Fanfic: História de um grande amor (aya)-Adaptada-Finalizada | Tema: Ponny

No fim da tarde, Alfonso retornou do Hyde Park, onde foi cavalgar com Lorde Uckermann, seu amigo. Encontrou Maite no saguão principal, perto da escada que levava à cozinha.

— Shhi... — ela o advertiu.

Alfonso interessou-se de imediato e aproximou-se.

— Por que temos de ficar quietos? Maite fitou-o com raiva.

— Estou tentando escutar.

Ele não imaginou o motivo até ouvir uma sucessão de risos melodiosos.

— É a Anahí ? Maite anuiu.

— Oscar acabou de chegar e eles desceram.

— Por quê?

Maite espiou os cantos e voltou-se para Alfonso .

— Oscar estava com fome.

— E ele precisa de Anahí para servi-lo? Ele tem mãos e pernas para isso. — indagou, tirando as luvas.

— Não, ela foi procurar os amanteigados da cozinheira. Eu ia acompanhá-los, pois detesto ficar sozinha. Mas agora que você chegou, permitirei que me faça companhia.

Alfonso passou por Maite e espiou a escada, mesmo sa­bendo que não poderia ver Oscar nem Anahí .

— Acho que também estou com fome — ele murmurou, pensativo.

— Pois trate de abster-se por enquanto. Os dois precisam de um tempo.

— Para comer?

— Para se apaixonar — informou Maite , revirando os olhos, impaciente.

De certa forma era exasperador receber um olhar tão desdenhoso da irmã mais nova, por isso Alfonso a fitou com desnecessária seriedade.

— E será possível que isso aconteça em apenas uma tarde tomando chá com biscoitos?

— Oras, é apenas um começo. — Maite fitou-o como se ele tivesse uma inteligência bem inferior à média. — Tam­bém não o vi incentivando nem um pouco o namoro.

Alfonso disse a si mesmo que até um idiota seria capaz de enxergar que aquele seria um casamento desaconselhável. Amava Oscar profundamente e o tinha na mais alta con­sideração para um jovem de vinte anos. Mas era evidente que não era homem para Anahí .

Na verdade, ele mesmo tivera maior contato com ela ape­nas nas últimas semanas, porém não havia sido difícil com­provar que era uma jovem amadurecida para a idade. Ela precisava de alguém mais velho, que soubesse dar valor às suas melhores qualidades. Um homem que soubesse domi­ná-la com firmeza, quando ela se deixasse levar pelo tempe­ramento belicoso que, na verdade, raramente aflorava.

Talvez Oscar pudesse ser a pessoa indicada... dali a dez anos.

Alfonso fitou a irmã e franziu o cenho.

— Preciso comer!

— Alfonso , não faça isso!

Maite não pôde impedi-lo. Quando tentou, ele já estava no meio da escada.

A formalidade dos Herreras não era levada a extremos, exceto quando dizia respeito a convidados. Por isso nenhum dos criados se surpreendeu ao ver Oscar entrar na cozi­nha, fitar a Sra. Graves com o mais doce dos olhares, sen­tar-se à mesa com Anahí e esperar que a boa mulher os servisse com os famosos amanteigados. Assim que a travessa com os biscoitos ainda quentes foi deixada sobre a toalha, Anahí ouviu um barulho às suas costas. Virou-se, piscou duas vezes e viu Alfonso no último degrau da escada.

Folgazão e ao mesmo tempo tímido, e pior, mais atraente do que nunca. Anahí não pôde evitar um suspiro.

— Desci os degraus de dois em dois. — Alfonso explicou, sem nem mesmo saber o motivo.

— Alfonso ... — Oscar resmungou uma saudação pouco eloqüente, ocupado em mastigar o terceiro biscoito.

— Maite me disse que eu os encontraria aqui. Ainda bem, estou com fome.

— Por que não come amanteigados? — Anahí pergun­tou, apontando a travessa sobre a mesa.

Alfonso sentou-se ao lado dela.

— Foram feitos pela Sra. Graves?

Oscar anuiu. Alfonso pegou três e virou-se para a Sra. Graves com o mesmo olhar que Oscar adotou antes. Ela adorou ser adulada e inspirou fundo.

— Está bem, farei mais uma fornada.

Nesse instante, Maite apareceu à porta e fitou Alfonso com os lábios estreitados.

— Alfonso ! — murmurou Maite , sem esconder a irritação —, eu queria lhe mostrar o... livro que comprei.