Fanfic: → εïз۰•●Um bebê a caminho [Terminada] ●•۰εïз 

CAPITULO IV

Dul devia estar mais cansada do que ele imaginara, pensou Christopher, espantado com aquela reação.

—         Dul, não estou entendendo. As pessoas precisam saber que sou o pai para que o casamento...

—         Não vamos nos casar, Christopher.

Ele franziu o cenho.

—Mas temos de nos casar — insistiu. — Vai ter um filho meu!

—Ambos sabemos disso, mas ninguém mais pre­cisa saber — salientou Dul, voltando a se concentrar no tricô. — E esse é o ponto principal do meu plano.

—Que plano?

—O de mantê-lo fora disso. Afinal, não tem culpa por eu haver engravidado.

Christopher passou a mão pelos cabelos, controlando a impaciência.

— Mas acabamos de esclarecer que a culpa foi minha.

— Não fizemos isso — contestou Dul. — Apenas confirmei que você é o pai. Usamos preservativo. Como você poderia saber que eu acabaria engravidando?

— Nem você mesma teria como saber isso.

— Está enganado, Christopher. Eu estava nos meus dias férteis, e poderia haver cogitado essa possibilidade. — Deixando as agulhas de lado, voltou a encará-lo. — Será que não entende? Esse bebê diz respeito apenas a mim. Tenho de arcar com as conseqüências do que fiz.

—Isso é ridículo! — bradou ele, exasperado.

—Não, não é. Minha mãe, por exemplo, é uma pessoa inconseqüente. Porém, por mais que ela aja errado, nunca tem de sofrer as conseqüências do que faz. Co­migo, por outro lado, sempre acontece o contrário.

Christopher não disse nada, mas continuou fitando-a com ar de ceticismo.

—         Quando eu estava com sete anos — continuou ela —, roubei um chiclete de uma doceira da esquina durante uma visita a meu pai, mas fui flagrada. Meu pai ficou tão furioso que me mandou mais cedo para a casa de minha mãe. Aos treze anos, uma garota pediu que eu segurasse o cigarro dela enquanto ela amarrava um dos sapatos, e a inspetora apareceu. bem naquele momento. Levei suspensão e fui trans­ferida para outra escola. Na faculdade, entrei nua na piscina com um grupo de amigas, em um sábado à noite, e fui a única a ser flagrada totalmente nua pela polícia local. Como vê, não é de admirar que eu tenha ficado virgem até os vinte e seis anos.

Christopher continuou em silêncio, ouvindo-a com atenção.

—Além disso, os homens que passaram pela mi­nha vida estavam interessados apenas em conhecer minha mãe. Com você senti algo... especial. Só que tive de pagar um preço pela oportunidade de ser livre e ousada.

— Então o fato de havermos feito amor significou apenas isso para você? Uma chance de ser livre e ousada?

Dul assentiu.

—Só que acabei cometendo o maior erro da mi­nha vida.

—Acha que esse filho é o maior erro de sua vida?

—Não, de modo algum — respondeu ela. — Meu maior erro foi haver me envolvido com você, Christopher.

—O que há de errado comigo?

—Bem, para começar, você é do tipo de homem com quem minha mãe sempre se envolveu.

Christopher não fazia idéia do tipo de homem que agra­dava à mãe de Dul, mas não gostou da comparação.

—Não sou não.

—Sim, é. Um exemplo disso é o fato de não gostar da idéia de casamento. Nem sei quantas vezes ouvi Anahi mencionar isso. Além disso, deixou esse detalhe bem claro, antes... antes de nos envolvermos. Falou que seu trabalho tornava o casamento impos­sível em sua vida.

—É verdade — anuiu Christopher. — Mas não temos escolha, Dul. Está grávida, e estou disposto a assu­mir minha responsabilidade, casando-me com você.

—Obrigada, mas não posso aceitar sua proposta. Já cometi um erro, e não pretendo cometer outro. Eu nunca me casaria com um homem simplesmente porque ele se sente obrigado a assumir um compro­misso comigo. Na verdade, você nem é do tipo com quem eu pretendia me casar.

—Por quê? — Christopher franziu o cenho.

—Você é do tipo que prefere ter uma aventura a um casamento. Daquele que nunca está por perto quando uma mulher precisa. Acho que não é a pes­soa mais indicada para ser pai. Quero um marido normal, Christopher. Alguém que compartilhe sua vida comigo, que trabalhe oito horas por dia e que volte para casa todas as noites.

—E onde pensa que vai encontrar esse mártir? — ironizou Christopher.

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