Fanfic: Um amor para toda vida. | Tema: William Bonner e Fátima Bernardes

Já haviam se passado 3 meses e com a correria das festas de natal e réveillon o assunto "saída do jornal" a muito já não fazia parte das conversas do casal. Como uma sexta-feira qualquer, Fátima e William se arrumavam para ir trabalhar.

- Vamos hoje à noite naquela peça que estreou? - diz William enquanto arrumava a pasta.

- Claro. A do Falabella?

- Isso. A Ana falou que é muito boa.

- Que traíra, ela já foi? Combinamos de irmos todos juntos.

- Pois é, ela veio falar comigo justamente por isso. Disse que recebeu um casal de amigos em casa e eles estavam super a fim de ver a peça e ela não teve como não acompanhá-los. Ela provavelmente vai te ligar depois para pedir desculpas.

- Hum. Marcamos um jantarzinho depois então.

- Mas confirmado hoje à noite então?

- Sim. A gente pode jantar naquele restaurante italiano que fica ao lado do shopping. 

- Ótimo. - diz dando um selinho rápido na amada enquanto passava por ela no quarto.

O dia seguia normal e o casal já estava no jornal. Logo depois do almoço Fátima começou a espirrar e a sentir uma forte dor de cabeça. Quase instantaneamente seu nariz começou a corizar e ela já não se sentia mais bem. 

- Acho que eu estou com uma gripe alérgica. - diz entrando na sala de William e sentando no sofá.

- Nossa Fá, você está péssima. 

- Poxa William, obrigada. Era tudo que eu precisava ouvir agora.

- Não, me desculpa. - Ri. Eu me expressei mal. É que você estava bem até agora a pouco.

- Pois é. Acho que foi a tinta do restaurante. Eu sentei bem próximo da reforma.

- Já foi à enfermaria? - Diz sentando próximo de Fátima no sofá.

- Acabei de voltar de lá. Tomei um antialérgico. 

- Acho melhor você ir para casa. Melhor não forçar e está melhor para apresentar o jornal amanhã. Você está com febre? Quer que eu vá te levar? - Diz sentindo a temperatura dela.

- Não, estou sem febre. E acho que eu consigo dirigir. Mas qualquer coisa vou de táxi.

- Certo. Então vai para casa, deita, fica quietinha que à noite eu cuido de você. 

- E se não for alérgica? Você tem que ficar longe se não pode pegar também.

- Para cuidar de você eu corro o risco. - diz fingindo uma voz sedutora.

- Ai que cantada barata. - diz rindo.

- Eu estou falando sério. Cuido de você à noite. Amanhã já é sábado e eu acho que posso me dar ao luxo de gripar com minha esposa se preciso for.

- Ok, Dr. William. Te espero em casa à noite então.

- Te ligo para saber como chegou em casa. - diz dando um beijo na testa de Fátima.

Ela voltou até sua sala para pegar a bolsa que havia esquecido sobre a mesa e quando já estava quase saindo escutou alguém batendo na porta.

- Está aberta, pode entrar!

- Fátima, é o Schroder.

- Ei, entra. - diz animada.

- Você está de saída? 

- Na verdade estava. Mas... Posso te ajudar com alguma coisa? 

- Eu vim por que na última vez que nos encontramos você disse que tinha uma assunto sério para falar comigo, mas não tivemos a oportunidade de conversarmos direito. Você lembra?

-Claro. 

- E então, tem tempo para termos essa conversa agora? 

- Por favor. Aceita tomar um café? - Diz indo até a cafeteira.

- Aceito sim.

Os dois se serviram e Fátima foi direto ao ponto.

- Pois bem, não vou tomar muito seu tempo. O que eu tenho para te falar é que já faz um bom tempo que eu venho pensando em sair do jornal para ter meu próprio programa.

- Como assim? - diz assustado. 

- Um programa de entretenimento. Talvez matinal, não sei. Com entrevistas e quem sabe uma plateia.

-Fátima, vamos com calma. O que está acontecendo? Você e William, vocês...

- Se a gente está se separando? Não, longe disso. Minha saída não tem relação com nada além do fato de eu querer novos desafios, novos caminhos. Me senti estimulada novamente, sabe? Amo o que eu faço, mas acho que a bancada me limita muito. 

- Ok. E então você decidiu que quer sair do posto mais cobiçado no jornalismo brasileiro. É isso?

- Exatamente. E eu espero que você me ajude.

- Você sabe que isso não vai ser tão fácil, não é? 

- Mas você pode me ajudar.

-Fátima, eu vou ser sincero com você... Vai ser muito difícil aprovar sua saída agora. 

-Mas e se não fosse agora? 

- Aí eu diria que suas chances aumentariam. 

- Até quando eu teria que esperar.

- Vamos esperar pelo menos o aniversário do jornal, a copa e as eleições e depois conversaremos novamente. Daqui até lá você pensa melhor e decide se é isso mesmo que você realmente quer.

- Eu já pensei e tenho certeza. 

- Bom...Mas agora é isso que eu tenho para lhe oferecer.

- Entendo.

-Então ficamos assim? 

- Ficamos assim. 

-Ótimo!

- Eu posso te perguntar uma coisa?

- Até duas.

- Você acha que eu tenho talento para ter um programa de entretenimento?

- Fátima, você sabe que tem talento para fazer o que quiser.

- Nossa, escutar isso de você é muito bom.

- Olha, mas eu não estou te prometendo nada.

- Eu sei. Mas na nossa próxima conversa eu vou conseguir te convencer que minha saída do jornal será bem melhor para todo mundo.

- Já vi que você não vai esquecer isso fácil.

- Não mesmo. Prometo que vou te apresentar um projeto tão maravilhoso que você vai querer colocar o programa no ar no outro dia.

- Eu confio no seu bom senso. Bom, então está tudo certo não é? 

- Está sim. Obrigada pelo seu tempo.

- Por favor, foi um prazer.

Fátima já estava um pouco melhor quando chegou em casa. Ela tomou um banho, jantou com os filhos, e assistiu ao jornal. Escutou William chegar em casa no momento que saiu do banho e ainda estava de calcinha e sutiã quando ele entrou no quarto.

- Oi meu amor, sem trânsito hoje? 

- Uhum. - respondeu monossilabicamente.

- Que bom, não chegou tão tarde.

William continuava em silêncio.

- Eu já estou bem melhor. Mas acho que ainda vou precisar dos cuidados do Dr. William. - diz fazendo charme.

Parecendo bem chateado, William simplesmente pegou sua toalha e entrou no banheiro. Fátima, que já havia achado estranho o fato dele não fazer nenhuma piadinha sobre  encontrá-la quase nua esperando por ele, não entendeu nada. Mas, soube naquele momento que a noite não seria nada agradável.