Fanfic: História de um grande amor (aya)-Adaptada-Finalizada | Tema: Ponny

— Talvez eu a deixe dirigir — falou, com o propósito ex­plícito de torturar a irmã.

E o ardil funcionou. Maite engasgou de maneira estranha, como se o desgosto houvesse entalado em sua garganta.

— Até logo, irmã querida — ele disse com um sorriso pre­tensioso. Passou o braço no de Anahí e levou-a até a porta. — Eu a verei mais tarde... ou talvez você me verá... quando eu chegar.

Anahí esforçou-se para não rir.

— Não se faz isso com uma irmã. Ele deu de ombros.

— Maite merece uma provocação.

— Não concordo. — Ela sentiu-se no dever de defender a amiga, mesmo considerando o episódio muito engraçado.

— Não?

— Bem... sim, mas admito que foi uma crueldade.

— A intenção era essa — Poncho concordou. Anahí permitiu que ele a ajudasse a subir no veículo e imaginou como tudo aquilo aconteceu.

Rodaram sem falar nos primeiros minutos. O veículo era veloz e ela não pôde evitar a sensação de elegância e de estar na moda enquanto apreciavam a paisagem do alto.

— A senhorita fez uma conquista esta tarde — Poncho interrompeu o silêncio. — Oscar me pareceu muito inte­ressado.

Anahí ficou tensa e não respondeu. Nada havia para dizer que deixasse sua dignidade intacta. Poderia negar a afirmativa e parecer coquete, ou concordar e dar a impressão de orgulhosa. Ou provocativa. Ah, que Deus a perdoasse, como se pretendesse deixá-lo enciumado.

— Suponho que terei de dar-lhes minhas bênçãos — ele declarou.

Chocada, ela virou-se para fitá-lo, mas Poncho continuou a olhar para a frente.

— Certamente será um enlace vantajoso para a senhorita, e meu irmão não poderia desejar nada melhor. É verdade que lhe falta um bom dote, sempre necessário ao filho caçula de uma casa, mas a senhorita certamente preencherá a la­cuna com bom senso e sensibilidade.

— Ah... Eu...

Ela piscou, sem a menor idéia do que dizer. Tratava-se de um cumprimento, e dessa vez não irônico, mas assim mes­mo sentia-se desnorteada pelos elogios. Não gostava que ninguém se desmanchasse em elogios sobre suas qualidades, co­mo se isso fosse a única razão que a equiparasse a Oscar.

Também não queria ser sensata. Naquele momento, pre­feria ser linda, exótica ou cativante.

Deus do céu! Sensata era uma designação infeliz. Pelo breve silêncio, percebeu que o final da frase era aguardado.

— Obrigada — ela murmurou.

— Não desejo que meu irmão cometa os mesmos erros que eu.

Anahí fitou-o de revés e percebeu-o tenso e com os olhos grudados na estrada.

— Erros? — repetiu ela em voz baixa.

— Na verdade um erro — Poncho disse com voz cortante. — No singular.

— Leticia. — Arrependeu-se de imediato pela ousadia da intromissão na intimidade alheia.

O veículo diminuiu a marcha, parou, e ele finalmente a encarou.

— Isso mesmo.

— O que foi que ela lhe fez? — Por mais uma vez, não pôde evitar a pergunta pessoal, inadequada, dita num fio de voz. Percebeu o erro de ter perguntado pela reação dele, que se virou de novo para a frente.

— Nada que possa ser dito aos ouvidos de uma dama.

— Oh...

Poncho se voltou com brusquidão e fitou-a com o olhar faiscante.

— Por acaso sabe como ela morreu? Anahí fez um sinal afirmativo com a cabeça.

— Caiu e quebrou o pescoço.

— Leticia foi atirada ao solo por um cavalo em desabalada carreira...

— Eu sei.

— Aposto que não sabia que ela ia ao encontro do amante. E ela estava grávida. Deus Misericordioso!

— Ah, Poncho , eu sin...

— Não diga isso — ele a interrompeu. — Eu não sinto nada. O filho não era meu.

Em vez de responder, Anahí cobriu a boca com a mão. O que poderia dizer? Certamente nada.

— O primeiro também não era meu. — Poncho estreitou os olhos, e as narinas se alargaram. Torceu os lábios como se estivesse à espera da inevitável pergunta. — Ela estava grávida quando nós nos casamos. Aliás, foi por isso que o enlace aconteceu, como deve saber. — Ele riu com amargura. — O que é uma fábula, considerando-se que eu não sabia de nada.

O sofrimento naquela voz grave cortava o coração, mas não tanto como a aversão a si mesmo. Depois de descobrir por que ele se modificou tanto, Anahí entendeu que ja­mais poderia odiá-lo.

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Postado 08 capitulos hj ,pois amanhã não postarei aqui ,obg a todas que favoritaram e comentaram...leitores novos sejam bem vindosss!!!!!!!!!!!

bjss da ve!