Fanfics Brasil - Capítulo 6 Nudez Mortal FINALIZADA

Fanfic: Nudez Mortal FINALIZADA | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 6

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Mesmo diante de uma imagem, apenas, Maite podia ver que aquele era um homem que perseguia o que ou quem desejava, envolvia, usava e não se importava com frivolidades tais como troféus. E sim, pensou ela, ali estava um homem que seria capaz de matar, caso isso fosse do seu interesse. E faria isso de forma fria e metódica, sem deixar pingar uma gota de suor. Juntando os dados principais, decidiu que teria uma conversa com Alfonso. Muito em breve.


 


No momento em que Maite deixou a Central de Polícia e se dirigiu para casa, o céu estava polvilhando neve, miseravelmente. Vasculhou os bolsos sem esperança e descobriu que na verdade tinha deixado as luvas no seu apartamento. Sem gorro e sem luvas, apenas com o casaco de couro como proteção contra o vento cortante, saiu dirigindo pela cidade. Pretendia levar o seu carro para a oficina. Só que simplesmente não tivera tempo. Agora, no entanto, havia tempo suficiente para arrependimentos, enquanto lutava contra o tráfego e tremia de frio, graças ao sistema de aquecimento enguiçado. Jurou que, se conseguisse chegar em casa sem se transformar em um bloco de gelo, marcaria uma hora com o mecânico. Só que ao chegar em casa a sua preocupação principal era comida. No exato momento em que destrancava a porta, já estava sonhando com uma tigela bem quente de sopa, talvez acompanhada por um monte de batatas fritas, se ela encontrasse alguma que tivesse sobrado, e um pouco de café que não parecesse ter sido feito com água de esgoto.


 


Viu o pacote de imediato, uma caixa bem fina junto da porta, pelo lado de dentro. Sua arma já estava na mão antes de respirar outra vez. Balançando a arma e os olhos para os lados, fechou a porta com o calcanhar, atrás dela. Deixou o pacote onde estava e se movimentou por toda a casa, indo de um cômodo a outro até se convencer de que estava realmente sozinha. Depois de colocar a arma novamente no coldre, despiu o casaco de couro e o atirou para o lado.


 


Curvando-se, pegou pelas pontas a caixinha fechada, que tinha um disco dentro, e a manuseou com todo o cuidado. Não havia etiqueta, nem mensagens. Levou o disco até a cozinha, abrindo a embalagem com cautela, e o colocou no computador. E se esqueceu por completo da comida. A imagem era da mais alta qualidade, e o som também. Maite se sentou lentamente enquanto a cena se desenrolava no monitor. Nua, Sharon DeBlass se espreguiçava sobre a cama, que parecia ter o tamanho de um lago, e se esfregava sobre os lençóis de cetim. Levantou a mão e a deixou deslizar pela gloriosa juba vermelha e dourada enquanto o movimento da cama parecia fazê-la flutuar e a embalava.


 


- Quer que eu faça algo especial, querido? - Deu uma risada, se colocando de joelhos e envolvendo os seios com as mãos em concha. - Por que não vem até aqui?... - A ponta de sua língua apareceu e circulou os lábios, molhando-os. - Podemos fazer tudo de novo. - Seu olhar baixou, e um sorriso de gata apareceu em seus lábios. - Parece que você já está mais do que preparado. - E riu novamente, lançando os cabelos para trás. - Ah, nós queremos fazer um jogo, então. - Ainda sorrindo, Sharon colocou as mãos para cima. - Não me machuque. - Ela choramingou, tremendo ao mesmo tempo que seus olhos brilhavam de excitação. - Faço tudo o que você quiser. Qualquer coisa. Venha até aqui e me force a fazer. Quero que faça isso. - Abaixando as mãos, começou a se acariciar. - Aponte esse revólver grande e mau para mim enquanto me estupra. Quero que faça isso. Quero que você...


 


A explosão fez Maite dar um pulo da cadeira. Seu estômago se embrulhou enquanto ela viu a mulher voar para trás como uma boneca quebrada, com o sangue esguichando da testa. O segundo tiro não provocou um susto tão grande, mas Maite teve que se obrigar a manter os olhos na tela. Depois do último estrondo tudo ficou quieto, a não ser pela música suave ao fundo e a respiração entrecortada. A respiração do assassino. A câmera se aproximou, fez uma panorâmica no corpo, mostrando os detalhes mais horrendos. Então, através da mágica da edição, Sharon estava como Eve a tinha encontrado. Com as pernas e os braços abertos formando um perfeito X, sobre os lençóis ensanguentados. A imagem se encerrou com uma apresentação gráfica.


 


 


UMA DE SEIS


 


Era mais fácil assistir a tudo pela segunda vez. Ou pelo menos foi o que Maite disse a si mesma. Desta vez ela reparou uma ligeira tremida da câmera depois do primeiro tiro, e uma respiração ofegante e rápida. Passou mais uma vez, ouvindo cada palavra, estudando cada movimento, na esperança de conseguir alguma pista. Mas ele era esperto demais para aquilo. E ambos sabiam disso. O assassino queria apenas que ela constatasse o quanto ele era bom naquilo. O quanto era frio.


 


E queria também que ela compreendesse que ele sabia exatamente onde encontrá-la. Sempre que quisesse. Furiosa ao ver que suas mãos não estavam muito firmes, ela se levantou. Em vez do café que planejara, Maite pegou uma garrafa de vinho em uma pequena frigounidade, e se serviu de meio cálice. Bebeu tudo muito depressa, prometendo a si mesma a outra metade do cálice logo em seguida, e então teclou o código do seu comandante. Foi a mulher dele que atendeu ao chamado, e pelo refulgente brinco em suas orelhas e o penteado perfeito, Maite imaginou que acabara de interromper um dos famosos jantares da socialite.


 


- Aqui é a Tenente Peeroni, Senhora Whitney. Sinto muito por interromper sua noite, mas preciso falar com o comandante.


 


- Estamos com convidados, tenente.


 


- Sim, senhora, eu entendo e peço mil desculpas. - Droga de política, Maite pensou enquanto forçava um sorriso. - É que se trata de algo realmente urgente.


 


- E não é sempre urgente? O aparelho ficou emitindo um zumbido leve, felizmente sem as detestáveis melodias de fundo nem as últimas notícias. Passaram-se três minutos até que o comandante veio atender.


 


- Perroni.


 


- Comandante, preciso enviar um arquivo para o senhor através de uma linha codificada.


 


- É bom que seja urgente, Perroni. Minha mulher vai encher a minha paciência por causa dessa interrupção.


 


- Sim, senhor. - Tiras, ela pensou, enquanto se preparava para enviar as imagens para o monitor dele, deveriam permanecer solteiros. Ficou esperando, torcendo as mãos inquietas em cima da mesa. Enquanto as imagens iam sendo transmitidas, Perroni assistia a elas novamente, ignorando o aperto na barriga. Quando a transmissão acabou, o Comandante Whitney apareceu de novo na tela. Seu olhar estava sombrio.


- Onde conseguiu isso?


 


- Ele enviou para mim. Encontrei o disco aqui no meu apartamento, quando voltei da Central. - Sua voz era calma e cuidadosa. - Ele sabe quem sou eu, onde moro e o que estou fazendo.


 


Whitney ficou em silêncio por algum tempo.


 


 


- Amanhã cedo em minha sala, às sete em ponto. Leve o disco, tenente.


 


- Sim, senhor.


 


Quando a transmissão acabou, Maite fez as duas coisas que o seu instinto sugeriu. Primeiro, preparou para si mesma uma cópia do disco, e a seguir se serviu de mais um cálice de vinho.


 


Acordou às três da manhã, tremendo, sentindo-se pegajosa, lutando para conseguir gritar. Pequenos ruídos de lamento eram emitidos por sua garganta quando ela pigarreou e ordenou para que as luzes fossem acesas. Os pesadelos sempre pareciam mais assustadores no escuro. Tremendo, recostou-se na cama. Este sonho tinha sido pior, muito pior do que qualquer outro que tivera até então. Ela matara o homem. Que outra escolha havia? Ele estava drogado demais para receber o efeito da arma de choque, e aquilo não o deixou sequer aturdido.


 


Cristo, ela tentara, mas ele continuava vindo, e vindo, e vindo, com aquele olhar selvagem nos olhos e a faca ensanguentada na mão. A garotinha já estava morta. Não houve nada que Maite pudesse ter feito para evitar aquilo. Por favor, Deus, não permita que possa ter havido algo que ela pudesse ter feito e não fez. O pequeno corpo retalhado, o homem frenético com a faca que gotejava sangue. Então o brilho em seus olhos quando ela atirara em cheio, e a vida que saía de dentro deles. Mas isso não tinha sido tudo. Não daquela vez. Naquela vez, ele continuava vindo. E ela estava nua, ajoelhada em uma poça de cetim.


 


A faca se transformara em um revólver, e estava nas mãos do homem cujo rosto ela analisara horas antes. O homem chamado Alfonso. Ele sorrira, e ela o desejara. Seu corpo tinha vibrado de terror e desespero sexual, mesmo quando ele atirara nela. Na cabeça, no coração e entre as pernas. E em algum lugar ao fundo, em meio a tudo aquilo, a garotinha, a pobre garotinha, gritava desesperada pedindo socorro. Cansada demais para lutar contra aquilo, Maite simplesmente se virou de lado, apertou o rosto contra o travesseiro e chorou.


 


- Tenente. - Precisamente às sete horas da manhã, o Comandante Whitney ofereceu uma das cadeiras de sua sala para Maite. Apesar do fato de já estar em cargos de comando há doze anos, ou talvez precisamente por isso, Whitney possuía olhos penetrantes.



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Autor(a): taynaraleal

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 84



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  • maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 16:36:32

    acabou? nao acredito:( essa foi uma as melhores historias eu ja li aqui nesse site. essa fanfic foi perfeita do inicio ao fim. amei ela e ja estou ansiosa para a sua proxima fanfic. vc é com certeza uma a melhores escritoras daqui e espero que continue escrevendo muitas historias.

  • maite_portilla Postado em 18/07/2017 - 02:31:26

    Que bom que voltou realmente. Estou amando, continua logo <3

  • maite_portilla Postado em 11/07/2017 - 16:48:20

    Opa, leitora nova aqui. Já li sua fanfic toda e pensei que tinha abandonado. Fico muito feliz que vc tenha voltado. Continua logo

    • taynaraleal Postado em 12/07/2017 - 17:11:25

      Que bom que gostou meu amor, seja bem vida, voltei para ficar agora

  • suenosurreal Postado em 27/03/2016 - 11:55:53

    Mew quero esse Alfonso pra vida, gente que homem! Maite para de graça e se assumem logo, são tão lindos juntos *-* continuaaaaa

  • mylene_herroni Postado em 17/01/2016 - 02:29:34

    continuaaa. adoro essa fic

  • mylene_herroni Postado em 05/12/2015 - 23:48:21

    Continuaaaaaaa! Eu também acredito no Poncho, Mai &#9825;

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:10:55

    Aiii eu sinceramente espero que não seja o Poncho. Continuaaaaaa.

  • Postado em 26/11/2015 - 13:37:47

    O Alfonso tem que estar na estação espacial! Pmldds ele não pode ser o assassino (na vdd pode, tudo é possível) ISSO TEM QUE SER UMA ARMAÇÃO, POSTA MAAAAAIS

  • Fabi Sales Postado em 24/11/2015 - 21:58:00

    POSTA MAAAAIS, MULHER! ATÉ EU TÔ CURIOSA PRA SABER O QUE ACONTECEU E TÔ DOIDA PRA VER MOMENTOS HERRONI, POSTAAAAAAA <33

  • Fabi Sales Postado em 18/11/2015 - 17:46:04

    POSTA MAIS, POR FAVOR! <33


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