Fanfics Brasil - Capítulo 7 Nudez Mortal FINALIZADA

Fanfic: Nudez Mortal FINALIZADA | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 7

448 visualizações Denunciar


Podia ver que ela dormira mal e tentara disfarçar os sinais da noite maldormida. Em silêncio, estendeu-lhe a mão. Eve colocara o disco e a embalagem na qual fora entregue em um envelope plástico para provas. Whitney olhou para ele, e a seguir o colocou no centro da sua mesa.


 


- De acordo com o protocolo, sou obrigado a perguntar se você deseja ser liberada deste caso. - Esperou um instante. Vamos fingir que eu segui o protocolo.


 


- Sim, senhor.


 


- Sua casa é segura, Perroni?


 


- Eu achava que sim. - Pegou um relatório impresso na bolsa. - Fui verificar as imagens dos discos de segurança do meu prédio, depois de entrar em contato com o senhor, ontem à noite. Há um lapso de tempo de dez minutos nas imagens. Como o senhor poderá ver em meu relatório, ele tem a capacidade técnica de minar os sistemas de segurança, possui conhecimento de técnica de vídeo, edição e, é claro, de armas antigas.


 


- Isso não ajuda a estreitar muito o campo de busca. - Whitney pegou o relatório e o colocou de lado.


 


- Não, senhor. Tenho várias pessoas que preciso entrevistar. No caso desse criminoso, a investigação eletrônica não é a chave principal, embora o auxílio do Capitão Feeney seja inestimável. Esse assassino cobre bem seus rastros. Não encontramos nenhuma outra evidência física além da arma que ele decidiu deixar no local do crime. Somos obrigados a supor que ele a conseguiu no mercado negro. Comecei a pesquisar os livros pessoais da vítima e suas anotações, mas ela não era do tipo reservado. Vai levar algum tempo.


 


- Tempo é uma parte do problema. Uma de seis, tenente. O que isso diz a você?


 


- Que ele tem cinco outras em mente, é claro, mas quer que saibamos disso. É alguém que gosta do seu trabalho e quer se transformar no foco da nossa atenção. - Soltou um suspiro profundo. - Não é material suficiente para um perfil psiquiátrico completo. Não temos como dizer por quanto tempo ele ficará satisfeito com a excitação provocada por esse assassinato, nem quando ele vai precisar da próxima dose dessa droga. Pode ser hoje. Pode ser daqui a um ano. Não podemos contar com um descuido dele.


 


- Sim. - Whitney acenou com a cabeça. - Você está tendo problemas com a medida extrema que teve de tomar na outra noite?


 


- Nada que não consiga controlar. - A faca coberta de sangue, o pequeno corpo arruinado a seus pés.


 


- Quero que esteja bem certa disso, Perroni. Não preciso de uma policial trabalhando em um caso tão delicado quanto este e que esteja preocupada sobre se deve ou não usar a arma.


 


- Tenho certeza que não. Maite era a melhor que ele tinha, e Whitney não podia se dar ao luxo de duvidar das condições dela.


 


- Maite, está disposta a fazer um pouco de jogo político? - Os lábios dele se curvaram para os lados, quase rindo. - O Senador DeBlass está vindo para cá. Voou para Nova York na noite passada.


 


- Diplomacia não é um dos meus pontos fortes.


 


- Sei disso. Mas você vai ter que trabalhar esse seu lado. O senador quer falar pessoalmente com o investigador encarregado, e passou por cima de mim para conseguir isso. As ordens vieram diretamente do Secretário de Segurança, lá de cima. Você vai ter que oferecer ao senador a sua total cooperação.


 


- Mas esta é uma investigação de Código Cinco - disse Maite, de modo rígido. - Não quero saber se as ordens vieram do próprio Deus Todo-Poderoso. Não vou divulgar dados confidenciais para um civil.


 


O sorriso de Whitney se ampliou. Ele tinha um semblante agradável, bem comum, provavelmente o mesmo com o qual nascera. Mas quando ele sorria, e o fazia com vontade, o reflexo dos dentes brancos em contraste com a pele bronzeada transformava as feições comuns em algo especial.


 


- Eu não ouvi você dizer isso - disse ele. - E você não me ouviu dizer que deve oferecer a ele apenas os fatos óbvios. O que você deve se lembrar de ter me ouvido dizer, Tenente Perroni, é que o cavalheiro da Virgínia é um idiota pomposo e arrogante. Infelizmente, é um idiota que tem poder. Portanto, cuidado onde você pisa.


 


- Sim, senhor. Ele olhou para o relógio, e então trancou o relatório e o disco em uma gaveta, a chave. - Tenente, você ainda tem algum tempo para tomar um café e... mais uma coisa - acrescentou enquanto se levantava. - Se estiver com dificuldades para dormir, pegue um tranquilizante autorizado. Quero meus policiais alertas e em boa forma.


 


- Eu estou suficientemente alerta.


 


O Senador Gerald DeBlass era, sem dúvida, pomposo. Era também, inquestionavelmente, arrogante. Depois de um minuto inteiro em sua companhia, Maite concordou também que ele era inegavelmente um idiota. Parecia compacto, atarracado, com aproximadamente um metro e oitenta de altura e mais de cem quilos. Seus cabelos brancos estavam cortados bem curtos, quase que a navalha, de modo que sua cabeça se parecia com a ponta polida de um imenso projétil. Seus olhos eram quase pretos, como as espessas sobrancelhas sobre eles. Eram também largos, assim como o nariz e a boca. Suas mãos eram enormes e quando elas cumprimentaram Eve, logo na chegada, ela notou que a pele delas era lisa e suave como a de um bebé. Trouxe o assistente com ele. Derrick Rockman era um homem magro como um graveto, com quarenta e poucos anos. Embora tivesse mais de um metro e noventa de altura, Maite avaliou que o senador pesava pelo menos dez quilos a mais do que ele. Era aprumado, bem-apessoado, em um impecável terno risca-de-giz com gravata azul-celeste que não exibia um vinco sequer. Seu semblante era solene, com feições quase atraentes, os movimentos restritos e controlados, enquanto dava assistência ao senador, bem mais exuberante, que naquele momento tirava o sobretudo de casimira.


 


- Que diabos você fez até agora para encontrar o monstro que assassinou minha neta? - DeBlass exigiu saber.


 


- Tudo o que foi possível, senador. - O Comandante Whitney permaneceu de pé. Embora tivesse oferecido uma poltrona ao senador, o homem preferiu vagar pela sala, como costumava vagar pela Galeria do Novo Senado, em Washington.


 


- Você já teve mais de vinte e quatro horas - atirou DeBlass de volta, com a voz grave e retumbante. - Pelo que entendi, comandante, você designou apenas dois policiais para conduzir as investigações.


 


- Por questões de segurança, é verdade. Dois dos meus melhores policiais - acrescentou o comandante. A Tenente Perroni está no comando da investigação e se reporta unicamente a mim.


 


- E que progressos conseguiu até agora? - DeBlass voltou os duros olhos negros para Maite.


 


- Identificamos a arma do crime, determinamos com precisão a hora da morte. Estamos recolhendo provas e entrevistando todos os moradores do prédio da Senhorita DeBlass, bem como rastreando todos os nomes, em escala profissional e pessoal. No momento, estou trabalhando na reconstrução das últimas vinte e quatro horas da vida dela.


 


- Deveria ser óbvio, até mesmo para a mais lerda das mentes, que ela foi assassinada por um dos clientes. - Disse a última palavra com um silvo de desaprovação.


 


- Não havia nenhum cliente marcado para as horas anteriores à morte. O cliente anterior tem um álibi para a hora crítica.


 


- Investigue-o! - exigiu DeBlass. - Um homem que é capaz de pagar por serviços sexuais não deve ter escrúpulos com relação a assassinato. Embora Maite não conseguisse estabelecer a relação entre os dois fatos, lembrou-se do seu trabalho e concordou.


 


- Estou trabalhando nisso, senador.


 


- Quero cópias de todos os arquivos e agendas com os compromissos dela.


 


- Isso não será possível, senador - disse Whitney, com tom calmo. - Todas as provas de um crime capital são confidenciais.


 


DeBlass simplesmente bufou e fez um gesto em direção a Rockman.


 


- Comandante - Rockman colocou a mão no bolso superior do terno e fez surgir uma folha de papel com um selo holográfico afixado nela. - Este documento vem do Secretário de Segurança e autoriza o senador a ter acesso a toda e qualquer prova ou dado investigativo relacionado com o assassinato da Senhorita DeBlass. Whitney mal olhou para o documento antes de colocá-lo de lado. Sempre considerara a política um jogo de covardes, e detestava o fato de ser obrigado a jogá-lo.


 


- Vou conversar com o secretário pessoalmente. Se a autorização se mantiver, teremos cópias de tudo à sua disposição, ainda esta tarde. - Desviando o olhar de Rockman, encarou DeBlass. - O sigilo de todas as provas é a ferramenta principal do processo investigativo. Se o senhor insistir nessa exigência, senador, estará correndo o risco de minar todo o caso.


 


- O ”caso”, como o senhor chama, comandante, era minha carne, e tinha o meu sangue.


 


- Sendo assim, era de esperar que a sua prioridade principal seria nos oferecer toda a assistência possível para colocar o assassino dela nas mãos da Justiça.


 


- Eu servi à Justiça por mais de cinquenta anos. Quero o material até o meio-dia. - Pegou o sobretudo e o atirou sobre o braço roliço. - Se eu não estiver convencido de que vocês estão fazendo tudo o que está ao seu alcance para encontrar esse maníaco, vou providenciar para que o senhor seja removido de seu cargo. - Ele se virou para Maite. - E também que sua próxima investigação, tenente, seja correr atrás de adolescentes de dedos leves atuando em páginas de compras pela Internet.


 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): taynaraleal

Este autor(a) escreve mais 12 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Depois que saiu porta afora tempestuosamente, Rockman usou seus olhos calmos e solenes para montar justificativas.   - Vocês devem desculpar o senador. Ele está sobrecarregado com tudo isso. Por mais que houvesse alguns conflitos entre ele e a neta, ela era parte da família. Nada é mais importante para o senador que a família. A mort ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 84



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 16:36:32

    acabou? nao acredito:( essa foi uma as melhores historias eu ja li aqui nesse site. essa fanfic foi perfeita do inicio ao fim. amei ela e ja estou ansiosa para a sua proxima fanfic. vc é com certeza uma a melhores escritoras daqui e espero que continue escrevendo muitas historias.

  • maite_portilla Postado em 18/07/2017 - 02:31:26

    Que bom que voltou realmente. Estou amando, continua logo <3

  • maite_portilla Postado em 11/07/2017 - 16:48:20

    Opa, leitora nova aqui. Já li sua fanfic toda e pensei que tinha abandonado. Fico muito feliz que vc tenha voltado. Continua logo

    • taynaraleal Postado em 12/07/2017 - 17:11:25

      Que bom que gostou meu amor, seja bem vida, voltei para ficar agora

  • suenosurreal Postado em 27/03/2016 - 11:55:53

    Mew quero esse Alfonso pra vida, gente que homem! Maite para de graça e se assumem logo, são tão lindos juntos *-* continuaaaaa

  • mylene_herroni Postado em 17/01/2016 - 02:29:34

    continuaaa. adoro essa fic

  • mylene_herroni Postado em 05/12/2015 - 23:48:21

    Continuaaaaaaa! Eu também acredito no Poncho, Mai &#9825;

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:10:55

    Aiii eu sinceramente espero que não seja o Poncho. Continuaaaaaa.

  • Postado em 26/11/2015 - 13:37:47

    O Alfonso tem que estar na estação espacial! Pmldds ele não pode ser o assassino (na vdd pode, tudo é possível) ISSO TEM QUE SER UMA ARMAÇÃO, POSTA MAAAAAIS

  • Fabi Sales Postado em 24/11/2015 - 21:58:00

    POSTA MAAAAIS, MULHER! ATÉ EU TÔ CURIOSA PRA SABER O QUE ACONTECEU E TÔ DOIDA PRA VER MOMENTOS HERRONI, POSTAAAAAAA <33

  • Fabi Sales Postado em 18/11/2015 - 17:46:04

    POSTA MAIS, POR FAVOR! <33


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais