Fanfic: → εïз۰•●Um bebê a caminho [Terminada] ●•۰εïз 

Ele a olhou.

—Ela quis dizer exatamente o que você ouviu. Avisei que iria levar você porque terei de ir a Vicks-ville de qualquer maneira.

—Mas posso ir sozinha...

—Anahi disse que você anda tendo crises de náusea ultimamente.

Dul mordeu o lábio.

  — Annie fala demais.

  Christopher assentiu.

— Eu sei, mas talvez nesse caso isso tenha ajudado. Acha prudente sair sozinha e dirigir no seu estado?

Dul não achava aquilo prudente, mas também não queria que Christopher a acompanhasse ao médico.

—Essas roupas servirão mesmo para o bebê? — indagou ele, pegando uma blusinha minúscula.

—Claro que sim — confirmou Dul. — Recém-nas­cidos usam roupinhas até menores. Mas como eu disse ontem à noite, não há necessidade de você ficar...

—Pois eu acho que há -— ele a interrompeu.

—Pensei que você estivesse em meio a um projeto importante. Não tem receio de que alguém o subs­titua na empresa?

—Não — respondeu ele, com voz firme. — Quando se tem o tempo de experiência que eu tenho, e depois de haver passado por tantos cargos, é difícil haver alguém que tenha competência suficiente para me substituir. Além disso, posso comandar o projeto da­qui, por enquanto. O que diabos é isso? — perguntou ele, segurando um tubo plástico com outro dentro.

Dul sentiu o rosto esquentar.

— Nada.

Christopher estreitou os olhos, curioso.

— Deve servir para algo senão você não o teria ganhado de presente.

Ele puxou o tubo do interior e voltou a enfiá-lo no tubo maior. O movimento causou um barulho de sucção.

—Seria um...?

—É um coletor de leite materno, droga! — explodiu Dul. — Quer me entregar, por favor? — Tirou o objeto da mão dele, furiosa com o brilho de diver­timento que surgiu nos olhos azuis. — Isso não é um brinquedo, sabia? Ter um filho é algo muito sério.

O sorriso de Christopher desapareceu no mesmo instante.

—Acha que não sei? Aliás, isso me faz lembrar de algo que eu queria lhe perguntar: por que ainda não fez o ultra-som sobre o qual a sra. Salazar falou? E não me venha com essa história de não querer saber o sexo do bebê.

—Mas é verdade — insistiu ela. Diante do olhar de descrença de Christopher, percebeu que não adian­taria tentar enganá-lo. — O ultra-som é um exame muito caro.

Christopher apertou os lábios, exasperado, enquanto Dul acrescentava:

—Não é um procedimento obrigatório no meu caso, Christopher, seria apenas por precaução. A dra. Cindy não ficou preocupada quando resolvi deixar o exame de lado.

—Pois eu estou preocupado, e é por isso que irei com você ao médico. Para descobrir pessoalmente o que está acontecendo.

—Promete que depois voltará para seu trabalho e me deixará em paz?

—Claro que sim.

—Então está bem — concordou Dul. — Aceito que vá comigo.

—Ótimo.

Dul exalou um suspiro de alívio que logo se transformou em um gemido de protesto quando Christopher falou:

— Só mais uma coisa...

— O que é agora?

—Acho que deveríamos dizer à médica que sou o pai do bebê.

—Nem pensar! — protestou Dul. — Eu já disse que não quero que ninguém saiba.

—Mas não estaremos contando para a cidade, Dul! — salientou Christopher, impaciente. — Pense me­lhor e concordará que a médica precisa saber. E se acontecer algo com você ou com o bebê? E se ela...

—Ele!

—Precisar de sangue ou de alguma coisa que só eu ou você possamos dar? Precisarei ser avisado de alguma maneira. Isso não passou pela sua cabeça?

— Claro que passou, mas... — Dul se interrompeu. Preferira deixar a preocupação de lado quando ela lhe ocorrera. De fato, se ocorresse algum impre­visto, simplesmente não saberia o que fazer.

Era difícil ter de admitir, mas Christopher estava cer­to. Teria de deixar que ele se envolvesse, pelo menos nesse aspecto. Afinal, a vida do bebê poderia vir a depender disso.

Quando voltou a encará-lo, viu que Christopher a es­tava olhando intensamente.

— Você sabe que estou certo, Dul. Precisamos contar a verdade pelo menos à médica. Pelo bem da criança.

Como ela poderia contestar algo tão sério?

— Ok — concordou, por fim. — Pelo bem do bebê.