Fanfic: → εïз۰•●Um bebê a caminho [Terminada] ●•۰εïз 

CAPITULO VII

Ele estava vencendo afinal, pensou Christopher, fitando os belos olhos castanhos de Dul. Além de conseguir que ela concordasse em dizer à médica quem era o pai, também a fizera aceitar sua ajuda financeira. Já não era sem tempo. Estava ficando cansado de discutir e não conseguir nada com ela.

  — Ótimo — disse, ficando de pé. — Vamos voltar para casa.

A certa altura do caminho, Christopher viu-se forçado a admitir que ainda estava descontente. Arriscando um olhar de soslaio, percebeu que Dul olhava a pai­sagem através da janela. Ele sentia como se preci­sasse fazer algo mais antes de partir. Talvez com­prar algum item para o bebê, como fraldas ou uma mamadeira, por exemplo. De súbito, lembrou-se do artigo que lera no consultório.

— Vai amamentar o bebê no seio? — perguntou de repente.

Ela o olhou, surpresa.

— Acho que essa decisão não lhe diz respeito, Christopher.

— Pode ser, mas é que o leite materno...

— Sei tudo sobre leite materno, não se preocupe — Dul o interrompeu. — Aceitei que contasse à mé­dica que era o pai e também que me ajudasse fi­nanceiramente, mas sua participação termina por aí. Prometeu que não ia interferir em nada.
       Ela estava certa, concluiu Christopher.

  — Desculpe-me — disse. — Estou apenas preo­cupado com você e com o bebê.

A lembrança do som daquele coraçãozinho baten­do rápido voltou à sua mente.

Sentiu a mão de Dul tocar seu braço. Era a pri­meira vez que ela o tocava por iniciativa própria, desde que ele voltara, pensou.

  — Não precisa se preocupar, Christopher. Está tudo sob controle. Bem, exceto pelo curso para gestantes...

Ele a fitou por um instante e voltou a prestar atenção na estrada. Ken e Barbie haviam mencio­nado as tais aulas.

  — Não se inscreveu para elas? — perguntou a Dul.

  Ela encostou a cabeça no apoio do banco.

— Sim, eu me inscrevi, mas acho que agora terei de cancelar as aulas. Anahi iria ser mi­nha treinadora...

Christopher franziu o cenho. Anahi, treinadora? Ela nunca participara de um time na vida!

— ...mas terá de partir para outra viagem de tra­balho na próxima semana.

Christopher ficou ainda mais preocupado. Isso signi­ficava que Dul teria de ficar sozinha naquela casa enorme e antiga. Precisava fazer algo a esse respeito.

—Não há mais ninguém que possa acompanhá-la?

—Pensei em chamar uma certa pessoa. Não ti­vemos contato por muito tempo, mas foi suficiente para restar um laço entre nós...

Christopher sentiu o coração acelerar. Estaria Dul fa­lando sobre eles?, perguntou-se.

— O problema é que ele é ocupado demais — continuou ela.

Oh, céus, ela estava mesmo falando sobre eles. Mas ele precisaria voltar para Seul de qualquer maneira.

— Ele é muito gentil, mas não sei se seria justo pedir que me acompanhasse. Não quero colocá-lo em uma situação difícil...

Teria de ser bastante cauteloso em sua resposta, pensou Christopher.

— Provavelmente ele ficaria muito satisfeito em ser convidado para acompanhá-la, Dul. Mesmo que tenha de dizer que não poderá ir.

Dul se ajeitou melhor no assento.

— Tem razão. Da próxima vez em que eu me encontrar com o dr. Deri, direi...

— Dr. Deri?!

Christopher segurou o volante com tanta força que as juntas de seus dedos ficaram brancas. Entrou com o carro no acostamento e freou-o com um movimento brusco. Desligando o motor, voltou-se para ela.

— Está falando sobre aquele médico que a con­vidou para almoçar? Por que diabos está pensando em chamá-lo para acompanhá-la?

— Ele é muito gentil, e também é médico. Em uma das vezes em que o encontrei no centro da cidade, Deri falou que não tinha muitas atividades à noite. Portanto, é bem capaz que possa me acom­panhar nas aulas.

Christopher se esforçou para manter a calma.

— Ele não trabalha com beep?

— Sim, mas não é chamado para emergências a todo momento. Além disso, o fato de ele também ser novo em Lone Oak faz com que tenhamos algo em comum. Ambos precisamos fazer novas amizades.

— Você não precisa — replicou Christopher. — Já tem a amizade de muitas pessoas por aqui. Por que não pede a Brooke ou a Maite para acompanhá-la?

—Elas já têm muito com que se preocupar. Brooke está trabalhando em dois empregos para ajudar a sus­tentar a tia idosa e Maite está sempre ocupada com as crianças. Não quero causar mais problemas a elas.

—Então, que tal a sra. Salazar? Aposto que ela tem tempo sobrando.

—Nem pensar! Ela é prestativa, mas...

—Mas o quê?

—Acabaria me deixando maluca! Prefiro chamar qualquer outra pessoa, exceto ela.

—Ok, então irei com você.

Dul arregalou os olhos, sem acreditar no que ouvira.

— Você?! Mas está de partida!

Christopher não disse nada. Estava tão surpreso quanto Dul pelo que dissera. Esquecera-se de que teria de voltar ao trabalho.

— Não se preocupe. — Dul tentou tranqüilizá-lo, ao notar seu silêncio. — Acho que Deri não se importaria...

Christopher enrijeceu o maxilar. Por que Dul insistia em cogitar a ajuda daquele sujeito?

—Pedirei mais duas semanas de licença e subs­tituirei Anahi — declarou.

—Mas...

—Você não é a única aqui disposta a fazer sa­crifícios, Dul. Quer deixar que eu faça minha parte, por favor?

Ela não respondeu, espantada com a reação in­cisiva de Christopher.

— Farei isso pelo bem do bebê, nada mais — completou ele.