Fanfic: Nudez Mortal FINALIZADA | Tema: Herroni
- Seu paradeiro, Alfonso. Por favor, me diga, eu preciso confirmar. Ele permaneceu em silêncio, estudando-a. Maite ouviu alguém se dirigir a ele. Alfonso dispensou a pessoa, com um gesto rápido.
- Estou no meio de uma reunião com a Câmara Presidencial da Estação Espacial FreeStar, cuja localização é Quadrante Seis, Área de Conexão Alfa. Câmera, girar! - ele ordenou, e o link intergaláctico circulou, exibindo toda a sala. Muitos homens e mulheres estavam sentados em volta de uma mesa larga e circular. O espaço porto comprido e em forma de arco apareceu ao longe, exibindo uma imensa quantidade de estrelas e o perfeito globo terrestre azul-esverdeado, ao fundo.
- Localização da transmissão confirmada - informou Feeney, a meia voz. - Ele se encontra exatamente onde afirma estar.
- Alfonso, por favor, coloque o tele-link no modo de privacidade. Sem a mais leve mudança na expressão, ele colocou o fone de ouvido com microfone.
- Sim, tenente, pode falar.
- Uma arma registrada em seu nome acaba de ser confiscada na cena de um homicídio. Tenho que pedir a você que compareça para interrogatório na primeira oportunidade. Tem todo o direito de trazer o seu advogado. Na verdade, eu o aconselho a trazer o advogado - acrescentou ela, com a esperança de que ele fosse compreender a ênfase. - Se você não comparecer nas próximas quarenta e oito horas, a Guarda Espacial da Estação vai escoltá-lo de volta até a Terra. Você compreendeu os seus direitos e as suas obrigações nesse caso?
- Certamente. Vou fazer os preparativos. Até logo, tenente.
A tela se apagou.
Mais abalada do que conseguia admitir, Maite entrou na sala da Doutora Mira na manhã seguinte. A convite dela, sentou-se e cruzou as mãos, para evitar qualquer movimento de inquietação que pudesse trair seu estado.
- Doutora, já teve tempo de traçar um perfil?
- Você me pediu urgência. - De fato, Mira ficara acordada quase a noite toda lendo relatórios e usando o seu treinamento e a sua capacidade de fornecer diagnósticos psíquicos para a formação de um perfil. - Gostaria de mais tempo para trabalhar nisso, mas posso lhe fornecer uma visão geral.
- Certo. - Maite se inclinou. - Como ele é?
- Ele é quase que certamente correto. Tradicionalmente, crimes dessa natureza não são cometidos por pessoas do mesmo sexo. É um homem com inteligência acima da média, tendências sociopatas e voyeurísticas. É ousado, mas não se arrisca, embora provavelmente pense que sim. - Com seu jeito gracioso, ela uniu os dedos e cruzou as pernas. - Seus crimes são bem planejados. Seu prazer e satisfação vêm da seleção das vítimas, da preparação do plano e da sua execução.
- Por que prostitutas?
- Controle. Sexo é controle. Morte é controle. E ele sente a necessidade de controlar pessoas, situações. O primeiro assassinato foi provavelmente por impulso.
- Por quê?
- Foi pego de surpresa pela própria violência, pela própria capacidade de ser violento. Teve uma reação forte, pelo solavanco que sentiu, pela inspiração ofegante e pela expiração trêmula. Recuperou-se e sistematicamente se protegeu. Não quer ser apanhado, mas quer, precisa mesmo, ser admirado e temido. Isso explica as gravações. - Ele usa armas de colecionadores - continuou a médica, com a mesma voz moderada. - Isso é um símbolo de status, de dinheiro. Mais uma vez, poder e controle. Ele as deixa para trás no local do crime para poder mostrar como ele é especial entre os homens. Aprecia a violência visível das armas e o seu aspecto impessoal. Gosta do seu poder de matar de uma distância confortável, e da indiferença emocional disso. Decidiu o número de vítimas para mostrar que é organizado e tem precisão. É ambicioso. E
- Ele poderia estar com as seis mulheres em mente desde o começo? Seis alvos definidos?
- A única ligação confirmada entre as três vítimas é a sua profissão - começou Mira, e viu que Maite já tinha chegado à mesma conclusão, mas queria uma confirmação. - Ele estava com a profissão em mente. Minha opinião é de que a escolha das mulheres é casual. É bem provável que ele tenha uma posição de alto nível, certamente um cargo de responsabilidade. Se for casado ou tiver um parceiro sexual, esse parceiro, seja ele ou ela, é subserviente. Tem um conceito muito baixo das mulheres. Ele as degrada e as humilha, depois de mortas, para mostrar a sua repulsa e superioridade. Não tem a percepção desses atos como crimes, e sim como momentos de poder pessoal e auto-afirmação. - A prostituição, masculina ou feminina - continuou a médica -, permanece como uma profissão de baixo padrão na mente de muitas pessoas. As mulheres não são seres iguais a ele; uma prostituta está abaixo de sua qualificação, mesmo quando ele a usa para liberar a si mesmo. E ele gosta do trabalho que faz, tenente. Gosta muito.
- Ele considera isso um trabalho, doutora, ou uma missão?
- Não, ele não tem uma missão. Apenas ambições. Isso não tem a ver com religião, não é uma declaração moral, nem uma postura social.
- Não, a afirmação é pessoal, e a postura é de poder.
- Sim, concordo - disse Mira, satisfeita com o funcionamento franco e direto da mente de Maite. - Para ele, trata-se de um interesse, um novo e fascinante hobby do qual ele se descobriu adepto. É um homem perigoso, tenente, não só porque não possui consciência, mas porque é bom naquilo que faz. E o sucesso o alimenta.
- Ele vai parar na sexta vítima - murmurou Maite. - Com esse método. Mas vai encontrar outra forma criativa de matar. É vaidoso demais para voltar atrás na palavra que deu para as autoridades, mas está gostando demais do seu passatempo para desistir dele.
- Dá até para pensar, tenente - Mira virou um pouco a cabeça -, que você já leu o meu relatório. Acho que está começando a entender o criminoso muito bem.
- Sim, peça por peça - concordou Maite. Havia mais uma pergunta que ela queria fazer, uma pergunta que a deixara rolando na cama durante uma noite longa e insone. - Para se proteger e tornar o jogo ainda mais difícil, doutora, ele seria capaz de contratar alguém, pagar alguém para matar uma das vítimas que tivesse escolhido, enquanto ele próprio estivesse protegido por um álibi?
- Não. - Os olhos de Mira mostraram compaixão ao observar que Maite fechara os olhos de alívio. - Na minha opinião, ele tem necessidade de estar lá. Para ver, para gravar, mas acima de tudo para passar pela experiência. Não quer satisfação indireta. Nem acredita que você vai ser mais esperta do que ele. Está adorando vê-la sofrer com esse problema, tenente. É um observador de pessoas, e creio que começou a se interessar por você no momento em que soube quem era a responsável principal pela investigação. Ele a observa, e sabe que você se importa. Na visão dele, isso é uma fraqueza a ser explorada; e ele faz isso oferecendo a você, de presente, a cena dos assassinatos; e não em seu local de trabalho, mas em sua própria casa.
- Ele já mandou o último disco. Estava na minha correspondência da manhã, postado de uma agência automática do centro da cidade, mais ou menos uma hora depois do crime. Nós havíamos colocado o prédio sob vigilância. Ele deve ter imaginado isso e achou um meio de contornar o problema.
- É um manipulador nato. - Mira entregou a Maite um disco e uma pasta com o perfil inicial. - É um homem inteligente e maduro. Maduro o suficiente para refrear os impulsos, um homem com recursos financeiros, e imaginação. Quase nunca demonstra suas emoções, e raramente as deixa transparecer. Para ele, é uma questão de intelecto e, como você disse, de vaidade.
- Agradeço muito que tenha conseguido tudo isso para mim em tão pouco tempo.
- Maite - disse Mira, antes que ela tivesse a chance de se levantar -, há mais uma coisa. A arma que foi largada no local do último crime. O homem que fez esses crimes não cometeria um erro tão tolo quanto o de deixar para trás uma arma que pudesse ser rastreada. O diagnóstico do computador rejeitou essa idéia com uma probabilidade de 93,4 por cento.
- A arma estava lá - disse Maite, em tom neutro. - Eu mesma a recolhi.
- Como estou certa de que era o que ele queria que você fizesse. É muito provável que ele tenha apreciado implicar outra pessoa para acabar tumultuando a investigação, e dar um nó no seu desenvolvimento. E é igualmente provável que ele tenha escolhido uma determinada pessoa em particular para atingir você, distrair você, ou até para magoar você. Incluí tudo isso no perfil que montei. Agora, em nível pessoal, quero lhe dizer que estou preocupada com o interesse que ele tem por você.
- Vou fazer com que ele fique muito mais preocupado com o meu interesse por ele. Obrigada, doutora.
Maite foi diretamente até o gabinete de Whitney para entregar o perfil psicológico.
Com um pouco de sorte, a essa hora, Feeney já deveria ter verificado suas suspeitas a respeito da compra e entrega da arma do crime. Se ela estava certa, e ela tinha que acreditar que estava, aquilo e o peso do perfil que Mira traçara iriam livrar Alfonso. Ela já sabia, pelo jeito com que Alfonso olhara para ela... através dela, durante aquele último contato entre eles, que seus deveres profissionais haviam destruído qualquer tipo de ponte pessoal que eles estivessem construindo. Ficou ainda mais certa disso quando juntou tudo, entrou no gabinete e encontrou Alfonso lá. Ele deveria ter usado transporte particular, ela concluiu. Teria sido impossível, para ele, chegar tão depressa pelos caminhos normais. Ele simplesmente inclinou a cabeça sem dizer nada, enquanto ela atravessava a sala para entregar o disco e a pasta ao Comandante Whitney.
- Aqui está o perfil construído pela Doutora Mira.
- Obrigado, tenente. - Seus olhos se desviaram para os de Alfonso. - A Tenente Perroni vai encaminhá-lo à área de interrogatório. Agradecemos muito a sua cooperação.
Alfonso continuou sem dar uma palavra. Simplesmente se levantou e esperou por Maite para ir com ela até a porta. -
Você tem o direito de estar com o seu advogado presente começou ela, enquanto chamava o elevador.
- Estou ciente do fato. Estou sendo acusado de algum crime, tenente?
- Não. - Xingando-o mentalmente, entrou no elevador e pediu a Área B. - Isto é apenas um procedimento padrão. – Seu silêncio continuou até que ela ficou com vontade de gritar. Droga, eu não tenho outra escolha.
- Não tem? - perguntou ele, em um murmúrio, e saiu na frente dela quando as portas se abriram.
- É o meu trabalho. - As portas da área de interrogatório se abriram sozinhas e a seguir se fecharam, atrás deles. As câmeras de segurança que qualquer ladrão comum saberia que estavam escondidas em todas as paredes entraram em funcionamento automaticamente. Maite se sentou em uma mesa pequena e esperou que ele se sentasse de frente para ela. - Estes procedimentos estão sendo gravados. Você compreende isso?
- Sim.
- Tenente Perroni, Identificação 5347BQ, entrevistadora. Entrevistado, Alfonso.
Dados iniciais e contagem de tempo. O entrevistado abriu mão da presença de um advogado. Esta afirmação é correta?
- Sim, o entrevistado abriu mão da presença de um advogado.
- O senhor tem alguma ligação com uma acompanhante sexual licenciada, chamada Georgie Castle? - Não.
- Já esteve no edifício de número 156 da Rua Oitenta e Nove Oeste?
- Não, não acredito que tenha estado.
- O senhor possui uma Ruger modelo P-90, arma automática de combate, fabricada em 2005?
- É provável que eu possua uma arma desta marca, modelo e ano de fabricação. Para facilitar os trabalhos, vamos dizer que possuo.
- Quando adquiriu a citada arma?
- Mais uma vez, devo afirmar que teria que verificar. - Não piscou, não tirou os olhos dos dela, nem por um momento. Possuo uma coleção de armas bem completa, e não tenho todos os detalhes dela na cabeça, nem no computador de bolso.
- O senhor adquiriu a arma em questão em um leilão na Sothebys?
- É possível. Frequentemente adiciono novas peças à minha coleção através de leilões.
- Leilões com lances de comprador não declarado?
- Ocasionalmente. O estômago dela, que já estava apertado, começou a rodar.
- O senhor aumentou a sua coleção com a arma citada adquirindo-a pelo sistema de lance por comprador não declarado em um leilão da Sothebys que foi realizado no dia dois de outubro do ano passado? Alfonso pegou seu palm computer no bolso e procurou a data informada.
- Não. Não tenho registro desse fato. Estava em Tóquio nessa data, envolvido em reuniões de negócios. A senhorita poderá verificar isso facilmente. Droga, droga, pensou ela. Você sabe que isso não é resposta.
- Representantes são muitas vezes utilizados em leilões.
- É verdade. - Olhando para ela sem demonstrar emoção, guardou o pequeno computador no bolso, novamente. - Se a senhorita fizer uma verificação junto à Sothebys, será informada de que eu não uso representantes. Quando decido adquirir algo, é porque já o vi com os próprios olhos. Uma avaliação pessoal da mercadoria já é o bastante para mim. Se e quando eu decido dar algum lance, sempre o faço pessoalmente. No caso de um leilão não declarado, eu estaria assistindo a ele diretamente, ou participando dele através do tele-link.
- Não é tradição nesse ramo fazer um lance eletrônico fechado, ou autorizar um representante para chegar até um determinado teto?
- Não me preocupo muito com tradições. O fato é que eu poderia mudar de idéia a respeito caso realmente desejasse adquirir alguma coisa. Por um motivo ou por outro, poderia perder interesse no objeto. Ela compreendeu o significado indireto de sua declaração, e tentou aceitar que ele tinha acabado de terminar a ligação com ela.
- A citada arma - continuou Maite - registrada em seu nome e adquirida em leilão por um comprador não declarado na Sothebys, em outubro do ano passado, foi usada para assassinar Georgie Castle, aproximadamente às sete e meia da noite passada.
- Eu sei, e a senhorita também sabe que eu não estava em Nova York às sete e meia da noite passada. - Seu olhar perscrutou o seu rosto. - A senhorita rastreou a transmissão, não foi? Ela não respondeu à pergunta. Não podia.
- Sua arma foi achada na cena do crime.
- Já estabelecemos o fato de que ela é minha?
Autor(a): taynaraleal
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 84
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maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 16:36:32
acabou? nao acredito:( essa foi uma as melhores historias eu ja li aqui nesse site. essa fanfic foi perfeita do inicio ao fim. amei ela e ja estou ansiosa para a sua proxima fanfic. vc é com certeza uma a melhores escritoras daqui e espero que continue escrevendo muitas historias.
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maite_portilla Postado em 18/07/2017 - 02:31:26
Que bom que voltou realmente. Estou amando, continua logo <3
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maite_portilla Postado em 11/07/2017 - 16:48:20
Opa, leitora nova aqui. Já li sua fanfic toda e pensei que tinha abandonado. Fico muito feliz que vc tenha voltado. Continua logo
taynaraleal Postado em 12/07/2017 - 17:11:25
Que bom que gostou meu amor, seja bem vida, voltei para ficar agora
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suenosurreal Postado em 27/03/2016 - 11:55:53
Mew quero esse Alfonso pra vida, gente que homem! Maite para de graça e se assumem logo, são tão lindos juntos *-* continuaaaaa
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mylene_herroni Postado em 17/01/2016 - 02:29:34
continuaaa. adoro essa fic
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mylene_herroni Postado em 05/12/2015 - 23:48:21
Continuaaaaaaa! Eu também acredito no Poncho, Mai ♡
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mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:10:55
Aiii eu sinceramente espero que não seja o Poncho. Continuaaaaaa.
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Postado em 26/11/2015 - 13:37:47
O Alfonso tem que estar na estação espacial! Pmldds ele não pode ser o assassino (na vdd pode, tudo é possível) ISSO TEM QUE SER UMA ARMAÇÃO, POSTA MAAAAAIS
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Fabi Sales Postado em 24/11/2015 - 21:58:00
POSTA MAAAAIS, MULHER! ATÉ EU TÔ CURIOSA PRA SABER O QUE ACONTECEU E TÔ DOIDA PRA VER MOMENTOS HERRONI, POSTAAAAAAA <33
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Fabi Sales Postado em 18/11/2015 - 17:46:04
POSTA MAIS, POR FAVOR! <33