Fanfic: Prisioneira do Amor AyA Finalizada | Tema: AyA, Hot, Romance

Ele deu de ombros.
— Não seja tão melodramática. Eu a verei no jantar.
— Mal posso esperar — replicou Anahi sarcasticamente. Ao se virar e entrar no quarto de Christian, ela não viu a expressão de divertimento e admiração nos olhos de Alfonso.
Muito Mais tarde naquela noite, Alfonso entrou no Palazzo d’Inverno, seus passos solitários ecoando na escadaria de mármore. Não era a primeira vez que tinha instruído o staff para não o deixar acordado, nem a primeira vez que perdera o jantar, porque tivera de lidar com uma crise no trabalho.
Sem dúvida, Anahi ficara satisfeita por sua ausência esta noite, pensou ele. Ela já havia saído do hospital com Fico no momento que ele chegara para visitar seu primo e encontrar a equipe médica de Christian. Os ferimentos do jovem eram sérios, mas felizmente, ele não sofrera danos cerebrais. Havia o problema da perda de memória, porém, todas as razões para esperar que a amnésia fosse de curta duração. Assim que Christian recuperasse a memória, poderia esclarecer sobre a questão da herança e confirmar se dera o dinheiro a Anahi... Algo que ela negava veementemente.
Madonna! Como ela entrara em sua mente de novo? Mesmo durante a reunião para discutir um problema que surgira com um novo projeto na China, ele não conseguira parar de pensar nela.
O fato de Anahi dominar seus pensamentos lhe causava grande culpa, mas ele estava aliviado ao saber, com certeza, que ela e seu primo não eram amantes. Christian lhe dera um olhar curioso quando Alfonso lhe perguntara sobre seu relacionamento com Anahi, mas explicara que eles eram apenas amigos.
O chef deixara um prato de carnes frias e salada na geladeira para ele. Alfonso levou o jantar para seu quarto, seus passos diminuindo quando ele passou pelo quarto de Anahi e viu luz se infiltrando por baixo da porta. Ignorando a tentação de verificar se ela estava acordada, foi para sua suíte, ligou a tevê e forçou-se a comer, mesmo sem apetite... Pelo menos, não de comida, reconheceu, ciente de sua ereção diante de uma imagem de Anahi deitava nua em sua cama, criada por sua mente.
Praguejando, Alfonso largou o prato e dirigiu-se para o banheiro, esperando que um banho ajudasse a aliviar sua tensão.
Anahi estava muito agitada para dormir. Deitada na cama olhava para o teto, o qual, como o primeiro quarto que ela ocupara, antes de sua tentativa de fugir pela varanda, também era decorado com elaborada obra de arte. Mas embora a pintura da deusa Afrodite fosse linda, ela estava entediada de estudá-la... Assim como de ver televisão, quando todos os programas eram em italiano.
Perguntou-se por que Alfonso não voltara para o jantar. Não que ela quisera passar tempo com ele, e certamente não pusera o lindo vestido verde de seda da Cassa di Cassari na esperança de impressioná-lo, mas sentira-se muito solitária, sentada na enorme mesa de jantar.
Alfonso provavelmente tinha ido ver uma namorada. Era inconcebível que um homem tão lindo e sexy não tivesse uma amante... Ou talvez mais de uma. Sorte delas, pensou, sentando-se na cama. Tais mulheres teriam de lidar com a natureza arrogante e mandona dele.
O barulho de alguma coisa quebrando, seguido por um grito, cortou o
silêncio. Os sons tinham sido altos, mesmo através das paredes que separavam seu quarto do quarto de Alfonso, e a quietude que se seguiu despertou a curiosidade de Anahi e a fez sair da cama.
A porta da suíte de Alfonso estava fechada. Ela bateu, mas não houve resposta, e, após um momento de hesitação, virou a maçaneta e descobriu que a porta estava destrancada. Seus pés descalços não produziram sons no tapete, enquanto ela atravessava a sala de estar. A porta para o quarto estava aberta, e enquanto Anahi olhava ao redor, sentiu um forte cheiro de colônia pós- barba.
Então ele saiu do banheiro, e a visão daquele peito largo molhado levou Anahi a dar um grito agudo.
— Santa Madre! — exclamou ele, claramente chocado ao vê-la. — O que você está fazendo, andando pela casa como um fantasma silencioso?
— Eu ouvi um barulho... — Anahi não conseguia tirar os olhos do que agora percebia ser uma toalha manchada de sangue enrolada na mão que ele segurava contra o peito. — O que você fez?
Ele olhou para frente do corpo.
— Não é tão ruim quanto parece. Eu cortei a mão. Derrubei um vidro de colônia dentro da pia, e me cortei ao tentar pegar os cacos. O maldito corte não para de sangrar. Você pode procurar uma bandagem no armário do banheiro?
— Ele deu-lhe um olhar intenso quando ela hesitou. — A visão de sangue a incomoda?
De modo algum, Anahi iria admitir que não era o sangue que a perturbava, mas a visão daquele peito nu magnífico. Seu olhar seguiu a trilha de pelos escuros que se estreitava ao longo do torso e desaparecia debaixo do cós da calça.
Ela engoliu em seco.
— Não. Quando eu era criança, costumava fazer curativos no meu pai, depois que ele tinha algum acidente enquanto estava bêbado. Uma vez ele caiu na estufa de um vizinho e se cortou inteiro.
Alfonso franziu o cenho.
— Quantos anos você tinha quando isso aconteceu?
— Oito ou nove. Sente-se enquanto eu cuido de seu ferimento — disse ela, depois de segui-lo para o banheiro e achar uma caixa de remédios no armário.
Ele sentou-se na beira da banheira e desenrolou a toalha para revelar um corte profundo na palma.
— Eu mantive pressão aqui e levantei a mão. O sangramento parece estar diminuindo.
— Eu não acho que precisa de pontos — Anahi falou após inspecionar o ferimento. — Você teve sorte.
— Si. Eu não gostaria de voltar ao hospital esta noite.
Ela deu-lhe um olhar intrigado.
— Esteve lá esta noite? Eu me perguntei por que você não veio jantar.
— Sentiu minha falta? — provocou ele.
— É claro que não. Por que eu sentiria falta do meu carcereiro? — Ciente de que estava enrubescendo, ela concentrou-se em sua tarefa. — Pelo menos, o corte foi esterilizado pela colônia — murmurou, enquanto enrolava a bandagem na mão dele. — O cheiro aqui parece o de um harém de um sultão.