Fanfic: → εïз۰•●Um bebê a caminho [Terminada] ●•۰εïз 

— Preciso de mais duas semanas. Sim, John, sei que a situação em Seul está difícil. Andei pesqui­sando os dados pelo computador. Só que estou com um problema aqui e terei de resolvê-lo pessoalmente — disse Christopher, ao telefone, duas horas depois.

Enquanto ouvia o chefe falar, entreabriu a porta da cozinha, para se certificar se  Dul ou Anahi não haviam descido para o andar de baixo por algum motivo. Depois da verdadeira batalha que travara para Dul concordar que ele a acompanhasse, não queria arriscar que ela o ouvisse discutir com o chefe ao telefone. Com certeza seria a desculpa perfeita para ela voltar atrás na decisão.

Felizmente, nenhuma das duas estava por perto. John parou para respirar e Christopher aproveitou a oportunidade para dizer:

— Sei que tenho alguns dias de dispensa acumulada e quero usá-los agora. Só preciso de duas semanas. Assim que eu conseguir resolver a situação, embarcarei no primeiro vôo para Seul. Pode contar com isso.

Quando John finalmente cedeu, Christopher desligou o telefone, com um suspiro de puro alívio.

— Aí está você!

Christopher se sobressaltou, antes de se virar. Anahi estava encostada ao batente da porta, com os braços e os calcanhares cruzados.

  — Resolveu me espionar agora? — perguntou ele.

  Ela sorriu.

  — Eu não estava espionando. Dul não encontrou o ursinho de pelúcia que Bianca deu a ela e eu me ofereci para procurá-lo aqui embaixo. Só que você estava ocupado em discutir com seu chefe que nem percebeu quando entrei. — Ela arqueou uma sobrancelha. — O que tem a me dizer sobre isso?

  — Nada.

Ele olhou em volta. Ao ver o urso de pelúcia dei­xado sobre uma cadeira, entregou-o a Anahi.

  — Não adianta se esquivar da pergunta — de­clarou ela, aceitando o ursinho. — Sei o que está acontecendo. Dul me contou tudo.

— Contou? Annie assentiu.

— Confesso que fiquei chocada.

Christopher também sentiu-se chocado. Pensara que Dul não contaria a mais ninguém que ele era o pai do bebê.

— Não é do seu feitio se oferecer para ser treinador de uma mulher grávida durante um curso para ges­tantes — continuou Anahi. — E muito menos abrir mão do seu "precioso" trabalho para tanto.

Christopher deu de ombros.

— Vou apenas substituí-la até que volte da viagem a trabalho.

— Foi o que Dul me contou. Mas sei muito bem por que está tão interessado em ajudá-la.

— Sabe?

— Claro que sim. Não sou nenhuma idiota, . irmãozinho.

Ele abriu a boca para se justificar, mas Anahi prosseguiu:

  — E mais do que óbvio que está fazendo tudo isso por estar interessado em Dul.

Christopher hesitou, ao perceber até que ponto sua irmã sabia a "verdade".

— Fique fora disso, Annie.

Ela pareceu indignada.

  — Eu nem sonharia em interferir! Ainda mais sabendo Dul...

  — Dul o quê? Fale logo, Annie.

—Ok, já que insiste... — Ela olhou em volta, como que com receio de que alguém mais pudesse escutá-los. Quando voltou a falar, abaixou o tom de voz. — Acho que suas chances com ela são ótimas.

A impaciência de Christopher desapareceu no mesmo instante. Dul deveria ter confessado seus sentimen­tos para Annie.

—E mesmo? — perguntou, em um tom de voz casual. — E por quê?

—Porque ontem ela me disse que já superou com­pletamente o que sentia pelo pai do bebê. Deve ter percebido que ele não passava de um cretino para engravidá-la e depois deixá-la desse jeito. Compa­rado a ele, você é o pretendente perfeito!

Christopher arqueou as sobrancelhas. Algo o avisou de que acabaria tendo uma crise nervosa se conti­nuasse a conversa.

— Muitíssimo obrigado — disse a Annie.

Ela sorriu, satisfeita.

  — Não precisa agradecer. Ei, por que não leva o ursinho para ela? Será uma boa chance de marcar alguns pontos.

Dizendo isso, entregou o ursinho a ele e retirou-se do aposento.