Fanfic: Prisioneira do Amor AyA Finalizada | Tema: AyA, Hot, Romance

Ele estava impressionado pelos esforços de Anahi para despertar seu primo. Ela mal se movera do lado da cama desde que eles tinham chegado ao hospital, nesta manhã, e falara com Christian até a garganta soar seca. A questão se eles eram amantes voltou a assombrá-lo. Anahi negara isso, mas era tão linda que seria fácil acreditar que ela seduzira o tímido e inexperiente Christian para convencê-lo a lhe dar uma fortuna.
O maxilar de Alfonso enrijeceu. Ela lhe tirara o fôlego quando se juntara a ele no café da manhã do palazzo hoje, vestida com roupas que davam formas à figura delgada. A moleca desmazelada se transformara numa mulher elegante, mas abaixo da nova sofisticação, ele reconhecia sua natureza inerentemente sensual, e Alfonso fantasiara em amá-la sobre a mesa de jantar.
Franzindo o cenho diante de seus pensamentos inapropriados, quando seu primo encontrava-se numa condição crítica, Alfonso não percebeu como estava sombrio enquanto escoltava Anahi para a lanchonete do hospital. Pediu dois cafés e carregou-os para a mesa vazia que ela achara.
Ela parecia distraída quando acrescentou três colheres de açúcar no café, levando-o a perguntar:
— Alguma coisa errada?
— Eu gostaria que meu telefone não estivesse no fundo do canal — replicou ela com tristeza. — Eu queria ligar para Mike, meu contramestre, para me certificar de que o trabalho que estávamos fazendo terminou a tempo. Clientes detestam atrasos, e é importante que a companhia mantenha uma boa reputação. — Anahi afastou uma mecha de cabelo do rosto. — Os médicos têm alguma idéia de quando Christian pode recobrar a consciência? Eu quero ficar se existir a chance de que minha voz o desperte, mas tenho responsabilidades com minha equipe de decoradores em
Londres. Se eu não finalizar nosso próximo contrato, eles não terão trabalho, em absoluto.
Alfonso apreciou um gole em seu café sem açúcar e deu-lhe um olhar especulativo.
— Parece que seu negócio de decoração quase foi à falência alguns meses atrás?
— Como você sabe disso? — Então, ela acrescentou com raiva: — Suponho que o investigador que você contratou para me espionar lhe contou.
Ele não negou aquilo.
— Eu sei que você depositou 20 mil libras na conta da companhia para saldar os débitos. Posso imaginar como foi conveniente adquirir uma súbita quantia de dinheiro bem a tempo de salvar seus negócios da falência.
Entendendo o que ele queria dizer, Anahi sentiu-se nauseada.
— Se você acha que eu peguei o dinheiro de Christian, está enganado.
— Então, de onde saiu o dinheiro? E talvez você também possa explicar como vive num apartamento de luxo, com um valor de aluguel mais alto do que o salário de uma decoradora poderia pagar.
— Eu não tenho de explicar nada para você — disse ela. — Mas o dinheiro que usei para salvar T&J Decorações da falência foi deixado para mim.
Alfonso pareceu incrédulo.
— Está dizendo que recebeu uma herança? De quem? Você me contou que seu pai alcoólatra gastou todo o dinheiro que tinha em bebida?
— Sim, ele certamente nunca me deu nada... Nem mesmo afeto —
murmurou Anahi com amargura. — Você tem idéia de como é ser a única criança na classe não vestida em roupas limpas? Ou a única a não ir à excursão da escola, porque seu pai estava muito bêbado para assinar o formulário de permissão? — Ela comprimiu os lábios, assustada por sua própria explosão. Sua infância era algo sobre o que nunca falava. — É claro que você não sabe. Nasceu numa família rica e amorosa.
Anahi engoliu em seco.
— Eu não sabia o que era pertencer a uma família até que estivesse com 17 anos, quando fui morar com um casal maravilhoso, que tinha experiência em ajudar adolescentes problemáticos. Ted e Margaret mudaram minha vida de muitas maneiras. Infelizmente, os dois estão mortos agora, e, seis meses atrás, descobri que eu era beneficiária no testamento de Margaret.
A emoção na voz de Anahi mexeu com Alfonso. Ele estava chocado pelas revelações sobre a infância dela, e sentia-se desconfortável que seu questionamento a forçara falar sobre um assunto claramente doloroso. Ela poderia estar inventando uma história triste para ganhar sua compaixão, seu lado racional apontou. Mas a expressão triste nos olhos verdes era real demais para ser um ato.
— Quanto ao fato de eu morar um imóvel caro — continuou ela — tenho um acordo com o dono de uma incorporadora, que me permite morar em propriedades que ele possui, sem pagar aluguel. Em retorno, eu as reformo e as decoro para um alto padrão. Assim que o trabalho no apartamento que estou morando no momento acabar, eu me mudarei, e o proprietário o alugará para inquilinos que pagam.
Anahi o encarou.
— Você está errado ao meu respeito. E quando Christian acordar e lhe disser onde o dinheiro dele está eu esperarei um pedido de desculpas da sua parte.
A expressão arrogante de Alfonso não se suavizou.
— Eu não estou errado sobre sua ficha criminal. É um fato inegável que você foi condenada por fraude, e, considerando isso, acho que minha suspeita em relação à herança de meu primo é compreensível.
— Eu tinha 17 anos e era muito ingênua. — Anahi mordeu o lábio. — Armaram uma cilada para mim, e eu não entendia que estava cometendo um crime.
— Quem armou uma cilada para você?
O tom de incredulidade na voz de Alfonso a arrasou. Ela não tinha chance de convencê-lo de sua inocência, quando fora declarada culpada por um júri, reconheceu. A injustiça do que acontecera ainda queimava em seu interior. Mas, ao mesmo tempo, na época do caso judicial, sete anos atrás, ela tivera de tomar uma decisão monumental, que a deixara se sentindo entorpecida e estranhamente distanciada dos outros eventos de sua vida.
— Explique que armação foi essa — demandou Alfonso.
— Para quê? — a retrucou. — Você já me julgou. A única pessoa que pode me exonerar é Christian.
O toque estridente do telefone dele causou um sobressalto nos dois. Alfonso franziu o cenho ao ver o número do hospital na tela do celular, e rapidamente atendeu. Após uma conversa breve em italiano, olhou para Anahi.
— Christian recobrou a consciência... E está chamando você