Fanfic: História de um grande amor (aya)-Adaptada-Finalizada | Tema: Ponny

— Poncho ? — chamou-o novamente, procurando tirá-lo do devaneio.

— Muito... — ele falou como se acabasse de entender o inacreditável.

— Muito o quê?

— A senhorita... você é muito sedutora. — Poncho sacudiu a cabeça, procurando afastar-se do encanto que, de alguma forma o atingiu.

Anahí suspirou.

— Por favor, não minta para poupar meus sentimentos. Isso é um insulto à minha inteligência, sei que não tenho esse poder de sedução.

— Não estou mentindo. — enfatizou ele, parecendo sur­preso.

— Bem, então... obrigada — ela observou, sem graça, mor­dendo o lábio inferior.

— Em geral meus elogios são aceitos como sinceros.

— Tenho certeza disso.

— Então, por que de repente tive a impressão de ser acu­sado de falsidade?

Anahí abriu muito os olhos e duvidou que houvesse falado com tanta frieza.

— Não sei do que está falando. — Por um momento, teve a impressão de que Poncho continuaria a questioná-la, mas, em seguida, ele se arrependeu, segurou as rédeas e sorriu.

— Vamos?

Continuaram o trajeto por alguns minutos e, sempre que possível, Anahí o fitava de relance, e encontrava uma ex­pressão tranqüila e indecifrável. O que não deixava de ser irritante, uma vez que suas idéias se encontravam num ver­dadeiro redemoinho. Se Poncho não a desejava, por que a tinha beijado? Qual foi o objetivo? Então...

— Por que me beijou, Poncho ?

Ele engasgou, surpreso com o tom intempestuoso da per­gunta. Os cavalos diminuíram a marcha, sentindo a falta de atenção do condutor. Pela aflição demonstrada, Anahí concluiu que ele não encontraria nenhuma maneira benévola de responder.

— Esqueça o que eu perguntei. Não importa — ela disse, embora não tivesse se arrependido da pergunta.

Afinal, não tinha nada a perder. Por certo, ele não zom­baria nem espalharia boatos a seu respeito. Ficou apenas constrangida pelo momento que não poderia ser comparado com o da noite anterior, portanto...

— A culpa foi toda minha — Poncho afirmou. — E você teve a infelicidade de estar ao meu lado.

Anahí notou a desolação nos olhos esverdeados exposto ao sol que refletia por entre a janela do cabriolé e apoiou a mão no braço musculoso.

— Ter raiva de sua esposa não é nenhum absurdo. Poncho não se deu o trabalho de fingir que ignorava do que Anahí estava falando.

— Leticia está morta.

— Isso não apaga a verdade de ela ter sido uma pessoa terrível enquanto viva.

Ele a fitou com curiosidade e desatou a rir.
— Ah, admiro-me com a sua capacidade de dizer coisas abomináveis como se fossem normais.

— Agora eu realmente tomarei à afirmativa como um cumprimento. — Anahí sorriu.

— Terei de me lembrar de jamais permitir que ocupe o posto de professora na escola dominical.

— Pois não terá de se preocupar com isso. As virtudes cristãs não estão muito arraigadas no meu coração.

— É mesmo? — Poncho divertiu-se.

— Ainda guardo ressentimento contra Perlla Galvez.

— Quem é ela?