Fanfic: → εïз۰•●Um bebê a caminho [Terminada] ●•۰εïз 

Christopher Uckermann estava prestes a tomar um gole de leite diretamente da caixinha, mas parou de repente ao ver o delicado cartão cor-de-rosa ao lado de várias caixas de presente, dispostas sobre a mesa da cozinha da casa de sua irmã. Leu mais uma vez o nome impresso no convite. Dulce Saviñon. “Dul?”, pensou, enrijecendo o maxilar. Não podia ser. Sem hesitar, pegou o cartão e foi até a porta.

  — Annie! — gritou. — Anahi Uckermann, venha já até aqui!

  — Sim, meu adorado irmão? — disse ela, entrando na cozinha.

Os olhos de Annie, tão azuis quanto os do irmão, voltaram-se na direção da caixinha de leite aberta. Balançando a cabeça com desaprovação, falou:

— Christopher, se você não usar um copo desta vez, eu juro que...

  — O que diabos é isso? — ele a interrompeu.

  Anahi arqueou as sobrancelhas, notando que ele segurava o cartão.

     — Bem, acho que serei redundante se disser que irei a um chá-de-bebê. É uma pequena festa para celebrar a chegada de um novo ser humano ao mun­do. Um bebê, se você não sabe...

 — Claro que sei o que é um bebê! — replicou ele. — Então, Dul está grávida?

 — Até que enfim você entendeu! Sempre desconfiei que houvesse ao menos algum lampejo de inteligência nessa sua cabeça. Agora fique de lado e deixe-me reu­nir mais algumas coisas. Eu disse a Maite que iria chegar mais cedo para ajudar nos preparativos.

Ela começou a abrir algumas gavetas, enquanto Christopher continuou parado no mesmo lugar.

 — De quantos meses Dul está? — perguntou ele.

 — Como?

Christopher olhou para a irmã, contendo a vontade de sacudi-la pelos ombros.

 — Perguntei de quantos meses ela está — repetiu, enfatizando cada palavra.

         Anahi se virou para ele.

  — Dul? Oh, cerca de sete ou oito meses.

  Dizendo isso, voltou a se concentrar no conteúdo de uma gaveta, enquanto Christopher sentou-se em uma cadeira. Sentia-se como se houvesse sido nocauteado. Aliás, a sensação se assemelhava muito à que experimentara na primeira vez em que fitara os lin­dos olhos castanhos de Dul. Isso acontecera sete me­ses e meio antes.

  — Onde ela está?

  — Continua trabalhando — respondeu Annie. — Contei isso assim que você chegou.

     Sim, Annie havia mencionado aquilo. De fato, fora a primeira pergunta que lhe fizera ao entrar na casa em estilo vitoriano, onde Dul alugava os aposentos do terceiro andar. Na verdade, mesmo antes de Annie dizer algo, ele soube que Dul não estava em casa. A atmosfera do lugar parecia vazia sem ela por perto.

Ele deveria ter ligado. Até planejara fazer isso, mas acabara deixando o assunto de lado. Na ver­dade, fora justamente sua imensa vontade de fazê-lo que o impedira de telefonar para Dul. Olhou mais uma vez para o convite. Dul estava grávida. Era difícil acreditar. De repente, a lembrança daquele corpo desejável lhe voltou à mente.

— Christopher, sei exatamente o que está pensando.

A afirmação de Annie o trouxe de volta à realidade.

  — Sabe?

  — Aposto que sim. Está achando que cometi um grande erro ao aceitar Dul como inquilina e que ela parece ser do tipo irresponsável. Só que está enganado. Dul não é desse tipo de mulher. Quando conhecê-la, tenho certeza de que vai gostar dela. Todos nessa cidade a adoram. Até mesmo a sra. Salazar disse...

Annie continuou falando enquanto o olhar de Christopher se voltou mais uma vez para o convite. Então Dul não contara a ninguém sobre eles.

  —...e com todas as viagens que nós dois preci­samos fazer a trabalho...

Mas por que Dul não dissera nada? Será que ela não imaginava que mais cedo ou mais tarde todos saberiam?

  —...esta casa fica vazia dez meses por ano —
prosseguiu Annie. — E bom ter alguém que possa ficar aqui todo o tempo...

  Ele dera a Dul um número de telefone para emer­gências. Por que ela não o usara? A menos que... Franziu o cenho ao pensar melhor sobre sua certeza inicial a respeito da paternidade.

  — Quem é o pai? — perguntou de repente.

  — Com Dul aqui... — Annie se interrompeu, sur­presa. — O quê?

         — Quem é o pai do bebê que Dul está esperando?