Fanfic: Um amor para toda vida. | Tema: William Bonner e Fátima Bernardes

Era final de semana e o casal estava aproveitando a casa da serra. O dia havia sido agitado para as crianças que acabaram dormindo cedo. Fátima estava deitada no sofá da sala, seu corpo estava enrolado até a metade com uma manta e ela estava completamente absorvida pela história que estava lendo. Tamanha era sua concentração que ela não escutou quando William saiu do escritório, pegou um vinho na adega e veio andando vagarosamente até a sala. Ele deixou o vinho e as taças sobre a mesa de centro e sentou no sofá, colocando os pés de Fátima em seu colo. Ela desviou o olhar ligeiramente das páginas do livro e deu um sorriso para o amado, mas em seguida voltou para sua leitura. William então começou a massagear os pés de Fátima, mas vez ou outra fazia movimentos que ele sabia, causava cócegas na sua mulher.

Fátima_ Você está me fazendo massagem ou cócegas? Diz puxando o pé levemente. 

William_ É que eu não resisto.

Fátima_ Mas eu estou lendo, engraçadinho.

William_ Eu reparei. Quem não reparou em mim foi você, não é?

 Fátima_ Como assim?

William_ É, eu passei o dia largado hoje. Primeiro você passou à tarde quase toda na casa da Flávia e depois que chegou eu quase não te vi. Agora você está aí absorvida por esse livro. Ou seja, fui largado no canto. – Diz fazendo uma carinha triste.

Fátima_ Ô meu Deus, como meu marido é dramático. Pronto, já parei com o livro, agora sou toda sua.

William_ Nossa, melhor frase do dia. – Diz deitando levemente sobre o corpo de Fátima até alcançar sua boca. Toma uma taça de vinho comigo, senhora minha esposa?

Fátima_ Acho que não vou aceitar não, senhor meu marido. Eu fico com dor de cabeça, você sabe.

William_ Mas é eu trouxe um especial para você, quase não tem álcool. Ou você pode não beber e sentir o gosto do vinho de outra forma.

Fátima_ E de que outra forma eu poderia sentir o gosto do vinho se não bebendo ele? – Se faz de desentendida.

William_ Eu vou te mostrar.

William serve sua taça com o vinho e coloca uma pequena quantidade na boca. Sente o vinho lentamente e depois o engole. Coloca novamente a taça na mesa de centro e vai ao encontro dos lábios de Fátima.

William_ Sente? – Diz beijando o lábio inferior de Fátima

Fátima_ Uhum. – Sussurra entre o beijo.

O beijo continua e agora William já está dividindo o espaço do sofá, deitado“de conchinha” com Fátima.

William_ Nossa, como eu queria ficar aqui mais uns 3 dias. Assim, só sentindo o seu cheiro, curtindo as crianças...Vamos ficar? Eu ligo, peço para alguém nos substituir. – Diz sabendo que aquilo não seria possível.

Fátima estava distraída e acabou não prestando atenção no que William falou.

William_ O quê você acha?

Fátima_ O que, amor? Desculpa, eu não estava prestando atenção.

William_ Nada,era bobagem. Mas você está muito longe, Fátima. 1 beijo pelos seus pensamentos.

Fátima_ Eu só estou pensando em umas coisas.

William_ E você quer me dizer?

Fátima_ Não sei se você gostaria de saber.

William_ Ué, claro que sim. Tudo que se relaciona a você me interessa, meu amor. – Diz beijando a bochecha de Fátima e apertando um pouco mais o abraço, deixando os corpos dos dois mais colados.

Fátima_ Mas não é nada sério. É que hoje a Flavia me disse uma coisa que já tinham me falado, e não sei por qual motivo, isso não sai da minha cabeça.

William_ Fala, Fá. Você está me deixando curioso. Eu aumento minha oferta. 3 beijos e todos os meus chocolates por seus pensamentos. – Diz brincando.

Fátima_ É que ela disse que eu deveria ter um programa. Que combina comigo, sabe? Talvez com auditório e entrevistas.

William_ Eu concordo com ela.

Fátima_ Concorda? – Diz de forma assustada, virando o corpo e ficando frente a frente com William.

William_ Claro, meu amor. Lembro do Fausto já ter dito isso para você.

Fátima_ Uhum, verdade. Então você acha que é possível? Não é absurdo eu pensar nisso?

William_ Claro que não.

Fátima_ Nem se esse desejo não fosse para o futuro? Digo...E se não fosse para um futuro tão distante?

William_ Como assim?

Fátima_ William, e se eu saísse do jornal e fosse ter meu próprio programa?

William_ Sair do jornal? – Diz surpreso, ao mesmo tempo em que retira o braço que apoiava a cabeça de Fátima e se coloca sentado.

Fátima_ Sim. Você mesmo não confirmou que não seria absurdo eu ter um programa?

William_ E não é. Mas eu não quis dizer agora. E você pode muito bem conciliar com o jornal.

Fátima_ Com o programa que eu sonho, não seria possível continuar no JN.

William_ Você já sonha com um programa? Fátima, vamos com calma.

Fátima_ Eu estou calma. Só que pensar nisso me deixou muito animada. Sei lá, me deu ânimo novamente.

William_ Então você não está mais satisfeita em fazer o jornal?

Fátima_ Não é isso. Você sabe que eu tenho muito prazer em participar da equipe do JN. Mas, meu amor...Talvez eu já tenha alcançado tudo que tinha que para alcançar. Um programa poderia significar um recomeço. Novas metas, novos desafios, novas possibilidades.

William_ Sinceramente, você me pegou totalmente de surpresa, Fátima.

Fátima_ Você na gostou da ideia, não é?

William_ Não é isso...

Fátima_ Claro que não gostou, eu to vendo na sua feição.

William_ E se encontrarmos uma forma de você ter esse “reinventar” no próprio JN? Sei lá, um quadro seu quem sabe?

Fátima_ Sério, um quadro no JN? Você sabe que isso é bobeira. Mesmo mudando muito de estilo, o JN vai demorar muito para um dia ter esse formato. E um quadro não resolveria meu problema.

William_ Ok, não importa minha opinião agora, vamos pensar objetivamente. Você sabe que não seria tão fácil assim sair do jornal numa noite e simplesmente ter um programa no outro dia, não é mesmo?

Fátima_ Claro, William.

William_ Você acha que seria bom para o jornal sua saída. Você sabe por que eu digo isso.

Fátima_ Audiência? Não acredito que seria um empecilho.

William_ E um horário na grade?

Fátima_ William eu não sei. Não tenho respostas para essas suas perguntas. Eu só acho que eu mereço fazer o que eu gosto. – Diz se levantando do sofá.

William_ Concordo plenamente com você nesse ponto, mas acho que esse é um assunto muito sério. Você não pode simplesmente querer ter um programa. Existe uma série de fatores que têm que ser levados em consideração.

Fátima_ Inclusive sua desaprovação.

William_ Meu amor, vem cá... – Diz levantando e puxando Fátima pela mão. Não vou mentir e dizer que acho que seria o máximo você sair do jornal agora para ter seu próprio programa. Acho que você poderia esperar mais um pouco.

Fátima_ Um pouco quanto?

William_ Não sei, 4,5 anos quem sabe?

Fátima_ 5 anos?

William_ Não sei, Fá, talvez um pouco menos. Só acho que você deveria pensar em todos os fatores e não só em você.

Fátima_ Você está me chamando de egoísta, é isso mesmo?

William_ Você sabe que eu nunca diria isso, por que eu te conheço. Sei o quanto se dedica por aquele jornal. E até mesmo por isso não entendo esse seu desejo...

Fátima_ Talvez nem eu entenda, mas também acho que não devo simplesmente fingir que não penso nisso.

William_ Vamos fazer o seguinte... Vamos pensar melhor juntos. Mas agora, vamos aproveitar que estamos aqui na serra, aqui no nosso cantinho, vamos ficar juntos. Sem pensar no jornal, sem pensar em programa, só nós dois. Tudo bem? – Diz abraçando Fátima

Fátima_ Uhum. – Diz encostando a cabeça no peito de William.

Não demorou muito e os dois subiram para o quarto. Abraçados na cama, nenhum dos dois dizia nada. O combinado era simplesmente não pensar, mas a verdade é que isso era impossível depois daquela conversa. Em meio ao silencio Fátima tentava descobrir como falar para William que ela já estava decidida a sair do jornal, mesmo sabendo que isso não aconteceria de uma hora para outra. Enquanto isso, ele pensava no que fazer para mostrar a Fátima que esse poderia ser um caminho sem volta.