Fanfic: História de um grande amor (aya)-Adaptada-Finalizada | Tema: Ponny

— Oscar! ─ anunciou Anahí sorrindo de leve.

─ Oscar? Onde? ─ perguntou Poncho receoso como se seus instintos não gostassem da presença do irmão.

─ Está vindo para cá. Creio que será a nossa valsa agora. ─ assegurou comfirmando novamente seu cartão.

─ Você já o cumprimentou? ─ perguntou a encarando com um olhar diferente.

─ Não. Estou o vendo agora. ─ respondeu sem ousar trocar olhares com ele.

─ Bom, então procurarei Maite . ─ deu de ombros.

─ Certo. ─ respondeu desapontada, por um momento achou ter percebido o ciúmes no olhar de Poncho.

─ Onde poderemos encontrar Maite ? — Ele esticou o pes­coço. — Para dançar com minha irmã terei de afastar um dos admiradores.

— Não deveria falar como se isso fosse o fim do mundo. Não somos tão terríveis.

Poncho surpreendeu-se.

— Não me referi a seu respeito. Não me importo nem um pouco em dançar com a senhorita.

Anahí guardou no coração aquele cumprimento tão pouco entusiasmado. O que foi a prova que estava mais en­cantada do que imaginava.

Estava descobrindo que o amor não correspondido piorava muito quando se estava na presença do ser amado. Passou quase dez anos, sonhando dia e noite, com o momento em que dançaria pelo salão, conduzida por Poncho. Quantas ho­ras havia perdido, esperando pacientemente, por notícias trazidas pelos Herreras na hora do chá! Ou mesmo ten­tando esconder o júbilo quando ele visitava a família uma ou duas vezes ao ano... Isso sem contar com o terror de ter suas emoções descobertas.

Anahí fitou-o de relance, mas ele sequer olhava em sua direção. Não havia nada pior do que a indiferença do amado. O mais doloroso porém, era a consciência de que não chegava nem a perturbá-lo.

— Ali está minha irmã.

Como de hábito, Maite estava rodeada por um número excessivo e ridículo de cavalheiros.

— Não me parece que algum deles esteja se comportando de maneira inconveniente, não é? — ele comentou, estrei­tando os olhos. — Foi um longo dia, e eu preferia não ter de bancar o irmão feroz esta noite.

A pista estava muito cheia, por isso Anahí precisou le­vantar-se na ponta dos pés para uma inspeção adequada.

— Creio que não há nenhum problema.

— Ótimo. — Com a cabeça virada de lado, Poncho fitou a irmã sem interesse para só então notar que Anahí continuava a observá-lo com os olhos grandes azuis e curiosos. Ela viu que Oscar havia parado de se direcionar ao encontro dela para conversar com algum cavalheiro que estava no ambiente e resolveu se pronunciar mais uma vez a Alfonso.

— Poncho?

— Sim?

— O senhor está estranho.

Ao vê-la preocupada, ele sorriu e pensou em quanto gos­tava daquela moça e no tamanho do erro que cometeu na noite do funeral de Leticia, quando forçou um beijo entre eles. O que o fez ficar com vontade de ser gentil, recompensando-a. Observou Maite pela última vez e virou-se.

— Se eu fosse mais novo, o que infelizmente não sou...

— Mas ainda não fez trinta anos.

Anahí demonstrou certa impaciência, o que não deixou de agradá-lo.

— Bem, eu me sinto mais velho. — Ele deu de ombros. — Para dizer a verdade, atualmente parece que sou um ancião. — Notou a expectativa naqueles olhos azuis. — Quis dizer apenas que se eu fosse um rapaz atrás das novas de-butantes, Maite não atrairia a minha atenção.

Ela ergueu as sobrancelhas.

— Bem, mas trata-se de sua irmã. Foi a ilegalidade da questão...

— Eu estava tentando fazer um elogio — Poncho inter­rompeu-a.

— Ah. — Ela engasgou, tossiu e corou ligeiramente. — Bem, nesse caso pode prosseguir.

— Maite é muito bonita — ele continuou. — Mesmo eu, que sou da família, enxergo isso. Mas há uma lacuna por trás daquele olhar.

— Isso é uma coisa terrível de se dizer. Sabe tão bem como eu o quanto ela é inteligente, muito mais do que a maioria dos homens que a cercam.