Fanfics Brasil - Capítulo 51 Nudez Mortal FINALIZADA

Fanfic: Nudez Mortal FINALIZADA | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 51

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Qualquer satisfação pessoal que Maite pudesse estar sentindo ao tomar parte da equipe que interrogava Simpson, ela escondeu muito bem. Em consideração à posição dele, usaram a sua própria sala da Secretaria de Segurança, em vez da sala de interrogatório. As amplas janelas e a brilhante mesa de acrílico não conseguiam esconder o fato de que Simpson estava em sérios apuros. As pequenas gotas de suor acima do seu lábio superior indicavam que ele conhecia muito bem a extensão do seu problema.



- A mídia está tentando desacreditar a Secretaria de Segurança - Simpson começou, usando a declaração meticulosamente preparada por seu principal assessor. - Diante do fracasso visível das investigações sobre a morte brutal de três mulheres, a imprensa está tentando provocar uma caça às bruxas. Como Secretário de Segurança, sou um alvo óbvio.



- Secretário Simpson. - Nem mesmo pelo tremular de um cílio o Comandante Whitney demonstrou o seu júbilo interior. Sua voz era grave, e seu olhar, sombrio. Seu coração celebrava o momento. - Independente dos motivos, será necessário que o senhor explique as divergências demonstradas em suas declarações financeiras.



 Simpson estava sentado, petrificado, enquanto um de seus advogados se inclinava e murmurava algo em seu ouvido.



- Não admiti haver nenhuma divergência em minhas contas. Se existe alguma, não é do meu conhecimento.



- Não é do seu conhecimento, Secretário Simpson, a existência de mais de dois milhões de dólares?



- Já requisitei a presença de meus contadores. Obviamente, se existe um erro de qualquer natureza, foi cometido por eles.



- O senhor confirma ou nega que a conta corrente com o número 4.789.112.749-9 pertence ao senhor? Após outra breve consulta com o advogado, Simpson concordou com a cabeça.



- Eu confirmo essa informação.



- Mentir a respeito disso só serviria para apertar o laço.



Whitney lançou um olhar para Maite. Eles já haviam concordado entre eles que a questão da conta era assunto para a Receita Federal. Tudo o que queriam é que Simpson confirmasse que a conta era sua.



- Poderia nos explicar, Secretário Simpson, a retirada de cem mil dólares, em quatro parcelas de vinte e cinco mil dólares, uma a cada trimestre, no decorrer do ano passado? - quis saber Maite. Simpson puxou, com desconforto, o nó da gravata.



- Não vejo motivo para lhe dar satisfações sobre como gasto o meu dinheiro, Tenente Perroni.



- Então talvez possa esclarecer como é que essas mesmas quantias foram listadas por Sharon DeBlass e relacionadas com o seu nome.



- Não sei do que a senhorita está falando.



 - Temos provas de que o senhor pagou a Sharon DeBlass a quantia de cem mil dólares, em quatro parcelas de vinte e cinco mil, no intervalo de um ano. - Maite esperou um instante e completou. - É uma quantia bem grande para ser gasta com uma pessoa que o senhor mal conhecia.



- Não tenho nada a declarar a respeito desse assunto.



- Ela o estava chantageando?



- Não tenho nada a dizer.



- As provas dizem pelo senhor - afirmou Maite. - Ela chantageava, o senhor pagava. Tenho certeza de que o senhor está ciente de que existem apenas duas maneiras de acabar com a extorsão, Secretário Simpson. Uma é cortar o suprimento. A outra... é eliminar o chantagista.



- Isso é um absurdo. Eu não matei Sharon DeBlass. Estava pagando tudo a ela, religiosamente. Eu...



- Secretário Simpson! - O homem mais velho da equipe de advogados colocou a mão sobre o braço de Simpson e o apertou. Depois, voltou o olhar suave para Maite. - Meu cliente não tem nenhuma declaração a fazer com relação a Sharon DeBlass. Obviamente, iremos colaborar de todas as maneiras com as investigações da Receita Federal quanto às declarações de renda de meu cliente. Até este momento, no entanto, nenhuma acusação foi feita, oficialmente. Estamos aqui apenas por cortesia, em uma demonstração de boa vontade.



- O senhor conhecia uma mulher chamada Lola Starr? - disparou Maite.



- Meu cliente não tem nada a declarar.



- O senhor conhecia uma acompanhante autorizada que se chamava Georgie Castle?



- A resposta é a mesma - disse o advogado, pacientemente.



- O senhor fez de tudo para dificultar ao máximo a investigação desses assassinatos, desde o princípio. Por quê?



- Esta é uma declaração de fatos oficiais, Tenente Perroni? perguntou o advogado. - Ou apenas uma opinião?



- Pois vou lhe dar os fatos. O senhor conhecia Sharon DeBlass, intimamente. Ela o estava sugando em cem mil dólares por ano. Agora ela está morta, e alguém está deixando vazar informações confidenciais a respeito da investigação. Duas outras mulheres estão mortas. Todas as vítimas ganhavam a vida exercendo a prostituição legalizada, uma coisa à qual o senhor se opõe.



- Minha oposição à prostituição é uma questão política, moral e pessoal - retrucou Simpson com vigor. - Vou sempre dar apoio total, de todo o coração, a qualquer legislação que a declare fora da lei. Só que não é muito provável que eu resolvesse acabar com o problema eliminando pessoalmente as prostitutas, uma de cada vez.



- O senhor possui uma coleção de armas antigas? - persistiu Maite.



- Possuo - concordou Simpson, ignorando o advogado. Uma coleção pequena e limitada. Totalmente registrada, segurada e inventariada. liberá-la para o Comandante Whitney, para a realização de qualquer teste.



- Agradeço muito por isso - disse Whitney, deixando Simpson chocado por ter concordado tão depressa. - Obrigado pela sua cooperação. O secretário se levantou, e no seu rosto havia um turbilhão de emoções.



- Quando todos esses assuntos forem esclarecidos, não vou me esquecer desta reunião. - Seus olhos pousaram por um breve instante em Maite. - Não vou me esquecer de quem invadiu a sala do Secretário de Segurança do estado.



O Comandante Whitney esperou até Simpson sair, acompanhado pelo seu séquito de advogados.



- Quando toda essa poeira baixar - comentou -, ele não vai conseguir chegar nem a cem metros da sala do Secretário de Segurança do estado.



- Eu precisava de mais tempo para trabalhar nele. Por que deixou que ele fosse embora?



- O nome dele não é o único na lista de Sharon DeBlass - Whitney lembrou. - E ainda não temos nenhuma ligação, até agora, entre ele e as outras duas vítimas. Reduza a lista de suspeitos, me consiga uma conexão, e eu vou poder lhe dar todo o tempo de que precisar. - Fez uma pausa, arrumando as folhas e os documentos que haviam sido transmitidos para a sua sala. - Perroni, você me pareceu muito bem preparada para este interrogatório. Foi quase como se já estivesse esperando por ele. Acho que não preciso lembrar a você que ficar remexendo nos documentos privados é contra a lei.



- Não, senhor.



- Não achei que precisasse. Está dispensada. Ao se dirigir para a porta, pensou ter ouvido Whitney murmurar ”Bom trabalho”, mas pode ter se enganado. Já estava entrando no elevador para ir para a sua sala quando seu comunicador tocou.



- Perroni - ela atendeu. - Ligação para você. Charles Monroe.



- Vou retornar a ligação para ele mais tarde. Pegou um copo de lodo marrom que se fazia passar por café e o que deveria ser uma rosquinha, enquanto entrava na área cercada da Seção de Registros. Levou quase vinte minutos para conseguir fazer a requisição dos discos relativos aos três homicídios. Trancando-se em sua sala, ela os estudou mais uma vez. Fez uma revisão nas anotações que havia, e colocou outras, novas. A vítima estava sobre a cama em cada uma das vezes. Os lençóis estavam amarrotados em cada uma das vezes. Estavam sempre nuas. Seus cabelos estavam sempre em desalinho. Com os olhos apertados, ordenou que a imagem de Lola Starr ficasse em pausa na tela, e pediu ao sistema que lhe desse um dose, - Marcas vermelhas na nádega esquerda - murmurou. Não tinha reparado nisso. Espancamento? Relação de dominação? Ela não parece ter marcas roxas ou arranhões. Peça a Feeney para ampliar a imagem e examinar melhor. Troque para a gravação de Sharon DeBlass. Mais uma vez, Maite assistiu a tudo. Sharon rindo para a câmera, zombando dela, tocando em si própria, se remexendo. - Congele a imagem. Mostre quadrante número... droga... tente o dezesseis. Amplie a imagem. Sem marcas - disse. - Continue. Vamos lá, Sharon, me mostre o lado certo, só para eu ter certeza. Um pouco mais... Congele. Quadrante doze, amplie a imagem. Não há marcas em você. Talvez você é que tenha espancado, hein? Mostre o disco de Georgie Castle. Vamos lá, Georgie, vamos ver você. Viu a mulher sorrir, flertar, levantar a mão para alisar os cabelos desarrumados.



Maite já sabia o diálogo de cor: ”Foi tudo maravilhoso, você foi fantástico.” Ela estava se ajoelhando, e se sentou sobre os calcanhares, com um olhar simpático e amigável. Em silêncio, Maite começou a torcer para que ela se movesse, só um pouquinho, e se colocasse de lado. Então Georgie bocejou delicadamente, e se virou para ajeitar os travesseiros. - Congele. Aí... Então, ele deu umas palmadas em você, não foi? Alguns caras se excitam brincando de menina má que apanha do papai. E então sentiu um clarão, como uma faca que estivesse sendo enfiada no cérebro. As lembranças começaram a desfilar por dentro dela, o tapa sólido de uma mão forte no seu traseiro, a fisgada de dor, a respiração pesada. ”Você tem que ser castigada, garotinha. Depois, o papai vai beijar você. Ele vai beijar você todinha,”



- Meu Deus! - Ela esfregou as mãos trémulas no rosto. Pare. Saia da minha cabeça. Saia daí. Apanhou a xícara de café frio, mas só havia sedimentos escuros no fundo. O que passou, passou, lembrou a si mesma, e aquilo não tinha nada a ver com ela. Nada a ver com o trabalho que estava realizando. - Vítimas Dois e Três apresentam marcas de espancamento nas nádegas. Não há marcas na Vítima Um. - Soltou um longo suspiro, e depois respirou pausadamente, até ficar mais calma. Quebra no padrão. Uma aparente reação emocional durante o primeiro assassinato, ausente nos seguintes. O tele-link tocou, mas ela o ignorou. - Teoria possível: o criminoso ganhou confiança e encontrou algum divertimento nos assassinatos subsequentes. Detalhe: não havia segurança no caso da Vítima Dois. Lapso de tempo na gravação das câmeras de segurança: no caso da Vítima Três, trinta e três minutos a menos que no caso da Vítima Um. Teoria possível: o criminoso estava mais desenvolto, mais confiante, menos inclinado a brincar com a vítima. Queria que a emoção viesse mais depressa. Possível, possível, ela pensou, e o computador concordou com ela, dando um zumbido agitado e apresentando uma possibilidade de 96,3 por cento para a idéia. Só que alguma coisa a mais estava discordante quando ela passou as imagens dos três discos ao mesmo tempo, alternando a ordem das imagens. - Divida a tela - ordenou ela. - Mostre Vítimas Um e Dois, desde o início. O sorriso felino de Sharon, o beicinho de Lola. As duas mulheres olhavam para a câmera, para o rosto do homem que estava atrás delas. Falavam com ele.



- Congele as imagens. - Disse Maite isso tão baixinho que só mesmo os delicados sensores do computador conseguiriam ouvi-la. - Ora, meu Deus, o que temos aqui? Era um detalhe pequeno, imperceptível, e, com os olhos focados na brutalidade dos assassinatos, ela deixara passar. Mas conseguia ver naquele momento, através dos olhos de Sharon. Através dos olhos de Lola. O olhar de Lola estava voltado para um ponto mais acima do que o de Sharon. A altura das camas poderia ser a causa disso, disse Maite para si mesma enquanto adicionava a imagem de Georgie na tela. Cada uma das mulheres estava com a cabeça ligeiramente inclinada para o lado. Afinal, estavam sentadas, e ele, muito provavelmente, estava em pé. Mas o ângulo dos olhos, o ponto exato para onde eles estavam olhando... Só o de Sharon era diferente. Ainda olhando fixamente para a tela, Maite ligou para a Doutora Mira.



- Não quero saber o que ela está fazendo - respondeu Maite à voz monótona da recepção. - É urgente. Resmungou, ao ser colocada em espera e sentir os ouvidos invadidos por uma música açucarada e apática. - Tenho uma pergunta - soltou, no momento em que Mira entrou na linha.



- Sim, tenente.



- É possível que sejam dois assassinos?



- Um imitador reproduzindo novos assassinatos? Não é muito provável, tenente, visto que mantivemos muitos detalhes do método e estilo dos assassinatos em sigilo.



- Mas pode ter vazado. Achei quebras no padrão. Pequenas, mas bem definidas. -Impaciente, ela as enumerou. - A teoria, doutora, é que o primeiro assassinato foi cometido por alguém que conhecia Sharon bem, matou por impulso e então conseguiu controle suficiente para limpar tudo sem deixar traços. Os outros dois são reflexos do primeiro crime, aprimorados e bem planejados, cometidos por alguém frio, calculista, sem conexão com as vítimas. E, droga, mais alto que o primeiro.



- É uma teoria, tenente. Sinto muito, mas também é bem provável, talvez até mais, que todos os três crimes tenham sido cometidos pelo mesmo homem, que se tornou mais calculista a cada novo sucesso. Na minha opinião profissional, ninguém que não estivesse completamente familiarizado com o primeiro crime e seus detalhes de encenação conseguiria tê-lo reproduzido com tamanha perfeição nos dois seguintes. O computador de Maite também recusara a teoria, com um índice de apenas 48,5 por cento.



- Tudo bem, obrigada. - Desanimada, Maite desligou. Era besteira sentir-se desapontada, disse a si mesma. Que diferença fazia se ela estava atrás de dois homens em vez de um? O tele-link tocou de novo. Com os dentes rangendo, aborrecida, ela atendeu.



- Perroni. Que foi?



- Ei, Tenente Docinho, assim as pessoas vão achar que você não se importa com elas.



- Não tenho tempo para brincadeiras, Charles.



- Não desligue na minha cara. Tenho algo para você.



- Não tenho tempo para insinuações idiotas, também.



- Não, é de verdade. Caramba, a gente flerta com uma mulher uma ou duas vezes e ela nunca mais leva a gente a sério. - Seu rosto perfeito mostrava que ele estava magoado. - Foi você mesma que pediu para eu ligar se me lembrasse de alguma coisa, não foi?



- Foi. - Mantenha a paciência, falou para si mesma. - E então, você se lembrou de algo?



 - Foi a história dos diários que me deixou pensando. Você lembra que eu comentei que Sharon sempre deixava tudo registrado. Como você estava em busca dos diários, saquei que eles não estavam no apartamento dela.



- Puxa, você devia ser detetive.



 - Não, eu gosto do meu trabalho. Enfim, fiquei matutando em que lugar ela poderia tê-los escondido, para que ficassem em segurança. E me lembrei do cofre que ela alugava em um banco.



 - Já verificamos isso. De qualquer modo, obrigado.




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Autor(a): taynaraleal

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- Ah... Mas, escute, como foi que você conseguiu chegar no cofre sem a minha ajuda? Sharon está morta. Maite já estava quase desligando, mas parou. - Sem a sua ajuda? Como assim? - Há uns dois ou três anos, ela me pediu para alugar um no meu nome, para ela. Disse que não queria que o nome dela aparecesse. - Mas então, n ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 84



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  • maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 16:36:32

    acabou? nao acredito:( essa foi uma as melhores historias eu ja li aqui nesse site. essa fanfic foi perfeita do inicio ao fim. amei ela e ja estou ansiosa para a sua proxima fanfic. vc é com certeza uma a melhores escritoras daqui e espero que continue escrevendo muitas historias.

  • maite_portilla Postado em 18/07/2017 - 02:31:26

    Que bom que voltou realmente. Estou amando, continua logo <3

  • maite_portilla Postado em 11/07/2017 - 16:48:20

    Opa, leitora nova aqui. Já li sua fanfic toda e pensei que tinha abandonado. Fico muito feliz que vc tenha voltado. Continua logo

    • taynaraleal Postado em 12/07/2017 - 17:11:25

      Que bom que gostou meu amor, seja bem vida, voltei para ficar agora

  • suenosurreal Postado em 27/03/2016 - 11:55:53

    Mew quero esse Alfonso pra vida, gente que homem! Maite para de graça e se assumem logo, são tão lindos juntos *-* continuaaaaa

  • mylene_herroni Postado em 17/01/2016 - 02:29:34

    continuaaa. adoro essa fic

  • mylene_herroni Postado em 05/12/2015 - 23:48:21

    Continuaaaaaaa! Eu também acredito no Poncho, Mai &#9825;

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:10:55

    Aiii eu sinceramente espero que não seja o Poncho. Continuaaaaaa.

  • Postado em 26/11/2015 - 13:37:47

    O Alfonso tem que estar na estação espacial! Pmldds ele não pode ser o assassino (na vdd pode, tudo é possível) ISSO TEM QUE SER UMA ARMAÇÃO, POSTA MAAAAAIS

  • Fabi Sales Postado em 24/11/2015 - 21:58:00

    POSTA MAAAAIS, MULHER! ATÉ EU TÔ CURIOSA PRA SABER O QUE ACONTECEU E TÔ DOIDA PRA VER MOMENTOS HERRONI, POSTAAAAAAA <33

  • Fabi Sales Postado em 18/11/2015 - 17:46:04

    POSTA MAIS, POR FAVOR! <33


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