Fanfics Brasil - Capítulo 43 Nudez Mortal FINALIZADA

Fanfic: Nudez Mortal FINALIZADA | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 43

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Maite ficou olhando fixamente para a mensagem colocada sobre o corpo e rugiu para o computador: - Faça o rastreamento da ligação. Descubra o endereço. Agora, droga. Assim que o computador respondeu, acionou a Equipe de Emergência. - Aqui fala Perroni, Tenente Maite, Identificação 5347BQ. Prioridade A. Qualquer unidade disponível dirija-se à Rua 89 Oeste, número 156, apartamento 2119. Não entrem no prédio. Repito, não entrem no prédio. Detenham todas as pessoas que estiverem saindo do edifício. Ninguém entra no apartamento, seja civil ou militar. Estimativa de minha chegada no local: dez minutos.


- Registrado, Perroni, Tenente Maite. - O andróide de plantão falava de modo frio e sem pressa. - As unidades cinquenta e trinta e seis estão disponíveis para apoio. Vão aguardar a chegada. Prioridade A. Emergência desconectando.


 Maite agarrou a bolsa e o kit de trabalho e saiu. Ao chegar ao apartamento, entrou sozinha, com a arma na mão e pronta. A sala de estar estava bem-arrumada, até mesmo aconchegante, cheia de almofadões convidativos e tapetes franjados. Havia um livro jogado no sofá e uma pequena depressão ao lado dele, indicando que alguém passara algum tempo ali, encolhida e lendo. Franzindo a testa diante daquela imagem, Maite se dirigiu para a porta que ficava adiante. O pequeno aposento estava montado para ser um escritório, com uma escrivaninha muito bem-arrumada, e havia pequenos vestígios da personalidade da dona, representada pela cesta de flores de seda perfumadas, um vidro largo cheio de balas de goma e uma caneca branca decorada com um coração vermelho. A escrivaninha ficava de frente para a janela, e esta dava para um outro prédio, onde ninguém se dera o trabalho de colocar telas protetoras de privacidade. Ao longo de uma das paredes estava uma única prateleira, com vários outros livros, uma caixa larga para discos, outras para e-memos, um pequeno baú de tesouro que funcionava como porta-lápis e blocos de papel reciclado. Ao lado havia uma figura meio torta feita de barro, com a aparência de um cavalo, e que certamente fora feita por uma criança. Maite se virou no cômodo e abriu a porta da parede oposta. Já sabia o que a esperava. Seu estômago não reagiu. O sangue ainda estava bem fresco. Com um pequeno suspiro, guardou a arma no coldre, sabendo que estava sozinha com a morta. Através do spray protetor que espalhara nas mãos, sentiu a temperatura do corpo. Ainda estava quente. A vítima tinha sido posicionada na cama com o revólver colocado cuidadosamente entre as pernas. Pareceu a Maite uma Ruger P-90, uma arma de combate feita de metal brilhante, muito popular como defesa doméstica, e usada durante a Revolta Urbana. Leve, compacta e totalmente automática. Não foi usado um silenciador desta vez, mas ela era capaz de apostar que o quarto era à prova de som, e que o assassino sabia disso. Foi até a penteadeira redonda, bem feminina e cheia de objetos, e abriu uma pequena bolsa rústica de juta, que estava na moda. Dentro, encontrou a licença de acompanhante sexual da morta. Uma mulher bonita, avaliou. Sorriso agradável, olhos diretos, e uma atraente pele morena.


- Georgie Castle - Maite recitou para o gravador. - Mulher, cinquenta e três anos. Acompanhante sexual licenciada. A morte provavelmente ocorreu entre sete e sete e quarenta e cinco da noite. Causa da morte, ferimentos a bala, informação a ser confirmada pelo médico legista. Três pontos visíveis de entrada dos projéteis: testa, peito e genitália. Muito provavelmente os tiros foram disparados por uma antiga arma de mão, estilo combate, deixada na cena do crime. Não há sinais de estrangulamento, nem indícios de a entrada no apartamento ter sido forçada. Também não há sinais de roubo. Um sussurro atrás dela fez Maite pular de lado e pegar na arma. Agachada, com os olhos duros e frios, olhou para um gordo gato cinza que entrara de mansinho no quarto. - Que susto! De onde é que você veio? - Ela soltou um longo suspiro de alívio enquanto tornava a guardar a arma. - Há um gato no local - acrescentou para o gravador, e quando ele piscou os olhos para ela, fazendo brilhar um olho verde e outro dourado, abaixou-se para acariciá-lo. O ronronar lhe pareceu o de uma máquina pequena e bem lubrificada.


Colocando-o de lado, pegou no comunicador e ordenou a entrada da Equipe de Homicídios. Pouco tempo depois, Maite estava na cozinha, observando o gato que farejava com delicado desdém uma tigela de comida que ela conseguira encontrar. Nesse instante, ouviu o som de vozes alteradas, do lado de fora do apartamento. Quando foi investigar, encontrou a jovem policial que deixara de guarda na porta. Tentava impedir a entrada de uma mulher frenética e muito determinada.


- Qual é o problema, policial?


- Tenente. - Com óbvios sinais de alívio, a jovem se dirigiu à oficial superior. - Esta civil exige entrar no apartamento. Eu estava...


- É claro que eu exijo entrar. - O cabelo ruivo escuro da mulher estava bem cortado, com pontas que balançavam e rodavam em torno de seu rosto a cada sacudida do corpo. - Esta é a casa da minha mãe. Quero saber o que vocês estão fazendo aqui.


- E como se chama sua mãe? - Maite a interpelou.


- Senhora Castle. Senhora Georgie Castle. Houve algum arrombamento? - A raiva se transformou em preocupação enquanto ela tentava se espremer para passar por Maite. - Ela está bem? Mamãe!


- Venha comigo. - Maite pegou-a pelo braço, com firmeza, e a encaminhou pela sala até a cozinha. - Qual é o seu nome?


- Samantha Bennett. O gato deixou a tigela de lado e veio para se enroscar entre as pernas de Samantha. Com um gesto que Maite reconheceu como automático e habitual, Samantha se abaixou para coçar a cabeça do animal, entre as orelhas. - Onde está a minha mãe? - Naquele momento, a preocupação começou a se transformar em medo, e a voz de Samantha ficou entrecortada. Não havia nada que Maite detestasse mais em seu trabalho do que aquilo. Nenhum aspecto do trabalho da polícia afetava seus sentimentos com lâminas tão cegas e cruéis.


- Sinto muito, Senhorita Bennett. Sinto de verdade, mas a sua mãe está morta. Samantha não disse uma palavra. Seus olhos, com o mesmo tom de mel escuro dos olhos da mãe, perderam o foco. Antes que ela desabasse, Maite a acomodou em uma cadeira.


- Deve haver algum engano - conseguiu dizer. - Tem que haver um engano. Tínhamos combinado de ir ao cinema. Sessão das nove. Sempre vamos ao cinema às terças. - Ela olhou para Maite com olhos desesperadamente esperançosos. - Ela não pode estar morta. Mal completou cinquenta anos, e é muito saudável. É muito forte.


- Não há engano algum. Sinto muito.


- Foi um acidente? - Seus olhos se encheram de lágrimas, que começaram a transbordar. - Ela sofreu algum acidente?


- Não, não foi um acidente. - Não havia outra maneira de contar, a não ser relatar toda a verdade. - Sua mãe foi assassinada.


- Não, isso é impossível. - As lágrimas continuavam a cair. Sua voz tropeçava nos soluços com dificuldade, enquanto ela continuava a balançar a cabeça, em atitude de negação. - Todos gostavam dela. Todos. Ninguém ia querer machucá-la. Quero vê-la. Quero vê-la, agora.


- Não posso permitir que faça isso.


- Mas ela é minha mãe. - As lágrimas caíam-lhe no colo enquanto a voz ficava mais alta. - Tenho o direito de vê-la. Quero ver a minha mãe. Maite apertou os ombros de Samantha com as duas mãos, forçando-a a se sentar novamente na cadeira da qual se levantara bruscamente.


- Você não vai vê-la. Não ia ajudar em nada. Não seria bom para você. O que vai fazer é responder às minhas perguntas, e isso vai servir para que eu encontre a pessoa que fez isso com ela. Agora, me diga, quer tomar alguma coisa? Quer que eu chame alguém para você?


- Não. Não. - Samantha remexeu na bolsa à procura de um lenço. - Meu marido, meus filhos. Eu vou ter que contar a eles. E ao meu pai. Como vou contar a eles? - Onde está o seu pai, Samantha? - Ele mora... ele mora em Westchester. Meus pais se divorciaram há uns dois anos. Ele ficou com a casa porque mamãe queria se mudar para a cidade. Ela queria começar a escrever livros. Sonhava em se tornar escritora. Maite se virou para a máquina de água tratada sobre a bancada da pia e encheu um copo, entregando-o a Samantha.


- Você sabe o que a sua mãe fazia para ganhar a vida?


- Sim. - Samantha apertou os lábios com força, e amarrotou o lenço úmido entre os dedos gelados. - Ninguém conseguia convencê-la a largar essa vida. Ela costumava rir e dizer que já era tempo de fazer algo bem chocante na vida, e também que era uma maravilhosa fonte de pesquisa para seus livros. Minha mãe... Samantha interrompeu a frase para beber um gole da água - se casou muito nova. Alguns anos atrás, disse que precisava ir em frente com a vida dela, ver o que mais havia no


mundo. Não conseguimos convencê-la do contrário, também. Jamais alguém conseguia convencê-la a fazer o que não quisesse. Começou a chorar de novo, cobrindo o rosto e soluçando baixinho. Maite pegou no copo que ela mal tocara e esperou, deixando a primeira onda de choque e o pesar passarem.


- O divórcio foi complicado? Seu pai ficou zangado?


- Desconcertado. Confuso. Triste. Ele a queria de volta, e sempre falava que essa era apenas mais uma das fases passageiras dela. Ele... - A pergunta que apareceu por trás do questionamento de Maite de repente a atingiu, e ela abaixou as mãos. - Ele jamais a machucaria. Nunca, nunca, nunca. Ele a amava. Todos a amavam. Era algo inevitável.


- Tudo bem. - Maite poderia lidar com aquilo mais tarde. Você e sua mãe eram amigas íntimas?


- Sim, muito íntimas.


- Alguma vez ela conversou com você a respeito dos clientes dela? –


 -Às vezes. Isso me deixava um pouco sem graça, mas ela sempre achava uma maneira de fazer com que tudo aquilo parecesse escandalosamente engraçado. Conseguia esse tipo de coisa. Chamava a si própria de Vovó Sexy, e a gente tinha que rir.


- Alguma vez ela mencionou alguém que a fizesse se sentir desconfortável?


 - Não. Sabia lidar bem com as pessoas. Era parte do charme dela. Pretendia levar essa vida só até conseguir ter seus livros publicados.


 - Alguma vez ela mencionou os nomes de Sharon DeBlass ou Lola Starr para você?


- Não. - Samantha começou a ajeitar o cabelo para trás, e então sua mão parou em pleno ar. - Starr. Lola Starr. Já ouvi esse nome, no noticiário. Ouvi falar dela. Foi assassinada. Ah, meu Deus, ah, Deus!... - Samantha abaixou a cabeça, fazendo os cabelos cair em cascata. Eles cobriram seu rosto como duas asas.


- Vou pedir para um policial acompanhá-la até em casa, Samantha


. - Não posso deixá-la. Não posso deixá-la aqui, sozinha.


- Sim, pode sim. Eu vou cuidar dela. - Maite colocou as duas mãos sobre as mãos de Samantha. - Prometo a você que vou cuidar muito bem dela. Vamos lá. - Com gentileza, ajudou Samantha a se levantar. Enlaçou o braço em torno da cintura da jovem ainda confusa e a levou até a porta. Queria que ela saísse antes que a equipe terminasse o trabalho no quarto. - Seu marido está em casa?


 


- Sim, está em casa com as crianças. Temos dois filhos, um com dois anos e o outro com seis meses. Tony ficou com eles em casa.


- Ótimo. Qual é o seu endereço? O choque estava começando a sedimentar. Maite tinha a esperança de que o entorpecimento que podia notar no rosto de Samantha pudesse ajudá-la, enquanto ela recitava um endereço de alta classe em Westchester. - Policial Banks!


 - Sim, Tenente!


 - Leve a Senhora Bennett para casa. Vou pedir para enviarem outro policial para ficar de guarda na porta. Fique junto da família enquanto precisarem de ajuda.


 - Sim, senhora. - Com cuidado e compaixão, a policial guiou Samantha até os elevadores. - Venha por aqui, Senhora Bennett - murmurou. Samantha se encostou meio mole, como se estivesse embriagada, na policial, e perguntou a Maite:


- Você vai mesmo cuidar bem dela?


- Prometo! - Maite encarou fixamente os olhos destroçados de Samantha.


Uma hora depois, Maite entrava na Central de Polícia com um gato debaixo do braço.


- Oi, tenente. Estou vendo que conseguiu agarrar um gato gatuno. - O sargento de plantão riu gostosamente da própria piada.


- Assim você me mata de rir, Riley. O comandante ainda está aqui?


 - Esperando por você. Pediu para que você fosse ao gabinete dele assim que aparecesse. - Ele se inclinou para fazer um carinho no bichano, que ronronava. - Você encarou outro homicídio, não foi?


- Foi. O som de um beijo estalado a fez virar o rosto e notar a presença de um sujeito bonitão, com olhar malicioso, que usava um macacão de pára-quedista feito de fibra elástica. O macacão e o filete de sangue que escorria pela lateral de sua boca, eram aproximadamente da mesma cor. Seus acessórios eram duas algemas finas e pretas, que o mantinham preso pelo braço, próximo a um banco comprido. O rapaz algemado esfregou a mão livre pela parte da frente das calças e piscou para Maite.


- Ei, gata. Tem um presentinho aqui dentro para você.


- Avise ao Comandante Whitney que já estou subindo - ela pediu a Riley, que já estava rolando os olhos, depois de ouvir a cantada. Sem conseguir resistir, Maite foi até o banco e se inclinou para o rapaz, o suficiente para sentir um cheiro azedo de vómito. - Essa foi uma proposta muito charmosa - murmurou ela, e depois arqueou a sobrancelha quando o homem abriu a braguilha e balançou a sua personalidade diante dela. Ao ver aquilo, Maite disse: - Olhe ali, gatinha, que gracinha... um pênis bem pequenininho. - Ela sorriu, chegando ainda mais perto. - É melhor guardar seu pintinho, babaca, e cuidar bem dele, porque a minha gatinha aqui pode pensar que é um filhote de camundongo, dar uma dentada nele e arrancá-lo fora. Ficou se sentindo muito melhor ao ver que o que havia de orgulho e alegria murchou no rosto dele, antes mesmo de fechar o zíper. O bom humor durou quase até o momento em que ela entrou no elevador e ordenou o andar do Comandante Whitney. Ele já estava esperando, com Feeney, olhando o relatório que ela enviara diretamente da cena do crime. Pela própria natureza da repetição exigida pelos procedimentos policiais, Maite relatou tudo de novo, verbalmente.


- Então, esse aí é o gato - disse Feeney.


- Não tive coragem de entregá-lo à filha da vítima, do jeito que ela estava. - Encolheu os ombros. - E também não pude deixá-lo lá. - Com a mão livre, pegou a bolsa. - Os discos dela. Está tudo etiquetado. Dei uma olhada nos encontros assinalados para hoje. O último do dia estava marcado para as seis e meia. John Smith. Aqui está a arma. - Ela colocou o plástico selado com a arma do crime sobre a mesa de Whitney. - Parece que é uma Ruger modelo P-90.


- Está aprendendo, garota - disse Feeney, dando uma olhada e concordando com a cabeça.


- Andei queimando as pestanas, estudando isso.


- É do início do século, provavelmente ano 2008 ou 2009. Afirmou Feeney enquanto revirava a arma selada nas mãos. - Está em excelentes condições. Número de série intacto. Não vai levar muito tempo para rastrear - acrescentou, mas mexeu com os ombros.


- Só que ele é esperto demais para usar uma arma registrada.


- Mesmo assim, pesquise - ordenou Whitney, e apontou Para a unidade auxiliar do outro lado da sala. -Já ordenei vigilância constante no seu edifício, Perroni. Se ele tentar enviar outro disco para você, vamos filmá-lo.


- Se ele continuar fiel ao método, o disco vai chegar nas próximas vinte e quatro horas. Até agora ele manteve o mesmo padrão, embora cada uma das vítimas tenha sido um tipo diferente: com Sharon DeBlass temos uma vítima com glamour e sofisticação; com Lola Starr, temos aquela do tipo principiante, quase infantil; agora, com esse novo ataque, temos o conforto. Uma mulher ainda jovem, mas madura. - Estamos interrogando os vizinhos - continuou ela. - Vou conversar com a família novamente, pesquisar a ação do divórcio. Parece que ela aceitou receber esse cliente por impulso. Tinha um encontro marcado com a filha para todas as terças-feiras. Queria que Feeney pesquisasse as chamadas que ela recebeu, para ver se esse cliente a contactou pessoalmente. Esse, nós não vamos conseguir esconder da imprensa, comandante. E eles vêm com tudo em cima da gente.


- Já estou trabalhando no controle da mídia.


- Esse caso pode ser mais quente do que a gente imagina disse Feeney, olhando por cima do monitor. Seus olhos se encontraram com os de Maite, de um jeito que fez o sangue dela gelar. - A arma do crime está registrada. Foi comprada em um leilão da Sothebys que aconteceu no último outono, por um comprador não declarado. Foi registrada em nome de Alfonso.


 Maite ficou sem fala por um momento, mas não se importou.


- O padrão foi quebrado - ela conseguiu dizer, por fim. Isso é uma burrice, e Alfonso não é um homem burro.


- Tenente...


- A arma foi plantada, comandante. Isso é óbvio. Arrematada em leilão por um comprador não declarado. Qualquer hacker de segunda categoria conseguiria forjar a identidade de alguém e dar um lance. Como é que foi feito o pagamento? - perguntou, virando-se para Feeney.


- Vou ter que acessar os registros da Sothebys quando eles abrirem, amanhã.


- Aposto que foi em dinheiro, por transferência eletrônica. O leiloeiro recebe a grana, por que iam querer saber de onde veio? Sua voz podia parecer calma, mas sua cabeça estava a mil. - E a entrega. Meu palpite é que foi feita em uma estação pública de retirada eletrônica automática. Não é necessário identificação para pegar a mercadoria. Tudo o que alguém precisa é da senha para o código de entrega.


- Perroni - pediu Whitney, com paciência -, traga-o aqui para um interrogatório.


- Não posso fazer isso.


- Isso é uma ordem direta, Perroni. - Os olhos do comandante permaneceram inalterados e frios. - Se você tem algum problema pessoal, deixe para resolver em sua hora de folga.


- Não posso trazê-lo aqui - repetiu ela -, porque ele está na Estação Espacial FreeStar, a uma distância bastante considerável do local do crime.


 - Se ele simulou ter ido para a Estação FreeStar...


- Não simulou - interrompeu ela. - E foi aí que o assassino cometeu um erro. A viagem de Alfonso é totalmente confidencial, pouquíssimas pessoas sabiam dela. Pelo que consta, para todo mundo ele está bem aqui, em Nova York. O Comandante Whitney inclinou a cabeça.


- Então é melhor confirmar o paradeiro dele. Agora.


O estômago de Maite deu uma reviravolta no momento em que fez a ligação do próprio tele-link de Whitney. Em poucos segundos, estava ouvindo a voz seca de Summerset.


- Summerset, aqui é a Tenente Perroni. Preciso entrar em contato com Alfonso.


 - Alfonso está em reunião, tenente. Não pode ser incomodado.


- Alfonso disse a você para me colocar em contato com ele se eu precisasse, droga. Isso é assunto da polícia. Informe o número de acesso dele imediatamente, senão vou até aí para rebocar sua bunda magra até a delegacia, por obstrução da Justiça.


- Não estou autorizado a informar onde ele está. - O rosto de Summerset se contraiu ao ouvir as palavras de Maite. - Posso, entretanto, transferir a sua ligação para ele. Por favor, aguarde na linha. As palmas das mãos de Maite começaram a suar enquanto a tela do tele-link tomou a coloração azul do modo de espera, e uma melodia teve início. Ficou imaginando de quem tinha sido a idéia de colocar aquela música melosa para tocar. Certamente não era idéia de Alfonso. Ele tinha classe demais para isso. Ah, Deus, o que é que ela ia fazer se ele não estivesse onde falou que estaria? A tela azul se contraiu até se transformar em um ponto luminoso, e a seguir se abriu novamente. Lá estava Alfonso, com um traço de impaciência no olhar e um pequeno sorriso nos lábios.


- Tenente. Você me pegou em um momento complicado. Posso retornar a ligação daqui a pouco?


- Não. - Ela podia ver com o canto do olho que Feeney já estava rastreando a origem da transmissão. - Preciso confirmar seu paradeiro, o local em que você está.


- Meu paradeiro? - Suas sobrancelhas se franziram. Ele devia ter reparado alguma coisa no rosto de Maite, embora ela pudesse jurar que tinha mantido a expressão tão séria e ilegível como uma pedra. - O que houve de errado, Maite? O que aconteceu?



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Autor(a): taynaraleal

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- Seu paradeiro, Alfonso. Por favor, me diga, eu preciso confirmar. Ele permaneceu em silêncio, estudando-a. Maite ouviu alguém se dirigir a ele. Alfonso dispensou a pessoa, com um gesto rápido. - Estou no meio de uma reunião com a Câmara Presidencial da Estação Espacial FreeStar, cuja localização é Quadran ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 84



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  • maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 16:36:32

    acabou? nao acredito:( essa foi uma as melhores historias eu ja li aqui nesse site. essa fanfic foi perfeita do inicio ao fim. amei ela e ja estou ansiosa para a sua proxima fanfic. vc é com certeza uma a melhores escritoras daqui e espero que continue escrevendo muitas historias.

  • maite_portilla Postado em 18/07/2017 - 02:31:26

    Que bom que voltou realmente. Estou amando, continua logo <3

  • maite_portilla Postado em 11/07/2017 - 16:48:20

    Opa, leitora nova aqui. Já li sua fanfic toda e pensei que tinha abandonado. Fico muito feliz que vc tenha voltado. Continua logo

    • taynaraleal Postado em 12/07/2017 - 17:11:25

      Que bom que gostou meu amor, seja bem vida, voltei para ficar agora

  • suenosurreal Postado em 27/03/2016 - 11:55:53

    Mew quero esse Alfonso pra vida, gente que homem! Maite para de graça e se assumem logo, são tão lindos juntos *-* continuaaaaa

  • mylene_herroni Postado em 17/01/2016 - 02:29:34

    continuaaa. adoro essa fic

  • mylene_herroni Postado em 05/12/2015 - 23:48:21

    Continuaaaaaaa! Eu também acredito no Poncho, Mai &#9825;

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:10:55

    Aiii eu sinceramente espero que não seja o Poncho. Continuaaaaaa.

  • Postado em 26/11/2015 - 13:37:47

    O Alfonso tem que estar na estação espacial! Pmldds ele não pode ser o assassino (na vdd pode, tudo é possível) ISSO TEM QUE SER UMA ARMAÇÃO, POSTA MAAAAAIS

  • Fabi Sales Postado em 24/11/2015 - 21:58:00

    POSTA MAAAAIS, MULHER! ATÉ EU TÔ CURIOSA PRA SABER O QUE ACONTECEU E TÔ DOIDA PRA VER MOMENTOS HERRONI, POSTAAAAAAA <33

  • Fabi Sales Postado em 18/11/2015 - 17:46:04

    POSTA MAIS, POR FAVOR! <33


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