Fanfics Brasil - Capítulo 48 Nudez Mortal FINALIZADA

Fanfic: Nudez Mortal FINALIZADA | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 48

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O sol já estava se pondo quando ela chegou na casa de Alfonso. Maite não estava se considerando fora de serviço. O favor que ia pedir ficara fervilhando em sua cabeça o dia todo. Ela decidira fazer, depois desistira, e ficou vacilando a respeito, até se sentir enojada. Por fim saiu da Central de Polícia, pela primeira vez em muitos meses, na hora exata do seu final de turno.


Com o pouco progresso que fizera ficando ali, não precisava ficar por mais tempo. Feeney não achou nada, e deu em um beco sem saída em sua procura por um segundo cofre bancário. Trouxera, com óbvia relutância, a lista que Maite pedira com os nomes dos policiais. Ela tinha a intenção de fazer uma pesquisa sobre cada um deles, no momento certo e quando tivesse tempo. Com uma ponta de remorso, compreendeu que ia usar Alfonso. Summerset abriu a porta, com seu usual desdém.


- A senhorita chegou antes do momento em que era aguardada, tenente.


 - Se ele não estiver, posso esperar.


- Ele está na biblioteca.


- E onde fica, exatamente?


 Summerset se permitiu um quase imperceptível bufar. Se Alfonso não lhe tivesse ordenado que levasse Maite assim que chegasse, ele a teria enfiado em alguma sala pequena e mal iluminada para esperar.


- Queira me acompanhar, por favor.


- O que, exatamente, eu tenho, Summerset, que faz com que o seu santo não cruze com o meu?


- Não faço idéia do que a senhorita quer dizer, tenente. Com suas costas retas, ele a conduziu, subindo um lance de escadas e a seguir continuando por um largo corredor. - A biblioteca anunciou ele, com ar reverente, e abriu a porta para ela.


Maite jamais vira tantos livros juntos em toda a sua vida. Nem mesmo achava que pudessem existir tantos assim, fora de museus. As paredes estavam literalmente revestidas por eles, de modo que a sala de dois andares positivamente cheirava a livros. No andar de baixo, sentado no que certamente era um sofá de couro, Alfonso estava reclinado, bem à vontade, com um livro nas mãos e o gato no colo.


 - Maite. Você chegou cedo. - Colocou o livro de lado e pegou o gato enquanto se levantava.


- Nossa, Alfonso, onde foi que você arranjou tudo isso?


- Os livros? - Deixou o olhar circular pela sala. A luz da lareira dançava e se modificava sobre as lombadas coloridas. Outro de meus interesses. Você não gosta de ler?


- Claro, de vez em quando. Mas os discos são muito mais práticos.


- E muito menos estéticos. - Acariciou o cangote do gato, levando-o ao êxtase. - Sinta-se à vontade para pegar emprestado qualquer um que queira.


- Acho que não.


 - Que tal um drinque?


- Isso eu aceito.


Seu tele-link começou a tocar.


- Deve ser a ligação que estou esperando. Por que não nos serve um pouco do vinho que deixei respirando em cima da mesa?


- Certo. - Maite pegou o gato dos braços de Alfonso e foi atender ao pedido. Como queria ficar escutando a conversa, ela se forçou a manter uma distância estratégica do lugar onde ele ficara murmurando. Isso lhe deu a oportunidade de dar uma olhada de perto nos livros e analisar os títulos. Alguns eram de autores dos quais ela já ouvira falar. Mesmo estudando em escolas públicas, ela foi obrigada a ler Steinbeck e Chaucer, Shakespeare e Dickens. O currículo escolar a levara também a conhecer Stephen King, John Grisham, Toni Morrison e Sue Grafton. Mas ali havia dezenas, talvez centenas de nomes dos quais ela nunca ouvira falar. Ficou imaginando como alguém seria capaz de organizar tantos livros, quanto mais lê-los.


 - Desculpe-me - disse ele, quando desligou o tele-link. Era uma coisa urgente.


 - Tudo bem.


- O gato está ficando muito agarrado com você, Maite. - Ele tomou o vinho que ela servira.


- Não acredito que ele seja particularmente leal a alguém. Mas ela tinha que admitir que gostava do jeito com que o bichano se enroscava debaixo da sua mão, quando ela o acariciava. - Não sei o que vou fazer com ele. Liguei para a filha de Georgie, e ela disse que não tinha coragem de vir pegá-lo. Quando eu insisti, acabei fazendo-a chorar.


- Você poderia ficar com ele.


- Não sei. Bichos de estimação precisam de cuidados.


 - Os gatos são admiravelmente auto-suficientes. - Alfonso se sentou no sofá e ficou esperando que ela fosse para junto dele. - E então, quer me contar como foi o seu dia?


- Não muito produtivo. E o seu?


- Muito produtivo.


- Aqui tem um bocado de livros - falou Maite, sem saber o que dizer e sabendo que estava adiando o assunto importante.


 - Tenho um carinho especial por eles. Mal conseguia ler o meu nome quando tinha seis anos, e então encontrei um exemplar muito velho de um livro de Yeats. É um escritor irlandês bastante conhecido - acrescentou quando viu o olhar vazio de Maite. Fiquei morrendo de vontade de compreender tudo aquilo, então comecei a aprender sozinho.


- Você não freqüentou a escola?


- Não quando conseguia evitar. Estou vendo problemas no fundo dos seus olhos, Maite - murmurou. Ela soltou o ar com força. De que adiantava ficar adiando o problema quando ele conseguia ver através dela?


- É que eu tenho mesmo um problema. Quero fazer uma investigação completa sobre o Secretário Simpson. Obviamente, não posso usar os caminhos normais, nem usar o computador da minha casa e nem o da Central. No minuto em que eu tentasse remexer na vida do chefão, seria descoberta.


- E você está se perguntando se eu tenho algum sistema de dados seguro e que não esteja registrado. É claro que tenho.


- É claro - ela concordou baixinho. - Um sistema de dados não registrado é uma violação do Código 453-B, parágrafo 35.


 - Você não faz idéia de como eu fico excitado quando você recita esses números de leis e parágrafos de cor, tenente.


- Não tem graça. E o que eu vou pedir a você é ilegal. É uma contravenção muito grave violar eletronicamente a privacidade de um policial do estado.


 - Você pode prender a nós dois depois que acabarmos.


- Isto é sério, Alfonso. Eu sempre sigo as regras, e agora estou pedindo a você que me ajude a fazer algo contra a lei.


- Maite, minha querida - ele se levantou e a colocou em pé -, você não faz idéia da quantidade de leis que eu já violei. - Pegou a garrafa de vinho e a deixou pendurada entre dois dedos, enquanto enlaçava Maite pela cintura. -Já tomava conta de um jogo de dados clandestino aos dez anos - começou ele, levando-a para fora da biblioteca. - Foi a herança de meu velho e adorado pai, que acabou com a garganta cortada em um beco de Dublin.


- Sinto muito.


- Não éramos muito chegados. Ele era um canalha, e ninguém gostava dele, muito menos eu. Summerset, vamos jantar às sete e trinta - acrescentou Alfonso enquanto se viravam em direção à escada. - Mas ele me ensinou, com a ajuda de alguns socos na minha cara, a jogar os dados, as cartas, a aprender as probabilidades. Era um ladrão, não muito bom, como ficou provado pelo fim que teve. Eu era melhor. Roubava, trapaceava, e passei algum tempo aprendendo as artes do contrabando. Portanto, como vê, não pense que você está me corrompendo com esse pedido tão trivial. Ela não olhou para ele, que digitava o código para abrir uma porta do segundo andar, no momento em que perguntou:


- Você ainda?...


- Você quer saber se eu ainda roubo, trapaceio e faço contrabando até hoje? - Virou-se e tocou o rosto dela com a mão. Você ia odiar se fosse assim, não é? Chego a ter vontade de dizer que sim, e que pretendo desistir de tudo só por causa de você. Mas aprendi há muito tempo que há jogos ainda mais excitantes por serem legais. E que ganhar é muito mais gostoso quando você consegue a vitória sem precisar preparar o baralho. - Ele beijou a sobrancelha de Maite e entrou no quarto. - Temos, no entanto, que nos manter sempre em forma.



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Autor(a): taynaraleal

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 84



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  • maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 16:36:32

    acabou? nao acredito:( essa foi uma as melhores historias eu ja li aqui nesse site. essa fanfic foi perfeita do inicio ao fim. amei ela e ja estou ansiosa para a sua proxima fanfic. vc é com certeza uma a melhores escritoras daqui e espero que continue escrevendo muitas historias.

  • maite_portilla Postado em 18/07/2017 - 02:31:26

    Que bom que voltou realmente. Estou amando, continua logo <3

  • maite_portilla Postado em 11/07/2017 - 16:48:20

    Opa, leitora nova aqui. Já li sua fanfic toda e pensei que tinha abandonado. Fico muito feliz que vc tenha voltado. Continua logo

    • taynaraleal Postado em 12/07/2017 - 17:11:25

      Que bom que gostou meu amor, seja bem vida, voltei para ficar agora

  • suenosurreal Postado em 27/03/2016 - 11:55:53

    Mew quero esse Alfonso pra vida, gente que homem! Maite para de graça e se assumem logo, são tão lindos juntos *-* continuaaaaa

  • mylene_herroni Postado em 17/01/2016 - 02:29:34

    continuaaa. adoro essa fic

  • mylene_herroni Postado em 05/12/2015 - 23:48:21

    Continuaaaaaaa! Eu também acredito no Poncho, Mai &#9825;

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:10:55

    Aiii eu sinceramente espero que não seja o Poncho. Continuaaaaaa.

  • Postado em 26/11/2015 - 13:37:47

    O Alfonso tem que estar na estação espacial! Pmldds ele não pode ser o assassino (na vdd pode, tudo é possível) ISSO TEM QUE SER UMA ARMAÇÃO, POSTA MAAAAAIS

  • Fabi Sales Postado em 24/11/2015 - 21:58:00

    POSTA MAAAAIS, MULHER! ATÉ EU TÔ CURIOSA PRA SABER O QUE ACONTECEU E TÔ DOIDA PRA VER MOMENTOS HERRONI, POSTAAAAAAA <33

  • Fabi Sales Postado em 18/11/2015 - 17:46:04

    POSTA MAIS, POR FAVOR! <33


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