Fanfic: História de um grande amor (aya)-Adaptada-Finalizada | Tema: Ponny

Anahí disfarçou um gemido; já tinha avisado que não gostaria que ninguém impusesse um compromisso em sua vida.

— Alfonso — Maite repetiu.

Anahí ergueu a cabeça com expressão de meiguice.

— Qual livro, Maite ? — ela perguntou, como se nem pen­sasse em provocar a outra.

A amiga dardejou chispas com o olhar.

— Sabe muito bem qual é.

— Seria aquele sobre o Império Otomano, sobre os caça­dores de peles do Canadá ou sobre a filosofia de Adam Smith?

— O último — Maite resmungou.

— Verdade? — Oscar olhou para a irmã com renovado interesse. — Não imaginei que apreciasse esse gênero de leitura. Neste ano estivemos lendo A Riqueza das Nações, uma interessante mescla de economia e filosofia.

Maite sorriu com constrangimento.

— Tenho certeza disso. Poderei dar minha opinião quando terminar de ler.

— E a leitura está adiantada? — Alfonso perguntou.

— Comecei agora e li apenas algumas páginas.

Pelo menos foi o que Anahí pensou ter ouvido. Maite falava com a boca quase fechada e as palavras não soaram muito nítidas.

— Quer um amanteigado, Maite ? — Alfonso perguntou e sorriu para Anahí como se a avisasse que estavam juntos na brincadeira.

Ele parecia mais jovem e feliz. E o coração de Anahí amoleceu.

Maite atravessou o recinto e sentou-se perto de Oscar, não sem antes sussurrar no ouvido de Maite :

— Eu estava tentando ajudá-la.

No entanto Anahí ainda procurava recuperar-se do sorriso de Alfonso . Sentia tontura, as pernas fracas e o co­ração tocando uma sinfonia. Ou estava apaixonada ou con­traíu gripe. Olhou de relance o perfil esculpido de Alfonso e suspirou.

Todos os indícios apontavam para o amor.

— Anahí !

Ela fitou Maite , que a chamava com impaciência.

— Oscar quer saber a minha opinião a respeito de A Riqueza das Nações quando eu terminar de ler o livro. Disse a ele que leríamos juntas a obra. Com certeza poderemos comprar outro exemplar.

— O quê? Ah, sim, adoro ler. — Anahí entendeu com o que acabara de concordar ao ver o sorriso irônico da amiga.

— Agora — Oscar inclinou-se sobre a mesa, tocando a mão de Anahí —, eu gostaria que me contasse como tem aproveitado a temporada.

— Estes biscoitos são deliciosos —Alfonso falou em alto e bom som e fez menção de pegar um, em evidente tentativa de atrapalhar o irmão. — Oscar , poderia fazer o favor de tirar o braço?

Oscar recolheu a mão. Alfonso pegou um amanteigado e levou-o à boca, sorrindo em seguida.

— Maravilhosos como sempre, Sra. Graves!

— Logo mais tirarei mais uma assadeira do forno, milorde. — A Sra. Graves inflou de satisfação pelo elogio.

Anahí esperou o fim do diálogo para responder a Oscar :

— Os dias têm sido muito agradáveis. É uma pena que não possa ficar aqui para desfrutar os eventos conosco.

Oscar voltou-se para ela com um sorriso indolente des­tinado a tocar seu coração, mas que não surtiu efeito.

— Eu também acho. Porém ficarei aqui por algum tempo no verão.

— Sei que não terá muito tempo para a Srta. Portilla. — Alfonso interveio. — Minhas férias de verão eram passadas em brin­cadeiras com os amigos. Nós nos divertíamos demais. Tenho certeza de que não o agradará perder isso.

Anahí fitou-o com estranheza; desconhecia aquele com­portamento tão jovial.

— Tenho certeza de que se divertia muito — Oscar respondeu. — Mas eu gostaria de também comparecer a al­guns eventos sociais.

— Uma ótima idéia — Maite concordou. — Assim também poderia adquirir um pouco mais de refinamento citadino.

— Tenho requinte em dose considerável, minha querida.

— Não duvido, mas nunca é demais uma experiência ver­dadeira para aprimorar o que já existe.