Fanfics Brasil - Capítulo 42 Nudez Mortal FINALIZADA

Fanfic: Nudez Mortal FINALIZADA | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 42

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Maite analisou, frustrada, o relatório da busca por algum cofre particular de Sharon DeBlass nos bancos da cidade. Sem registro, sem registro, sem registro. Nada em Nova York, nem em New Jersey ou Connecticut. Nada em Washington, nem na Virgínia. Ela devia ter alugado algum espaço, em algum lugar, pensou. Sharon mantinha diários, e os tinha enfiado em algum lugar onde pudesse acessá-los em segurança, e bem depressa. Naqueles diários, Maite estava convencida, havia um motivo para assassinato. Como não estava com vontade de mandar Feeney fazer outra busca ainda mais ampla, ela mesma começou a pesquisar, iniciando com a Pensilvânia, depois indo para oeste e norte, até chegar ao Canadá e Quebec. Em pouco menos do dobro do tempo que Feeney teria levado, ela encerrou a busca sem achar nada. A seguir, indo para o sul, seguiu por Maryland, e foi descendo até a Flórida. O computador começou a fazer um barulho estranho enquanto trabalhava. Maite deu um urro de advertência e chutou a torre. Jurou que ia enfrentar a complicação de requisitar uma máquina nova se aquela ali aguentasse pelo menos até o fim daquele caso. Mais por teimosia do que por esperança, fez uma busca pelas regiões do interior do país, e já estava indo para os estados da Costa Oeste. Você era muito esperta, Sharon,


Maite pensava, enquanto os resultados negativos continuavam a aparecer. Mais esperta do que devia. Garanto que não ia guardar nada fora do país, nem fora do planeta, onde tudo teria que passar pela Alfândega, a cada viagem. Para que ir tão longe, em algum lugar onde você precisasse de transporte especial ou documentos de viagem? Você ia querer acesso imediato. Se a sua mãe sabia que você mantinha diários, talvez outras pessoas soubessem, também. E você se vangloriava disso porque gostava de deixar as pessoas desconfortáveis. E porque sabia que eles estavam muito bem escondidos. Mas tinha que ser em algum lugar bem perto, droga, pensou Maite, fechando os olhos para focar em sua mente a mulher que estava começando a conhecer tão bem. Bem perto, para poder sentir o poder, para usá-lo e brincar com as pessoas. Mas não podia ser nenhum lugar tão fácil de achar que qualquer um pudesse rastrear, ter acesso ao material e estragar a brincadeira. Então, você usou um nome falso. Alugou um cofre em um banco usando um outro nome, só para garantir. E, sendo esperta o suficiente para usar um nome diferente, escolheria um que fosse básico, que fosse familiar. Um que não fosse lhe dar muita dor de cabeça. Era tão simples, Maite compreendeu, enquanto digitava no teclado o nome de Sharon Barrister. Tão simples que tanto ela quanto Feeney tinham deixado passar. Eve se deu bem na lista do Banco Brinkstone Internacional, em Newark, Newjersey. Sharon Barrister tinha não apenas um cofre particular, mas também uma carteira de ações no valor de trezentos e vinte e seis mil dólares, e oitenta e cinco centavos. Sorrindo para a tela, acionou sua ligação direta com o gabinete do promotor.


- Preciso de um mandado de segurança - anunciou.


Três horas depois, já estava de volta ao gabinete do Comandante Whitney, tentando não ranger os dentes.


- Ela tem outro cofre, em algum lugar - insistiu Maite. - E os diários estão nele.


- Ninguém a está impedindo de continuar procurando, Perroni.


- Ótimo, eu sei. - Ela circulava em volta de toda a sala enquanto falava. A energia estava sendo bombeada em todo o seu corpo, e ela queria ação.


- E o que vai fazer a respeito disso? Agitou a mão para a pasta que estava sobre a mesa do comandante.


- Já lhe trouxe o disco que peguei no cofre do banco e a listagem que imprimi. Está tudo aqui, comandante, uma lista de gente chantageada, com nomes e valores. E o nome do Simpson está nela, direitinho, em ordem alfabética.


- Eu sei ler, Perroni. - Whitney resistiu à vontade de massagear a base do crânio, que estava tensa. - O Secretário de Segurança não é a única pessoa com o sobrenome Simpson desta cidade, muito menos do país.


- É ele! - Maite estava soltando fumaça, e não havia onde colocar o vapor. - Nós dois sabemos disso. E há também um monte de outros nomes interessantes aí. Um governador, um bispo católico, a líder respeitável de uma Organização Internacional de Defesa da Mulher, dois policiais de alta patente, um ex-vice-presidente...


- Já vi todos os nomes - Whitney interrompeu. - Será que você está consciente da sua posição, Perroni, e das consequências? Ele levantou a mão para mantê-la calada. - Alguns nomes e números colocados arrumados em duas colunas não significam nadinha. Se estes dados saírem deste gabinete, já era. Você está liquidada, e a investigação também. É isso o que você quer?


- Não, senhor.


- Consiga os diários, Perroni, ache uma ligação entre Sharon DeBlass e Lola Starr,


e então a gente vê para onde vai a partir daí.


- Simpson está todo sujo. - Ela se inclinou sobre a mesa. - Ela conhecia Sharon DeBlass; ele estava sendo chantageado. E está fazendo tudo o que pode para prejudicar a investigação.


- Então vamos ter que passar por cima dele, não é? Whitney colocou a pasta dentro do seu cofre pessoal. - Ninguém pode saber o que temos aqui, Perroni. Nem mesmo Feeney. Isto está claro?


- Sim, senhor. - Vendo que ia ter que se satisfazer com aquilo, ela foi em direção à porta. - Comandante, gostaria de assinalar que há uma pessoa que não consta nessa lista. O nome de Alfonso não está nela.


- Foi como eu disse, Perroni. - Os olhos de Whitney se encontraram com os dela e ele acenou com a cabeça. - Eu sei ler.


O indicador de mensagens estava piscando quando Maite voltou à sua sala. Uma olhada na lista de e-mails constatava duas chamadas do médico legista. Impaciente, Maite colocou sua batata quente de lado e respondeu ao chamado.


- Acabei de conferir os testes que fiz em seu vizinho, Perroni. Você acertou na mosca.


- Ah, que inferno! - Ela passou a mão no rosto. - Envie os resultados para mim, que eu pego por aqui.


Quando Hetta Finestein abriu a porta, um aroma de sache de lavanda misturado com o cheiro fermentado de pão feito em casa envolveu Maite.


- Tenente Perroni. Ela ofereceu um sorriso discreto e deu um passo para trás, convidando Maite a entrar. Na sala, a tela de projeção estava sintonizada em um programa de entrevistas e bate-papo, onde pessoas que estivessem assistindo em casa podiam se conectar e enviar imagens holográficas de si próprias até o estúdio, para interação completa. O tema parecia ser os altos salários pagos às mães profissionais. Naquele instante a tela estava cheia de mulheres e crianças de diferentes idades e opiniões. - Que gentileza a sua, ter aparecido. Tive tantas visitas hoje. É uma espécie de conforto. Gostaria de alguns biscoitos caseiros?


- Claro, obrigada. - Maite estava se sentindo uma pessoa podre. Sentou-se no sofá e percorreu com os olhos o pequeno e bemcuidado apartamento. - A senhora e o Senhor Finestein tinham uma padaria?


- Ah, sim. - A voz de Hetta vinha da cozinha, com os ruídos de seus movimentos agitados. - Tivemos a loja até alguns anos atrás. Era um sucesso. As pessoas adoram comida de verdade, você sabe. E, sem querer me gabar, tenho uma mão muito boa para tortas e bolos.


- E a senhora prepara um bocado de coisas em casa, também. Hetta voltou com uma bandeja cheia de cookies dourados.


- Sim. É um dos meus prazeres. Muitas pessoas não fazem idéia da alegria que dá saborear um cookie feito em casa. Há um monte de crianças que jamais experimentaram açúcar de verdade. É extremamente caro, sim, mas vale a pena. Maite experimentou um dos cookies e foi obrigada a concordar.


- Imagino que foi a senhora mesma que preparou a torta de ovos que seu marido estava comendo quando ele morreu.


- Certamente. Não admito comidas prontas ou feitas com ingredientes artificiais em minha casa - informou Hetta, com orgulho. - É claro que Joe avançava em tudo o que eu fazia e devorava tudo, mal saía do forno. Não existe um AutoChef no mercado que seja tão confiável e completo, nem que tenha a criatividade e os instintos de uma boa cozinheira ou doceira.


- Então a senhora realmente preparou a torta, Senhora Finestein.


- Sim, preparei. - Ela piscou, acabando por fechar os olhos.


- Senhora Finestein, a senhora sabe o que foi que matou o seu marido?


- Sim, eu sei. - Ela sorriu com suavidade. - Gulodice. Eu avisei para ele não comer aquilo. Avisei especificamente para que ele não tocasse naquela torta. Expliquei que era uma encomenda para a Senhora Hennessy, do outro lado do corredor.


- Senhora Hennessy. - Essa informação fez Maite recuar vários passos, mentalmente. -A senhora...


- É claro que eu sabia que ele ia acabar comendo a torta, de qualquer jeito. Era muito egoísta no que se referia a comida.


- Será que nós poderíamos, ahn... - Maite limpou a garganta - desligar esse programa?


- Hein? Ah, desculpe. - A agitada anfitriã deu pequenos tapas no próprio rosto. - Isso foi tão grosseiro. Estou tão acostumada a deixar a tela ligada o dia todo que nem reparei. Ahn... Programa... não... Tela, desligar!


- O som também - disse Maite, pacientemente.


- É claro. - Balançando a cabeça enquanto o som continuava a encher o ambiente, Hetta pareceu envergonhada. - Jamais consegui me acostumar com essa coisa desde que trocamos o aparelho para comando de voz, em vez de controle remoto. Som, desligar, por favor! Pronto, agora está melhor, não está?


A amável senhora era capaz de preparar uma torta envenenada, mas não conseguia controlar a própria televisão, Maite pensou. Existia mesmo todo tipo de gente.


- Senhora Finestein, não quero lhe dizer mais nada até acabar de ler os seus direitos. Até ter certeza de que a senhora os compreendeu bem. Não é obrigatório que a senhora faça nenhuma declaração agora - começou Maite, enquanto Hetta continuava a sorrir com ternura. Hetta esperou até que Maite acabasse de recitar seus direitos legais, antes de falar.


- Eu sabia que não ia escapar. Sabia mesmo. E nem contava com isso.


- Escapar do quê, Senhora Finestein?


- Da punição por ter envenenado Joe. No entanto... - apertou os lábios, como uma criança. - Tenho um neto que é advogado, um rapaz muito esperto. Acho que ele vai explicar que, uma vez que eu avisei a Joe, muito especificamente, para que ele não comesse aquela torta, a culpa na verdade foi mais dele do que minha. Enfim... - disse ela, e esperou com paciência.


- Senhora Finestein, a senhora está me dizendo que adicionou um composto de cianeto sintético à receita de uma torta de ovos, com a intenção específica de matar o seu marido?


- Não, querida. O que estou lhe dizendo é que adicionei cianeto e uma dose extra de açúcar em uma torta, e avisei a meu marido para não tocar nela. ”Joe”, eu fui bem clara, ”não pegue nem um pedacinho daquela torta de ovos. Eu a preparei com ingredientes especiais, e não é para você. Entendeu bem, Joe?” - Ele me disse que tinha entendido direitinho, sim. - Hetta sorriu mais uma vez. - Depois, bem na hora de sair para o meu jogo com as meninas, avisei a ele mais uma vez, para ter certeza absoluta. Estou falando sério, Joe. Não toque naquela torta! Sabia que ele ia acabar comendo, mas isso cabia a ele decidir, não é? Deixe que eu lhe fale a respeito de Joe - continuou ela, em tom de conversa descontraída, e pegou na bandeja de cookies para oferecer mais um a Maite. Ao ver que ela hesitava em aceitar, Hetta riu alegremente. - Ora, querida, estes aqui são totalmente seguros, juro para você. Acabei de dar uma dúzia deles àquele garotinho do andar de cima. E, para provar o que dizia, pegou um ela mesma e o comeu, antes de continuar. - Onde é que eu estava, mesmo? Ah, sim, falando de Joe. Ele é o meu segundo marido, sabe? íamos fazer cinquenta anos de casados agora em abril. Era um bom companheiro, e excelente padeiro e confeiteiro, também. Alguns homens, porém, jamais deviam se aposentar. Nos últimos anos ele estava se tornando uma pessoa muito difícil de se conviver. Mal-humorado, vivia reclamando o tempo inteiro, sempre achando defeitos em tudo. E não deixava restinhos de comida nem na ponta dos dedos. Não conseguia passar ao lado de uma torta de amêndoas sem devorá-la inteira, na mesma hora. Pelo fato de que aquilo parecia quase razoável, Maite esperou um momento.


- Senhora Finestein, a senhora o envenenou porque ele comia demais?


- Parece que foi por isso, mas a coisa vai mais longe. - As bochechas rosadas de Hetta se mexeram. - Você é tão jovem, querida, e ainda não tem família, não é?


- Não.


- A família é uma fonte de conforto, e uma fonte de irritação. Ninguém de fora jamais conseguirá compreender o que se passa na privacidade de um lar. Joe não era um homem fácil de aturar, e acho, embora não goste de falar mal dos mortos, que ele tinha desenvolvido maus hábitos. Tinha um prazer especial em me aborrecer e magoar, e em estragar minhas pequenas alegrias. No mês passado, por exemplo, ele comeu, de propósito, metade do bolo Torre de Prazer que eu preparara especialmente para a Competição Internacional Betty Crocker. Depois ainda veio me dizer que a massa estava muito seca. - Sua voz bufou de raiva, para provar o óbvio insulto daquilo. - Dá para imaginar?


- Não - disse Maite, baixinho. - Não dá.


- Bem, ele fez isso só para me deixar louca. Era o jeito que tinha de sentir que exercia poder sobre mim, entende? Então eu preparei a torta, avisei para que ele não tocasse nela, e saí para jogar mah-jongg com as meninas. Não fiquei nem um pouco surpresa quando voltei e vi que ele não tinha me atendido. Era um glutão, como você pode ver. - Fez um gesto com o cookie que tinha na mão, antes de dar a última dentada, com delicadeza. - Este é um dos sete pecados capitais, a gula. Pareceu-me justo que ele acabasse morrendo pela boca, pagando seu próprio pecado. Tem certeza de que não quer mais um biscoitinho?


O mundo com certeza era um lugar completamente doido, decidiu Maite, se as velhinhas envenenavam tortas de ovos. E com aquele comportamento de vovó antiquada, calma e carinhosa, avaliou, a velha era bem capaz de escapar da cadeia. E, no caso de ser condenada, ia acabar na cozinha da prisão, preparando alegremente bolos e massas para as outras detentas. Maite completou o relatório, fez uma refeição rápida na lanchonete, e então voltou ao trabalho, para estudar a nova pista do caso Sharon, que estava em fogo brando. Não tinha coberto nem metade dos bancos de Nova York quando a mensagem chegou, e Maite atendeu:


- Sim, aqui é Perroni falando. A resposta que obteve foi uma imagem que surgiu na tela. Uma mulher morta, arrumada de modo familiar demais sobre lençóis empapados de sangue.


TRÊS DE SEIS



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Autor(a): taynaraleal

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Maite ficou olhando fixamente para a mensagem colocada sobre o corpo e rugiu para o computador: - Faça o rastreamento da ligação. Descubra o endereço. Agora, droga. Assim que o computador respondeu, acionou a Equipe de Emergência. - Aqui fala Perroni, Tenente Maite, Identificação 5347BQ. Prioridade A. Qualquer unidade dispon&ia ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 84



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  • maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 16:36:32

    acabou? nao acredito:( essa foi uma as melhores historias eu ja li aqui nesse site. essa fanfic foi perfeita do inicio ao fim. amei ela e ja estou ansiosa para a sua proxima fanfic. vc é com certeza uma a melhores escritoras daqui e espero que continue escrevendo muitas historias.

  • maite_portilla Postado em 18/07/2017 - 02:31:26

    Que bom que voltou realmente. Estou amando, continua logo <3

  • maite_portilla Postado em 11/07/2017 - 16:48:20

    Opa, leitora nova aqui. Já li sua fanfic toda e pensei que tinha abandonado. Fico muito feliz que vc tenha voltado. Continua logo

    • taynaraleal Postado em 12/07/2017 - 17:11:25

      Que bom que gostou meu amor, seja bem vida, voltei para ficar agora

  • suenosurreal Postado em 27/03/2016 - 11:55:53

    Mew quero esse Alfonso pra vida, gente que homem! Maite para de graça e se assumem logo, são tão lindos juntos *-* continuaaaaa

  • mylene_herroni Postado em 17/01/2016 - 02:29:34

    continuaaa. adoro essa fic

  • mylene_herroni Postado em 05/12/2015 - 23:48:21

    Continuaaaaaaa! Eu também acredito no Poncho, Mai &#9825;

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:10:55

    Aiii eu sinceramente espero que não seja o Poncho. Continuaaaaaa.

  • Postado em 26/11/2015 - 13:37:47

    O Alfonso tem que estar na estação espacial! Pmldds ele não pode ser o assassino (na vdd pode, tudo é possível) ISSO TEM QUE SER UMA ARMAÇÃO, POSTA MAAAAAIS

  • Fabi Sales Postado em 24/11/2015 - 21:58:00

    POSTA MAAAAIS, MULHER! ATÉ EU TÔ CURIOSA PRA SABER O QUE ACONTECEU E TÔ DOIDA PRA VER MOMENTOS HERRONI, POSTAAAAAAA <33

  • Fabi Sales Postado em 18/11/2015 - 17:46:04

    POSTA MAIS, POR FAVOR! <33


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