Fanfic: História de um grande amor (aya)-Adaptada-Finalizada | Tema: Ponny

— Porque somos bons amigos — respondeu em voz baixa —, e aconselho-a a dizer a verdade.

Ela foi para o outro lado da cama quando o irmão se apro­ximou.

— Não sei do que está falando — Maite repetiu, assustada.

— Anahí se envolveu com algum homem? É isso? E é essa a razão pela qual resolveram inventar uma história fantástica sobre um parente enfermo?

— Não inventei nada — protestou.

— Diga-me a verdade!

Ela cerrou os lábios, teimosa.

— Vamos! — Ele mostrava-se ameaçador.

—O quê! — A voz dela estava num tom agudo. — Não gosto da maneira como está me olhando. Vou chamar a mamãe.

— Mamãe tem metade do meu tamanho. Não será capaz de impedir que eu a esgane, pirralha!

— Pare com isso! Deve estar ficando maluco! — exclamou Maite, arregalando os olhos.

— Quem é ele?

— Não sei! Vá embora daqui!

— Então existe alguém.

— Sim! Não! Agora não mais!

— Mas que droga! O que está acontecendo? — Não havia como negar que o ciúme o corroía.

— Nada!

— Diga-me o que houve com Anahí! — Ele deu a volta na cama e encurralou a irmã.

Um medo intenso e primitivo tomou conta da mente de Poncho. Receava perder Anahí e não podia nem sequer pensar que ela estivesse sofrendo. Jamais poderia imaginar que o bem-estar daquela menina pudesse preocupá-lo a pon­to de apertar seu coração. Era pavoroso...

Inquieta, olhando para os lados, Maite pensava numa ma­neira de escapar.

— Anahí está bem, eu juro.

Ele segurou-a pelos ombros e seus olhos cintilavam com fúria e pavor.

—Vou dizer uma coisa — falou com uma calma exagerada que não deixava dúvidas sobre suas intenções. — Quando éramos crianças, nunca encostei um dedo em você, apesar de não terem faltado motivos — ameaçou, inclinando-se. — Mas não hesitarei em começar agora.

O lábio inferior de Maite começou a tremer.

— Se não me disser agora em que tipo de encrenca Anahí se meteu, vai se arrepender amargamente.

Uma gama de emoções diferentes cruzou o rosto de Maite , a maioria delas relacionadas com o pânico.

— Poncho!— ela implorou. — Anahí é minha melhor amiga. Não posso trair sua confiança.

— O que aconteceu com ela? Diga de uma vez! — ele es­bravejou e rilhou os dentes.

— Acontece que...

— Fale logo!

— Não posso, eu... — Maite franziu a testa e empalideceu. — Oh, Deus Pai!

— O que houve?

— Não posso acreditar... — ela sussurrou. — A culpa é sua!

De repente os papéis se inverteram e Poncho estranhou a mudança de expressão da irmã, que agora parecia mais furiosa do que ele.

— Como teve coragem de... — Maite gritou e esmurrou o peito largo com os punhos delicados. — Animal! Bruto! Des­classificado! E ainda por cima teve coragem de abandoná-la!

Ele ficou imóvel diante da demonstração de fúria da irmã e procurou encadear as palavras para descobrir o motivo de tanto ódio.

— Agora é a minha vez de indagar. Do que está falando?

— Anahí está grávida, entendeu? Grávida!

— Oh, meu Deus! — Ele soltou-a e largou-se na cama em estado de choque.

— Posso imaginar quem é o pai — Maite falou com asco e uma careta de horror. — Pelo amor de Deus, Poncho. Ela sempre o considerou como um irmão!