Fanfic: → εïз۰•●Um bebê a caminho [Terminada] ●•۰εïз 

Decidida, levantou-se e pisou no tapete. Mal havia dado alguns passos quando foi assaltada por uma nova onda de dúvidas. Levou as mãos ao ventre. A quem estava querendo enganar?

Achava mesmo que teria coragem de ir ao quarto de Christopher, com oito meses de gravidez e pedir a ele que fizesse amor com ela? Mesmo que Christopher demonstrasse interesse por ela, ele não fazia idéia de quanto seu corpo mudara nos últimos meses.

Dul suspirou. Não conseguiria fazer aquilo. Voltou a sentar-se na cama, mantendo os pés sobre o tapete. De repente, algo peludo esbarrou em seu pé.

Quando deu por si, já havia soltado um grito de­sesperado e colocado as pernas sobre a cama.

Christopher subiu a escada no mesmo instante e en­trou no quarto em questão de segundos. Encontrou Dul no meio da cama, trêmula e desesperada.

— Cuidado! — gritou ela, ao vê-lo.

Christopher parou de repente e olhou em volta, tenso. Parecia pronto para atacar seu oponente, onde quer que ele estivesse.

— Aí não, lá! — avisou Dul.

Ele se virou novamente.

—Onde? Não consigo vê-lo.

—Acho que ele se escondeu embaixo da cama. Christopher estava prestes a virar-se novamente, mas parou e olhou para ela, franzindo o cenho.

—Embaixo da cama? O quê, afinal, estou enfrentando?

—Um rato.

Ele abaixou os braços, sem acreditar no que aca­bara de ouvir. Passou a mão pelos cabelos e disse:

—Puxa, você me assustou.

—Ora, ele me assustou! — replicou Dul, em um tom de voz defensivo. — Não posso dormir aqui com esse bicho andando pelo quarto.

—Então vá dormir em outro aposento.

Parecia uma sugestão razoável, pensou Dul. O úni­co problema era que ela não estava com a mínima disposição para pôr os pés sobre o tapete.

Após tentar convencê-la a sair do quarto e não obter sucesso, Christopher decidiu resolver .o problema a seu modo. Pegou Dul no colo, ignorando seus protestos.

Ele estava vestido apenas com a calça do pijama e a pele quente de seu peito provocou um efeito quase instantâneo em Dul. Aturdida, mas aliviada demais para protestar, enlaçou os braços em volta do pescoço dele.

— Espere! — pediu quando Christopher começou a andar. — Meu travesseiro. O rato pode tentar dor­mir em cima dele ou algo do gênero.

Christopher voltou até a cama e inclinou-se um pouco para que Dul pudesse pegar seu precioso travesseiro.

— Também precisamos remover as roupas do bebê — lembrou ela, quando já iam passando pela porta.

Christopher assentiu mais uma vez. Teve de se es forçar mais quando ela pegou as peças de roupa, aumentando o peso que ele estava suportando.

—Oh, e também...

—Chega, Dul — ele a interrompeu, dirigindo-se à porta. — E só um rato, não um animal selvagem. Não vai tentar destruir tudo que vir pela frente.

Christopher conseguiu acender o interruptor com o co­tovelo, iluminando o corredor do lado de fora do quarto.

Quando ele começou a descer a escada, Dul segu­rou-se nele com mais força.

—Dul, quer abaixar esse travesseiro, por favor? Não estou conseguindo enxergar  nada!

—Oh, desculpe-me — respondeu ela, obedecendo.

Christopher seguiu em frente, adorando sentir o per­fume dos cabelos de Dul a invadir suas narinas, aguçando-lhe os sentidos.

— Eu não sabia que você tinha tanto medo de ratos — disse, tentando esquecer os sintomas que seu corpo começava a demonstrar.

— Nem eu — confessou Dul. — Só que nunca senti um encostar no meu pé antes.

Christopher se encaminhou para o quarto dele, sem perguntar a Dul se ela queria ir para lá.

—Vou espalhar ratoeiras pela casa amanhã.

—Oh, não faça isso — pediu ela. — Não quero que o mate. Apenas tente deslocá-lo para outro lugar.

Christopher sorriu.

— Está bem. Tentarei capturá-lo e soltá-lo na flo­resta. Mas, até lá, estará mais segura aqui. — Dizendo isso, colocou-a na cama. — Sob a minha proteção.