Fanfic: Prisioneira do Amor AyA Finalizada | Tema: AyA, Hot, Romance

Ele a fitou, notando como ela estava pálida esta manhã. E as manchas roxas contrastando com os ombros alvos eram evidências vergonhosas de que, em sua impaciência de amá-la na noite anterior, seu toque tinha sido bruto demais.
A culpa o assolou.
— Você me informará se houver conseqüências?
— Não haverá nenhuma — replicou Anahi numa voz aguda.
Ela estava cônscia de que sua resposta era baseada em pensamento desejoso, em vez de numa certeza.
Percebendo a enormidade do que fizera, sentou-se na cama de modo abrupto, atrasadamente percebendo que estava nua. Sentindo os olhos de Alfonso irem para seus seios, ela puxou o lençol ao seu redor.
Então fechou os olhos, quando as lembranças do ato de amor deles inundaram sua mente. Anahi não apenas se comportara de maneira vergonhosa, como fora estúpida em esquecer a contracepção. Como podia ter corrido tamanho risco, quando tinha uma experiência amarga das conseqüências de sexo desprotegido? Certamente, a história não se repetiria? Algumas mulheres levavam anos para engravidar. As chances de isso lhe acontecer novamente, como resultado de uma única noite, deviam ser uma em um milhão, tentou confortar-se.
Alfonso relaxou um pouco ao perceber que Anahi devia estar protegida. Todavia, isso não mudava o fato de que ele era um tolo. Não podia acreditar que seu desejo por ela anulara seu bom-senso. Ainda mais perturbador era o fato de que ainda não estava pensando de modo lógico. Sua mente estava apreciando uma imagem erótica de ele deitando-a de volta sobre os travesseiros e puxando-lhe o lençol do corpo. Por mais impossível que parecesse, estava ainda mais excitado do que na noite anterior.
Mas Anahi estava sentada numa postura rígida, abraçando os joelhos, e a tensão dela era palpável. Ele lembrou-se então que ela sonhara com alguma coisa que a fizera chorar enquanto dormia.
— Quem é Daniel? — perguntou Alfonso abruptamente. — Você chamou o nome dele enquanto dormia e parecia muito triste.
Ela mordeu o lábio.
— Ele era um amigo... Meu melhor amigo. Nós crescemos juntos no orfanato — murmurou Anahi em tom emocionado. — Ele morreu com 16 anos. Foi atropelado por um carro e sofreu um sério ferimento na cabeça. Ficou em coma... Mas nunca recobrou a consciência.
Instintivamente, Alfonso pegou-lhe a mão e apertou-a.
— Sinto muito.
— Suponho que ver Christian no hospital trouxe memórias da última vez que eu vi Daniel. Ele parecia estar dormindo, e eu continuava esperando que ele acordasse. — Ela engoliu em seco. — Mas a enfermeira dizia que não havia esperança. Estou tão aliviada que Christian recuperou a consciência.
A emoção na voz dela entristeceu Alfonso. Anahi conhecera muita dor em sua vida jovem, pensou. Ele entendia agora porque ela ficara tão pálida quando entrara na UTI e vira Christian em coma, Sentiu-se culpado por não ter sido mais compreensível, mas não soubera do passado dela. Sabia muito pouco sobre Anahi, reconheceu meramente as pequenas partes apresentadas por seu investigador particular.
Furioso por não poder raciocinar com clareza quando ela estava tão perto, Alfonso levantou-se da cama. Amá-la na noite anterior tinha sido uma aberração que ele estava determinado a não repetir. Vestindo seu roupão, foi em direção ao banheiro, mas pausou e olhou para trás.
— Preciso ir ao escritório esta manhã. Fico a levará para visitar Christian, a mim a encontrarei no hospital mais tarde. — Ele hesitou ainda perturbado pela lembrança do pesadelo dela durante a noite. — Você chamou outro nome em seu sono, Katie. Também era uma amiga do orfanato?
Uma expressão assustada surgiu nos olhos verdes.
— Katie? Eu... Eu... Não conheço ninguém com este nome. Não tenho idéia o que estava sonhando.
Alfonso estudou-a por alguns momentos, notando que ela evitava encontrar-lhe o olhar. Por que Anahi estava mentindo? — perguntou-se quando fechou a porta do banheiro e entrou no chuveiro. Sentia-se frustrado por saber tão pouco sobre ela. A estranha reação de Anahi era outro quebra-cabeça para acrescentar à pessoa intrigante que ela era.