Fanfics Brasil - Capítulo 52 Nudez Mortal FINALIZADA

Fanfic: Nudez Mortal FINALIZADA | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 52

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- Ah... Mas, escute, como foi que você conseguiu chegar no cofre sem a minha ajuda? Sharon está morta. Maite já estava quase desligando, mas parou.



- Sem a sua ajuda? Como assim?



- Há uns dois ou três anos, ela me pediu para alugar um no meu nome, para ela. Disse que não queria que o nome dela aparecesse.



- Mas então, no seu nome, como é que ela poderia usar? - O coração de Maite começou a disparar.



- Bem... - O sorriso de Charles era meio envergonhado e charmoso. - Tecnicamente, eu a coloquei no contrato como minha irmã. Eu tenho mesmo uma irmã em Kansas City. Então, listei Sharon como Annie Monroe. Ela pagava o aluguel, e eu nem me lembrei mais disso. Nem sei ao certo se ela ainda mantinha o cofre, mas achei que você gostaria de saber.



- E onde é o banco?



- É o First Manhattan, na agência da Avenida Madison.



- Escute, Charles. Você está em casa, certo?



- Estou.



 - Fique aí, bem quietinho. Vou chegar em quinze minutos. Vamos até o banco, nós dois.



- Se é só isso que eu posso fazer... Ei, essa foi uma boa dica, Tenente Docinho?



- Não saia daí. -Já estava em pé agarrando o casaco, quando o tele-link tocou mais uma vez. - Perroni. - Ela atendeu.



- Transferência para você, Perroni. Temos uma transmissão em espera. O sinal de vídeo está bloqueado, e a pessoa não quer se identificar.



- Já rastrearam?



- Estamos rastreando.



- Então me ponha na linha. - Ela colocou a bolsa no ombro, ouvindo o sinal de áudio. - Alo, aqui é a Tenente Perroni.



- Você está sozinha? - Era uma voz feminina, trémula.



 - Sim. Você está precisando de ajuda?



- Olhe, a culpa não foi minha. Você tem que saber que a culpa não foi minha.



- Ninguém a está culpando de nada. - A experiência fez Maite começar a sentir medo e pena. - Simplesmente me conte o que aconteceu.



- Ele me estuprou. Não consegui evitar. Ele me estuprou. Depois a estuprou, também. Em seguida, a matou. Poderia ter me matado, também.



- Diga-me onde você está. - Observando a tela, Maite estava à espera do sinal de localização da ligação. - Eu quero ajudá-la, mas primeiro preciso saber onde você está.



 - Ele disse que tudo era para ficar em segredo. - Sua respiração começou a ficar entrecortada, e ela começou a choramingar. Eu não podia contar. Ele a matou para que ela não contasse. Agora, sou eu. Ninguém vai acreditar em mim.



 - Eu acredito em você. Vou ajudá-la. Diga-me apenas... Xingou no momento em que a ligação caiu. - Conseguiram achar o local? - ela quis saber, depois de voltar para a telefonista.



- A ligação veio de Front Royal, na Virgínia. Número 70355-3908. O endereço é...



- Não precisa. Chame o Capitão Ryan Feeney na Divisão de Detecção. Depressa. Dois minutos de espera não era sua idéia de ”depressa”. Maite quase fez um buraco na têmpora, apertando-a enquanto aguardava. - Feeney, pintou algo aqui, e é importante.



- Que foi?



- Não dá para explicar, mas preciso que você vá pegar Charles Monroe.



- Caramba, Maite, achamos o assassino?



- Ainda não. Charles vai levar você até um outro cofre em um banco. Tome conta dele direitinho, Feeney. Vamos precisar dele. E tome muito cuidado com o que encontrar no cofre.



- Para onde você está indo?



- Tenho que pegar um avião. - Ela desligou, chamando Alfonso logo em seguida. Passaram-se mais três preciosos minutos antes que ele conseguisse atender.



- Estava para ligar para você, Maite. Parece que vou precisar voar agora mesmo para Dublin. Quer me acompanhar?



- Alfonso, preciso do seu avião. Agora. Tenho que chegar na Virgínia, bem depressa. Se eu for pelos métodos normais, ou pegar um transporte público...



- O avião vai estar pronto para você. Terminal C, Portão 22.



- Obrigada - disse ela, fechando os olhos. - Estou devendo essa a você. Sua gratidão durou até chegar ao portão de embarque indicado e encontrar Alfonso esperando por ela. - Não tenho tempo para conversar agora. - A voz dela estava áspera, e suas pernas compridas estavam devorando a distância entre o portão e a área de embarque.



- Então conversamos no avião.



- Você não vai comigo. Isso é um assunto oficial, e...



- O avião é meu, tenente - interrompeu ele de modo suave, enquanto o elevador se fechava com os dois dentro e subia silenciosamente.



- Você consegue fazer alguma coisa sem usar as rédeas?



- Consigo, mas esta não é uma dessas coisas. - A porta do avião se abriu. A aeromoça estava à espera, eficiente. - Sejam bem-vindos a bordo, senhor... tenente. Vão querer beber alguma coisa?



- Não, obrigado. Avise o piloto para decolar assim que a pista estiver livre. - Alfonso se sentou, enquanto Maite continuou em pé, furiosa. - Não vamos poder decolar enquanto você não se sentar e colocar o cinto.



- Achei que você estava indo para a Irlanda. - Ela podia brigar com ele enquanto se sentava.



- Não era nada prioritário. Isto aqui, é. Escute, Maite, antes que você comece a explicar o caso, deixe-me dizer uma coisa. Você está indo para a Virgínia com muita pressa. Isso aponta para alguma coisa ligada ao caso DeBlass, e alguma nova informação. Beth e Richard são meus amigos, amigos chegados. Não tenho muitos amigos chegados, como você também não tem. Agora, coloque-se no meu lugar. O que você faria? Ela tamborilou com os dedos no braço da poltrona enquanto o avião começava a se movimentar na pista.



- Alfonso, isso não pode se tornar uma coisa pessoal.



- Para você, não. Para mim, tudo é muito pessoal. Beth entrou em contato comigo assim que eu comecei a ordenar os preparativos para aprontar o avião. Ela me pediu que eu fosse até lá.



- Por quê?



- Não quis dizer. Nem precisava, bastou pedir. Lealdade era uma qualidade que Maite não conseguia atacar.



- Não posso impedi-lo de ir comigo, Alfonso, mas estou lhe avisando: isso é assunto da polícia.



 - E a polícia está mais agitada do que nunca, esta manhã respondeu ele, no mesmo tom -, devido a algumas informações que vazaram para a imprensa... através de uma fonte anónima.



- E eu estou grata pela sua ajuda - disse ela, soltando um suspiro. Nada como se ver encostada na parede.



- Grata o suficiente para me contar o que houve?



- Acho que a bomba vai estourar até o fim do dia. - Movimentou os ombros, inquieta, olhando para fora da janela e querendo que a distância passasse depressa. - Simpson vai colocar a culpa do negócio todo nas costas dos contadores. Não o imagino fazendo outra coisa. A Receita Federal vai enquadrá-lo por fraude fiscal. Imagino que as investigações internas vão descobrir de onde vinha o dinheiro. Considerando a falta de imaginação de Simpson, aposto que eram as comissões usuais, propina e suborno.



 - E quanto à chantagem?



- Ah, ele estava pagando a ela, sem dúvida. Ele admitiu isso antes de o advogado fazê-lo calar a boca. Só que ele vai se agarrar nisso, porque vai descobrir que responder por pagamento a uma chantagista é bem menos arriscado do que aparecer como cúmplice de assassinato.



Ela pegou o comunicador e requisitou o número de Feeney.



- Oi, Perroni.



- Pegou os diários?



- Todos etiquetados e datados. - Feeney levantou uma caixinha, que apareceu na pequena tela. - Temos uns vinte anos de pesquisa, aqui.



- Comece com o último registro e vá andando para trás. Devo chegar ao meu destino em vinte minutos. Volto a falar com você assim que puder, para contar em que pé estamos.



- Ei, Tenente Docinho. - Charles apareceu com a cara no canto da tela e sorriu para ela. - Como é que eu me saí?



- Muito bem. Obrigada, Charles. Agora, até que eu lhe avise o contrário, esqueça tudo a respeito do cofre do banco, dos diários, de tudo.



- Que diários? - perguntou, dando uma piscada. A seguir, atirou-lhe um beijo antes que Feeney o empurrasse para o lado.



- Estou voltando para a Central de Polícia, Maite. Mantenha contato.



- Tchau. - Maite desligou e enfiou o comunicador de volta no bolso. Alfonso esperou um segundo, antes de perguntar:



- Tenente Docinho?



- Não enche, Alfonso. - Ela fechou os olhos para ignorá-lo, sem conseguir apagar o sorriso do rosto. Quando aterrissaram, ela foi obrigada a admitir que o nome de Alfonso fazia efeito mais depressa do que um distintivo. Em poucos minutos eles estavam em um possante carro alugado, devorando os quilómetros que os separavam de Front Royal. Maite pensou em fazer objeções por ter sido relegada ao banco do carona, mas não podia reclamar da velocidade com que ele dirigia. - Você já correu na Fórmula Indy?



- Não. - Olhou para ela de lado enquanto continuavam com a velocidade de uma bala pela Rodovia 95, a cento e sessenta quilómetros por hora. - Mas já participei de algumas corridas.



- Dá para perceber. - Apertou com força a barra lateral acima da porta quando ele embicou o carro para cima, decolando e voando baixo de modo ousado e ilegal por sobre um pequeno engarrafamento um pouco à frente. - Você falou que Richard é um bom amigo. Como o descreveria?



- Inteligente, dedicado, calmo. Quase não fala, a não ser quando tem algo a dizer. Sempre à sombra do pai, e muitas vezes divergindo dele.



- Como descreveria as relações entre ele e o pai?



Alfonso trouxe o veículo novamente para o piso da estrada, com as rodas tocando suavemente o solo, quando aterrissou.



- Pelo pouco que ouvi de sua própria boca, e pelo que Beth deixou escapar, eu diria que era uma relação de combate, e frustrada.



- E o relacionamento dele com a filha?



- As escolhas que ela fez estavam em oposição direta ao estilo de vida do pai e, digamos, à sua moral. Ele é um forte defensor da liberdade de escolha e de expressão. Mesmo assim, não consigo imaginar um pai que goste de ver a filha virar uma mulher que vende o corpo para ganhar a vida.



- Ele não esteve encarregado da segurança da última campanha do pai para o Senado? Alfonso fez o veículo levantar voo mais uma vez, manobrando-o por uma região fora do traçado da estrada, balbuciando que ia pegar um atalho. Durante o tempo em que ficou passando entre algumas clareiras acima de algumas casas até descer novamente, aterrissando em uma rua tranquila de um bairro residencial, permaneceu em silêncio. Maite parou de contar as infrações de tráfego.



- A lealdade à família transcende a política - voltou ele. Um homem com as idéias de DeBlass, ou é muito amado ou muito odiado. Richard podia discordar do pai, mas é claro que não o queria ver morto. Como é especialista em legislação de segurança, era natural dar assistência ao pai neste assunto. Um filho sempre protege o pai, pensou Maite.



- E até que ponto DeBlass aceitaria ir para proteger o filho?



- Do quê? Richard é o maior dos moderados. Costuma se manter discretamente afastado, apoia as suas causas sem alarde. Ele... - O significado da pergunta de Maite finalmente o atingiu. Não, você está longe do alvo - Alfonso disse entre dentes. Completamente fora do alvo.



- É o que veremos. A casa na colina parecia em paz. Sob o céu frio e azul, mostrava-se serena, acolhedora, com alguns valentes arbustos de açafrão começando a apontar na grama sofrida do inverno.



As aparências, pensou Maite, realmente enganavam. Ela bem sabia que aquele não era um lar de riqueza confortável, felicidade tranquila e vidas ajustadas. E estava mais certa disso do que nunca, agora que sabia o que ocorrera por trás da fachada cor-de rosa e das vidraças brilhantes. Elizabeth abriu, ela mesma, a porta. Se é que era possível, estava ainda mais pálida e abatida do que quando Maite a vira da outra vez. Os olhos estavam inchados de chorar, e o terninho de corte masculino que usava estava largo nos quadris, devido à recente perda de peso.



- Ah, Alfonso. - Quando Elizabeth se atirou nos braços dele, Maite pareceu ouvir os seus frágeis ossos se chocando uns contra os outros. - Sinto muito por tê-lo arrastado até aqui. Não devia ter incomodado você.



- Deixe de bobagem. - Ele levantou-lhe o queixo com uma delicadeza que tocou o coração de Maite, apesar de sua luta para não se deixar envolver. - Beth, você não anda se cuidando.



- Parece que eu não consigo funcionar, pensar ou agir. Tudo parece estar desmoronando aos meus pés, e eu... - parou de falar de repente, lembrando-se de repente de que eles não estavam sozinhos. - Como vai, Tenente Perroni? Maite percebeu o rápido ar de acusação em Elizabeth quando ela olhou para Alfonso.



- Não foi ele que me trouxe, Senhora Barrister. Eu o trouxe. Recebi uma ligação esta manhã, feita aqui desta casa. Foi a senhora que a fez?



- Não. - Elizabeth recuou. Suas mãos se entrelaçaram e se retorceram. - Não, não fui eu. Deve ter sido Catherine. Ela chegou ontem à noite, de surpresa. Estava histérica, esgotada. Sua mãe foi hospitalizada, e o prognóstico não é dos melhores. Acho que o estresse das últimas semanas foi demais para ela. Foi por isso que eu pedi para você vir, Alfonso. Richard está nas últimas. Parece que eu não consigo ajudá-lo. Precisávamos de alguém.



- Por que não entramos e nos sentamos?



- Eles estão na sala de estar. - Com um movimento tenso, Elizabeth se virou para olhar na direção da sala. - Ela não quer tomar um tranquilizante, e não explica nada. Recusa-se a fazer qualquer coisa. Só permitiu que avisássemos ao marido e ao filho que ela estava aqui, e pediu para que eles não viessem. Está apavorada com a idéia de que possam estar em algum tipo de perigo. Imagino que o que aconteceu com Sharon a fez ficar mais preocupada com o próprio filho. Está obcecada com a idéia de salvá-lo, sabe lá Deus de quê.



- Se foi ela que me ligou - interrompeu Maite -, talvez converse comigo.



- Sim, sim, está certo. Ela os conduziu pelo saguão, até a sala impecável e banhada pela luz do sol.



Catherine DeBlass estava sentada em um sofá, agarrada aos braços do irmão. Maite não conseguiu descobrir se era para confortá-lo ou segurá-lo. Richard levantou os olhos golpeados para saudar Alfonso.



- Foi bom você ter vindo. Estamos arrasados, Alfonso. - A voz tremeu, abalada. - Completamente arrasados.




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Autor(a): taynaraleal

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- Elizabeth. - Alfonso se agachou diante de Catherine. Por que não pede um pouco de café? - Ah, é claro. Desculpe. - Catherine. - Sua voz era suave, como a mão que pousou em seu braço. O toque, porém, fez Catherine dar-lhe um empurrão, e seus olhos se arregalaram.  - Não. O que... o que você está fa ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 84



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  • maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 16:36:32

    acabou? nao acredito:( essa foi uma as melhores historias eu ja li aqui nesse site. essa fanfic foi perfeita do inicio ao fim. amei ela e ja estou ansiosa para a sua proxima fanfic. vc é com certeza uma a melhores escritoras daqui e espero que continue escrevendo muitas historias.

  • maite_portilla Postado em 18/07/2017 - 02:31:26

    Que bom que voltou realmente. Estou amando, continua logo <3

  • maite_portilla Postado em 11/07/2017 - 16:48:20

    Opa, leitora nova aqui. Já li sua fanfic toda e pensei que tinha abandonado. Fico muito feliz que vc tenha voltado. Continua logo

    • taynaraleal Postado em 12/07/2017 - 17:11:25

      Que bom que gostou meu amor, seja bem vida, voltei para ficar agora

  • suenosurreal Postado em 27/03/2016 - 11:55:53

    Mew quero esse Alfonso pra vida, gente que homem! Maite para de graça e se assumem logo, são tão lindos juntos *-* continuaaaaa

  • mylene_herroni Postado em 17/01/2016 - 02:29:34

    continuaaa. adoro essa fic

  • mylene_herroni Postado em 05/12/2015 - 23:48:21

    Continuaaaaaaa! Eu também acredito no Poncho, Mai &#9825;

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:10:55

    Aiii eu sinceramente espero que não seja o Poncho. Continuaaaaaa.

  • Postado em 26/11/2015 - 13:37:47

    O Alfonso tem que estar na estação espacial! Pmldds ele não pode ser o assassino (na vdd pode, tudo é possível) ISSO TEM QUE SER UMA ARMAÇÃO, POSTA MAAAAAIS

  • Fabi Sales Postado em 24/11/2015 - 21:58:00

    POSTA MAAAAIS, MULHER! ATÉ EU TÔ CURIOSA PRA SABER O QUE ACONTECEU E TÔ DOIDA PRA VER MOMENTOS HERRONI, POSTAAAAAAA <33

  • Fabi Sales Postado em 18/11/2015 - 17:46:04

    POSTA MAIS, POR FAVOR! <33


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