Fanfic: História de um grande amor (aya)-Adaptada-Finalizada | Tema: Ponny

O fato de ser a melhor amiga de Maite ajudou bastante. As duas juntas de certa forma assaltaram a sociedade. Muitos cavalheiros se atrasaram para assegurar uma dança, e ou­tros ficavam aterrorizados diante da perspectiva de apenas conversar com uma moça tão bela. Nessas ocasiões, Anahí sempre sentia intimidada mas sempre aceitava o cortejo dos mais ousados. Mesmo com o inesperado acúmulo de atenções, estava so­zinha quando escutou a voz familiar.

— Não acredito que fui capaz de encontrá-la desacom­panhada.

Poncho.

Anahí sorriu. Nenhum homem poderia ser mais atraente do que ele com a roupa social preta, que evidenciava ainda mais o efeito das velas, refletindo as mechas castanhas dourados nos cabelos cacheados e bagunçados.
— Ora, mas que surpresa. Então você veio.

— Achou que eu não viria?

Apesar de lady Ruth ter dito que Ponchopretendia vir a Londres, ela não acreditava ser verdade. Tinha quase certeza de tê-lo ouvido dizer que não pretendia participar da vida social da cidade naquele ano, e talvez nem nos próximos.

— Aposto que Lady Ruth deve tê-lo chantageado para que viesse ao baile — ela declarou.

— Chantagem? — Poncho fingiu-se ofendido. — Uma pa­lavra horrorosa e incorreta neste caso.

— Ah, é?

Ele inclinou ligeiramente a cabeça, estreitando a distân­cia que os separava.

— Foi minha culpa.

— O que foi que você fez?

— O mais correto seria perguntar o que não fiz. Ou me­lhor, o que não estava fazendo — contou, fazendo um gesto de pouco caso com a mão. — Disseram-me que você e Maite teriam sucesso se eu lhes oferecesse apoio.

— Creio que sua irmã seria bem-sucedida, mesmo se não tivesse um centavo e fosse filha ilegítima.

— Também com você não tenho preocupações a respeito. — Sorriu de maneira benevolente e irritante, franzindo o cenho. — E por que minha mãe pensaria em fazer chan­tagem?

Um sorriso triunfante iluminou o rosto de Anahí, que gostava de deixá-lo sem graça. Na maioria das vezes ele pa­recia controlado, enquanto seu coração parecia saltar do pei­to só em olhar para aquela presença tão devastadora. Feliz­mente o passar do tempo foi responsável por certa autode­fesa. Se não o conhecesse há tantos anos, nem mesmo seria capaz de manter uma conversa se ele estivesse presente no mesmo ambiente. Além disso, Poncho poderia desconfiar de algo se ela perdesse a voz toda vez que se encontrassem.

— Não sei. — Anahí fingiu refletir. — Histórias da in­fância, talvez.

— Veja como fala — Poncho brincou. —Eu era um perfeito anjo.

— Você deve me considerar muito ingênua — declarou ela, arqueando uma das sobrancelhas.

— Não. Apenas polida demais para me contradizer. Anahí revirou os olhos e voltou-se para as pessoas que se apinhavam no recinto. Maite era cortejada no meio do salão, rodeada pelo costumeiro grupo de jovens.

— Mai parece ter nascido para isso, não é mesmo?