Fanfic: → εïз۰•●Um bebê a caminho [Terminada] ●•۰εïз 

—Menina — respondeu ele, com firmeza.

—Oh, teremos um menino — disse Barbie, com um certo ar de que ter um menino significava mais do que ter uma menina. — Decidimos ter um menino primeiro, depois talvez uma menina.

  Christopher não gostou nem um pouco da insinuação. Barbie falara como se ter uma menina primeiro fosse uma decisão totalmente errada. Estaria ela insi­nuando que o menino deles seria superior à sua menina? Conteve um resmungo impaciente. Era até engraçado imaginar que alguma criança que aqueles dois pudessem ter poderia ser superior ao filho que Dul carregava no ventre.

Pegou uma revista, fingindo estar interessado na matéria "Leite materno ou mamadeira? Como deci­dir?", assim os Paterson o deixariam em paz.

O plano funcionou bem, até Dul voltar. Ela mal havia se sentado quando Barbie se inclinou nova­mente para a frente e disse:

— Esse estágio cansa bastante, não? Além de ter­mos de ficar indo ao toalete a todo momento.

— E verdade — Dul concordou.

Encorajada pela resposta, Barbie acrescentou:

—Seu marido estava dizendo que seu bebê tam­bém nascerá em outubro.

—Ele não é meu marido — Dul replicou no mesmo instante. — E apenas irmão da minha senhoria e ofereceu-se para me trazer até aqui.

Christopher levantou mais a revista diante do rosto, aborrecido. Dul se referira a ele como uma espécie de taxista, e não como o homem com quem ela dor­mira e fizera um filho.

Quando abaixou a revista, deparou-se com os olha­res de espanto dos Paterson. Ambos o estavam fi­tando como se ele houvesse fingido ser o presidente dos Estados Unidos ou algo do gênero. Aborrecido com os dois, e ainda mais com Dul, voltou a ocultar o rosto atrás da revista.

— Qual é o seu médico? — Barbie perguntou a Dul.

— Dra. Cindy Kanuse.

Por cima da borda da revista, Christopher viu quando Ken e Barbie se entreolharam. Adquirindo aquele irritante ar de superioridade, Barbie disse:

— O meu é o dr. Derrick James. — Ela deu um risinho. — Ken não gostou muito da idéia a princípio. Além de bonito, dr. Deri é solteiro. Mas convenci Ken de que ele é o melhor obstetra que temos na cidade.

— Quero o melhor para você — justificou ele, segurando a mão dela.

— Conheci o dr. Deri. Ele é muito simpático — disse Dul.

Simpático, hum?, pensou Christopher, aguçando os ouvidos. Não era esse o tal médico que Anahi dissera haver saído com Dul? Se o sujeito não era médico dela, por que estava tão interessado em Dul?

Estreitou os olhos quando a possível resposta sur­giu em sua mente. Nesse momento, porém, a en­fermeira chamou o nome de Dul. Quando ela ficou de pé, ele lhe segurou o pulso com delicadeza.

— Não se esqueça de que também quero falar com a médica.

Dul apertou os lábios, mas assentiu e retirou-se em silêncio.

Os Paterson o fitaram com olhares ainda mais espantados, provavelmente deduzindo que ele fosse algum oportunista. Tanto que não voltaram a puxar conversa com ele.

Christopher terminou de ler o artigo da revista com tranqüilidade, antes de começar a ler outro sobre os cuidados que as mulheres deveriam tomar com os mamilos enquanto estivessem amamentando.

Depois de terminar esse último artigo, Christopher deixou a revista de lado, com impaciência. O que estava acontecendo afinal? No início da consulta, a enfermeira lhe dissera que ele seria chamado logo após o exame inicial. Só que nenhuma das outras mulheres demorara tanto tempo no consultório. Te­ria a médica descoberto algo de errado com o bebê? Ou com Dul?

Mexeu-se na cadeira, mas acabou ficando de pé. Quando deu por si, estava andando de um lado para outro. Passados dez minutos do exercício infrutífero, tomou uma súbita decisão e foi até a mesa da re­cepcionista. Ciente da curiosidade de Ken e de Barbie, abaixou o tom de voz ao dizer:

— Com licença, mas minha noiva queria que eu a acompanhasse para fazer algumas perguntas à dra. Kanuse.

A recepcionista assentiu.

— Talvez a enfermeira tenha esquecido de cha­má-lo. Deixe-me verificar.

Ken e Barbie continuaram a observá-lo, mas Christopher não se importou. Pouco depois a enfermeira apareceu e fez um sinal para que ele a seguisse.

Christopher a acompanhou pelo corredor. Pararam diante de uma porta e a enfermeira bateu de leve, antes de colocar a cabeça na fresta e dizer:

— O noivo da srta. Saviñon quer lhe fazer algumas perguntas, doutora.

— Mande-o entrar — Christopher ouviu a médica responder.