Fanfic: Prisioneira do Amor AyA Finalizada | Tema: AyA, Hot, Romance

— Eu senti que Christian estava escondendo alguma coisa de mim — continuou tia Dorotea. — Fiquei tão preocupada que liguei novamente para Maurio para discutir o assunto. Maurio admitiu que, preocupado com Christian, investigara a mulher inglesa e descobrira que ela havia sido condenada por fraude, alguns anos atrás.
Frustrado, Alfonso praguejou. Tinha encorajado seu primo a ir estudar na Inglaterra, acreditando que isso o ajudaria a ser mais independente. Mas parecia que Christian mergulhara em problemas.
— O que aquele idiota fez? — resmungou ele, baixinho.
Infelizmente, sua tia tinha uma ótima audição.
— Como você pode culpar Christian? Especialmente quando a vida dele está em risco? — disse ela chorosa. — Talvez essa Anahi Harper tenha enganado Christian com alguma história triste. Você conhece o coração dele. Christian é um pouco ingênuo, admito. Mas estou certa de que você se lembra de sua conexão com aquela mulher russa, anos atrás, Alfonso. Apesar de a situação ter sido muito pior, porque suas ações quase levaram Cassa di Cassari à falência.
Alfonso cerrou os dentes diante do lembrete do episódio mais humilhante de sua vida. Quando ele tivera a idade de Christian, seu julgamento fora comprometido pelo lindo rosto e corpo sexy de uma mulher. Ele se apaixonara pela promessa sensual nos olhos escuros de Natalia Yenka, e ele persuadira os membros do conselho de Cassa di Cassari — a companhia de mobília e utensílios domésticos que tinha sido fundada por seu bisavô — para fazer um grande investimento no negócio próprio da mulher russa. Mas o negócio próprio era um golpe, e a enorme perda financeira para Cassa di Cassari resultara em Alfonso escapando de ser expulso do quadro por um único voto.
Desde então, trabalhara duro para reconquistar o apoio deles e estava orgulhoso que, sob sua liderança, Cassa di Cassari se tornara uma das companhias mais lucrativas da Itália, com um mercado de exportação global. Todavia, nem membros do conselho nem sua família sabiam dos sacrifícios pessoais que ele fizera para buscar o sucesso, ou do vazio em seu interior.
Ele balançou a cabeça para reprimir as memórias do passado. Focando sua atenção novamente em seu primo, sentiu uma dor aguda, como se uma faca tivesse penetrado entre suas costelas. Não achava que sua tia agüentaria, se perdesse o único filho. Essa espera era agonizante, e se houvesse a menor chance de a inglesa tirar Christian do abismo, então Alfonso iria convencê-la de ir ao hospital.
— Aonde você vai? — perguntou sua tia, quando ele atravessou o quarto.
— Encontrar Anahi Harper. E exigi algumas respostas — replicou ele.
Esforçando-se PARA carregar sua caixa de ferramentas pesada e uma grande sacola de compras, Anahi entrou em seu apartamento e parou para pegar a correspondência do capacho. Havia duas contas e uma carta que ela reconheceu do banco. Por um momento tremeu, então lembrou que a conta de seu negócio próprio não estava mais no vermelho e que não precisava mais se preocupar em pagar sua dívida alta.
No caminho pelo corredor, ela olhou para o quarto de Christian. Ainda estava estranhamente arrumado, o que significava que ele não tinha voltado. Anahi franziu a testa. Fazia três dias desde que ele havia desaparecido, não atendendo nenhuma de suas ligações. Ela deveria estar preocupada com ele? Christian provavelmente mudara de emprego. Tantos dos trabalhadores que ela contratava faziam isso, disse a si mesma.
Mas Christian tinha sido diferente dos outros que pediam emprego. Apesar de garantir que tinha experiência como decorador, logo se tornara aparente que ele não diferenciava um pincel de outro.
Todavia, era inteligente e falava um inglês perfeito, apesar do sotaque estrangeiro. Explicara que era um migrante sem teto. A natureza gentil de Christian lembrava Anahi de seu melhor amigo, Daniel, quem ela conhecera no lar das crianças, e talvez fosse por isso que ela lhe oferecera o quarto vago em seu apartamento, até que Christian se estabelecesse. Ele ficara muito grato e não parecia do tipo que iria embora sem se despedir, especialmente deixando suas coisas para trás, inclusive seu violão adorado. Reportar o desaparecimento dele parecia um exagero e, apesar de já ter passado muito tempo desde seus problemas na adolescência, ela ainda desconfiava da polícia. Mas e se Christian tivesse sofrido um acidente e estivesse num hospital, sem ninguém para visitá-lo? Anahi sabia como era sentir-se sozinha no mundo, ciente de que ninguém se importava.