Fanfic: Um amor para toda vida. | Tema: William Bonner e Fátima Bernardes
Quando William chegou em casa Fátima já estava dormindo. Ele tomou um banho, colocou um shorts leve e deitou-se ao lado dela. O dia logo amanheceu e Fátima acordou assim que os primeiros raios de sol entraram pela janela do quarto. Antes mesmo de virar totalmente seu corpo na cama, ela passou a mão no colchão procurando o corpo dele. E ele estava lá, dormindo profundamente. Ela levantou-se, cobriu-o melhor e foi tomar banho.
Fátima já estava tomando café quando ouviu os passos de William, que chegava na cozinha.
-Ei, bom dia. Desculpa, mas eu estava com muita fome para te esperar.
-Tudo bem. Eu já comecei a me acostumar com isso. Ontem também não deu para me esperar, não é? - diz ironicamente fazendo aspas com as mãos.
-Nem vem, te chamei milhares de vezes para virmos para casa.
-Mas nem se deu ao trabalho de me avisar que já estava saindo. Por que será? - senta-se à mesa.
-Porque eu estava irritada com você. Todo mundo já tinha ido embora, William, e vocês lá insistindo em conversar as mesmas coisas.
-Já te passou pela cabeça que são poucos os momentos de conversa que temos juntos? - diz sendo grosso.
-E já te passou pela cabeça que eu não sou obrigada a ficar sozinha enquanto você bebe e dá risada com seus amigos? Eu só queria vir para casa, não tinha problema se você quisesse ficar.
-Eu também não acho que teria problema você voltar para casa...
-E por que estamos tendo essa conversa?
-Talvez porque você saiu de uma festa, no meio da madrugada com um cara que você nem conhece direito.
-E a conversa só piora... É esse o motivo? Me poupe, William. Vamos tomar café.
-Não, responde...Vai lá. Você acha isso normal?
Fátima finge não estar escutando e continua comendo.
-Então eu poderia sair de uma festa com uma mulher que você não conhecesse? Estaria tudo bem, não é?
-Poderia, William. Eu confio em você! - diz com raiva. Mas parece que a recíproca não é verdadeira.
-Não tem nada a ver com confiar ou não em você, Fátima. Tem a ver com confiar nele.
-"Ele" é seu colega de trabalho. Pelo amor de Deus, William. Eu acabei de sair de um relacionamento problemático justamente por causa desse tipo de ciúmes bobo e agora você me vem com essa?
- Por favor, não me compare aquele cara.
- Então não aja do mesmo jeito!
O silêncio imperou por alguns segundos e Fátima levantou-se da mesa. Ela estava muito magoada com William, desde a noite anterior. O fato dele tê-la deixado esperando não era nada perto da desconfiança sem motivo dele. Começar o dia assim era a última coisa que ela queria.
-Você não vai terminar o café? - diz William como se nada tivesse acontecido.
-Não, mas você pode continuar aproveitando o café. Espero que tenha um bom dia, por que o meu você já conseguiu estragar. - diz saindo do cozinha.
William pensou em ir atrás dela, mas não estava assim tão arrependido do que havia dito. Talvez tivesse exagerado por se tratar de um colega de trabalho, mas não achava certo o que Fátima havia feito. Até mesmo para imagem dela, o que poderiam pensar de uma mulher casada saindo com outro cara no meio da madrugada?
Fátima não queria olhar para William naquele momento. Era como se não fosse ele falando aquelas besteiras. Não havia acontecido nada na noite anterior, simplesmente nada. Nenhum flerte, nenhum desrespeito. Nada que fizesse com que ela se sentisse culpada por pegar uma carona com um colega de trabalho. Aquela atitude de William não passava de uma birra de criança.
Como não queria passar o dia tendo que evitá-lo, ela decidiu que iria visitar seus pais. Sabia que eles logo perguntariam pelo genro, mas não seria difícil inventar uma desculpa. Ela estava pronta em poucos minutos. Desceu as escadas e pode ver William cochilando no sofá da sala. Ele estava largado, ainda com o shorts que havia dormido. Fátima admirou por um instante aquele corpo ao qual ela se entregava sempre e desejou ficar em casa para resolver tudo. Mas não voltou atrás na sua decisão. Iria simplesmente sair, mas no último momento resolveu deixar um bilhete na mesinha de centro.
" Passarei o dia na casa dos meus pais. Volto no fim da tarde.
Ass: F. B."
Quando William acordou o perfume dela ainda estava pela casa. Ele amava aquele cheiro! Abriu vagarosamente os olhos e quando olhou para o lado avistou o bilhete que Fátima havia deixado.
-É William, acho que você vai ser castigado. - diz para ele mesmo.
Pensou em ir até a casa dos sogros e pedir desculpas para Fátima, mas depois percebeu que talvez aquela tarde fosse necessária para os dois pensarem, esfriarem a cabeça e colocarem tudo no seu devido lugar. Afinal, eles haviam tido apenas uma discussão.
O sol estava se pondo quando Fátima entrou em casa. William estava justamente no mesmo lugar, porém, agora estava devidamente vestido e lia uma revista automobilística. Ela não disse nada ao passar pela sala, ele também se manteve em silêncio.
Fátima foi até o quarto, tomou um banho quente e demorado e retornou novamente para sala vestida numa camisola. Foi até a cozinha fazer um suco de laranja e não demorou muito William estava lá também.
-Como foi a tarde com seus pais? Eles estão bem?
-Foi ótimo. Eles estão muito bem.
-Hum, que bom que você conseguiu salvar seu dia. Eu ficaria muito sentido em saber que por minha culpa você teve um dia ruim. - diz olhando para Fátima.
-E você, tudo bem? Almoçou? - diz fugindo do olhar dele.
-Almocei. Fiz um macarrão que mais parecia um grude, mas no final das contas matou minha fome.
-Você nunca acerta no tempo da massa. - diz rindo.
-É. Eu me acostumei a te ter ao meu lado me ajudando...
Fátima fica em silêncio.
-Fá, acho que precisamos conversar. - diz pegando no braço dela.
-É, eu sei. Eu só queria não discutir mais, William. - diz virando-se totalmente para ele.
-Não vamos mais discutir. Pelo menos não por esse motivo. Eu passei a tarde pensando e vi o quão antiquado, idiota, ciumento e injusto eu fui. Queria te pedir desculpas.
-Está tudo bem.
-Isso não vai mais acontecer. Eu prometo!
-Tudo bem, Will.
-Eu sei que você já deve ter escutado muitas vezes isso do...Você sabe quem. Mas eu falo sério, eu não sou assim. Você me conhece, não é? Acho que ontem eu...
-William. - diz interrompendo-o
-Oi.
-Está tudo bem, meu amor. - diz rindo. Passou.
-Mas é que...
-Acho que eu vou ter que te calar de outro jeito. - diz passando os braços em torno das costas dele.
-Senti sua falta hoje. - diz enquanto beijava levemente os lábios de Fátima.
**********
Tudo estava indo bem novamente, mas o casal vivia uma semana agitada no jornal. Para piorar, a secretária deles havia ficado doente e não poderia ir cuidar da casa durante uma semana. William propôs que eles contratassem uma diarista durante o curto período, mas Fátima o convenceu de que os dois seriam capazes de manter a casa em ordem, e eles estavam mesmo dando conta.
Era uma tarde qualquer daquela semana e Fátima estava focada no planejamento do jornal, que iria ao ar na madrugada. Ela percebeu que cada vez mais ast matérias sobre cultura, esportes e afins estavam perdendo espaço para um tipo de notícia mais pesada, que envolvia guerras, violência, política, corrupção e etc. Durante a reunião de pauta colocou a questão em discussão e propôs que ocorresse o contrário. Ela queria mais espaço para agendas e matérias culturais, para fazer uma crítica inteligente, mas ao mesmo tempo bem humorada da política brasileira, queria mais leveza para entrar na casa das pessoas.
- Estamos fazendo companhia a quem precisa se informar, mas que está a meia-noite acordado. - diz ela na reunião de pauta. - Não deveríamos mantê-las acordadas? Falo como espectadora também... Se estivesse assistindo a um jornal no meio da madrugada, iria preferir ver um bom quadro de música brasileira a ver o número de mortos pelo tráfico todos os anos no Rio de Janeiro. Não quero ser insensível, sei que temos que falar sobre isso também, por que vidas se foram e pessoas estão sofrendo. Mas temos que falar disso também e não somente disso. Conseguem entender a diferença?
- Eu concordo, Fátima. Só acho difícil fazer essa mudança agora. Veja, infelizmente os acontecimentos não nos deixa brechas para falarmos de campeonatos de danças ou de um dia alegre no parque do Ibirapuera. - Diz Hugo, um dos editores.
- Acho que não foi isso que ela quis dizer, Hugo. - Interfere William.
-Não foi mesmo. Mas enfim... Hoje mesmo, tínhamos uma matéria sobre a vinda de uma exposição para o museu de Brasília e agora vejo que ela foi reduzida a quase um lembrete no fim do jornal.
- Eu aprovei a mudança. A matéria foi muito bem feita, mas se encaixava melhor no Jornal Hoje. Além do mais, poderemos reprisar o depoimento do presidente iraniano que o fantástico exibiu. - Diz William.
- Viu, é exatamente isso. Estamos servindo de forno. Só reaquecemos o que já passou e entregamos para o público. Desde quando somos assim?
-Acho que essa conversa está indo por um caminho que não queríamos. Fátima, pense em alguma coisa e discutiremos melhor quando o cenário permitir. - Diz William.
- Claro, quando a paz mundial for alcançada e o amor imperar no coração dos homens. - Responde sendo irônica.
William fingiu que não havia escutado aquela provocação. O que ela estava fazendo? Ele não estava alí como seu colega, ele era seu chefe!
Assim que acabou de fazer seu último comentário ela percebeu que tinha ido longe demais. Isso sempre acontecia quando lutava pelo que acreditava ser certo. Mas agora William estava numa situação desconfortável perante os outros colegas, ela percebia isso em seus olhos. Fátima se sentiu culpada e ao mesmo tempo irritada por que ele não ficou ao seu lado.
O jornal foi ao ar e depois os dois foram direto para casa. Ela chegou primeiro e encontrou o quarto simplesmente de pernas para o ar. A cama estava desforrada, havia uma toalha em cima de seu travesseiro, um tubo de pasta de dente aberto no criado mudo e a pilha de camisas que estavam dobradas e passadas e se encontravam sobre uma cadeira pela manhã, agora forravam boa parte do chão do quarto. Ela simplesmente estava cansada. Além disso estava irritada, fato esse que William logo descobriu.
Ele a encontrou sentada na cama com o tubo de pasta na mão. Pela manhã, havia saído depois de Fátima e acabara se atrasando, o que fez com que ele bagunçasse todo o quarto.
-Minha culpa, eu admito. - diz entrando no quarto e pegando a toalha que estava perto de Fátima.
-Eu estou cansada, William. Qual o seu problema em deixar as coisas nos seus respectivos lugares?
-Eu estava atrasado.
-E por isso precisa deixar esse vendaval de bagunça?
-Ei, segura essa fera virginiana aí, Dona Fátima Bernardes. Eu já vou limpar tudo.
-Eu não tenho a mínima dúvida.
-Bom, mudando de assunto...Precisamos conversar sobre o que aconteceu hoje na reunião. Você sabe que não pode falar comigo daquele jeito na frente das outras pessoas, não é?
-Claro, senhor editor chefe. - diz sendo irônica.
-Meu amor, não faz assim. - diz sentando-se ao lado dela e tentando abraçá-la.
-Não, William. Não estou para abraços. Eu estou irritada com você. - diz levantando-se da cama.
-Pelo que aconteceu na reunião?
-Pelo que aconteceu na reunião, por você ser tão bagunceiro, por estar sempre querendo arrumar tudo com beijos e carinhos...
-Ok! Eu acho que você está surtando por besteira.
-E se for? Só você pode? Não foi isso que você fez quando eu peguei uma carona com o Sérgio?
-Qual o sentido dessa conversa, Fátima? Onde você quer chegar? Já tínhamos superado isso! Isso é por causa de uma proposta de pauta não aceita?
-Eu estou cansada, William.
-Talvez eu também esteja. Talvez eu esteja cansado de tentar te animar com meus "beijos e carinhos" que agora eu já sei, você despreza. Talvez eu esteja cansado de ter que ouvir você me ordenar fazer as coisas do seu jeito, sem nem me perguntar o que eu acho. Talvez eu esteja cansado de te ouvir me chamar de criança, quando sua atitude quando recebe um não é exatamente igual. E só para você saber, você poderia muito bem ter me apresentado um projeto sólido para o jornal, mas tudo que eu vi na minha frente hoje foi minha esposa me envergonhando na frente dos meus colegas ao querer me influenciar numa decisão que deveria ser totalmente profissional. - diz um pouco alterado.
-Bom, acho que pelo menos tudo isso serviu para nos mostrar que isso definitivamente não está dando certo. Fique à vontade limpando, ou não o quarto, faça como preferir. Eu vou dormir no quarto de hóspedes. - diz Fátima dando as costas para William e saindo do quarto.
PS: Sei que algumas pessoa estão falando agora: " Mas o William não era editor-chefe no JG, está tudo errado." Bom, como sabem, essas histórias só têm de reais os personagen, o resto vem tudo da nossa imaginação. Então, às vezes, irei fazer algumas mudanças para o "bem da história", digamos. Obrigada por lerem minha fic e pelos comentários carinhoso, eles só me motivam a escrever cada vez mais buscando sempre o melhor que posso fazer. Grande beijo!
Att, Lua Rosa.
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Autor(a): luarosa
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 43
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miaarconti Postado em 19/09/2015 - 00:26:01
Amo sua fic e amei o final tb! Já quero outra!
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esquila.t Postado em 21/08/2015 - 18:54:49
Continua pfv
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puff Postado em 09/08/2015 - 10:40:54
Ainda bem q voltou amo essa fic
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bia_jaco Postado em 09/08/2015 - 08:27:50
Capítulo liiiiiiindo
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bia_jaco Postado em 16/07/2015 - 21:09:20
William é um fofo!!
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puff Postado em 11/07/2015 - 17:50:09
que lindoooooo *__________*
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Angel_Hernandez Postado em 11/07/2015 - 16:14:21
Continua *-*
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puff Postado em 29/06/2015 - 17:26:08
Lindo, lindo lindoooo continua
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bianca_sousa Postado em 28/06/2015 - 19:34:23
Por favor continua...
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bia_jaco Postado em 25/06/2015 - 21:07:49
Amei o capítulo e adoro esse filme,muito bom!!Leonardo arrasa demais!!