Fanfic: História de um grande amor (aya)-Adaptada-Finalizada | Tema: Ponny

— Dificilmente eu afirmaria isso.

— Um homem não deve jamais se aproveitar da juventude e da inexperiência de uma mulher. É inaceitável!

— Não pretendo explicar os meus atos — ele respondeu com frieza. — Por que ela mesma não me contou?

— Esqueceu-se de que você estava em Kent, divertindo-se com os seus amigos? Bebendo com rameiras e...

— Eu não estava com mulheres. Não estive com nenhuma outra depois de Anahí .

— Perdoe-me, mas acho difícil de acreditar. Não imaginei que meu próprio irmão fosse um ser tão desprezível. Saia do meu quarto.

— Grávida — ele repetiu, como se fosse para facilitar a aceitação. — Anahí vai ter um bebê. Deus meu...

— Agora é um pouco tarde para rezar — Maite afirmou, categórica. — Seu comportamento foi além do repreensível.

— Eu não sabia que ela...

— E isso faz alguma diferença?

Poncho não respondeu, nem poderia fazê-lo. Estava arrasado, consciente dos próprios erros. Apoiou a cabeça entre as mãos, na tentativa de frear os pensamentos que giravam e se chocavam com violência.

Deus do céu, como pode ser tão egoísta? Adiantou o con­fronto com Anahí por pura indolência. Imaginou que ela o estaria esperando quando ele resolvesse voltar. Afinal, não o havia esperado durante tantos anos? Ela não disse que...

Poncho recriminou-se com violência e blasfemou baixinho. Era um asno! Não havia outra explicação ou desculpa. Pre­sumira um fato e por isso tinha se aproveitado e...

Nem em seus sonhos mais extravagantes pode imagi­nar que Anahí se encontrava a quinhentos quilômetros ao norte, enfrentando uma gravidez inesperada que não tar­daria a culminar num filho ilegítimo. E nem sequer mandou um bilhete...

— Poncho?

Escutou a irmã chamar seu nome, mas não conseguiu res­ponder. Imóvel como um tolo, só pensava em Anahí : sozi­nha e provavelmente apavorada, quando deveria estar ca­sada, morando na Nortúmbria com todo o conforto ao lado do marido.

Um filho...

Curioso pensar que atribuíra inconscientemente a Oscar o dever de levar adiante o nome da família. No entanto, viu-se ansioso por tocar o ventre abaulado de Anahí e segurar a criança nos braços. Gostaria que fosse uma menina de olhos azuis. O herdeiro poderia vir mais tarde. Com Anahí em seu leito, a concepção não seria uma de suas preocupações.

— O que pensa fazer a respeito? — Maite afastou-o dos devaneios.

Poncho ergueu a cabeça, para deparar com a irmã encarando-o com as mãos nos quadris.

— Qual é a sua opinião? O que acha que farei?

— Não sei...

Pela primeira vez a voz de Maite mostrou indecisão, pois não o desafiava nem procurava vingança. Não estava con­vencida de que ele pretendia agir corretamente e casar-se com Anahí .

Poncho nunca se sentiu tão pouco valorizado como ho­mem. Deu um suspiro estremecido, levantou-se e tossiu.

— Poderia me fazer o favor de providenciar o endereço de Anahí na Escócia?

— Com o maior prazer. — Mais animada, ela foi até a mesa e escreveu algumas linhas num pedaço de papel. — Aqui está.

Poncho apanhou o bilhete, dobrou-o e o guardou no bolso.

— Obrigado. Acredito que não a verei por algum tempo.

— Pelo menos durante sete meses — ela respondeu.