Fanfic: Prisioneira do Amor AyA Finalizada | Tema: AyA, Hot, Romance

— A imprensa sempre o persegue dessa maneira? — ela perguntou para Alfonso. Sentia-se nervosa sobre sair do carro, mesmo com a presença do enorme guarda-costas.
— Os paparazzi freqüentemente me seguem. Eles têm uma fascinação inesgotável pela minha vida amorosa — disse ele. — Mas eu não permitirei que perturbem minha tia e mãe. Farei uma declaração sobre o acidente de Christian pela manhã e pedirei privacidade para minha família, enquanto a condição de Christian permanecer crítica.
Esperançosamente, isso fará alguns deles recuarem.
Quando o motorista abriu a porta, Alfonso desceu do carro e virou-se para oferecer a mão a Anahi. Ela instintivamente abaixou a cabeça para evitar os flashes e quase tropeçou, enquanto a multidão de repórteres os empurrava. Rodeando-lhe a cintura, ele atravessou as portas principais do hospital, onde os repórteres foram barrados por diversos guardas de segurança.
— Você está bem? — perguntou ele, olhando-a.
— Sim, estou. — De jeito algum Anahi iria admitir que a proximidade com aquele corpo másculo fizera seu coração disparar. Enquanto seguia Alfonso ao longo do corredor, seu coração batia acelerado por outra razão. Ela detestava hospitais... Detestava a atmosfera clínica e o cheiro de anti-séptico, que eram lembretes dolorosos, não apenas de Daniel, mas de sua própria estada breve num hospital quando estava com 17 anos.
Uma enfermeira os encontrou junto à porta da Unidade de Terapia Intensiva, e, enquanto Alfonso falava com a mulher, Anahi lutou contra uma onda de pânico. Durante toda a sua vida, aprendera a bloquear experiências infelizes... E houvera muitas dessas em sua infância, mas estar num hospital trazia memórias que ela nunca fora capaz de enterrar. Não queria pensar em Daniel. E não ousava pensar em Katie. Aquelas eram lembranças dolorosas demais.
Seus instintos gritavam que ela fugisse de lá. Porém, era tarde demais. Alfonso estava abrindo uma porta que levava a um pequeno quarto particular. Anahi viu uma pessoa deitada numa cama, cercada por máquinas que piscavam e tocavam bipes esporadicamente.
— Talvez nós não devêssemos perturbar Christian agora — murmurou ela trêmula. — É quase meia-noite. O staff não se importa de entrarmos aqui fora do horário de visitas?
— É claro que não. — As sobrancelhas dele se arquearam. — Nós podemos vir aqui a qualquer hora que quisermos. Até esta manhã, quando voei para Londres, eu não tinha saído da ala desde que Christian deu entrada no hospital. Quanto a perturbá-lo, foi para isso que eu trouxe você — disse ele, sardonicamente. Então notou que ela estava tão pálida que as sardas douradas no nariz e faces realçavam. — Os repórteres a aborreceram? Por que você está tão pálida?
— Eu não gosto de hospitais.
— Alguém gosta? — A voz de Alfonso era impaciente.
Os últimos dias que ele passara no hospital tinham evocado memórias dolorosas que sempre o perseguiriam. Aquilo acontecera muito tempo atrás, lembrou a si mesmo. A vida continuara. Estava grato que Vittoria encontrara felicidade com o homem com quem acabara se casando e agora tinha um filho. Deus sabia que ela merecia ser feliz, depois que tudo que acontecera do jeito que ele a decepcionara...
Ele forçou-se a se concentrar na mulher ao seu lado.
— Eu lhe garanto que minha tia preferiria não estar aqui, mantendo vigília ao lado da cama do filho. — Alfonso baixou o tom de voz, de modo que somente Anahi o ouvisse. — A mãe de Christian está compreensivelmente agoniada. Você deve perdoá-la se ela for um pouco... Abrupta.
Anahi não entendeu o que aquilo significava, mas não houve tempo para questioná-lo, quando ele a impulsionou para dentro do quarto. No momento que ela aproximou-se da cama, uma horrível sensação de déjà-vu a preencheu. Christian parecia muito diferente, sem seus cachos escondendo parcialmente o rosto. A cabeça estava coberta em bandagens, e a pele e os lábios estavam mortalmente pálidos. Ele a lembrava de uma figura de cera: perfeito em detalhes, mas sem vida, exatamente como Daniel havia ficado.
Lágrimas queimaram seus olhos. Anahi raramente chorava; a experiência lhe ensinara que chorar era um exercício inútil. Mas, por uma vez, não conseguiu controlar suas emoções. Parecia tão cruel que um homem tão jovem talvez nunca mais abrisse os olhos ou sorrisse para as pessoas que amava.
Um movimento do outro lado do quarto a fez virar a cabeça, e ela viu a mulher que devia ser a mãe de Christian.
Instintivamente precisando expressar sua compaixão, Anahi murmurou:
— Eu lamento muito sobre Christian.
A mulher olhou para ela, então falou com Alfonso em italiano. Anahi não entendeu uma palavra, mas sentia que sua presença não era bem-vinda. Lembrando-se do aviso de Alfonso de que a tia estava agoniada, pensou em ir embora e voltar mais tarde, mas quando se virou em direção à porta, Alfonso pôs a mão firme no seu ombro e impulsionou-a para frente.
— Tia Dorotea, Anahi veio falar com Christian na esperança de que ele responda à voz dela. Estou certo de que a senhora aprecia o fato de ela ter vindo da Inglaterra para visitá-lo.