Fanfic: → εïз۰•●Um bebê a caminho [Terminada] ●•۰εïз 

Três horas depois, deitada em meio ao escuro, Dul finalmente admitiu a verdade: Christopher estava, certo. Ela o desejava.

Do lado, a chuva batia contra a janela, como que protestando sua recusa em admitir a verdade.

Virou-se na cama, procurando uma posição mais confortável. Os cobertores estavam pesados, deixan­do-a acalorada e impaciente. Os locais onde Christopher a massageara ainda estavam sensíveis, como se ele houvesse acabado de tocá-los.

A atração que sentia por ele não fazia sentido. Afinal, Christopher não era o tipo de homem fiel e de­dicado com quem ela sonhara se casar um dia. To­davia, seu corpo parecia não querer enxergar a lógica dos fatos. Só de se lembrar da última vez em que haviam se amado, já sentia um delicioso calor en­volvê-la por completo.

Com um gemido, virou-se para o outro lado, ajeitando melhor o travesseiro, na esperança de acabar adormecendo. Entretanto, seu corpo parecia mais alerta do que nunca. Minutos depois, o insistente calor continuava a inquietá-la, trazendo-lhe à mente lembranças sensuais.

Estava tensa e intranqüila, assaltada pelo mesmo desejo ardente que a levara para os braços de Christopher, oito meses antes.

Sentando-se na cama, ajeitou o travesseiro com os punhos cerrados e voltou a deitar-se.

Christopher falava como se tudo fosse muito fácil. Fa­zer amor, relaxar, livrar-se da tensão e prosseguir como se nada houvesse acontecido.

Dul virou-se de lado mais uma vez e fechou os olhos. Aquilo seria pura insensatez...

Abriu os olhos de repente. Ou não seria?

Sentou-se na cama novamente, unindo as mãos sobre o colo. De qualquer modo, não era mais a moça ingênua que dormira com Christopher, meses an­tes. Sabia que ele considerava o trabalho em pri­meiro lugar e que isso não mudaria.

Então por que estava cogitando a possibilidade de um breve envolvimento?, perguntou-se. Talvez porque tivesse seus próprios planos a respeito do tipo de ho­mem com quem queria conviver. Dessa vez, não po­deria ser magoada emocionalmente, já que superara seus sonhos românticos com relação a Christopher.

Se ficasse com Christopher, pelo menos mais uma vez, talvez o resultado fosse justamente o contrário do que ela imaginava, e seu receio se revelasse desne­cessário. Com sorte, havia até a possibilidade de se tornar imune para sempre à proximidade dele.

Além do mais, como o próprio Christopher menciona­ra, ela já estava grávida e, qualquer que fosse sua decisão, esse fato não mudaria.

A médica incentivara relacionamentos íntimos en­tre os dois. Os próprios livros sobre gestação mos­travam o mesmo, citando que esse era um bom mé­todo para aliviar o estresse. E Deus sabia quanto ela estava sentindo-se estressada.

Então, o que a impedia de ir procurá-lo?, pergun­tou-se, afastando os cobertores para o lado. Faria amor com Christopher e manteria completo controle da situação, a fim de curar sua atração por ele de uma vez por todas. Dessa vez, simplesmente se recusaria a deixar que qualquer reação emocional atrapalhas­se sua decisão de se manter indiferente.