Fanfic: Um amor para toda vida. | Tema: William Bonner e Fátima Bernardes

Fátima estava deitada na cama quando William saiu do banho. Ele continuava calado e ela, numa espécie de espera, também se mantivera em silencio. Mas, não demorou muito, ela se cansou de aguardar que William dissesse o que estava acontecendo e resolveu iniciar uma conversa.

- Não vai perguntar como eu estou?

- Você já disse que está melhor. – Responde de uma forma seca.

- Eu realmente me sinto melhor, mas acho que ainda preciso daqueles cuidados que você me prometeu mais cedo. – Diz tentando não ligar para forma grosseira com que William a respondera.

- Fátima, acho que você tinha razão. Não seria nada bom ter os dois apresentadores do jornal fora da apresentação por causa de uma gripe. – Diz entrando no closet para se trocar.

- William, o que aconteceu?

- Nada. Eu só acho que deveríamos ter cuidado com sua gripe. Diferente de você eu quero muito estar à frente daquela bancada.

Fátima não estava escutando William direito e então foi até a entrada do closet.

- Diferente de mim? Do que você está falando, William? Eu estou doente.

-Não estou falando disso. – Fala saindo do closet e passando por Fátima sem nem olhar para ela.

-Então, por favor, seja mais claro!

-Não é nada, eu falei sem pensar. Fátima, o dia foi longo, você está doente...Acho melhor irmos dormir.

-Calma aí. Eu até entendo a precaução em relação à gripe, mas eu acho que você não disse tudo que tem pra me dizer.

-Eu não tenho nada para te dizer.

-Sério? Você vai querer fazer esse joguinho? William, você chegou com uma cara péssima, me disse umas meias informações soltas e agora quer que eu engula que não tem nenhum problema acontecendo?

-Eu realmente acho que não existe mais nenhum problema. Você com certeza já providenciou uma solução.

-Meu amor...Eu sinceramente não estou entendendo. – Diz começando a ficar irritada.

-Eu também não entendi quando o Schroder veio me perguntar o que eu achava da sua saída do jornal.

-Ah, claro, foi isso.

-Sim, Fátima, foi isso.

- William nós já falamos tanto sobre isso...

-Não. Você já falou tanto sobre isso, é diferente. Você nunca me perguntou o que eu achava dessa saída.

-Como assim? E todas as conversa que tivemos?

- As conversas em que você dizia que precisava pensar no que realmente queria? Em que você dizia sempre estar pensando no que era melhor para você? Nessas conversas eu não tinha espaço, Fátima. Eu simplesmente tinha minha opinião jogada para segundo plano.

-Isso não é verdade.

- Não? Claro que é. Você simplesmente tomou uma decisão que não dizia respeito somente a você. E sinceramente, você não tinha o direito.

-Eu não tinha o direito? Claro que eu tinha o direito. É da minha carreira que estamos falando.

-Viu? “Minha” carreira. Como se a “sua” carreira não influenciasse a minha, não influenciasse o andamento do jornal, não envolvesse outros fatores...

-Você não vai vim novamente com aquele papinho de que eu estou sendo precipitada e que...

- Não é papinho, para mim é a pura verdade. – Diz interrompendo Fátima.

- Meu Deus, William. Do que você tem medo? Me diz. Olha, fico muito lisonjeada se você acha que eu sou tão essencial para o sucesso do jornal, mas eu tenho que dizer que ele sobreviverá sem mim.

-O ponto não é esse.

-Então qual é?

William não responde a pergunta de Fátima e apenas dá uma risada irônica como se dissesse que ela sabia a resposta.

-William, desculpa, mas eu não posso adivinhar.

-Quer saber? Você já decidiu sua saída não é? Não vejo motivos então para continuarmos essa conversa.

-Por favor, não faz isso. A gente sabe onde isso vai parar.

-Eu esperava pelo menos mais consideração da sua parte e não ter tido que fingir saber de uma decisão que na verdade eu não tinha sido informado.

-Você está chateado por que o Schredor foi falar com você da conversa que tivemos, é isso?

-Você prometeu até projeto, Fátima. Já está providenciando isso também? – Diz de forma provocativa.

-William...- Diz respirando fundo para tentar manter a calma. – Eu não estou providenciando nada, e você sabe disso. Eu sinceramente não vi problemas em falar com o Schroder por que eu sabia que eu não vou sair do jornal de uma hora para outra, isso vai levar tempo. E eu te peço desculpas se de alguma forma te magoei em não ter deixado claro que já tinha me decidido. Agora, eu também não acho justo você vim me dizer que não te escutei nem levei suas opiniões em considerações. Poxa, em quantos assuntos nós discordamos? Muitos. Quantas vezes discutimos por esse motivo? Nenhuma vez. Justamente por que sabemos que cada um pensa de um jeito, e que nos respeitamos acima de tudo. Eu achei que você me apoiaria num projeto que eu tenho certeza, me deixará muito mais feliz do que eu já sou agora. Mas pelo jeito que as coisas estão indo, acho que eu estava enganada.

Mais uma vez William permaneceu em silêncio. Fátima então decidiu terminar a conversa, pelo menos momentaneamente. Ela tirou alguns objetos que estavam em cima da cama e foi até o banheiro escovar os dentes e fazer sua limpeza facial. Quando já estava terminando de secar o rosto para ir dormir William entrou no banheiro.

-Eu ainda acho que você poderia se reencontrar no jornal, mas se esse é o seu desejo eu vou respeitar. Mais que respeitar eu vou te apoiar, sempre! Desculpa pelas besteiras que eu falei. Acho que na verdade eu não queria dar o braço a torcer por você não ter seguido a minha opinião.

Ele estava bem perto dela, encostado no balcão e olhando diretamente em seus olhos. Fátima não disse nada, simplesmente abriu os braços para que pudesse ser envolvida num abraço. E foi o que William fez. Ele a abraçou pela cintura e sentiu os braços dela passarem pelo seu pescoço. Sentiu o cheiro que ele tanto amava e depois procurou os lábios que ele tinha certeza, eram os mais doces que poderiam existir.

-Desculpa. – Diz no ouvido dela.

-Está tudo bem, meu amor.