Fanfic: → εïз۰•●Um bebê a caminho [Terminada] ●•۰εïз 

Reunindo coragem, forçou um sorriso quando as duas se aproximaram.

  — Desculpe-me pela sinceridade, Dulce, mas eu diria umas poucas e boas para minha Bianca se lhe acontecesse isso e ela não me contasse de imediato.

  — Mamãe! — Bia a censurou, enrubescendo.

  A sra. Salazar deu de ombros.

  — Ora, Bianca, Dul sabe que sempre digo o que penso...

Sim, Dul sabia disso muito bem.

— ...e acho que a mãe dela ficará desapontada por não haver sido avisada antes. — Voltando-se para Dul, perguntou: — Não concorda?

  — Eu e minha mãe não temos o mesmo tipo de relacionamento que a senhora e Bianca — explicou Dul.

Sabia que a sra. Salazar acompanhava cada um dos passos da filha, quer ela gostasse ou não. Dul, por sua vez, não falava com a mãe desde que se mudara para Lone Oak.

  — Ainda assim, devia estar preocupada por não haver contado a ela... — insistiu a sra. Salazar.

Ter omitido o fato a Blanca Saviñon era a menor das preocupações de Dul. Não haver contado ao pai da criança era sim o maior problema.

  — Acho que a avó deveria ser a primeira a saber... —  continuou a sra. Salazar.

Dul mudou de posição, sentindo-se desconfortável em todos os sentidos. Talvez fosse melhor contar primeiro a ele.

  — Ela ficará chocada...

"Ele ficará boquiaberto", pensou Dul.

  — ...e talvez um pouco aborrecida...

  "Furioso, é a palavra mais correta."

  — ...mas tenho certeza de que ela não a culpará...

"Talvez ele não me culpe, pelo menos não com­pletamente." A verdade era que não o conhecia bem o suficiente para saber como ele reagiria. Só sabia que o pai de seu bebê não tinha interesse em manter um relacionamento permanente e muito menos se casar. Isso ficara bem claro desde o início.

A sra. Salazar se inclinou em sua direção e disse:

  — Dê logo a notícia, Dulce. Acabe com isso de uma vez.

Deveria mesmo contar a ele?, Dul se perguntou, lembrando-se do semblante másculo e determinado.

"Nunca fico por muito tempo em um mesmo lugar. Viajo com freqüência por causa do trabalho", fora o que ele dissera. Pelo menos seu pai, o primeiro dos três maridos de Blanca, fazia questão de reservar um tempo para visitá-la de vez em quando.

Sim, tomara a decisão certa. Não queria que seu filho crescesse convivendo com um pai que não se importasse com ele. Tudo que lhe restara fora um número de telefone, reservado apenas para uma "emergência", segundo ele.

Dul levantou o queixo, ajeitando a frente do ma­cacão. Teria seu filho e o criaria sozinha, sem que o pai dele soubesse.

— Vejo que está me dando razão — disse a sra. Salazar, com toda segurança de alguém que não ad­mitia a possibilidade de errar.

Dul forçou um sorriso.

— Obrigada, sra. Salazar — respondeu, evitando uma resposta direta. — Seu conselho foi de grande ajuda.

A sra. Salazar sorriu com satisfação, fazendo um sinal para a filha se encaminhar até a mesa com petiscos. Nesse momento, a campainha soou mais uma vez. Maite veio da cozinha e foi abrir a porta.

  — Só pode ser Anahi — disse ela, olhando para Dul. — Minha nossa, como você está tensa, Dul! Pelo amor de Deus, isso é para ser um diver­timento! Tente relaxar um pouco, sim?

Dul se encostou melhor na poltrona e respirou fundo. Porém, seu esforço logo se revelou inútil. Anahi entrou na sala, seguida por alguém cujo vislumbre a fez conter o fôlego. Conhecia muito bem aqueles ca­belos negros, os olhos incrivelmente azuis e aquele porte atlético de fazer qualquer mulher suspirar.

Sim, estava mesmo diante de Christopher Uckermann.

CONTINUA?!