Fanfic: A Queda do Herrera *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Giovanni Franco tinha cinqüenta anos, mas parecia dez anos mais jovem. Seu cabelo negro só tinha um pingo de branco nas têmporas. Seus olhos eram como os de Anny, um azul pálido, sua pele escura, e olhava a sua filha do mesmo modo em que outro homem poderia olhar a um anjo.

Anahí teve que lutar contra a necessidade de correr para ele. Gio o Gigante, assim o chamavam. Ele era seu Papá. Pelo menos, tinha-o sido, até que tinha descoberto o que era, quem era.

Até que tinha aprendido que tinha sido tão brutal, tão cruel como os homens que a tinham seqüestrado.

Quando Alfonso baixou a arma, afastou-se com vacilação de Diego. Rodeando toda a gente da parte dianteira da sala, movia-se lentamente para Alfonso.

Não podia explicar as razões do por que, não podia explicar por que precisava aferrar-se a ele, mas a necessidade era entristecedora. Sentia-se como se o chão se movesse debaixo dela, como se o mundo desse voltas.

Quando seu braço se deslizou a seu redor e a atraiu para si a seu lado, sentiu-se bem. E quando olhou ao Gio o Gigante, lutou para encontrar nele ao homem que a tinha levado a dormir quando era menina, que lhe tinha cantado canções divertidas, que lhe ensinou a dançar e a jogar a rayuela.

—Anyta. —Seu rosto desencaixado dolorosamente quando os braços que tinha estendido para ela caíram aos lados. —Estive-te procurando desde que foi de Dallas. Dois anos, depois de que sua primo e sua tia se inteiraram da morte do Martin. Para te levar a casa.

—Estou em casa. —aferrou-se ao Alfonso como se fora um salva-vidas.

Sentia-se como se seu coração se partisse em dois.

Como tinha amado ao alto e forte Papá! Amava-o tanto que a notícia de sua morte, apesar de sua ira contra ele, tinha quebrado seu coração. E agora, ao saber que isso também era mentira...

Aspirou a grandes rasgos, colocou as mãos nos bolsos de suas calças em um movimento que foi tão característico dele. Ele a olhou, a cara mais marcada do que tinha sido, com os olhos sombrios.

—Seu irmão está em Califórnia te buscando. Pensou que talvez tinha retornado ali.

Ela negou com a cabeça. Não queria ouvir falar de seu irmão, tampouco.

Christian, o nome de um amigo americano, era digno filho de seu pai. Não era o irmão dela tinha imaginado ter.

—Vai.—sussurrou, sentindo os braços do Alfonso apertar-se ao redor dela.

—Anny. —Alfonso sussurrou contra seu cabelo. —Vamos ver o que quer. — Sacudiu a cabeça e chorou. —O quer é perdão. Não é certo, Gio? — Piscou para afastar as lágrimas ante a dor que refletia em seu rosto. —É o mesmo que Christian quer.

—Quero saber de minha pequena Anyta, meu anjo, que está segura e é feliz. —disse Gio pesadamente. —O perdão não é o que procuro.

—Sabia antes de vir aqui. —Podia sentir a dor rasgar nela, as garras desumanas escavando em seu peito. —Encontrou-me e me seguiu, e enviou Christian a Califórnia. Por que? Quero que me diga por que?

—Anyta. —sussurrou como um homem marcado pela dor.

—Por que, Gio? —Ela apertou os punhos e se encarou com ele, anos de dor e raiva explorando em seu interior, em cascata através dela como uma avalanche de dor e fúria. —Você enviou ao Christian a Califórnia para que não matasse? Como jurou que faria quando tinha dezesseis anos e decidiu matar a qualquer homem que se atrevesse a me tocar? Bom, já não tenho dezesseis anos. E já não sou Anyta.