Fanfic: Deu a Louca Nos Contos de Fadas (Participem)

"Branca de Neve, Cinderela, A Pequena Sereia, Aladin, A Bela Adormecida, A Bela e a Fera, Alice no País das Maravilhas..."

Vocês já notaram? Todas essas histórias maravilhosas terminavam dizendo que a heroína se casava com o Príncipe Encantado e pronto. Os dois iam viver felizes para sempre e estava acabado. Mas, afinal de contas, o que significa "viver feliz para sempre"?

Significa casar, ter filhos, engordar e reunir a família no domingo pra comer macarronada? Ora, quer dizer que a felicidade não é viver mais nenhuma aventura? Nada mais de anõezinhos, maçãs envenenadas e sapatinhos de cristal? Ah, não pode ser!

A vida de casado não pode ser tão chata! Como é que alguém pode viver feliz sem aventuras? Não é possível que heróis e heroínas tão sensacionais tenham passado o resto da vida assistindo o tempo passar feito novela de televisão! É preciso saber o que acontece depois do fim! Sabem? Eu sempre tive essa curiosidade e acabei, mesmo sem querer, descobrindo o que aconteceu no fim de todas essas histórias maravilhosas. E é isso que eu quero contar para vocês. Naquela época, eu era um escritor iniciante, com muitas idéias na cabeça e poucas no papel. Vivia observando as pessoas e a mim mesmo, tentando tudo entender e tudo transformar em histórias que tivessem verdade, que tivessem calor, que tivessem graça. Histórias cheias de paixão, como as aventuras das heroínas da minha infância. Quando aconteceram as histórias de fadas e princesas?

E todas aconteceram ao mesmo tempo, vejam só:

"Era uma vez, há muitos e muitos anos..." Estão vendo? Nem um muito a mais nem um muito a menos. Todas as histórias começavam assim. Isso quer dizer que todas começaram ao mesmo tempo, não é verdade? E, se todas começaram ao mesmo tempo, todas terminaram também mais ou menos ao mesmo tempo! Pois foi justamente há muitos e muitos anos mais vinte e cinco anos, que começou o fantástico mistério de Beatriz, a princesa que era chamada de Feiurinha. E comigo no meio...

Estava eu sozinho em casa, em minha sala de trabalho, extremamente ocupado apontando um lápis, quando... Bem, naturalmente vocês sabem que os escritores, quando estão sem inspiração, sentem inadiável necessidade de apontar lápis, limpar os tipos da máquina, verificar se há papel suficiente na gaveta e ver se sua esposa deixou alguma sobra na geladeira, não é?

Então, como eu ia dizendo, estava eu extremamente ocupado com minha literatura, quando me entrou pela casa duas pequeninas luizinhas muito brilhantes, uma verde e outra alaranjada.

Escritor: Minha nossa! Dois vaga-lumes!

Samantha (Fawn): Perdão, senhor Escritor, se fizemos mal em invadir seu castelo, mas vaga-lume não sou, embora sejamos bem parecidas com um.

Raquel (Sininho): Ora, eu não pareço vaga-lume nenhum - protestou.

Eu precisei de um tempo para acreditar no que eu estava vendo, "eu só posso estar sonhando, é o cansaço é isso, tem que ser...".

Escritor: Vocês não são vaga - lumes? Então ... o que são?

Samantha: Nós somos fadas senhor. Nós viemos de um país que está em todos os lugares. Em todos os lugares, onde houver uma cabeça de criança sonhando. Um país que fala uma só língua, senhor. Uma língua que qualquer criança, de qualquer país do mundo, entende perfeitamente. Venho do País das Fadas!

Naquela ocasião, eu precisei ser o mais sensato possivel. Afinal, aquela era a primeira vez que eu estava alucinando e tinha que ter cuidado para não enlouquecer de vez...

Escritor: Bom, então, vocês duas vem do País das Fadas, não é? Muito bem... Mas como são mesmo seus nomes?

Raquel: É Raquel, mas pode me chamar de sininho se quiser, e essa é a Samantha - disse apontando para a outra fadinha.

Samantha: E você pode me chamar de Fawn - disse alegre.

Raquel: Mas vamos parar com esse blá, blá, blá e vamos ao que interessa.
Nós viemos aqui a pedido da princesa Rafaela Encantado para ...

Escritor: Princesa Rafaela Encantado? - interrompeu antes que Raquel acabasse de falar - Creio que nunca ouvi falar dessa Princesa...

Samantha: Talvez o senhor já tenha ouvido falar dela pelo nome de personagem. - explicou calmamente.

Escritor: Nome de personagem?

Samantha: Isso mesmo, as princesas geralmente usam nomes falsos, sabe, para ficar diferente, as vezes soa melhor do que usar o nome comum.

Raquel: Ou você acha mesmo que alguém poderia mesmo se chamar "Branca de Neve" - disse impaciente, como se isso fosse obvio - Francamente!

Escritor: Dona Rafaela Encantado? Branca de Neve? Quer dizer que...

Samantha: Todo mundo só a conhece pelo sobrenome de personagem, senhor Escritor.

Raquel: Deu para entender, ou agente precisa fazer uma mágica para ficar claro?

Samantha: Não ligue para a Raquel, ela é meio impaciente com os humanos. - Raquel fez cara de desdém.

Escritor: Não é isso, eu entendi o que é nome de personagem, mas vocês estão me dizendo que a Branca de Neve, Rafaela Encantado ou o que seja, existe?

Samantha: Claro! Ela vive no castelo dela, ela e seu príncipe. Ela casou-se muito bem, se me permite o comentário. O Príncipe Encantado, marido dela, é um dos mais nobres descendentes da família Encantado...

Escritor: Família Encantado?

Raquel: Esses humanos, nunca sabem de nada, parece que nunca leram contos de fada.

Samantha: Encantado é uma família muito nobre. E muito conhecida também. - se apressou em explicar, tentando abafar o comentário de Raquel. - É ela que fornece príncipes para casar com heroínas lindas e pobres no fim de todas as histórias. São todos excelentes Príncipes, e as senhoras Princesas do País das Fadas estão muito satisfeitas. É claro que sempre há alguma confusão, pelo fato de todas agora terem o mesmo sobrenome...

Aquela alucinação parecia bem criativa! Na ocasião, pensei que, se eu ficasse mesmo louco de pedra, eu poderia ter mais alucinações como esta. Talvez até pudesse transformar alguma de suas idéias fantásticas em um livro daqueles em que ninguém acredita, mas de que todos gostam. Eu tinha, então, de agir com muito cuidado...

Escritor: Branca de Neve! Vocês então vieram a mando dela!

Raquel: Oh! Até que enfim.

Escritor: E como anda ela?

Samantha: Com as pernas, senhor. A senhora Princesa Rafaela Encantado continua linda, com a pele ainda branca como a neve e com os cabelos ainda negros como o ébano, embora entre eles já haja alguns, mas pouquinhos, quase nada, fios brancos como a neve, senhor Escritor...

A minha alucinação era mesmo incrível! Nunca tinha visto alguém com uma imaginação tão fértil. Se não fossem meros frutos da minha imaginação, na certa teriam dado umas ótimas publicitárias!

Escritor: Muito bem é... hum, Fadinhas. Estou muito satisfeito de receber notícias de Branca de Neve, depois de tantos anos e anos. Mas, vocês estavam me dizendo vieram a mando da ...

Raquel: Extamente - interrompeu - Viemos lhe pedir um grande favor, apesar de que com esse conhecimento sobre O Mundo das Fadas, creio que...

Samantha: Nós cremos que só o senhor poderá afastar a tremenda ameaça que paira sobre o País das Fadas... - interrompeu Raquel antes que ela pudesse falar asneiras.

Escritor: Eu? Salvar o País das Fadas? Como assim?

Samantha: Ouça, senhor Escritor, eu vou lhe contar tudo, tim - tim por tim - tim...

CONTINUA ...