Fanfic: Nudez Mortal FINALIZADA | Tema: Herroni
- O assassino. - Ele esperou até que os olhos dela se encontrassem com os dele. - Bem daqui. Ligou para a delegacia. Você reparou como a câmera do telefone da cabeceira está voltada para o rosto dela? Foi o que apareceu para nós. Apenas a imagem, sem som.
- Ele gosta de se exibir. - Maite expirou mais uma vez. - Canalha esperto, arrogante e metido. Fez sexo com ela antes, aposto o meu distintivo. Depois, simplesmente se levantou da cama e agiu. - Colocou o braço para cima, mirando e abaixando ritmicamente, enquanto contava. - Um, dois, três.
- Isso é que é frieza - murmurou Feeney.
- Ele é frio. Alisou os lençóis depois de tudo. Reparou como eles estão esticados? Depois a posicionou, abriu bem as pernas dela, para que não houvesse dúvidas de como ela ganhava a vida. E fez tudo com cuidado, praticamente medindo as coisas, para que tudo ficasse perfeitamente alinhado. Colocou-a bem no centro da cama, com os braços e as pernas igualmente afastados. Não desligou o dispositivo que movia a cama porque era parte do show. Deixou a arma para trás porque quer que a gente saiba logo de cara que ele não é um sujeito comum. Tem um ego imenso. Não quis deixar que o corpo fosse descoberto por acaso. Queria tudo para agora. Aquela sensação de gratificação instantânea.
- Ela tinha licença para receber homens e mulheres - lembrou Feeney, mas Maite balançou a cabeça.
- Não foi uma mulher. Uma mulher não a teria deixado assim com essa aparência mista de beleza e obscenidade. Não, não creio que tenha sido uma mulher. Vamos ver o que descobrimos. Já olhou no computador dela?
- Não. O caso é seu, Perroni. Tenho autorização apenas para dar assistência.
- Veja se consegue acessar seu arquivo de clientes. - Maite foi até o armário e começou a vasculhar as gavetas com cuidado. Gosto refinado, refletiu ela. Havia várias peças em seda pura, do tipo que nenhum material artificial conseguia imitar. O frasco de perfume na penteadeira era personalizado, e cheirava, como ela notou depois de inalar rapidamente, a sexo caro.
O conteúdo das gavetas estava cuidadosamente arrumado, a lingerie dobrada com precisão, os suéteres organizados de acordo com a cor e o material. No closet, a mesma coisa. Obviamente a vítima tinha um caso de amor com as roupas e um gosto especial pelo melhor, além de tomar um cuidado escrupuloso com todas as peças de vestuário que possuía. E morrera nua.
- Ela mantinha registros completos - gritou Feeney. - Está tudo aqui. Sua lista de clientes, encontros, inclusive dados do seu exame mensal obrigatório de saúde e da sua visita semanal ao salão de beleza. Ela utilizava a Clínica Trident no primeiro caso e o Paradise no segundo.
- Ambos de alta classe. Tenho uma amiga que economizou durante um ano para poder tirar um dia inteiro para fazer o serviço completo de beleza no Paradise. Atendem todo tipo de gente.
- A irmã da minha mulher foi lá no seu aniversário de vinte e cinco anos. Custou quase tão caro quanto o casamento de minha filha. Olhe, achei a agenda pessoal de endereços.
- Muito bom. Tire cópia de tudo, ouviu, Feeney? -Ao ouvir o seu assobio fino, ela olhou para ele por trás dos ombros e notou o pequeno palm computer com a borda em ouro que estava na mão dele. - O que foi?
- Tem um bocado de nomes poderosos aqui. Políticos, empresários, artistas, dinheiro, dinheiro, dinheiro. Interessante, nossa garota tem o número do telefone privativo do Alfonso.
- Que Alfonso?
- Que eu saiba, o nome é só Alfonso. Ali tem um bocado de dinheiro. É o tipo do sujeito que toca em estrume e o transforma em barras de ouro. Você precisa começar a ler mais do que a página de esportes, Perroni.
- Ei, eu leio as manchetes. Você por acaso ouviu falar do recall da fábrica de cocker spaniele
- Alfonso é sempre notícia grande - Feeney explicou pacientemente. - Ele possui uma das maiores coleções de arte do mundo. Arte e antiguidades - continuou, notando quando Maite se ligou e voltou-se para ele. - É um colecionador de armas licenciado, e dizem que ele sabe como usá-las.
- Acho que vou lhe fazer uma visita.
- Terá sorte se conseguir chegar a menos de um quilômetro dele.
- Estou me sentindo com sorte, hoje. - Maite foi até o corpo e colocou a mão debaixo dos lençóis.
- O homem tem amigos muito poderosos, Perroni. Você não pode se dar ao luxo sequer de insinuar que ele tem ligação com isso, até ter alguma coisa sólida.
- Feeney, você sabe que é um erro me dizer isso. - Mas no instante em que começava a formar um sorriso, seus dedos encontraram algo entre a carne fria e os lençóis ensanguentados. - Tem alguma coisa aqui, debaixo dela. - Com cuidado, Maite levantou os ombros da morta e enfiou os dedos por trás. - É um pedaço de papel - murmurou. - Plastificado. - Com o dedo protegido pelo spray, limpou o sangue que estava espalhado pela superfície, até conseguir ler o que estava escrito no papel protegido.
UMA DE SEIS
- Parece que foi escrito a mão - disse ela a Feeney, estendendo o pedaço de papel. - Nosso rapaz é mais do que esperto, e mais do que arrogante. E ainda não terminou.
Maite passou o resto do dia fazendo o que normalmente era serviço de assistentes. Entrevistou os vizinhos da vítima pessoalmente, registrou declarações e impressões. Conseguiu comer um sanduíche rápido no mesmo vendedor de espetinhos que quase atropelara mais cedo, quando vinha para o local do crime. Depois da noite e da manhã que enfrentara, não podia culpar a recepcionista do Paradise por olhá-la como se ela tivesse acabado de tropeçar e se ralar toda na calçada. Cascatas jorravam com um som musical no meio da vegetação na recepção do salão de beleza mais exclusivo da cidade.
Pequenas xícaras de café e elegantes copos de água mineral gasosa ou champanhe eram servidos aos clientes que aguardavam nas cadeiras acolchoadas e nos sofás. Fones de ouvido e discos com as revistas da moda eram cortesia. A recepcionista era magnificamente bem servida de seios, o que funcionava como testemunho para as técnicas de escultura corporal do salão. Usava um short vermelho colante, com o logotipo da empresa, e uma incrível touca de cabelos cor de ébano, anelados e entrelaçados uns aos outros como cobras. Maite não poderia estar mais deliciada com tudo aquilo.
- Desculpe - disse a mulher, com um tom de voz cuidadosamente modulado e tão desprovido de expressão como o de um computador -, mas nós atendemos apenas com hora marcada.
- Tudo bem. - Maite sorriu e quase se sentiu arrependida por reforçar o tom de desdém. Quase. - Nesse caso, talvez isto aqui consiga uma hora para mim. - Ela exibiu o distintivo. - Quem atende Sharon DeBlass?
Os olhos horrorizados da recepcionista voaram em direção à área de espera.
- As necessidades das nossas clientes são estritamente confidenciais - explicou ela.
- Aposto que sim. - Começando a se divertir com aquilo, Maite se recostou no balcão em forma de ”U”, demonstrando camaradagem. - Olhe, eu posso falar bem baixo e ser discreta, como estou sendo, para podermos nos entender bem... - e olhou depressa para a plaquinha de identificação com o nome da funcionária, pregada na altura do busto - Denise. E eu também posso falar bem alto, para que todos aqui consigam me entender. Se você preferir a primeira opção, poderia me levar para uma pequena sala isolada e calma onde a nossa conversa não vai perturbar nenhuma das suas clientes, e então poderá chamar a profissional de beleza que atende Sharon DeBlass, ou sei lá que outro termo vocês usam por aqui.
- Chamamos de consultora - disse Denise, quase de forma inaudível. - Acompanhe-me, por favor.
- Com todo o prazer.
E foi mesmo um prazer. Fora de filmes e vídeos, Maite jamais vira algo assim tão exuberante. O carpete vermelho, macio como uma almofada, era tão espesso que os pés afundavam deliciosamente nele. Gotas de cristal pendiam do teto e irradiavam luz. O ar tinha o perfume de flores e pele bem cuidada. Maite não teria conseguido se imaginar em um lugar como aquele, gastando horas do seu tempo para ser coberta de cremes e óleos, sendo massageada, espancada e esculpida. Se fosse perder tanto tempo com essas vaidades, no entanto, seria certamente muito mais interessante fazer isso sob condições tão civilizadas. A recepcionista a levou até uma pequena sala onde o holograma de uma campina de verão cobria completamente uma das paredes. O som suave de pássaros distantes enchia o ar, e uma leve brisa o adocicava.
- Aguarde aqui, por favor.
- Tudo bem. - Maite esperou até que a porta se fechasse por completo e então, com um suspiro satisfeito, se acomodou em uma cadeira generosamente acolchoada. No exato instante em que se sentou, o monitor ao lado dela emitiu o som de um ”bip” e um rosto amigável e solícito, que só poderia pertencer a um andróide, começou a distribuir sorrisos.
- Boa-tarde. Seja bem-vinda ao Paradise. Suas necessidades de beleza e o seu conforto são as nossas únicas prioridades. Gostaria de algo para beber enquanto aguarda a chegada de sua consultora pessoal?
- Gostaria. Café, bem forte... Café.
- Claro. Qual o tipo de sua preferência? Aperte a tecla C no teclado para uma lista de opções.
Sufocando o riso, Maite seguiu as instruções. Gastou os dois minutos seguintes pensando com cuidado em todas as opções apresentadas, até que ficou dividida entre o Riviera Francesa e o Creme Caribenho. A porta se abriu antes que conseguisse se decidir. Resignada, ela se levantou e deu de cara com um espantalho elaboradamente vestido. Sobre a camisa em um tom berrante de cor-de-rosa e calças largas da cor de ameixas, ele usava um jaleco comprido no forte vermelho Paradise. Seus cabelos, flutuando loucamente para trás a partir de um rosto dolorosamente esquálido, ecoavam o tom arroxeado das calças. Esticou a mão para Maite, apertou-a com delicadeza e lançou-lhe um olhar sofrido de corça assustada.
- Estou arrasado por fazê-la esperar, policial. Totalmente desmoronado.
- Quero informações sobre Sharon DeBlass. - Mais uma vez, Maite pegou o distintivo e o ofereceu para inspeção.
Autor(a): taynaraleal
Este autor(a) escreve mais 12 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Amanhã farei uma mini maratona o que acham? só faço se houver comentários viu. Eas meninas que comentam obrigada de verdade, amanhã responderei com carinho todos os comentários pois hoje estou mal, e sem tempo. Espero que gostem BEIJOS - Sim, claro, ahn... Tenente Perroni. Foi o que eu imaginei... Informa&cce ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 84
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 16:36:32
acabou? nao acredito:( essa foi uma as melhores historias eu ja li aqui nesse site. essa fanfic foi perfeita do inicio ao fim. amei ela e ja estou ansiosa para a sua proxima fanfic. vc é com certeza uma a melhores escritoras daqui e espero que continue escrevendo muitas historias.
-
maite_portilla Postado em 18/07/2017 - 02:31:26
Que bom que voltou realmente. Estou amando, continua logo <3
-
maite_portilla Postado em 11/07/2017 - 16:48:20
Opa, leitora nova aqui. Já li sua fanfic toda e pensei que tinha abandonado. Fico muito feliz que vc tenha voltado. Continua logo
taynaraleal Postado em 12/07/2017 - 17:11:25
Que bom que gostou meu amor, seja bem vida, voltei para ficar agora
-
suenosurreal Postado em 27/03/2016 - 11:55:53
Mew quero esse Alfonso pra vida, gente que homem! Maite para de graça e se assumem logo, são tão lindos juntos *-* continuaaaaa
-
mylene_herroni Postado em 17/01/2016 - 02:29:34
continuaaa. adoro essa fic
-
mylene_herroni Postado em 05/12/2015 - 23:48:21
Continuaaaaaaa! Eu também acredito no Poncho, Mai ♡
-
mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:10:55
Aiii eu sinceramente espero que não seja o Poncho. Continuaaaaaa.
-
Postado em 26/11/2015 - 13:37:47
O Alfonso tem que estar na estação espacial! Pmldds ele não pode ser o assassino (na vdd pode, tudo é possível) ISSO TEM QUE SER UMA ARMAÇÃO, POSTA MAAAAAIS
-
Fabi Sales Postado em 24/11/2015 - 21:58:00
POSTA MAAAAIS, MULHER! ATÉ EU TÔ CURIOSA PRA SABER O QUE ACONTECEU E TÔ DOIDA PRA VER MOMENTOS HERRONI, POSTAAAAAAA <33
-
Fabi Sales Postado em 18/11/2015 - 17:46:04
POSTA MAIS, POR FAVOR! <33