Fanfic: História de um grande amor (aya)-Adaptada-Finalizada | Tema: Ponny

— Ora, claro que vimos. Por exemplo, Derrick James e...

— Mai, sabe muito bem que eles tiveram de se casar. Maite encaixou o último botão na casa, segurou os ombros de Anahí e virou-a de frente para ela, encarando-a com astúcia.

— E por que tiveram de se casar? Porque estavam apai­xonados.

— Não me lembro de tê-la ouvido predizer essa união.

— Nem poderia. Você estava na Escócia com a sua família, não é? Eu não poderia escrever uma coisa dessas numa carta. Seria sórdido demais.

Não havia motivos para tamanha indignação. Uma gra­videz não planejada seria sempre um acontecimento não in­tencional. Escrever sobre o fato não mudaria nada. No en­tanto, não se podia tirar a razão de Maite . Esteve seis meses na Escócia na casa dos avós maternos, e Derrick James tinha se casado naquele período.

— Vamos tomar café? — Anahí perguntou sem vontade.

Não havia como se esconder. Além do mais, Poncho se mostrou alterado na noite passada e, se houvesse justiça no mundo, ficaria preso na cama a manhã inteira com dor de cabeça.

— Antes quero que Lola faça um penteado nos seus ca­belos —Maite decidiu. — Não poderemos mais deixar nada ao acaso. A partir de agora, será sua obrigação manter-se linda. Não me olhe desse jeito. Mire-se no espelho com aten­ção e verá que é muito mais bonita do que pensa.

— Maite ...

— Reconheço que foi uma má escolha de palavras. Você não é bonita. Eu sou bonita e lerda. Você tem algo mais.

— Um rosto redondo.

— Um pouco só, porém afilado, mas não é mais tão pronunciado quanto na infância. — Maite virou a cabeça de lado e fitou-a em silêncio, analisando.

— O que foi? — Anahí estranhou o olhar da amiga.

— Acho que você se desenvolveu bastante.

Foi o que Poncho disse havia anos. “No futuro, quando for adulta, será tão bonita como já é inteligente”.

Odiou lem­brar-se daquela frase e teve vontade de chorar.

Maite emocionou-se ao ver os olhos marejados da amiga.

— Ah, querida! — As duas se abraçaram com ternura. — Eu a amo muito. Mal posso esperar para sermos irmãs.

Lola demorou mais de trinta minutos para arrumar os cabelos de Anahí , e quando as amigas chegaram à sala de almoço, o estômago de Anahí estava roncando.

— Bom dia — Maite cumprimentou a todos com alegria e pegou um prato do aparador. — Onde está Poncho?

Anahí fez uma prece silenciosa por aquela ausência.

— Imagino que deva estar na cama — lady Ruth res­pondeu. — Pobrezinho, levou um grande choque. A semana foi terrível.

Não houve comentários. Ninguém gostava de Leticia.

— Certo — Maite rompeu o silêncio. — Espero que Poncho não morra de fome, pois não jantou ontem.

— Ora, a esposa dele acabou de morrer — Oscar recri­minou a irmã. — Tenha um pouco de clemência.

— Estou preocupada com ele por que o amo —Maite re­trucou com a impaciência habitual que usava para falar com Oscar . — Poncho não está comendo!

— Mandei uma bandeja para o quarto. — A mãe pôs fim à discussão. — Bom dia, Anahí .

Anahí , entretida com o diálogo entre os gêmeos, as­sustou-se.

— Bom dia, lady Ruth— ela se apressou em responder —, espero que tenha dormido bem.

— Tanto quanto se poderia esperar em tais circunstân­cias. — Lady Ruth suspirou e tomou um gole de chá. — Foi muito difícil e eu só tenho a lhe agradecer por ter passado a noite com minha filha.

— Não há de quê — Anahí murmurou. — Fico satisfeita em poder ajudar. — Foi até o aparador e pegou um prato. Ao retornar à mesa, notou que Maite deixou um lugar vago ao lado de Oscar.

Anahí sentou-se e fitou os Herreras. Todos sorriam para ela. Lorde e lady Ruth com bondade, Maite com malícia, e Oscar...

— Bom dia, Anahí — o rapaz a saudou com simpatia e... interesse? — Tudo bem?

Santo Deus, Maite estaria certa? Havia algo diferente na maneira como ele a fitava.