vai me esquecer, Maite. Vai pensar em mim, talvez não com carinho, mas vai pensar em mim.


- Estou no meio de uma investigação de assassinato. Você é parte dela. É claro que vou pensar em você.


- Querida - começou ele, e notou, satisfeito, o jeito com que o uso da palavra carinhosa a fez franzir a testa -, você vai estar pensando no que poderei fazer para você. Infelizmente não vou poder fazer mais nada, a não ser ficar imaginando, por alguns dias. Ela soltou a mão e pegou a bolsa, da maneira mais casual que conseguiu.


- Vai a algum lugar, Alfonso?


- Os trabalhos preliminares do projeto do resort requerem a minha atenção e a minha presença na Estação Espacial FreeStar One, para algumas reuniões com a diretoria. Vou ficar preso por lá, a várias centenas de milhares de quilômetros de distância, por alguns dias. Uma emoção a atingiu, embora ela não estivesse pronta para admitir que fosse desapontamento.


- Sei, ouvi que você está coordenando os contratos para esse gigantesco projeto de mordomia para os ricos entediados.


- Quando o resort ficar pronto - sorriu ele -, vou levá-la até lá. Pode ser que você mude de opinião. Nesse meio tempo, gostaria de contar com a sua discrição. Essas reuniões são confidenciais. Há ainda algumas pontas soltas para acertar, e não seria bom se meus concorrentes descobrissem que nós estamos tão perto de dar início à construção. Muito poucas pessoas saberão que eu não vou estar em Nova York.


- E por que me contou? - Ela estava penteando os cabelos com os dedos.


- Aparentemente, cheguei à conclusão de que você é uma peça-chave. - Tão desconcertado pela afirmação quanto ela, Alfonso a encaminhou até a porta. - Se precisar entrar em contato comigo, avise Summerset. Ele pode conectá-la comigo.


- O mordomo? Alfonso sorriu enquanto desciam as escadas.


- Sim, ele vai providenciar tudo. Devo ficar fora por cinco dias, no máximo uma semana. Quero vê-la novamente. - Parou e tomou o rosto dela em suas mãos. - Preciso vê-la novamente. A pulsação dela deu um salto, como se não tivesse nada a ver com o resto do seu corpo.


- Alfonso, o que está acontecendo aqui?


- Tenente - ele se inclinou e tocou os lábios dela com os dele -, há indícios de que estamos tendo um romance. - E caiu na gargalhada, beijando-a em seguida novamente, com força e urgência. - Acho que se eu tivesse encostado uma arma na sua cabeça você não teria ficado tão aterrorizada. Bem, há vários dias pela frente para você analisar esse assunto com cuidado, não é? Maite tinha a sensação de que vários dias não iam ser suficientes. Ao chegarem ao pé da escada, lá estava Summerset, com o rosto de pedra e o pescoço duro, segurando o casaco de Maite. Ela pegou o casaco e olhou de relance para trás na direção de Alfonso, enquanto levantava os ombros e dizia:


- Boa viagem!


- Obrigado. - Alfonso colocou uma das mãos sobre o ombro dela antes que ela começasse a caminhar em direção à porta. Maite, tenha cuidado. - E, aborrecido consigo mesmo, deixou cair as mãos.


- Manterei contato.


- Certo. - Saiu apressada, e quando olhou para trás a porta já estava fechada. Assim que abriu a porta do carro, reparou em um aparelho de recados eletrônicos que estava no banco do motorista. Recolhendo-o, colocou-se atrás do volante. Enquanto dirigia em direção ao portão, apertou o botão para ouvir a mensagem. Foi a voz de Alfonso que saiu do aparelho.


- Não gosto da idéia de você tremer, a não ser que eu seja a causa disso. Permaneça aquecida.


Franzindo os olhos, ela enfiou o aparelho no bolso antes de ligar o aquecimento do carro. A onda forte de calor a fez dar um grito de surpresa. Foi sorrindo por todo o caminho, até a Central de Polícia. Maite se trancou em sua sala. Ainda faltavam duas horas para seu turno começar, e ela pretendia usar cada minuto daquele tempo analisando os homicídios De BlassStarr. Quando o turno começasse oficialmente, suas tarefas iriam diversificar-se em outros casos, nos estágios mais variados, que também estavam sendo investigados. Por uma questão de rotina, ela se conectou com o Centro Internacional de Pesquisas Criminalísticas, para que lhe fossem transmitidos todos os dados disponíveis até o momento, e pediu uma cópia impressa para rever mais tarde. As informações eram deprimentes, de tão reduzidas, e não acrescentavam nada de sólido ao caso. Temos que voltar, pensou ela, aos jogos de dedução. Sobre a mesa ela colocara fotos das vítimas. Já conhecia intimamente aquelas duas mulheres. Talvez agora, depois da noite que passara com Alfonso, ela conseguisse compreender melhor o que as havia impulsionado. Sexo era uma ferramenta poderosa para você usar contra alguém, ou para alguém usar contra você. Aquelas duas mulheres quiseram utilizar o sexo com destreza, e controlá-lo. Por fim, foi isso que as matou. Uma bala no cérebro tinha sido a causa oficial das mortes, mas Maite via o sexo como o gatilho. Era a única conexão que havia entre as duas, e a única coisa que as ligava ao assassino. Pensativa, pegou no revólver calibre 38. Ele já parecia familiar em sua mão. Agora, ela sabia exatamente qual era a sensação no momento em que ele era disparado, a forma com que o impacto violento subia em ondas pelo braço. O som que fazia quando o dispositivo mecânico e as leis da física faziam a bala sair voando. Ainda segurando a arma, colocou para reproduzir o disco que havia confiscado e viu a morte de Sharon DeBlass mais uma vez.


O que você sentiu, seu canalha? Ela se perguntou. O que sentiu ao apertar o gatilho e enviar aquele projétil de chumbo para dentro dela, quando o sangue espirrou para todo lado, quando os olhos dela reviraram, mortos? O que você sentiu? Com os olhos apertados, recolocou o disco. Já estava quase imune ao horror de tudo aquilo. Havia, ela notou, uma trepidação quase imperceptível na imagem, como se ele tivesse esbarrado na câmera. Você sentiu o golpe no braço?, perguntava a si mesma. Isso deixou você chocado, a maneira com que o corpo dela voou para trás, a distância enorme até onde seu sangue respingou? Será que era por isso que ela podia ouvir o fraco sugar da respiração dele, e sua lenta expiração, antes de a imagem mudar?


O que você sentiu?, perguntou ela de novo. Náusea, prazer, ou satisfação pura e fria? Ela chegou mais perto do monitor. Sharon já estava cuidadosamente arrumada e toda a cena preparada enquanto a câmera a filmava com objetividade e, também, decidiu Maite, com frieza. Então por que o esbarrão? Por que o suspiro curto na hora do disparo? E a nota. Pegou o plástico selado e o leu mais uma vez. Como é que você sabia que ficaria satisfeito para parar na sexta vítima? Você já as escolheu? Já as selecionou? Sem ficar satisfeita, ejetou o disco, guardou-o no lugar, junto com o 38. Colocou o disco de Lola Starr, pegou na segunda arma e repetiu todo o processo. Não houve sobressalto no disparo, desta vez. Não houve um sugar súbito de respiração. Tudo ocorreu de modo estável, preciso, exato. Desta vez ele já sabia, pensou Maite, o que ia sentir, como o corpo dela reagiria, qual seria o cheiro do sangue. Mas você não a conhecia. Ou ela não conhecia você. Em sua agenda você estava marcado apenas como John Smith, um novo cliente. Como foi que a escolheu? E como vai escolher a próxima? Pouco antes das nove, quando Feeney bateu na porta, ela estava estudando um mapa de Manhattan. Ele parou bem atrás dela, debruçou-se sobre seus ombros e exalou um hálito de hortelã.


- Está pensando em se mudar?


- Não, estou estudando Geografia. Aumente a imagem em cinco por cento - ela ordenou ao computador. A imagem se ajustou. - Primeiro assassinato, segundo assassinato - disse, apontando com a cabeça para os pequenos pontos vermelhos na Broadway e no lado oeste do Village. E aqui é a minha casa. - Havia um ponto verde pulsando junto da Nona Avenida.


- Sua casa?  



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Autor(a): taynaraleal

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 84



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  • maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 16:36:32

    acabou? nao acredito:( essa foi uma as melhores historias eu ja li aqui nesse site. essa fanfic foi perfeita do inicio ao fim. amei ela e ja estou ansiosa para a sua proxima fanfic. vc é com certeza uma a melhores escritoras daqui e espero que continue escrevendo muitas historias.

  • maite_portilla Postado em 18/07/2017 - 02:31:26

    Que bom que voltou realmente. Estou amando, continua logo <3

  • maite_portilla Postado em 11/07/2017 - 16:48:20

    Opa, leitora nova aqui. Já li sua fanfic toda e pensei que tinha abandonado. Fico muito feliz que vc tenha voltado. Continua logo

    • taynaraleal Postado em 12/07/2017 - 17:11:25

      Que bom que gostou meu amor, seja bem vida, voltei para ficar agora

  • suenosurreal Postado em 27/03/2016 - 11:55:53

    Mew quero esse Alfonso pra vida, gente que homem! Maite para de graça e se assumem logo, são tão lindos juntos *-* continuaaaaa

  • mylene_herroni Postado em 17/01/2016 - 02:29:34

    continuaaa. adoro essa fic

  • mylene_herroni Postado em 05/12/2015 - 23:48:21

    Continuaaaaaaa! Eu também acredito no Poncho, Mai &#9825;

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:10:55

    Aiii eu sinceramente espero que não seja o Poncho. Continuaaaaaa.

  • Postado em 26/11/2015 - 13:37:47

    O Alfonso tem que estar na estação espacial! Pmldds ele não pode ser o assassino (na vdd pode, tudo é possível) ISSO TEM QUE SER UMA ARMAÇÃO, POSTA MAAAAAIS

  • Fabi Sales Postado em 24/11/2015 - 21:58:00

    POSTA MAAAAIS, MULHER! ATÉ EU TÔ CURIOSA PRA SABER O QUE ACONTECEU E TÔ DOIDA PRA VER MOMENTOS HERRONI, POSTAAAAAAA <33

  • Fabi Sales Postado em 18/11/2015 - 17:46:04

    POSTA MAIS, POR FAVOR! <33


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